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Archive for Maio, 2016

Homilia de D. António Couto na Solenidade do Corpo de Deus

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UNIDOS E REUNIDOS AO REDOR DE JESUS

«Sacrifícios e oblações Tu não quiseste, mas formaste-me um corpo» (Hebreus 10,5)

  1. Hoje é o Dia da Eucaristia. Da reunião dos irmãos, santos, amados e chamados por Deus, à volta de Jesus, pão da vida (João 6). Vem de longe esta avenida florida de alegria, de trigo maduro e de vides ajoelhadas com uvas vermelhas, suculentas, deliciosas. «Sobre este monte (Sião), o Senhor dos Exércitos preparará para todos os povos um banquete de carnes gordas e vinhos finos», anuncia Isaías 25,6. Também a Sabedoria, que vem de Deus, se dá ao trabalho, e manda anunciar nos pontos altos da cidade: «Vinde, comei do meu pão, bebei do vinho que preparei» (Provérbios 9,5). Banquete que se entrevê já na chegada de Melquisedeque, rei e sacerdote de Shalem, futura Jerusalém, que traz a Abraão vinho e pão e paz e bênção.
  1. Assim abre a liturgia deste Dia com o belo texto do Livro do Génesis 14,18-20, que rasga uma avenida imensa que passa pelo Salmo 110, onde Deus consagra o rei messiânico como «sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque» (v. 4), que ecoa depois na Carta aos Hebreus, que canta Jesus Cristo como sendo esse «sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque» (5,6.10; 6,20; 7,11.15.17), e não segundo a ordem de Aarão e de Levi, em que os sacerdotes se iam sucedendo. Toma lugar também na oração Eucarística do Cânone Romano, em que a Igreja reza: «Olhai com benevolência e agrado para esta oferenda, e dignai-vos aceitá-la, como aceitastes os dons do justo Abel, vosso servo, o sacrifício de Abraão, nosso pai na fé, e a oblação pura e santa do sumo-sacerdote Melquisedeque». Mas esta avenida bela e florida passa também pelo Cenáculo, e transparece no belo hino intitulado Lauda Sion Salvatorem [= «Louva Sião o Salvador»], em que cantamos assim: «Eis aqui o pão dos anjos,/ feito pão dos peregrinos,/ que não deve profanar-se.// Em figuras proclamado,/ como Isaac hoje imolado,/ é Cordeiro e maná puro.// Ó Jesus, ó Bom Pastor,/ verdadeiro pão da vida,/ defendei-nos e salvai-nos.// Vós que tudo conheceis,/ consenti que à vossa mesa/ nos sentemos para sempre».

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Organização Mundial da Saúde convida: Dia sem tabaco

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Todos os anos, no dia 31 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convida os países a celebrar o Dia Mundial Sem Tabaco, destacando os riscos à saúde associados com o tabagismo e defendendo políticas públicas eficazes para reduzir o consumo. Este ano foi implementada uma medida de padronização das embalagens de tabaco (proibição de logótipos, cores, imagens de marca ou informações promocionais) tendo em vista a diminuição da atratividade do produto.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS) o fumo do tabaco contém mais de 4 000 compostos químicos entre os quais, 60 são potencialmente causadores de cancro. Além da acetona, o fumo do tabaco contém o monóxido de carbono (presente nos gases de exaustão dos automóveis), DDT (insecticida), metanol (combustível), tolueno (solvente industrial), naftaleno (presente nas “bolas de naftalina”), cádmio (constituinte das baterias dos automóveis), butano (combustível dos isqueiros).

O consumo de tabaco é uma das principais causas de doença e de mortalidade prematura em todo o mundo. De acordo com o relatório “Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015”, apresentado pela DGS uma em cada cinco mortes ocorridas em pessoas com idades entre os 45 e os 64 anos são atribuídas ao tabaco. O consumo do tabaco provoca uma diminuição no nível geral de saúde no ser humano e pode causar doenças tais como cancro em diversas partes do corpo e doenças respiratórias (pneumonia, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), tuberculose e asma). Estão também relacionadas com o uso de tabaco doenças como acidentes cerebrovasculares, cegueira, cataratas, malformações congénitas fetais, diabetes, problemas do funcionamento sexual masculino e feminino, infertilidade e diminuição da função imunitária.

