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Falecimento do Pai do Padre António Morgado

Deus chamou à sua presença, nesta segunfa-feira, 29 de abril, o Sr. Diamantino Morgado, pai do Pe. António de Almeida Morgado, pároco de Souselo, da Zona Pastoral de Cinfães.
O seu funeral será amanhã pelas 17h30 na igreja do Mezio.

D. António Couto, Bispo de Lamego, em seu nome e em nome do presbitério da diocese que pastoreia e lidera, manifesta a sua comunhão com o Pe. António Morgado e demais familiares e amigos, apontando para esperança da ressurreição, a esperança firme de que para Deus todos estão vivos, a peregrinar na terra ou na eternidade. Assim, o Sr. Bispo confia este nosso irmão à Misericórdia infinda de Deus e reza para que os seus familiares sintam o conforta da fé e das palavras sagradas que nos despertam e nos garantem a ressurreição dos mortos e a vida eterna.

A Missa Exequial será celebrada hoje, 30 de abril, pelas 17h30, na Igreja Matriz do Mezio, seguindo-se o sepultamento no cemitério local.

Deus lhe dê o eterno descanso e à família o conforto da oração, da fé e da Palavra de Deus.

28.º aniversário da Ordenação Episcopal de D. Jacinto Botelho

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D. Jacinto Tomaz de Carvalho Botelho, natural de Moimenta da Beira (Prados de Cima – Vila da Rua), nasceu em 11 de setembro de 1935.

Entrou para o Seminário de Resende em 1946 e foi ordenado no dia 15 de agosto de 1958, ano em que morreu o Papa Pio XII. Celebrou os 50 anos de Sacerdócio no dia 15 de agosto de 2008. Depois da Ordenação foi estudar para Roma.

Concluídos os estudos em História da Igreja, regressou à Diocese de Lamego, concretamente ao Seminário Maior, sendo professor e integrando-se na Equipa Formadora, vindo a assumir a responsabilidade do Seminário. Entretanto, assumiu outras missões, como Vigário Geral Adjunto e Vigário Geral da Diocese. Durante algum tempo foi pároco de Sande (Lamego).

Foi nomeado Bispo Auxiliar de Braga e a sua ordenação Episcopal, na Sé Catedral de Lamego, foi no dia 20 de janeiro de 1996, dia de São Sebastião, Padroeiro de Lamego.

Depois da morte de D. Américo Couto de Oliveira, Bispo antecessor, viria a assumir a responsabilidade da Diocese, tomando posse no dia 19 de março de 2000.

Atualmente a residir na cidade de Lamego, é Bispo Emérito deste nossa Diocese, desde o dia 29 de janeiro de 2012, dia da tomada de posse de D. António Couto, como Bispo de Lamego.

Parabéns D. Jacinto e que a Senhora dos Remédios, a Senhora da Lapa, a Senhora da Conceição, a Senhora da Assunção, a Mãe de Jesus Cristo, continue a velar pelo seu ministério sacerdotal e episcopal.

Falecimento do Pai do Padre Vasco Pedrinho

No último sábado, 13 de janeiro, Deus chamou à Sua morada eterna, o Sr. Abel Pedrinho, pai do reverendo Padre Vasco Pedrinho, pároco de Alvarenga, na Zona Pastoral de Cinfães.

A toda a família, o Sr. Bispo, e com ele o presbitério diocesano, endereça ao Padre Vasco e aos seus irmãos sentidas condolências, feitas de oração e esperança na vida eterna, na ressurreição dos mortos. A morte é um momento mais da vida, em que Deus Se manifesta na Sua misericórdia infinita, tendo-nos criado e salvado, e garantindo a vida para sempre. Em Cristo, morto e ressuscitado, se funda a nossa fé cristã. Aqueles que vemos partir, precedem-nos no tempo, mas com eles nos juntaremos na eternidade.

A Missa Exequial será celebrada no dia 15 de janeiro, pelas 16h00, na Igreja Matriz de Magueija, seguindo-se o sepultamento no cemitério local.

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Falecimento do Pe. Delfim de Almeida

Na Sua sabedoria infinita e na Sua misericórdia, Deus chamou a Si o Pe. Delfim de Almeida, pároco da Sé de Lamego, cónego jubilado, natural do Mezio, onde nasceu a 22 de janeiro de 1935.

