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BODAS DE OURO SACERDOTAIS | Pe. Arnaldo Cardoso
À conversa com… Mons. Arnaldo Pinto Cardoso
Este sacerdote, originário da nossa Diocese e ordenado na catedral, em 15 de Agosto de 1964, celebrou no dia 16 de Agosto, em Fátima, as Bodas de Ouro do seu Sacerdócio, e no dia 19 (Missa Nova) na paróquia de Penso com seus familiares e conterrâneos. A trabalhar actualmente no Patriarcado de Lisboa, depois de várias actividades em Lamego e Roma, acedeu a responder a “Voz de Lamego”, que, por sua vez, quis dar a conhecer o seu currículo e missões desempenhadas.
Descreva-nos, em primeiro lugar, o seu longo e rico curriculum vitae, desde o longínquo 15 de Agosto de 1964 até ao momento que vivemos.
Falar de mim próprio é algo de alheio à minha índole ou formação. Por outro lado, fico contente quando alguém reconhece o bem que fui capaz de fazer ou admira a função que alguma vez desempenhei. No caso presente, quase sou tentado a plagiar um colega para sublinhar “a história de Deus comigo”, proclamando as maravilhas de Deus operadas num servo, que, como Maria de Nazaré, não as pode referir senão a Deus omnipotente e misericordioso. Com esses sentimentos e para enriquecer a celebração, elaborei, com ajudas, um diaporama com o título “Etapas de uma vida sacerdotal”.
Desde a paróquia no Douro até Roma, onde, primeiro, continuei os estudos, e depois fui conselheiro eclesiástico; desde Lamego, onde leccionei Sagrada Escritura, até Freiburg (Alemanha), onde preparei a tese de doutoramento; desde Lisboa, onde leccionei na UCP e contribui para o serviço de Pastoral da CEP, até à situação actual de aposentação e de Postulador ainda em funções, foi minha preocupação levar sempre muito a sério as minhas funções. Naturalmente, tal atitude trouxe alegrias e também dissabores. Hoje, a minha convicção de servir sempre e bem o Senhor é mais firme e o desejo de sonhar é muito mais amadurecido do que quando o entusiasmo me fazia correr…
A experiência do Douro marcou, certamente, a sua vida pessoal e sacerdotal. Pode dizer-nos alguma coisa dessa experiência?
Os três anos de acção paroquial no Douro foram marcantes sob muitos aspectos, inclusivamente contribuíram para uma maturidade maior do que a daqueles colegas que não tinham tido trabalho pastoral, antes de irem estudar para Roma, como pude constatar. Desses anos, ficaram as memórias de grandes caminhadas, de grandes calores, de algumas amizades e de muitas dificuldades na obra da evangelização numa paróquia espalhada por três povoações numa zona muito acidentada, onde o rei das culturas era o vinho. Em nome da verdade, devo confessar que sempre contei com a ajuda dos meus pais e com a amizade dos colegas e com a solidariedade dos paroquianos. Certamente, senti-me incumbido de uma nobre missão, para cuja realização não bastou a recomendação de “comprar um cavalo”! No último ano, para a preparação da visita pastoral do bispo D. Américo Henriques, foi possível levar a efeito uma missão simultânea nos três lugares da paróquia de Vale de Figueira. Despedi-me com o coração entalado pela saudade e a consciência do dever cumprido.
CRISTÃOS EFICIENTES | Editorial Voz de Lamego | 26 de agosto
Com o início das Festas dos Remédios, o destaque (de Capa) da Voz de Lamego não poderia deixar de se reportar à Romaria de Portugal, que, por estes dias, traz milhares de pessoas à cidade, vindas de Portugal inteiro, mas também muitos emigrantes e muitos turistas.
É apenas um dos muitos interesses que a VOZ DE LAMEGO nos apresenta, entre notícias, reflexões, sugestões. Aí está mais uma edição. Segue, como habitualmente o EDITORIAL do seu Diretor, ambientando-nos e convidando-nos a uma leitura mais demorada do jornal diocesano:
CRISTÃOS EFICIENTES
A palavra “eficiência” faz parte do habitual discurso que nos chega. Genericamente compreendemos que tal conceito nos recorda a importância de bem utilizar o que se tem para se obterem bons resultados a partir dos meios disponíveis.
