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Archive for Fevereiro, 2018

ONDE ESTÁS? COMO ESTOU? | Editorial Voz de Lamego – 27.02.2018

ONDE ESTÁS? COMO ESTOU?

Nas mais variadas circunstâncias do dia-a-dia, já atendemos chamadas de telemóvel e já escutámos outros a fazer o mesmo. E talvez já tenhamos dado conta que a mobilidade do prestável aparelho e dos seus utilizadores veio tornar possível e bastante usual a pergunta: “Onde estás?”.

Certamente que não será apenas a curiosidade ou vontade de controlar; pode revelar, também, preocupação perante a demora, o querer saber do paradeiro de quem se gosta ou o sentir alívio por constatar que se está próximo… Ou seja, pergunta-se para se saber do outro.

Também Adão e Eva, ao esconderem-se após tomarem consciência do acto realizado (comer o fruto da árvore proibida), ouviram do Criador a mesma pergunta: “Onde estás?” (Gn 3, 9).

Atentos, continuamos a ouvir tal pergunta. E compreendemos que esta visa mais do que saber da nossa localização; busca, sobretudo, provocar tomadas de consciência. Na verdade, o “onde” poderia entender-se “como”. Mais do que controlar, a pergunta evidencia a preocupação de quem ama.

Por outro lado, e como em tantos momentos da vida, também na Quaresma pode surgir a oportunidade de nos perguntarmos “Onde estou?”, em vez do habitual “Onde estás?”. Longe ou perto? Aproximo-me ou afasto-me? Sigo o caminho ou vou pelo atalho?

Na resposta, só tenho que ser o que sou, nem mais nem menos. E mesmo o silêncio não deixa de ser uma resposta. E não é precisa qualquer circunstância especial para escutar e perguntar-se. Quantas vezes a oportunidade surge em locais ou ocasiões banais das nossas vidas!

Se “Onde estás?” proporciona revelar a localização, “Onde estou?” permitirá confrontar-se e decidir-se. Na primeira basta olhar em volta para se situar; na segunda é preciso olhar-se e assumir-se.

Podemos formular mais vezes a primeira, mas não podemos evitar, de vez em quando, escutar a segunda!

 

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/13, n.º 4450, 27 de fevereiro de 2018

Paróquia da Mêda – “Fazer-se ao próximo”

O Papa Francisco, na sua mensagem do passado dia 11 de fevereiro – Dia Mundial do Doente, dirigiu “um pensamento especial aos doentes que, em todas as partes do mundo, para além da falta de saúde, sofrem muitas vezes com a solidão e a marginalização”.

Foi neste contexto, que a convite do Sr. Pe. Basílio Firmino, o Pe. José António – Capelão dos Hospitais da Universidade de Coimbra e Assistente Espiritual de doentes e famílias que por ali passam, (há já 17 anos), nos conferenciou situações e formas como lidar com o doente e nos tornarmos mais próximos dele. Esta conferência, enquadrada nas chamadas “Escolas da Fé” da nossa paróquia de Meda, teve lugar no Salão Polivalente do Patronato, no passado dia 11 de fevereiro, e teve como principal objetivo salientar o papel do visitador na vida do doente. O pároco desta comunidade, Sr. Pe. Basílio, no início do ano pastoral, e tendo presente o lema do plano da nossa diocese “vai e faz tu do mesmo modo”, informou a comunidade que ao longo deste ano pastoral iria ter em consideração a vivência da caridade em três camadas: as crianças e adolescentes da catequese e suas famílias com a celebração do Dia Mundial da Família e preparação das festas da catequese no mês de Maio; os jovens com a Missão País e a Páscoa jovem em que cerca de 80 jovens virão testemunhar a sua vivência cristã junto dos nossos jovens; e finalmente os doentes com a criação do grupo dos visitadores dos doentes e esta conferência debruçada sobre o tema do cuidado a ter com os doentes. Ler mais…

APRENDER A DESPEDIR-SE | Editorial Voz de Lamego | 21 de fevereiro

APRENDER A DESPEDIR-SE

Na passada quinta-feira, o Papa Francisco, numa  Carta Apostólica, convidou todos os bispos e titulares das dioceses e da Cúria Romana a reflectirem sobre a importância de “aprenderem a despedir-se”. Porque nem sempre é fácil renunciar, quando o próprio se vê como insubstituível ou pensa que sem a sua presença se perderá o ritmo ou a orientação.