Tendo frequentado os seminários, foi ordenado a 15 de agosto de 1959. Foi formador e Vice-Reitor do Seminário Maior, professor de Sagrada Escritura e pároco da Sé de Lamego. Nos últimos anos vivia na sua terra Natal, encontrando-se, nos últimos meses, com uma saúde muito débil, vindo a falecer no dia 12 de outubro, deste ano de 2023, no Hospital de Lamego, onde se encontrava internado.

D. António Couto, Bispo de Lamego, em seu nome e em nome do presbitério diocesano e da diocese de Lamego, manifesta as suas condolências a familiares, paroquianos e amigos. No mesmo sentido, agradece a todos quantos o acompanharam e cuidaram dele nos últimos tempos, certo que também Deus os agraciará. As condolências têm o sentido cristão, na envolvência do mistério pascal, morte redentora de Jesus e Sua ressurreição de entre os mortos. Deus é, assim no revela Cristo, na Sua mensagem, vida e obra, na sua morte e ressurreição, um Deus de vivos, para Ele todos estão vivos. É nesta esperança que agradece o dom da vida e do ministério sacerdotal do Pe. Delfim, certo de que um dia nos encontraremos com ele na eternidade de Deus. Que que oração, o combustível da nossa fé, nos faça sentir a presença misericordiosa do Senhor nosso Deus, confortando-nos no momento da separação física, unindo-nos espiritualmente a todos quantos já habitam, em pleno e definitivo, nas moradas eternas.

Será celebrada a santa Missa exequial neste sábado, 14 de outubro, na Igreja Matriz do Mezio, seguindo-se o sepultamento do seu corpo no cemitério local.

Deus lhe dê o eterno descanso e a nós a consolação das palavras da fé, para vivermos a vida como um dom ao serviço dos irmãos

Aniversário natalício de D. Jacinto Botelho, Bispo Emérito de Lamego

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Hoje, dia 11 de setembro, o Senhor D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, Bispo Emérito de Lamego, celebra o seu aniversário natalício.

Nasceu em Prados de Cima, freguesia de Vila da Rua, concelho de Moimenta da Beira, Arciprestado de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tabuaço, no ano de 1935.

Entrou para o Seminário de Resende em 1946 e foi ordenado, no dia 15 de agosto de 1958, ano em que morreu o Papa Pio XII. Celebrou os 50 anos de Sacerdócio no dia 15 de agosto de 2008. Depois da Ordenação foi estudar para Roma.

Concluídos os estudos em História da Igreja, regressou à Diocese de Lamego, concretamente ao Seminário Maior, sendo professor e integrando-se na Equipa Formadora, vindo a assumir a responsabilidade do Seminário. Entretanto, assumiu outras missões, como Vigário Geral Adjunto e Vigário Geral da Diocese. Durante algum tempo foi pároco de Sande (Lamego).

Foi nomeado Bispo Auxiliar de Braga e a sua ordenação Episcopal, na Sé Catedral de Lamego, foi no dia 20 de janeiro de 1996, dia de S. Sebastião, Padroeiro de Lamego.

Depois da morte de D. Américo Couto de Oliveira, Bispo antecessor, viria a assumir a responsabilidade da Diocese, tomando posse no dia 19 de março de 2000. No dia 8 de julho de 2000, seria ordenado o primeiro padre, na Diocese, pelas suas mãos, e que é o Pároco de Tabuaço, Pe. Manuel Gonçalves.

Parabéns D. Jacinto e que a Senhora dos Remédios, a Senhora da Lapa, a Senhora da Conceição, a Senhora da Assunção, a Mãe de Jesus Cristo, continue a velar pelo seu ministério sacerdotal e episcopal.

Atualmente a residir na cidade de Lamego, é Bispo Emérito deste nossa Diocese, desde o dia 29 de janeiro de 2012, dia da tomada de posse de D. António Couto, como Bispo de Lamego.

Pe. Luís Alberto Ferreira Seixeira | 1969-2023

Natural de Ferreirim, freguesia de Sernancelhe, o Pe. Luís Seixeira nasceu a 11 de setembro de 1969. Seguindo os passos do seu irmão, o também falecido padre António Seixeira, ingressou no Seminário. Viria a ser ordenado padre a 17 de setembro de 1995. Atualmente era pároco de são Vicente de Ervedosa do Douro, são Sebastião de Casais do Douro e são Salvador do Mundo de Sarzedinho e Capelão Militar.