Com efeito, um dos desejos do ser humano é ser eficiente no que faz, conseguindo resultados visíveis e satisfatórios nas tarefas assumidas. Não é por acaso que, em algumas circunstâncias, se estabelecem prémios para distinguir o cumprimento de determinados índices. E não é segredo para ninguém que a fixação de objectivos e respectivos prémios são motivadores.
No entanto, em ambiente eclesial, facilmente compreendemos que a “eficiência” seja difícil de conjugar quando falamos de evangelização. Porque, por maior que seja o entusiasmo do semeador, não sabemos qual o fruto que a semente dará. Não temos dúvidas da singular qualidade da semente, mas desconhecemos o seu desenvolvimento na seara onde cai. Porque isso é obra de Deus.
Mesmo assim, podemos manter parte do discurso sobre a eficiência na acção de evangelizar. Porque, se não podemos quantificar com objectividade o resultado de tal acção, podemos, ao menos, tê-la presente (eficiência) em tudo quanto deve acompanhar a missão evangelizadora: na forma diligente como se actua, nos meios que se utilizam, nas forças que se empenham ou no entusiasmo que se protagoniza. No fundo, trata-se de conjugar na primeira pessoa o tal “novo ardor” recomendado numa evangelização que se deseja sempre nova, vivida com fervor por todos os baptizados.
Porque este tempo precisa mais de testemunhas do que de mestres (Paulo VI), é possível ser eficiente na evangelização que se protagoniza, não só pelo que se possa ensinar ou contabilizar, mas sobretudo pela forma como se pode viver.
Pe. Joaquim Dionísio, VOZ DE LAMEGO, 26 de agosto de 2014, n.º 4277, ano 84/39
A família, a baixa taxa de natalidade e o futuro da Igreja estão entre as preocupações do bispo de Lamego. Para António Couto, aos domingos, os horários de trabalho poderiam ser mais flexíveis para que as pessoas tivessem mais tempo livre.
«A Igreja pode e deve chamar a atenção para certas leis que escravizam as pessoas, como por exemplo trabalhar aos domingos», afirmou António Couto, bispo de Lamego, em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA, à margem do Curso de Missiologia, que está a decorrer em Fátima.
Para o prelado, se por um lado os hipermercados estão «abertos a toda a hora» e «facilitam a vida às pessoas», por outro lado «escravizam-nas». «Escravizam porque as pessoas ficam a ser escravas daquilo. Têm que fazer aqueles horários: ao domingo, à segunda, seja em que dia for. E ficam quase sem liberdade para ter um dia como tínhamos antigamente. Um dia em que as pessoas podiam estar à vontade. Hoje não temos esse dia», lamentou.
Segundo D. António Couto, as «leis podiam ser mais flexíveis» e os horários de trabalhos poderiam ser «diferentes». «Aos domingos, em vez dos funcionários trabalharem oito horas, podiam ter um horário mais reduzido e flexível» que deixasse algum «tempo livre mesmo àqueles que ao domingo têm de fazer algum trabalho», afirmou.
Aludindo às famílias e à oração, António Couto lamentou a fraca participação destas na Eucaristia. «Estamos num tempo em que é raro encontrar uma família na missa. É muito raro ver uma família a rezar», referiu. Referindo-se à baixa taxa de natalidade em Portugal, o prelado disse que o aumento do número de nascimentos é «profundamente importante». «Quem leva o mundo para a frente são as crianças e os jovens porque têm uma mudança de hábitos. O motor da sociedade é a juventude», frisou.
FONTE: Fátima Missionária.
Nossa Senhora da Lapa | 2.ª Peregrinação Anual | 15 de agosto
Santuário de Nossa Senhora da Lapa
2.ª Grande peregrinação anual – 15 de agosto 2014
Desde 6 de Agosto, muitos peregrinos percorriam caminhos a pé até ao Santuário da Lapa, para participarem na Novena preparatória. Retornam em força os “Caminhos de Fé”.
Muito concorrida como habitualmente, a Novena foi este ano pregada pelo Rev.do Padre João Carlos Almeida Carvalho, da diocese de Viseu.