Deixar de fumar trás benefícios imediatos e a médio/longo prazo. Poucas horas após o último cigarro os níveis de oxigénio no sangue aumentam e a capacidade pulmonar melhora, tornando a respiração mais fácil. Gradualmente, ocorre uma diminuição da tosse, melhoria do paladar e olfato, melhoria da saúde oral e aspeto da pele, bem como sensação de maior energia e bem-estar geral. A médio/longo prazo diminui o risco de ocorrência de cancro, doenças cardiovasculares e respiratórias incapacitantes e morte prematura. Tendo em conta o panorama económico atual, ao deixar de fumar irá poupar dinheiro diariamente.

Na mulher grávida ou que quer engravidar, parar de fumar anula os riscos associados ao consumo de tabaco e morte súbita do lactente.

Ao deixar de fumar, haverá ganhos não só para o fumador como para os demais, nomeadamente, ao nível da exposição de outras pessoas ao fumo do tabaco e na adoção do hábito de fumar por crianças e jovens que revêm nos adultos o modelo a seguir.

Deixe de fumar! Liberte-se!

Alunas da ESE Vila Real: Carla Silva, Marcília Carvalho
Enfermeiras da USF Douro Vita: Graça Loureiro, Margarida Feijão, Rosa Moutinho.

in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016

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JUBILEU DA MISERICÓRDIA | PERDOAR AS INJÚRIAS

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A quinta obra de misericórdia convida a perdoar as injúrias, a ultrapassar actos e palavras que ofenderam. No fundo, trata-se de concretizar a promessa feita de cada vez que o Pai Nosso é rezado: “perdoai-nos… assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

Tal como é pedido o pão para cada dia, também se assume o compromisso de perdoar diariamente. Ou seja, temos tanta necessidade de pão como de perdão: no casal, na família, no trabalho, no grupo, na comunidade… Porque, sem perdão, nenhum amor e nenhuma relação humana são possíveis. Quem nunca falhou? Quem nunca desejou uma nova oportunidade? Quem nunca sentiu a consciência pesada e os remorsos diante de algo menos bom? Quem nunca sentiu a alegria de ser perdoado?

A este propósito, será salutar recordar a parábola evangélica que nos fala de um devedor a quem muito é perdoado, mas que não é capaz de perdoar uma pequena dívida que alguém tem para consigo (Mt 18, 21-35). A compaixão do senhor que perdoa não é imitada por aquele a quem muito se perdoou.

Todos nós estamos retratados na figura deste grande devedor: alegramo-nos com o perdão divino e humano diante das nossas falhas, mas nem sempre protagonizamos igual prática quando somos nós os ofendidos. Nessa altura, somos constantemente invadidos por um desejo natural de vingança quando queremos justiça diante de factos que nos prejudicaram ou fizeram sofrer.

Jesus não cessa de nos ensinar a separar o pecado do pecador, a condenar aquele e a dar novas oportunidades a este, porque o homem é sempre maior que a sua falha. Como tantos outros ensinamentos recebidos, também este é mais fácil de compreender do que praticar.

O perdão não é sinónimo de fraqueza ou ausência de amor-próprio; pelo contrário, demonstra grandeza de alma e muita coragem. O mais fácil seria “pagar na mesma moeda”, relembrar constantemente o sucedido, mostrar-se continuamente ofendido e não sair de um registo de vitimização. Mais difícil será fazer um esforço por perdoar e avançar, mesmo que não se seja capaz de esquecer.

Por outro lado, a experiência mostra como o ódio e a vingança devoram quem deles não se liberta, por causa da inquietação provocada. Quantas pessoas encontramos marcadas por alguém a quem não querem perdoar e que, por causa desse “fardo”, continuam presas a uma situação pouco saudável? Ao contrário, o perdão acalma e traz serenidade, na medida em que liberta de sentimentos vingativos. Pode demorar tempo a chegar, mas nunca será tarde.

Um dia, o apóstolo Pedro quis saber quantas vezes deveria perdoar a um irmão que o ofendesse, adiantando que “sete vezes” lhe parecia suficiente. Jesus provoca-o e desafia-o a ir até “setenta vezes sete”, ou seja, sempre!

Se nos perguntarem quantas vezes queremos ser perdoados, responderemos “sempre”!

E os outros,  quantas vezes o merecem?