“Quem se prepara para apresentar a renúncia precisa de se preparar adequadamente diante de Deus, despir-se dos desejos de poder e da pretensão de ser indispensável. Isto permitirá atravessar com paz e confiança tal momento, que poderia ser doloroso e de conflito”. Não se trata de se ver como inútil, já que cada um poderá elaborar “novo projecto de vida”, marcado pela “austeridade, humildade, oração de intercessão” e com tempo para a leitura e com “disponibilidade para fornecer simples serviços pastorais”.

Aprender a despedir-se, neste caso, não é sinónimo de “saída de cena” para esperar silenciosamente o fim, mas sinal de sabedoria, percebendo que a sua presença e a sua acção, sendo importantes e necessárias, podem concretizar-se de outra forma, respeitando os limites que a idade acentua.

O Papa escreveu para alguns, mas percebemos que os destinatários são todos, já que a tentação de controlar até ao fim, de permanecer diante, desejar ter a última palavra, marcar o ritmo… não é exclusivo do episcopado. Quantas vezes se adiam decisões e passagens do testemunho por falta de confiança nos outros e, sobretudo, no Espírito, protagonizando uma auto-referencialidade que a ninguém favorece.

A Igreja, assembleia convocada, tem lugar para todos e precisa de todos. E não podia ser de outra maneira. E se é salutar ter a companhia do bom senso para discernir, a cada instante, sobre a melhor maneira de a servir, só a humildade ajudará a evitar sentir-se indispensável.

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/12, n.º 4449, 20 de fevereiro de 2018

Falecimento da Mãe do Monsenhor José Guedes

O Senhor Deus, Pai de Misericórdia Infinita, fez regressar à Sua presença a Senhora D. Maria José Fernandes Pinto, Mãe do reverendo Monsenhor José Guedes, Pároco de Almacave.

D. António Couto, Bispo de Lamego, também em nome do Presbitério de Lamego, manifesta o Seu pesar ao Monsenhor, unindo-se na oração e na amizade, na certeza e na esperança da vida eterna para esta nossa irmã, que no mistério da Eucaristia continua a ser Igreja connosco e que um dia encontraremos na Páscoa eterna.

Celebrações eucarísticas (de corpo presente), na terça-feira, 20 de fevereiro:

  • pelas 11h00, na Igreja da Graça;
  • pelas 16h00, na igreja de Fontelo de Armamar, onde será sepultada.

Que o Senhor Deus lhe conceda a luz e a paz na Sua morada eterna, à família e aos amigos o conforto da Sua Palavra de Salvação.

Falecimento da Irmã do Pe. Manuel Fonseca

Deus de Bondade Infinita chamou à Sua presença a Senhora D. Bárbara Aparício , Mãe do reverendo Padre João de Brito, SDB (sacerdote salesiano Dom Bosco) e irmã do já falecido Pe. Manuel Fonseca.

Funeral: domingo, 16h00, na Capela de São Martinho de Pêva.

A Diocese de Lamego, sob o pontificado de D. António Couto, une-se à família e aos amigos na dor e na amizade e sobretudo na oração, nesta comunhão espiritual que nos faz permanecer Igreja que caminha pelo tempo na história e Igreja que nos espera na eternidade de Deus, duas dimensões que nos fazem caminhar na certeza que nunca perdemos os que amamos, os que fazem parte da nossa família, desta família de Deus.

Que o Senhor, Deus Bom, lhe dê o descanso eterno e que na eternidade interceda por nós.

Dia Mundial do Doente na Paróquia de Almacave

Ao cuidar dos doentes, a Igreja serve o próprio Cristo presente nos irmãos que sofrem, seguindo o exemplo de Jesus Cristo que “passou fazendo o bem e curando a todos” (Act 10, 30) e cumpre o mandato do Senhor deixado aos seus discípulos na Última Ceia (Jo 13, 34-35). A parábola do Bom Samaritano, que suporta o lema do nosso Plano Pastoral, é o ícone atraente do Amor de Deus que cada um de nós deve testemunhar junto dos irmãos que mais sofrem e que impõe a cada cristão, também, respostas operativas capazes de rasgarem tanta indiferença e insensibilidade perante o sofrimento dos outros.

