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Recoleção dos Seminaristas em Lamego
Nos passados dias 24, 25 e 26 de novembro, os seminaristas das dioceses de Lamego, Bragança-Miranda, Guarda e Viseu, juntaram-se, como tem vindo a ser costume nesta altura do ano, para fazer uns dias de recoleção. O local escolhido foi o Seminário Maior de Lamego que, na pessoa do seu reitor e equipa formadora, de imediato abriu as suas portas de par em par para acolher estes jovens que caminham num horizonte de esperança rumo ao sacerdócio.
Como bem sabemos, um dos maiores problemas dos nossos dias, nomeadamente entre os sacerdotes e os seminaristas, é a tendência cada vez mais natural que vamos tendo para viver de forma frenética e agitada, cheios de solicitações a toda a hora. Tudo parece urgente. Mas será que tudo é essencial? Será que corremos o risco de andar tão ocupados que, no fim de contas, nem chegamos a viver?
Ora, foi partindo precisamente destas interrogações que este grupo de jovens, sob a orientação do Cónego Jorge Seixas, da diocese de Viseu, percorreu um itinerário de reflexão e oração deveras desafiante. E o frio que se fez sentir ao longo destes dias, foi dando lugar ao caloroso abraço daquele que dá sentido ao âmago de toda a existência: Jesus Cristo. Ler mais…
ENDIREITAR CAMINHOS | Editorial Voz de Lamego | 28 de novembro
ENDIREITAR CAMINHOS
No próximo domingo iniciamos um novo ano litúrgico com o tempo do Advento que, como sempre, convida a esperar, de maneira atenta e activa, o Senhor. Uma espera que continua depois do Natal e se assume ao longo da vida, traduzindo-se num esforço de bem preparar o encontro definitivo.
Nesse sentido, uma das expressões que se ouve nestes dias, “endireitar os caminhos do Senhor”, vale para sempre e apela à participação consciente e responsável de cada um, revelando-se fundamental para acolher e testemunhar um Deus que não se impõe nem dispensa o contributo e o protagonismo humanos na edificação do Reino.
Estamos, assim, longe do sentido dado por muitos quando afirmam “é preciso alguém para endireitar isto ou aquilo”, como sinónimo de imposição de normas ou de uma visão justiceira (para os outros), esquecendo a compaixão e a misericórdia.
Endireitar caminhos será, porventura e antes de mais, olhar para si e, confiando na graça de Deus e nos dons recebidos, avançar:
evitar os sempre atractivos e ilusoriamente cómodos atalhos que, a pretexto da facilidade, podem levar por vias contrárias ao Evangelho;
deixar de preocupar-se tanto com as cinzas e ocupar-se mais com as brasas que ainda ardem;
viver com serena alegria a paixão por Jesus Cristo e a pertença eclesial, testemunhando a fé e tornando-se credível;
fazer da proximidade uma meta, encurtando distâncias e vencendo indiferenças;
ser sal e luz que se espalham, não para ofuscar, ferir, ocupar o centro, chamar a atenção ou perpetuar o ego, mas para valorizar os outros, ao jeito de João Baptista e de tantos que se doaram e voluntariamente se apagaram sem medo de desaparecer…
Endireitar caminhos seguindo o convite do Senhor, o mesmo que nosso plano pastoral repete: “Vai e faz também tu do mesmo modo”.
JD, in Voz de Lamego, ano 87/52, n.º 4438, 28 de novembro de 2017
UM REPARO – ÁGUA
A falta de água começa a afectar fortemente a vida de muitos na nossa região, tal como relatado e ilustrado pela comunicação social. Desde há semanas (meses) que algumas populações dependem da água transportada pelos camiões-cisterna.
Há regiões no mundo com menos água do que nós, o que as levou a organizarem-se e a desenvolverem meios a preservarem e bem utilizarem. Comparativamente, no nosso país ainda há muita água, mas a diminuição da chuva e das reservas aquíferas começam a ter consequências e exigem medidas. Sem capacidade para armazenar no inverno, como assegurar água para o verão? Sem o cuidado e a atenção de todos os consumidores, como garantir uma boa utilização da água?