JD, in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016

MMF – Retiro de Doentes no Santuário dos Remédios

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Movimento da Mensagem de Fátima

No último sábado, dia 21 de Maio, o Movimento da Mensagem de Fátima realizou, no Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, um retiro de doentes. Estiveram presentes cerca de 120 doentes de várias paróquias da Diocese de Lamego.

O retiro decorreu, na casa de Oração do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, sobe a orientação do senhor Padre Francisco Pereira, Capelão do Santuário de Fátima e um dos responsáveis nacionais do MMF.

O Senhor Padre Vasco Pedrinho, Assistente Espiritual do Movimento, abriu o encontro com a oração do Papa Francisco para o ano Jubilar  da Misericórdia. E, foi na sequência deste tema que o orientador iniciou a sua intervenção falando da misericórdia de Deus na Bíblia.

Toda a Mensagem de Fátima é, também, mensagem de misericórdia. Nas aparições do Anjo e de Nossa Senhora há um apelo constante à oração e ao sacrifício pela conversão dos “pobres pecadores”.

A Irmã Lúcia escreveu no seu livro Como vejo a Mensagem: “os sacrifícios que devemos oferecer a Deus, e que Ele aceita e nos pede, são aqueles que todos temos de nos impôr a nós mesmos, para, com fidelidade, cumprir os mandamentos da Sua Lei – Os Mandamentos da Lei de Deus.” Os Pastorinhos ofereceram a sua vida para dar a conhecer ao mundo os pedidos de Nossa Senhora que, na sua condição de Mãe, é Mensageira dos desígnios divinos. Não importa se vivemos muitos anos, o que importa é a maneira como vivemos. Nesta vida do dia-a-dia: as renúncias e sacrifícios pelo bem das nossas famílias ou do nosso próximo, o esforço para melhorar as nossas tarefas, as dores, os remédios e os tratamentos que nos agoniam, tudo devemos oferecer pela conversão dos pecadores.

Neste mundo decadente, tocado pelos vícios, especulação económica, pela quase completa desumanização do Homem, a nossa oração é muito importante para a comunidade, para o mundo. Quando rezamos o terço meditamos a vida de Jesus que é o rosto da misericórdia. Quem sabe, a força da nossa oração e do nosso sacrifício, consegue mudar o mundo e fazer triunfar o amor!

Saibamos responder aos apelos de Nossa Senhora, com muito amor, confiados na sua promessa: “Por fim o meu Imaculado coração triunfará”.

Queremos aqui deixar um agradecimento sincero à Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios e às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras pela ajuda que nos deram na concretização desta actividade.

O Secretariado Diocesano, in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016

Seminário interdiocesano de São José – Dia da Faculdade de Teologia

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O Seminário Interdiocesano de São José, sediado Braga, que junta os seminaristas das Dioceses de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu, marcou presença nas comemorações do Dia Nacional da Faculdade de Teologia, um evento que juntou em Lisboa os alunos da Faculdade de Teologia que frequentam os centros regionais de Braga, Porto e Lisboa.

O dia começou mais cedo, do que o habitual, para a comunidade do Seminário Interdiocesano de São José que rumou a Lisboa para participar nas comemorações do Dia Nacional da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa.

Chegados à capital teve lugar, o primeiro momento do dia, com uma iniciativa chamada “Conversas Improváveis” e que contou com a presença de actual líder do CDS-PP, Assunção Cristas, do escritor e critico, Pedro Mexia e da Humorista e Actriz, Maria Rueff. Procurando responder à pergunta “Quem é este homem? Jesus como interrogação e provocação” os convidados levaram ao rubro o auditório Cardeal Medeiros no Campus universitário da UCP em Lisboa.

Do programa fez parte ainda um almoço convívio que juntou a comunidade académica e o Conselho Superior da Universidade Católica Portuguesa de onde se destacam a Reitora, Doutora Maria da Glória Garcia, e o Magno Chanceler da UCP, o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.

A tarde foi preenchida com vistas aos Museus do Mosteiro dos Jerónimos, da Presidência da República, do Palácio nacional da Ajuda entre outros que se encontram na zona de Belém.  Numa jornada que se quis de partilha, comunhão e reforço da unidade enquanto comunidade académica o momento mais expressivo deste espírito foi, sem dúvida, a Eucaristia presidida por D. Manuel Clemente e concelebrada por vários sacerdotes, entre os quais o Reitor do Seminário Interdiocesano, Padre Paulo Figueiró, que acompanhou os seminaristas neste dia de festa.