A Procissão de Velas do dia 13, com a imagem da Senhora da Lapa no seu andor ornamentado de flores e luz, reuniu grande massa humana em mística expressão de Fé, que se exprimia nos cânticos e orações em súplica e acção de graças à Mãe do Céu.
Todos os actos religiosos culminaram com a grande Peregrinação de 15 de Agosto.
Presidiu à Solene Eucaristia D. Jacinto Botelho, Bispo Emérito de Lamego, ladeado pelo Rev.do Provigário, Pe João Carlos Morgado, e o Rev.do Pe Mergulhão, Arcipreste de Armamar.
A homilia do Reverendíssimo D. Jacinto incidiu sobre a crise económica e a crise de fé, esta bem mais grave, mas vinculou que “Maria Santíssima, Senhora da Lapa, é sempre a porta de salvação de todas as nossas crises”
O transporte e guarda de honra do andor da Senhora da Lapa, esteve nesta peregrinação à responsabilidade da associação “Eu Peregrino”, grupo de apoio ao peregrino, constituído por elementos do Arciprestado de Tabuaço, Moimenta da Beira e Sernancelhe, já com vários anos de actividade no serviço de apoio aos peregrinos que se deslocam a pé nos caminhos marianos de Fátima e Lapa.
Que Nossa Senhora da Lapa a todos nos proteja e abençoe
Pe. José Alves de Amorim
(Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Lapa)
“Só os mais corajosos vêm à Missa» | Terra Santa
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) divulgou o testemunho do padre Mário da Silva, da Faixa de Gaza, que alerta para a dificuldade de prestar assistência pastoral devido à guerra, porque as pessoas têm medo sair de casa.
“Apesar da situação, celebramos Missa todos os dias e fazemos adoração Eucarística mas neste momento quase ninguém vem à igreja e ao domingo nunca há mais do que cinco pessoas. Só os mais corajosos vêm, é demasiado perigoso”, explicou o padre Mário da Silva, do Instituto do Verbo Encarnado, em Gaza, Palestina.
Atualmente são 170 católicos que vivem na Faixa de Gaza que tem numa população de 1,8 milhões de pessoas, adianta a AIS.
“As pessoas não se atrevem a sair à rua, por causa dos bombardeamentos, e preferem ficar nas suas casas. Por essa razão, começámos um serviço pastoral por telefone e todos os dias, com o pároco, ligamos para os fiéis e perguntamos pela família, como é que estão, de que precisam e também tentamos dar-lhes coragem espiritual”, desenvolveu o sacerdote, sobre as consequências do conflito entre Israel e a Palestina.
O padre Mário da Silva, que trabalha na paróquia católica da Sagrada Família, disse ainda que cerca de 900 refugiados encontraram abrigo numa escola católica onde recebem assistência.
Nesta paróquia, o sacerdote partilha o trabalho com mais dois padres e seis freiras do instituto religioso fundada pela Beata Madre Teresa de Calcutá, as Missionárias da Caridade que são responsáveis por crianças com deficiência física e mental.
in VOZ DE LAMEGO, 19 de agosto de 2014, n.º 4276, ano 84/38
CORAGEM PARA DENUNCIAR | Editorial Voz de Lamego | 19-8-2014
Cada nova edição da Voz de Lamego é um desafio à leitura, com textos muito variados, e que alimenta positivamente a fé e o compromisso com a Igreja e com a sociedade a que pertencemos, acolhendo notícias da Diocese e da região, na abertura a Portugal e ao mundo.
Para lá dos textos de reflexão, cuja profundidade de uns ou a leveza de outros, podem proporcionar leituras agradáveis, clarificadoras, lendo a realidade, em ambiência cristã, dando pistas para melhor viver a fé e partilhar a vida, aí estão muito outros motivos de interesse: 500 anos do Foral de Samodães, texto de Mons. Cândido sobre o Pe. João Rodrigues; Bodas de Prata Sacerdotais do Pe. José Augusto Marques, Pe. Aniceto Morgado, Pe. João António Teixeira, e as Bodas de Ouro Sacerdotais de Mons. Arnaldo Cardoso; Programa completo das Festas de Nossa Senhora dos Remédios; 2.ª Peregrinação Anual ao Santuário de Nossa Senhora da Lapa.