Como capelão “iniciou o seu ministério na Diocese das Forças Armadas e Forças de Segurança em 1998, e atualmente prestava serviço no Centro de Tropas de Operações Especiais, em Lamego e, até há pouco, no RI 13, em Vila Real. Entretanto, no longo período dos vinte e cinco anos, como Capelão, serviu em diversas Unidades, expressão do coração de Pastor, coração imenso, que era, de facto, o seu: no RI 15 – Tomar (1999); no RE 3 – Espinho (2000); Área Militar de São Jacinto – Aveiro (2007); CTOE – Lamego (2010); EA – Mafra (2015); COMANDO PESSOAL – Porto (2017); CTOE – Lamego + RI 13 – Vila Real (2020)”.

Faleceu no dia 8 de março, no Hospital de são Teotónio de Viseu, aos 53 anos de idade.

O Sr. Bispo, D. António Couto, e o presbitério da Diocese de Lamego comungam a dor da família, dos amigos e das comunidades onde servia, mas, manifestando as sentidas condolências, comungam igualmente a esperança firme na vida eterna, confiando-o ao abraço e misericórdia de Deus Pai.

É um momento de grande consternação que a fé e a confiança em Deus, o Deus da Vida, ajudarão a aliviar. D. António Couto pede que a nossa oração seja de esperança na bondade misericordiosa de Deus, para que o seu pai e demais familiares, se sintam confortados pela nossa comunhão, esperando na ressurreição dos mortos e na eternidade, junto de Deus e de outros familiares e amigos que já lá se encontram.

Deus lhe dê a paz e o descanso dos justos. Que o Pe. Luís Seixeira, junto de Deus, interceda também nós, pela diocese de Lamego e seus diocesanos, pelos militares, pelos amigos e família, e que, no aconchego da mãe e do irmão, continue a ser bênção para os que continuam esta peregrinação neste chão, com a alma ligada ao Senhor do tempo e da história.

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Falecimento da Irmã do Padre Ildo de Jesus

O Senhor, na Sua benevolência e sabedoria, chamou a Si, para as moradas eternas, a Sra. D. Ilda de Jesus, irmã do decano dos sacerdotes da Diocese de Lamego, o reverendo Pe. Ildo Aníbal de Jesus, pároco de Chavães e de Arcos, na Zona Pastoral de Tabuaço.

O nosso Bispo, D. António Couto, faz saber das suas condolências, da sua comunhão e da sua oração, ao Pe. Ildo e demais familiares, sublinhando a fé que nos une em Igreja, corpo ressuscitado de Jesus Cristo, ao qual somos agregados pelo Batismo. A certeza da Páscoa de Jesus, e n’Ele, da nossa páscoa, faz-nos rezar em atitude de gratidão para com a vida desta nossa irmã, que agora repousa em Deus, na esperança firma da ressurreição. Que o conforto da fé e da palavra de Deus traga paz ao Pe. Ildo, aos seus irmãos, familiares e amigos.

O presbitério de Lamego une-se nos mesmos sentimentos, rezando especialmente pelo Pe. Ildo de Jesus e confiando a sua irmã, Ilda, à bondade misericordiosa de Deus.

A Missa Exequial será celebrada no sábado, 24 de dezembro, pelas 10h00, na Igreja Matriz de Chavães, seguindo-se o sepultamento no cemitério local.

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Falecimento da Irmã do Padre Joaquim Silvestre

O Senhor Deus, Pai de Misericórdia, Deus connosco, chamou à Sua morada eterna a Sra. D. Teodolina Silvestre, irmã do reverendo Pe. Joaquim Manuel Silvestre, Capelão do Lar das Filhas de São Camilo.

O Sr. Bispo, D. António, em seu nome e do presbitério de Lamego, une-se em oração ao Sr. Padre Silvestre, familiares e amigos, em comunhão de sentimentos, confiando que esta nossa irmã, morrendo em Cristo, com Cristo ressuscitará para Deus.

Rezemos pela D. Teodolina, agradecendo a Deus o dom da sua vida, na esperança firme da sua ressurreição em Cristo, nossa vida e nossa paz. E que o conforto da oração e da Palavra de Deus conforte a família e os amigos.