O dia terminou com um jantar onde teve lugar a cerimónia de passagem de testemunho onde foi entregue ao Centro regional de Braga a missão de, no próximo ano, organizar as comemorações do Dia Nacional da Faculdade de Teologia. Houve ainda tempo para cantar e dançar ao som do Grupo de Cantares de Braga que encerrou com chave de Ouro um dia em que o sentimento de unidade da Faculdade saiu reforçado.

Diogo Domingues de Jesus, in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016

Jovens de abraçados pela misericórdia do Pai | JDJ Tarouca 2016

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No passado dia 21 de maio, sábado, teve lugar no Santuário de Santa Helena da Cruz a XXXI Jornada Diocesana da Juventude. Neste ano em que se celebra o Jubileu da Misericórdia, adotamos o lema proposto pelo Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude, que se realizará nos finais de Julho na Polónia: “Bem- aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”.

Ao longo de vários meses, os jovens da nossa zona pastoral de Tarouca (arciprestado do Varosa) reunimo-nos em prol deste objetivo comum e, sempre muito motivados, partilhamos ideias e procuramos aperfeiçoá-las. É verdade que nem sempre remamos para a mesma direção, no entanto, uma vez dentro da mesma barca, encontramos o rumo a seguir.

O fim-de-semana dedicado à Misericórdia começou no dia 20 de maio, sexta-feira, com a realização de uma vigília na igreja de S. Pedro de Tarouca, a qual contou com a participação de vários grupos de jovens bem como com a envolvência da comunidade. A celebração culminou com o lançamento de 14 balões luminosos, representando cada um deles uma obra de misericórdia, que durante a noite de sexta-feira iluminaram o céu. Deste modo, os jovens foram convidados a refletir sobre essas ações tão simples mas que por vezes se torna difícil colocar em prática.

O dia de sábado começou bem cedo e com muita agitação. A Jornada desenvolveu-se segundo várias etapas: o acolhimento dos vários grupos de jovens participantes, a caminhada, a Eucaristia, a tarde lúdica (repleta de momentos de animação) e a oração de envio com passagem da cruz ao grupo que se encarregará de organizar a próxima Jornada – Grupos de Jovens da zona pastoral de Cinfães. Durante a caminhada os jovens foram confrontados com várias situações do quotidiano que frequentemente simbolizam o afastamento da casa do Pai, seguindo-se momentos dedicados à reflexão e à reconciliação com Deus que sempre nos acolhe e espera por nós para nos abraçar.

Foi uma experiência única poder organizar a Jornada Diocesana da Juventude neste ano tão especial dedicado à misericórdia, que ela seja uma constante na vida de todos nós e que à semelhança do Pai sejamos capazes de perdoar e acolher os que andam afastados do seu caminho.

Ana Carolina Santos, Jovem da Zona Pastoral de Tarouca

in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016

3.º Encontro de alunos de EMRC Lamego

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O Secretariado Diocesano do Ensino Religioso de Lamego realizou o III Encontro de alunos de EMRC em Lamego no dia 20 de maio. Estiveram presentes uma dezena de escolas, 800 alunos e professores. Foi um dia memorável para os alunos de EMRC que puderam estar presentes neste dia, neste local, neste evento. Festa, música, dança, insufláveis, caminhada, arruada com bombos, convívio, partilha, união, alegria… foram alguns dos ingredientes para o sucesso desta atividade.

O SDER Lamego organizou no passado dia 20 de maio o III Encontro para alunos de Educação Moral e Religiosa Católica. Estiveram presentes diversas escolas dos vários cantos da diocese de Lamego, desde Souselo – Cinfães até São João da Pesqueira, situada no Douro vinhateiro. Destacamos a presença de uma escola que pertence à diocese de Bragança, Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado de Torre de Moncorvo.

O SDER Lamego agradece a todas as escolas que estiveram presentes, aos professores de EMRC que organizaram nas suas escolas a participação neste evento, aos professores que se juntaram a nós e acompanharam os alunos das diversas escolas, aos bombeiros voluntarios de Lamego, à PSP de Lamego e ao município de Lamego que nos recebeu tão bem. OBRIGADO a todos os que contribuíram para o sucesso desta atividade. Também agradecemos a presença do nosso bispo, D. António Couto, que marcou presença neste encontro e nos incentivou a continuar a trilhar este caminho.