Obrigatório em cada edição é o texto proposto pelo Diretor, esta semana sublinhando a coragem de denunciar, quando continuam os massacres de pessoas, por motivos religiosos, outras vezes sem motivos nenhuns.
CORAGEM DE DENUNCIAR
A propósito do contínuo massacre infligido aos inocentes cristãos do Iraque e de outros países, protagonizado por gente que se diz crente, o Vaticano pronunciou-se e pediu a intervenção das Nações Unidas, bem como a condenação de tais actos por parte dos líderes religiosos dos opressores.
A autoridade da iniciativa aumenta quando nos recordamos de que semelhante apelo já foi feito pelo papado para alertar contra perseguições e atentados contra a vida e a dignidade humana levados a cabo noutros países e com populações que professam outros credos religiosos. Porque seguir Jesus Cristo implica olhar para todos os homens e mulheres do mesmo modo e bater-se pela igual dignidade de todos. E o Papa tem feito isso: respeito por toda a vida humana e denúncia de tudo quanto atenta contra a mesma.
E este exemplo não tem sido seguido. E é pena! Por isso, aquele texto apela aos respectivos líderes religiosos para se pronunciarem, denunciando tais atrocidades. Porque se nos dói o mal infligido, também magoa o silêncio de quem deveria condenar. A coragem e denúncia proféticas não podem “ter dias”: pratica-se quando se é vítima e silencia-se quando se está do outro lado.
As notícias falam agora das perseguições dos cristãos do Médio Oriente, embora existam outros países que as promovem. A comunicação social, sempre tão célere para certos assuntos, também deveria divulgar tais atrocidades. Porque os mártires cristãos aumentam diariamente.
Quanto aos tais líderes religiosos, as suas vozes não podem apenas ouvir-se em discursos de vitimização ou em ocasiões que visam acalentar a esperança dos perseguidos; também devem soar para denunciar as injustiças e acusar quem as pratica, contribuindo para a defesa da vida, a pacificação social e o fim dos conflitos.
Diretor, Pe. Joaquim Dionísio, VOZ DE LAMEGO, 19 de agosto de 2014, n.º 4276, ano 84/38
D. António Couto nas Jornadas Missionárias 2014
As Jornadas Missionárias | III Jornadas Nacionais da Pastoral Juvenil, vão realizar-se em Fátima, nos dias 20 e 21 de Setembro próximo, no centro Paulo VI, sob o tema: FAMÍLIA, UM PROJECTO… “Mais uma iniciativa para formar e dinamizar a Acão missionária dos batizados, procurando responder ao apelo feito por João Paulo II entre nós: “Portugal, convoco-te para a missão“.
Estas Jornadas são organizadas em conjunto pelas Obras Missionárias Pontifícias e pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil.
Um dos intervenientes será o nosso Bispo, D. António Couto, Bispo de Lamego, sob o tema “EVANGELHO E MISSÃO DA FAMÍLIA”.
Os temas, intervenções, mesas redondas, têm diversos protagonistas, permitindo uma visão mais alargada sobre a Família, numa época em que é colocada em causa, ou pelo menos, na sua configuração tradicional, e no aproximar do Sínodo dos Bispos dedicados especialmente à Família.
Para um enquadramento mais clarificador pode visitar a reflexão do Pe. António Lopes, Diretor Nacional das Obras Missionárias Pontifícias (OMP):
»» AQUI.
BREVES – Igreja, in VOZ DE LAMEGO, 12 de agosto de 2014, n.º 4275, ano 84/37
D. António Couto em Curso de Missiologia
A exemplo de outros anos, o Curso de Missiologia volta a realizar-se em Fátima, no Seminário da Consolata, de 25 a 30 deste mês. Os objectivos estão há muito definidos: apresentar as bases teológicas da missão Ad Gentes, repensar a missão à luz do Vaticano II e noutros documentos recentes, percorrer etapas da história da evangelização, apresentar exemplos concretos da prática missionária. Os temas são: A missão em S. Paulo e nos actos dos Apóstolos; A evangelização na “Alegria do Evangelho”; Evangelização e culturas; Desafios da inculturação; Espírito e atitudes para evangelizar. Entre os docentes está o nosso bispo, D. António Couto, que abordará precisamente o primeiro tema: “Missão em São Paulo e nos Atos dos Apóstolos“.