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Editorial Voz de Lamego: Humano, mais humano

O filósofo Nietzsche, na lógica do super-homem, defende o “humano, demasiado humano”, ir além do humano. Josep Maria Esquirol propõe a filosofia da proximidade, “humano, mais humano”, na procura, não de ir além da humanidade, mas ir ao mais profundo.

São João Paulo II, na sua primeira Carta Encíclica, Redemptor Hominis (O Redentor do Homem), acentua a máxima da Gaudium et Spes (22): Jesus Cristo revela o homem ao homem. «Na realidade, só no mistério do Verbo Encarnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem. Adão, de facto, o primeiro homem, era figura do futuro (Rom 5, 14), isto é, de Cristo Senhor. Cristo, que é o novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu Amor, revela também plenamente o homem ao mesmo homem e descobre-lhe a sua vocação sublime». E depois, ainda: «Imagem de Deus invisível (Col 1, 15), Ele é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão a semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Já que n’Ele a natureza humana foi assumida, sem ter sido destruída, por isso mesmo também em nosso benefício, ela foi elevada a uma dignidade sublime. Porque, pela sua Encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos de homem, pensou com uma mente de homem, agiu com uma vontade de homem e amou com um coração de homem. Nascendo da Virgem Maria, Ele tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado». Ele, o Redentor do homem» (RH 8).

É uma perspetiva que parte da fé e nos remete para o Evangelho da Encarnação. Jesus faz-Se um de nós, assume a nossa condição humana, a nossa fragilidade e finitude, mas também nos humaniza. Ele não vem para Se sobrepor ou para aniquilar a humanidade, revelando um caminho alternativo. Não. Ele ajuda-nos a perceber que quanto mais humanos formos mais perto estamos de nos reconhecermos como irmãos.

Diz-nos, por sua vez, Fyodor Dostoevky, “O Homem é um mistério, deve ser desvendado. E se então levar uma vida inteira, não digas que é um desperdício de tempo. Eu estou preocupado com este mistério porque quero ser um ser humano”.

Jesus encarna, assume-nos por inteiro, caminha connosco, ajuda-nos a perceber o caminho para chegar a Deus. Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim (Jo 14, 6-14). Abaixa-Se para nos elevar com Ele, o que passa pela ternura e pela bondade, pelo amor e pelo serviço, pela verdade e pela justiça, pela humildade e inclusão, pela compaixão e pelo perdão, pela caridade fraterna e pela transformação do mundo, para que seja casa de todos e para todos. Não se trata de desumanizar ou superar a humanidade, trata-se de aprofundar o que nos humaniza, nos aproxima uns dos outros, e nos liga a Deus e aos irmãos.

Esquirol propõe, nesta obra, publicada em Portugal pelas Paulinas Editora, uma filosofia sem luxos e intrinsecamente pobre, “ao serviço da ação e da orientação da vida. Que a reflexão sobre a vida deve intensifica-la. E que a reflexão sobre o mal deve ajudar a combatê-lo. Que uma boa teoria deve ser, em si mesma, gesto e ação”.

O título do livro surge do diálogo ininterrupto com Nietzsche. Mas, contraponto, “ser mais humano não significa ir para lá do humano”. O mais importante não é o que se encontra mais longe, mas o mais profundo. “Uma civilização mais humana leva-nos a fazer do mundo um lar e não a abandonar o lar para dominar o mundo; que uma cultura mais humana não é uma cultura timorata nem niilista, mas aquela que sabe que não existe força intensada que se conjuga com o sentido. Na debilidade, no humano, na vulnerabilidade…, neste demasiado que, na verdade, é um mais, lateja a pulsação da verdade”.

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 92/38, n.º 4669, 10 de agosto de 2022

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Editorial Voz de Lamego: A ganância do padeiro

A ganância prende-nos às coisas e afasta-nos das pessoas, da vida. A ganância e a avareza.

Por um lado, aspirar a algo mais e melhor é defensável, saudável e justo. E sobretudo quando conseguimos pensar em nós e nos outros. Já dizia o filósofo, que o homem ultrapassa infinitamente o homem (Blaise Pascal), na ambição de ser mais, de melhorar sempre, de alcançar novos objetivos, de transformar o mundo, fazendo que seja casa de todos e para todos.