Os alunos conviveram com os alunos das escolas presentes, divertiram-se nos insufláveis, nos “matrecos Humanos”, nas aulas de hip-hop e de zumba, e  no concerto musical que contou com a presence do Pe. Marcos e das Escolas da Mêda e Foz Côa. Com o lema deste ano “Passos de Misericórdia”, os alunos percorreram algumas ruas de Lamego e partilharam o almoço porque o objetivo é partilhar e conviver.

Mário Rodrigues

Professor de EMRC,  in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016

XXXI Jornada Diocesana da Juventude: Animados pelo Espírito

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Centenas de jovens da nossa diocese aceitaram o convite e marcaram presença na XXXI Jornada Diocesana da Juventude, em Tarouca, no último sábado, dia 21 de maio, sob o tema “Sede misericordiosos como o Pai”. O nosso bispo, D. António Couto, desafiou-os a serem testemunhas da fé e anunciadores autênticos e credíveis de Jesus Cristo aos outros.

Subir e encontrar

O monte, nos relatos bíblicos, é sempre ponto de encontro entre o Deus atento que vela e o crente peregrino que quer avançar. Por isso, subir para O encontrar é sinónimo de busca de referências para o caminho, desejando descer com mais certezas e fortalecido pela esperança. E foi com esta vontade de louvar a Deus e crescer na fé que muitos jovens acorreram ao monte de Sta. Helena, em Tarouca.

À espera de quem fora convidado estavam outros jovens para os acolher e saudar. Membros de grupos de jovens desta zona pastoral ou integrando o Secretariado diocesano, haviam preparado cuidadosamente o dia, o percurso, os gestos, as palavras. E ali estavam eles, com vontade de imprimir em quem chegava a alegria do encontro e a disponibilidade para avançar, cumprindo etapas e chegando à meta.

A meta era o recinto onde encontramos a capela dedicada à mãe do imperador Constantino, Helena, que tanto se notabilizou na conversão do filho e na preservação dos Lugares Santos. Os grupos, devidamente orientados e acompanhados iam chegando a este espaço, onde diversos sacerdotes estavam ao seu dispor para a celebração da Reconciliação. E foram muitos os jovens que, com alegria e apoiados por um simples esquema para exame de consciência, aceitaram o convite e experimentaram a misericórdia divina, o dom que Deus não cessa de nos conceder e que se transforma em dever no nosso viver diário: misericordiosos como o Pai! Ler mais…

CRIAÇÃO E INDIFERENÇA | Editorial Voz de Lamego | 24 de maio

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O destaque de primeira página da edição da Voz de Lamego desta semana vai para a XXXI Jornada Diocesana da Juventude, realizada na Santa Helena, na Zona Pastoral de Tarouca, e para o 3.º Encontro de EMRC da Diocese de Lamego que se realizou na cidade de Lamego. No interior do Jornal Diocesano podem encontrar-se o desenvolvimento das notícias, ilustradas com imagens.

Muitas outras notícias da Diocese e da região merecem atenção, bem assim como os textos de reflexão.

O Pe. Joaquim Dionísio, nosso Diretor, no Editorial opta por refletir sobre a chamada de atenção do Papa Francisco para o cuidado da natureza, que começa no cuidado com o nosso semelhante. Sublinhe-se que muitas vezes os defensores dos animais esquecem o cuidado à família e aos vizinhos… além da equiparação dos animais de estimação aos filhos, nomeadamente no que diz respeito aos benefícios de IRS…

CRIAÇÃO E INDIFERENÇA

O relato da Criação oferecido pelo primeiro livro da bíblia  diz-nos que, a coroar toda a obra, Deus criou o homem e a mulher, dando-lhes o encargo de zelar por tudo. Daí que todas as criaturas sejam merecedoras de atenção e cuidados, a começar pelos seres humanos mais desprotegidos. E nem sempre assim acontece!