Esta solicitude pastoral torna-se também visível, não só visitando os doentes, mas igualmente confortando-os com os sacramentos da Santa Unção e da Eucaristia.

O Conselho Pastoral Paroquial, através das Conferências Vicentinas, propôs à comunidade paroquial celebrar o Dia Mundial do Doente, no próprio dia 11 de fevereiro, numa celebração eucarística comunitária na Igreja da Graça, com a administração do Sacramento da Santa Unção a todos os doentes que não se encontram acamados e às pessoas de idade, cuja fragilidade física se vai acentuando. A celebração deste Sacramento da Unção dos Enfermos foi preparada nas homilias que antecederam o dia desta celebração e em encontros de reflexão, aprofundando junto dos paroquianos a eficácia da graça deste sacramento instituído por Cristo e confiado à igreja, destinado especialmente a reconfortar não apenas os que estão no fim da vida, mas também os que se encontram sob a provação de uma doença e do peso da idade. Não foram celebradas todas as eucaristias dominicais, para que a comunidade pudesse participar e acompanhar, como Família Paroquial, os irmãos doentes, na celebração destes sacramentos, a Eucaristia e a Santa Unção. Ler mais…

TEMPO DE QUARESMA: Um tempo com características próprias.

A Quaresma é o tempo que precede e dispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do Batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recurso mais frequente às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum e a esmola (Mt 6,1-6.16-18).

Tal como o povo de Israel que peregrinou durante quarenta anos pelo deserto para chegar à terra prometida, a Igreja, o novo povo de Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a Páscoa do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um tempo triste e depressivo. Trata-se de um tempo especial de purificação e de renovação da vida cristã para poder participar com maior plenitude e gozo do mistério pascal do Senhor.

A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria conversão. Este caminho supõe cooperar com a graça, para dar morte ao homem velho que atua em nós. Trata-se de romper com o pecado que habita em nossos corações, afastarmo-nos de tudo aquilo que separa do Plano de Deus, e por conseguinte, da nossa felicidade e realização pessoal. Ler mais…

ESCLEROCARDIA – HUMILDE | Editorial Voz de Lamego | 13/02/2018

ESCLEROCARDIA – HUMILDE

Amanhã iniciamos o tempo litúrgico da Quaresma, durante a qual a Igreja dedica particular atenção ao arrependimento, convidando a enfrentar a “esclerocardia”, a dureza de coração ou incapacidade de nos arrependermos, tendo como finalidade última a conversão. Como alguém escreveu, “ninguém pode ser grande sem tomar consciência da sua miséria”.

E anunciar um tempo de arrependimento é mais do que um convite às lágrimas diante do mal feito; significa anunciar uma esperança: o mal não vencerá, o homem é maior que o seu pecado.

Diante da certeza de que é amado e destinado a algo grandioso, embora consciente dos limites que o acompanham e da impossibilidade de chegar à meta apenas com as próprias forças, o homem é convidado a protagonizar a humildade, a aceitar-se pequeno e a acolher o perdão de Deus.

A humildade, indispensável ao arrependimento, não pode entender-se como autodesprezo, mas como a serena aceitação de que somos pó, frágeis e limitados, mas que, apesar de tudo, somos amados e salvos.

A Quaresma surge, então, como a oportunidade para assumir que não existe mal irreversível, que não existe culpa imperdoável. Para isso, o arrependimento é fundamental, fruto de uma culpa responsavelmente assumida e da tomada de consciência do amor do Pai. Um amor que perdoa e restabelece a relação afectada pelo pecado, conduzindo à salvação. E esta é a boa nova do Evangelho: Deus é Pai e liberta-nos do sentimento de culpa.

Animados pela esperança que o amor do Pai nos concede e humildemente arrependidos, somos convidados a avançar e a mudar. Porque, como nos disse D. António Couto na recolecção da última sexta-feira, não basta acreditar que é possível ser melhor, é preciso que tal se concretize.