As recentes obras da albufeira de Alqueva mostram como o armazenamento e distribuição da água permite fixar populações e desenvolver o cultivo das terras. Quem quererá viver ou trabalhar numa terra que não tem abastecimento de água para consumo e para a agricultura? O investimento pode ser grande e moroso, mas os resultados compensarão. O problema estará, sobretudo, nas opções dos responsáveis políticos. Habituados a ciclos de curta duração (mandatos), preferem investir em algo mais rápido que permita uma reeleição, em vez de olharem para as gerações futuras. Por outro lado, ainda há freguesias (também no nosso concelho) que continuam, sem água ao domicílio, talvez porque o número de eleitores não tem grande influência!
A formação também é importante, já que os actos e opções de cada um têm influência na vida de todos. No fundo, trata-se de educar para a preservação da “casa comum”, tal como repetidamente lembrado pelo Papa Francisco.
A água é um bem essencial que tenderá a escassear, a ficar cada vez mais caro e que merece ser preservado. Não basta pedir chuva.
JD, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017
Arciprestado de Lamego prepara Jornada Diocesana da Juventude 2018
Olhando para as respostas dadas pelos jovens da nossa Diocese ao inquérito realizado recentemente, constatamos que a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) se apresenta como o momento “mais importante do ano” e “o culminar de uma caminhada pastoral realizada ao longo de vários meses”.
Sabemos que ainda falta algum tempo para a JDJ 2018 mas, porque o tempo passa a correr, impõe-se uma preparação atempada. Conscientes deste desafio, os jovens do Arciprestado de Lamego já realizaram duas reuniões: no dia 22 de Outubro em Almacave e 18 de Novembro em Lalim. Num clima de união, tendo por base a passagem do Evangelho de São Lucas 1, 30 (“Não temas, Maria, porque encontraste graça junto de Deus”) os olhares estão voltados para os dias 18 e 19 de Maio e para o local escolhido para a realização desta XXXIII Jornada Diocesana da Juventude: a Barragem de Pretarouca.
No passado sábado, dia 18, também se deu inicio à Peregrinação da Cruz das JDJ pelas várias paróquias do Arciprestado. Os Jovens da Sé e de Almacave reuniram-se junto à Capela do Espírito Santo e partiram rumo à Igreja de Almacave levando a Cruz pelas ruas da cidade de Lamego enquanto entoavam alguns cânticos. No próximo Domingo, dia 26, a Cruz será entregue aos jovens de Ferreiros de Avões. Esta peregrinação será uma oportunidade para a criação de laços entre os jovens das várias paróquias, realização de momentos de oração comunitários, etc.
Equipa DDPJ Lamego, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017
Encontro de Pré Seminário
Olá a todos sou o Pedro Fonseca, tenho 17 anos e sou da paróquia de Salzedas, mas vivo em Meixedo!
Este fim-de-semana (de 17 a 19 nov.) para mim foi muito especial não só para a minha fé, mas também para o meu ser, enquanto pessoa! Há algum tempo que sinto que Deus me chama… E então, desde aí comecei a rezar mais e ao começar a rezar, senti que Deus me cativava ainda mais e mais; e até agora tenho dado cada vez mais atenção ao que Ele me pede e percebi que queria algo para mim, para O servir ainda melhor!
Falei neste assunto ao meu Pároco e ele informou-me que havia sempre estes encontros de pré-seminário e pedi-lhe para me avisar para eu poder ir. Pronto, e assim fui informado e quis participar.
Cheguei ao Seminário na sexta-feira, à tardinha, por volta das 17 horas e fui logo recebido pelo Sr. Reitor e pelos seminaristas! Logo me apercebi que não iria ter qualquer dificuldade em integrar-me, porque assim que vi o primeiro seminarista fui muito bem recebido! Éramos seis rapazes a participar neste encontro.
Aí vivi o fim-de-semana e descobri que Deus faz tudo ao pormenor, tudo para o nosso bem: celebrações, orações, reflexões, desporto, passeios e muito convívio. Em relação à minha vivência e experiência neste fim de semana só tenho uma palavra a dizer: fabuloso! Um fim-de-semana em permanente contacto com Deus na casa d’Ele, na Sua sementeira!
Um fim-de-semana em que me senti bem acolhido, em comunhão com os outros que certamente também fizeram a mesma experiência que eu e senti um ambiente familiar; e sim aqui no Seminário somos todos irmãos! Gostei muito do espírito de equipa, uma família! Aconselho outros jovens que se sintam chamados por Deus, que no próximo encontro de pré-seminário apareçam porque de certeza que irão gostar.