A este propósito, no passado dia 14, durante uma Audiência Geral e a propósito do conceito de “piedade”, o Papa questionou o exagerado desvelo de alguns diante dos seus animais de estimação face ao esquecimento a que votam os seus semelhantes: “quantas vezes vemos gente que cuida de gatos e de cachorros e depois deixa sem ajuda o vizinho ou vizinha que passa fome!”.

Na sua encíclica “Laudato si”, Francisco sublinha que o poder humano tem limites e que é contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas, classificando como errado ver nos outros seres vivos objectos que podem ser submetidos ao domínio arbitrário do ser humano.

Mas o olhar atento e o oportuno cuidado para os animais não podem substituir a proximidade com os irmãos. O que está mal não é o tratamento devido àqueles, mas a indiferença diante destes, já que a presença de algum animal de estimação não dispensa o relacionamento com o seu semelhante. O que está mal não é poder apresentar, em sede de IRS, as despesas com animais, mas a sua quase equiparação às despesas com filhos. No meio da contínua “febre legislativa”, o mal não é legislar para proteger os animais, mas o esquecer-se de promover e defender a vida humana…

A palavra do Papa convida a uma hierarquização de princípios e de valores que presidam a hábitos e opções onde a indiferença humana seja excluída.

in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016

JUBILEU DA MISERICÓRDIA | CONSOLAR OS TRISTES

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Alguém disse que “o amigo é aquele que pergunta como estamos e fica à espera da resposta!”. A saudação aproxima, mas só a escuta atenta e prolongada proporciona verdadeiro encontro e conforto. Não se trata apenas de “ter tempo”, mas também de “ter vontade”. Por isso, no meio de correrias, desencontros, preocupações e ocupações, escutar/esperar o outro é, cada vez mais, um bem apreciado.

Esta obra de misericórdia convida a disponibilizar tempo e vontade para acompanhar quem experimenta a fragilidade. Mas, como bem se depreende, não se incluem aqui as lágrimas provocadas pela beleza, pelo arrependimento ou reconciliação, pela emoção diante de uma boa notícia ou pelo alcançar de uma meta… esse tipo de lágrimas tornam-nos mais humanos.

“Felizes os que choram, porque serão consolados” (Mt 5, 4). As lágrimas de dor são provocadas pelas privações de que se é vítima (alimentos, trabalho, casa…), pela falta de saúde ou de meios para o tratamento, pelas guerras e conflitos que obrigam a fugir ou a viver escondido, pelas perseguições, pelo terrorismo, pela morte, orfandade ou solidão… Numa palavra, a tristeza não é apenas causada pelas injustiças, mas também pela sensibilidade e fragilidade humanas.

O acto de “consolar os tristes”, possível graças à proximidade, não é um acto estéril ou sem consequências, já que não se resume a umas “palmadinhas nas costas”, ao desculpar injustamente ou ao evitar das verdadeiras questões…

Neste contexto, consolar é, antes de mais, proporcionar conforto em todas as necessidades, ajudar a dar sentido ao sofrimento, contribuir para o passo seguinte, alertar para a realidade que importa descobrir e viver. Jesus não disse que os aflitos seriam recompensados, mas consolados. O consolo resulta do facto de se imprimir um sentido à aflição. E isso implica combater as causas da tristeza e do sofrimento para ajudar a sair do “vale de lágrimas” e contrariar a passividade, contribuindo para o arranjar de forças e de condições para avançar…

O nosso tempo, marcado pelo progresso e por tantas conquistas, não se livra de ser também um tempo propício ao lamento e ao desencanto. O mesmo se passa dentro da Igreja. Apesar da Boa Nova proclamada e celebrada fundamentar a nossa alegria, é verdade que o sorriso não está muito visível nas igrejas e nas celebrações. O mundo precisa de uma Igreja marcada pela alegria e de baptizados que dela sejam portadores e testemunhas, apesar das fraquezas e misérias humanas.

Ao longo da vida experimentamos a importância da partilha: uma dor dividida torna-se mais leve e a escuta atenta e a palavra amiga contribuem para o alívio desejado. Quantas etapas se conseguiram graças ao apoio oportuno? Quantas vidas se transformaram por causa de alguém que parou e esperou?

A verdade é que, por nosso intermédio e com tão pouco, Deus continua a realizar coisas grandes e belas, a transformar e a encher a vida de tantos!

JD, in Voz de Lamego, ano 86/24, n.º 4363, 17 de maio de 2016