Adam Smith apresenta o sistema económico a partir da ganância do padeiro, parafraseado por D. Tolentino Mendonça: “Devemos o nosso pão fresco não ao altruísmo do padeiro, mas à sua ganância. É graças à ambição do ganho, que os bens de que precisamos chegam às prateleiras dos supermercados… Esse dado é, de resto, comummente aceite. O facto que hoje se coloca, sempre com maior urgência, é, porém, de outra natureza. Claro que não perde validade a justa expectativa de que a atividade laboral produza o seu lucro, mas o que se coloca às nossas sociedades é a questão da sua capacidade para resolver, ainda que de modo não completamente perfeito, os desequilíbrios que elas próprias geram e que ameaçam a sua preservação… A difícil situação atual mostra-nos, sem margem para hesitações, como se tornou urgente e vital introduzir alternativas de fundo num campo que é económico e financeiros, mas também é humano e civilizacional…”

Por outro lado, como sói dizer-se, tudo o que é em excesso acaba por descambar, tornando-se destrutivo. É ditado bem antigo: a virtude está no meio; nem oito nem oitenta; nem tanto à terra nem tanto ao mar; com conta, peso e medida. O justo equilíbrio, qual fiel da balança, não será fácil de alcançar. Há uma fórmula: o amor! A compaixão. O colocar o outro antes! Se todos procedermos do mesmo modo, o modo de Jesus, então todos seremos beneficiários e beneméritos uns dos outros.

A conversão nunca é de fora para dentro. É sempre interior, espiritual, pessoal. É conhecida a história de um pai com muito trabalho para fazer e que tinha de cuidar do filho, sempre muito ativo. Entrega-lhe um conjunto de peças para completar o mundo (puzzle). Julgou o pai que, durante um bom pedaço, o filho estaria entretido. Instantes depois, o filho aparece com o mapa do mundo completo. O pai, boquiaberto com tanta rapidez, pergunta-lhe como é que fez para ser tão rápido. Bom, respondeu o filho, por detrás estava a figura de um homem, construí o homem e o mundo ficou construído também. A lição é que não se pode mudar o mundo sem mudar pessoas. Do mesmo modo, a conversão, a mudança de vida, passa pela vontade, pela decisão firme, interior, em caminhar em determinada direção. Claro que o ambiente também pode ser facilitador. Na lógica de Ortega Y Gasset, o homem é ele e as suas circunstâncias.

Jesus, no seu ministério missionário, desafia cada um de nós a gastarmo-nos a favor dos outros, a darmos-lhe de comer, a curá-los, a renunciar a si, para que os outros sejam salvos, a servir, tal como Ele que veio para servir e dar a vida por todos. A interpelação de Jesus é, antes de mais, melhor, sempre, para mim. Para ti. Para nós. Nunca para o outro! Não se pode impor a salvação, não se pode impingir o projeto do reino de Deus preconizado por Jesus.

Alguém do meio da multidão, ouvimos hoje no Evangelho, diz a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». A resposta de Jesus não se faz esperar e é elucidativa: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?». A propósito, diz o santo Padre: “Acumular bens materiais não é suficiente para viver bem, porque, diz Jesus, a vida não depende do que se possui (Lc 12, 15). Em vez disso, depende de bons relacionamentos: com Deus, com os outros, e também com aqueles que têm menos”.

Deus não se intromete na nossa responsabilidade humana. Não somos marionetas. Sabemos o caminho? A primeira opção, é avançar, seguir! Sabendo que o caminho nos conduz a Deus e nos salva, então, sim, poderemos chamar os outros, desafiá-los, deixar que a nossa vida transpareça a salvação que nos é dada por Jesus Cristo. Não pedimos a Deus para que faça o que nos compete fazer.

A avareza faz-nos perder o melhor da vida, a alegria da partilha, do trabalho honesto, da comunhão com os outros nos dias de chuva e nos dias de sol. Claro que Deus dá-nos o pão nosso de cada dia, contando com o nosso trabalho e na certeza que o pão que pedimos e trabalhamos também nos compromete com a partilha e com a comunhão com quem não pode trabalhar.

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 92/37, n.º 4668, 3 de agosto de 2022