O Curso de Missiologia é uma iniciativa dos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG), em Portugal, com o apoio das Obras Missionárias Pontifícias (OMP). Lembremos também que o nosso Bispo é originários dos Missionários da Boa Nova.
Breves da Igreja, in VOZ DE LAMEGO, 12 de agosto de 2014, n.º 4275, ano 84/37
Homilia de D. António Couto nas Bodas de Prata Sacerdotais do Pe. José Augusto Marques
MULHER DA GRANDE FÉ!
1. Celebramos hoje, como sempre, o único Senhor da nossa vida, Jesus Cristo, que por nós morreu e está vivo e atuante no meio de nós. É neste intenso feixe de Luz, que nos atravessa, que vivemos e que ousamos também alumiar e celebrar os nossos dias dados. Se fossem apenas nossos, e não dados, não fazia qualquer sentido celebrá-los. É neste cruzamento de Luz e de sentido novo que nos atrevemos também a depor no Altar e a celebrar os 25 anos de vida sacerdotal do nosso irmão, P. José Augusto.
2. O Evangelho deste Domingo XX do Tempo Comum serve-nos uma página absolutamente desarmante, retirada de Mateus 15,21-28. Jesus abandona Genesaré, na costa ocidental do Mar da Galileia, e vai para a região de Tiro e de Sídon, atual Líbano, terra pagã.
3. Uma mulher e mãe «libanesa», carregada com o drama da sua filha doente, situação verdadeira ontem como hoje, e que hoje bem podemos estender à Palestina, à Síria e ao Iraque, vem implorar de Jesus, num grito que lhe sai do fundo das entranhas, que lhe «faça graça» (eléêsón me, kýrie) (Mateus 15,22), isto é, que olhe para ela com bondade e ternura como uma mãe que dirige o seu olhar embevecido para o bebé que embala nos braços.
4. O texto diz que Jesus nem lhe respondeu (Mateus 15,23a). A mulher não desiste, mas insiste, e continua a gritar, de tal modo que agora são os discípulos que pedem a Jesus que a despache, «porque ela vem a gritar atrás de nós» (Mateus 15,23b). Equívoco deles e nosso. A mulher e mãe «libanesa» não grita atrás de nós, para nós; grita atrás de Jesus, para Jesus! E leva a sua insistência mais longe, prostrando-se (verbo proskinéô) agora diante de Jesus (Mateus 15,25). O gesto significa orientar a sua vida toda para Jesus, pôr-se totalmente na dependência de Jesus. A reação de Jesus é de uma dureza extrema: afasta a pobre mulher e mãe duramente, dizendo-lhe: «Não está bem (kalón) que se tome o pão dos filhos, para o lançar aos cachorrinhos» (Mateus 15,26), catalogando assim aquela pobre mulher e mãe «libanesa» na classe dos cachorros [= pagãos] e não dos filhos [= judeus]. Só para estes é que ele veio. Ler mais…
Sugestão de Leitura: FAZEI O QUE ELE VOS DISSER, do Pe. João António
O Padre João António Pinheiro Teixeira, colaborador semanal deste jornal e actual Reitor do Santuário de Nossa senhora dos Remédios, acaba de publicar mais um livro. Trata-se de um conjunto de pontos e reflexões que se apresentam como um contributo para a identificação da natureza da Igreja numa perspectiva mariana. Recorde-se que, este ano, se assinalam os cinquenta anos da aprovação da Constituição Lumen Gentium, sobre a natureza e missão da Igreja, sendo o seu último capítulo (VIII) dedicado à figura de Maria. Por outro lado, e segundo o autor, esta é também uma forma de assinalar as bodas de pratas sacerdotais que está a viver.
Título: “Fazei o que Ele vos disser” – o que Maria diz à Igreja
Autor: João António Pinheiro Teixeira
Edição: Edições Paulinas
Tamanho: 150 x 210 mm, 167 páginas.
Preço: 9 euros
in VOZ DE LAMEGO, 12 de agosto de 2014, n.º 4275, ano 84/37