Pedro Fonseca,
Pré-seminarista, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017
ORDENAÇÃO – DIÁCONO | Editorial Voz de Lamego | 21 de novembro
ORDENAÇÃO – DIÁCONO
No próximo domingo, 26 de novembro, encerramos o ano litúrgico em curso, com a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.
Na nossa diocese, a data é também marcada pelo assinalar de mais um aniversário da dedicação da igreja catedral (21 de novembro).
Mas este dia festivo será ainda enriquecido com a ordenação diaconal de um jovem que terminou há poucos meses a sua caminhada no Seminário e vive agora o seu estágio pastoral, o Vitor Manuel Teixeira Carreira. Natural de Queimadela, Armamar, deixou-nos um texto antes de partir para Avessadas, Marco de Canavezes, onde, por estes dias, está em retiro espiritual, acompanhado pelos padres Carmelitas.
Com alegria, esperamos testemunhar a sua ordenação presbiteral no primeiro domingo de julho de 2018. Até lá, caminharemos com ele e por ele rezaremos ao Senhor da Messe, para que o proteja e abençoe na vivência do seu sacerdócio e no cumprimento da sua vida.
A ordenação é sempre um momento de festa para a Igreja e o acontecimento deve ser anunciado e vivido com alegria por toda a comunidade que testemunha a entrega generosa de uma vida à causa do Evangelho e da humanidade. Porque toda a ordenação visa sempre testemunhar Jesus Cristo para a salvação de todos.
Mais do que lamentar a diminuição do número de ordinandos, importa enaltecer a prontidão de quem responde ao chamamento e a disponibilidade generosa para ser enviado a servir no mundo. Não sabemos como será o futuro nem se teremos muitas ou poucas ordenações; sabemos que não estamos sós e confiamos na providência divina para os dias que virão e para iluminar a Igreja no encontrar de soluções.
Por agora, felicitamos o Vitor pela sua decisão e juntamo-nos a todos quantos se alegram com a sua ordenação.
Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017
UM REPARO: talvez
A conhecida e muito divulgada cimeira tecnológica voltou a Lisboa, arrastando multidões, enchendo bares e hotéis e divulgando a cidade anfitriã. Em ambiente festivo e descontraído, ali se juntam especialistas, individualmente ou em grupo, que querem mostrar e vender produtos, bem como os empreendedores em busca de bons investimentos. Eis um evento mundial que arrasta muita gente e com repercussões na vida de milhões.
Não restam dúvidas sobre a sua oportunidade, nem se negam os benefícios que as novas realidades tecnológicas conferem à vida da humanidade que deles pode usufruir. Contudo, tal desenvolvimento, trazendo conforto e proveito, também apresenta riscos, nomeadamente para o mundo laboral.
O aparecimento de novas soluções tecnológicas vai tomando conta de muitos postos de trabalho e assim vai continuar. Há lugares extintos e profissões que, embora muito conceituadas nestes dias e segundo os estudiosos, correm sérios riscos de virem a desaparecer nos próximos anos, já que as máquinas poderão substituir os humanos nessas tarefas.
Talvez o futuro traga, também, novas profissões que permitam criar novos postos de trabalho.
Talvez reste ao homem mais tempo para contemplar e usufruir, em vez de transformar e produzir.
Talvez avance definitivamente a ideia de um rendimento de subsistência garantido que liberte do trabalho e garanta meios para consumir o que as máquinas produzem.
Talvez venhamos a contemplar um ser humano mais desocupado, o que pode não ser sinónimo de mais realizado.
Talvez se testemunhe mais solidão e mais depressões provocadas pela perda de sentido e pela ausência de razões para continuar.
Talvez se acentuem as desigualdades entre uns poucos que dominam e a maioria que luta para sobreviver.
Talvez as novidades tecnológicas permitam sonhar com um progresso contínuo, sem que tal signifique sempre um real avanço para a realização humana…
JD, in Voz de Lamego, ano 87/50, n.º 4436, 14 de novembro de 2017
Eucaristia pelos benfeitores do Centro Diocesano de Promoção Social
“Em Vida, Irmão, em Vida”
Honrando o nosso princípio católico, o Centro Diocesano de Promoção Social, no passado dia 6 de novembro, juntou todas as suas respostas sociais, na tradicional Eucaristia pelos Benfeitores da Instituição.