A Quaresma serve para nos recordar que o mal pode ser vencido.

in Voz de Lamego, ano 88/11, n.º 4448, 13 de fevereiro de 2018

Bênção das crianças na Paróquia da Sé

No segundo dia de fevereiro, quarenta dias depois do Natal, a Igreja celebra a Apresentação do Senhor. Cumprindo a tradição, José e Maria levam Jesus a Jerusalém para O consagrarem a Deus e oferecem por Ele o sacrifício que a lei estipulava. Tudo se passa no Templo, centro da vida religiosa de Israel, espaço de encontro, de cumprimento de promessas e de revelação divina.

Diante do recém-nascido, Simeão, um senhor já avançado na idade, louva a Deus por ver cumpridas as promessas, exterioriza a sua alegria diante daquele que contempla como “Luz para as nações” e confessa estar pronto para partir ao encontro do Criador, porque os seus olhos já “viram a Salvação”.

A Apresentação do Senhor é a festa da luz, oportunidade para recordar a cada baptizado que, com as suas opções, gestos e palavras pode ser um reflexo dessa Luz. Não para ser o centro ou a referência, mas contribuindo para que todos possam ver e ser vistos com a claridade de Deus.

Celebrando esse acontecimento, a paróquia da Sé convidou todas as famílias a trazerem os seus filhos (crianças que ainda não frequentam a catequese) à Eucaristia dominical das 10H00, do dia 4 de fevereiro, para receberem uma Bênção especial, com o duplo sentido de exprimir a gratidão e louvor a Deus pelo dom dos filhos e, ao mesmo tempo, consagrar-Lhe e oferecer-Lhe os filhos, pedindo a sua bênção sobre eles. Ler mais…

Orada Senhora do Rosário – Memorial do 1.º Centenário das Aparições

MEMORIAL do 1.º CENTENÁRIO das APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA

Um sonho de edificar, em Fornos, Moimenta da Beira, um marco de fé no ano celebrativo do 1.º centenário, não passava de “UMA MARIA, de PEDRA”, ao sol, à chuva, à beira do caminho, entre as maias, no topo de um amontoado de pedras que o descuido deixou, há anos, no fim de um derrube de muros, para alargamento de caminho rural.

O sonho, contado e acarinhado, já não é sonho, é uma realidade, UMA ORADA, num plano elevado por dois muros de suporte, perpendiculares e ao nível da estrada alcatroada e do adro do cemitério local.

Destacamos:

1-“Maria de Pedra” e os 3 Pastorinhos, num bloco milenário, para ali transportado, onde foi esculpido o rosto de Francisco, o Papa, com a inscrição gravada de Peregrino da Paz e da Esperança.

2- Os Santos Francisco e Jacinta, canonizados pelo Papa, em 13 de Maio deste Ano Celebrativo, em Fátima, também num bloco milenar, mais pequeno e com a faixa de 1.º Centenário das Aparições e Nossa Senhora, Fátima, 1917-2017

3- Uma pedra, em forma de coração, achada entre os escombros dos muros derrubados, onde foi esculpida a frase pronunciada por um casal de septuagenários, de Viseu, que por ali passou antes de termos decidido que palavras nele gravaríamos.

4-Um castanheiro frondoso, com 4 ramos, árvore secular que resistiu às feridas causadas pelo corte de partes do seu tronco.

A semelhança com o sonho simples, inicial, apenas Maria, Mãe, de Pedra, à chuva e ao vento a olhar para quem passe e a convidar a acolher.

Hoje, a chuva caiu em abundância e há espelhinhos de água, mas tem havido réstias de sol que dão beleza indescritível àquele espaço!

O Ano do 1.º Centenário das Aparições foi marco na História de Fornos.

Desde a Visita Pastoral de D. António Couto, bispo de Lamego, em 29 de Outubro de 2016, às Autoridades Civis, à colaboração da Autarquia, aos muitos amigos, à celebração da Festa, Bênção e Inauguração, em 8 de Dezembro de 2017 e em 8 de Janeiro de 2018, sobretudo ao trabalho dedicado e atento do seu Pároco P. Diamantino Alvaíde.

A ORADA é um espaço aberto a convidar à visita em família, em grupo ou simplesmente só…

 

Odete Duarte, in Voz de Lamego, ano 88/10, n.º 4447, 6 de fevereiro de 2018