Ao longo destas cinco décadas de existência, foram muitos os que por nós passaram, uns passageiramente, outros, à instituição, dedicaram toda a sua vida. Alguns ainda estão entre nós, outros já partiram. Não sendo possível nomear cada um deles, celebrámos a memória dos muitos colaboradores, professores, alunos e dirigentes, que fizeram do CDPS o que é hoje, uma instituição de referência, alargada a vários setores da comunidade, desde as crianças, passando pelos jovens até aos idosos. De modo mais particular, lembrámos neste momento de partilha, o nosso fundador, Monsenhor Ilídio Fernandes, o empreendedor, aquele que plantou a semente e transformou a ideia em realidade. A essência do CDPS é a ele que a devemos, ao homem, que no seu tempo, sonhou para lá dos horizontes estipulados. Outra memória presente foi a de D. António Francisco dos Santos, também ele presidiu aos destinos da nossa instituição. Foi o unificador. Os valores de solidariedade, bondade e partilha, base da nossa fundação, foram amplamente difundidos por si, em todas as suas ações. Ler mais…
Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Pobre 2017
(XXXIII Domingo do Tempo Comum – 19 de novembro de 2017)
- «Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade» (1 Jo 3, 18). Estas palavras do apóstolo João exprimem um imperativo de que nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo «discípulo amado» até aos nossos dias, aparece ainda mais acentuada ao contrapor as palavras vazias, que frequentemente se encontram na nossa boca, às obras concretas, as únicas capazes de medir verdadeiramente o que valemos. O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus, e João recorda-a com clareza. Assenta sobre duas colunas mestras: o primeiro a amar foi Deus (cf. 1 Jo 4, 10.19); e amou dando-Se totalmente, incluindo a própria vida (cf. 1 Jo 3, 16).
Um amor assim não pode ficar sem resposta. Apesar de ser dado de maneira unilateral, isto é, sem pedir nada em troca, ele abrasa de tal forma o coração, que toda e qualquer pessoa se sente levada a retribuí-lo não obstante as suas limitações e pecados. Isto é possível, se a graça de Deus, a sua caridade misericordiosa, for acolhida no nosso coração a pontos de mover a nossa vontade e os nossos afetos para o amor ao próprio Deus e ao próximo. Deste modo a misericórdia, que brota por assim dizer do coração da Trindade, pode chegar a pôr em movimento a nossa vida e gerar compaixão e obras de misericórdia em prol dos irmãos e irmãs que se encontram em necessidade. Ler mais…
Parada do Bispo celebrou Santa Eufémia
«Eu também acredito em Cristo, eu sou baptizada», disse ela
Eufémia quer dizer que falou bem; e de Santa Eufémia se diz que perante a possibilidade de não ser martirizada, gritou diante dos verdugos: «eu também acredito em Cristo, eu sou baptizada». E acabou por ser mártir, no sentido que esta palavra tem, perante a morte violenta pela fé, não rejeitando a palavra para outros actos iguais nos efeitos, mas diferentes nos motivos.
Santa Eufémia é venerada em Parada do Bispo, freguesia do concelho de Lamego, mas por quem há muita veneração em várias outras paróquias de Portugal, e foi lembrada no dia 1 de novembro corrente na paróquia acima enunciada.
Desde muito cedo começaram a chegar os romeiros, ao que se ouve por ali, com diversos motivos para uma presença que vai desde a «marrã», carne de porco assada no momento e na brasa ao ar livre, aos biscoitos e outros artigos que fazem de uma festa uma feira de utilidades ou simples bugigangas. A pé vão muitos de Lamego e outras terras mais vizinhas; outros vêm de Resende, e do outro lado do rio Douro, de mais longe ou de mais perto se procura o caminho que leva à Capela do lugar, onde há a possibilidade de participar da Eucaristia, receber os sacramentos da Reconciliação e Comunhão, cumprir a promessa feita, mostrar em figuras de cera a dificuldade que foi vencida graças a Santa Eufémia; e ninguém ouse duvidar de uma coisa e/ou da outra. Ler mais…