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ASEL em Peregrinação a Fátima por ocasião do Centenário das Aparições
1 – A Peregrinação
Conforme proposta da Direção, a ASEL (Associação dos Antigos Alunos dos Seminários de Lamego), nos dias 16 e 17 de setembro deslocou-se a Fátima em Peregrinação de agradecimento e memória evocativa do centenário das Aparições .
O trabalho de preparação e contactos com o Santuário coube ao Presidente da Assembleia Geral, António Cândido, conseguindo alojamento e refeições, (para quem o quis), na Casa da Senhora do Carmo com cedência de uma sala para reunião e capela para oração.
Integramos os atos litúrgicos das peregrinações presentes. A Bandeira da ASEL, transportada pelo Presidente, Luís de Matos, fez parte do desfile de centenas de estandartes na procissão de Velas no dia 16 e procissão eucarística do dia 17. Ler mais…
Cón. Doutor Joaquim Assunção Ferreira homenageado
A Associação Portuguesa de Canonistas concedeu o título de Sócio honorário ao Cón. Doutor Joaquim Assunção Ferreira, Vigário Judicial da Diocese de Lamego. Durante o Encontro anual promovido pela APC, entre os dias 6 e 9 de Setembro de 2017, em Fátima, realizou-se a Assembleia Geral de Sócios da Associação a qual, por unanimidade, decidiu homenagear, desse modo, aquele que, durante muitos anos, ocupou cargos de responsabilidade na Associação, chegando a ser o Presidente da Direção. Este gesto visa reconhecer a generosa dedicação com a qual o Sr. Cón. Joaquim Assunção assumiu as funções que lhe foram confiadas ao longo dos anos no âmbito da missão própria da Associação Portuguesa de Canonistas.
Neste Encontro da Associação participaram cerca de 60 pessoas, entre juristas civis e canónicos, e tinha, como principal objectivo, aprofundar vários temas de Direito canónico, quer numa perspectiva teórica, quer numa vertente mais prática. Entre os principais conferencistas, destaca-se o Sr. D. Manuel Linda, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, que abordou o tema “Fundamentos bíblico-teológicos da justiça”, o qual, entre outras coisas, afirmou que “os cristãos edificam a justiça na medida em que se comprometem com a verdade libertadora da fé transmitida e vivida na Igreja.” Também o Juiz Conselheiro, Dr. José Joaquim Almeida Lopes dedicou duas sessões a analisar alguns elementos constitutivos do processo de declaração de nulidade matrimonial: a introdução do pedido de nulidade, por meio do libelo; a elaboração dos questionários; a redação da sentença e a sua possível apelação. Ambas as sessões, pela exposição clara do conferencista e pela sua dimensão prática acabaram por ser muito úteis a todos os participantes.
Para além da Assembleia Geral da APC, o Encontro prosseguiu com a análise de casos práticos, que permitiram uma partilha de experiências e de diferentes abordagens a alguns dos motivos de nulidade que, com frequência, são analisados nos Tribunais Eclesiásticos.
Pe. José Alfredo Patrício, in Voz de Lamego, ano 87/44, n.º 4429, 26 de setembro 2017
ABERTURA E PERTENÇA | editorial Voz de Lamego | 26 de setembro
ABERTURA E PERTENÇA
No próximo sábado, o último de setembro, a diocese de Lamego viverá a abertura do novo ano pastoral. Como nos últimos anos, haverá oportunidade para escutar o nosso bispo sobre a temática escolhida, teremos acesso à planificação anual e testemunharemos a apresentação de sugestões e convites para a vivência do tema.
O destaque deste ano anda à volta do testemunho crente que se expressa na vivência da caridade, inspirado na resposta de Jesus aquando da narração da parábola do “bom samaritano”: “Vai e faz tu também o mesmo”.
Um convite que desinstala e convida a sair de si para encontrar os outros, mas que também deixa orientações sobre a forma como ser concretizado. Não basta ir; não chega fazer. Porque podemos ir sem compromisso e passar ao largo de quem está; podemos fazer muito, sem dar lugar ao essencial.
Eis o desafio colocado a todos e, em particular, aos que maior responsabilidade assumem na animação pastoral das comunidades. Importa identificar o caminho por onde ir e elencar propostas que ajudem a concretizar a fé.
Certamente que a Carta Pastoral de D. António Couto nos elucidará sobre a passagem bíblica e deixará linhas para a sua vivência em comunidade.
Por outro lado, a planificação a distribuir não abarcará toda a realidade nem esgotará o leque de sugestões. Mas pode ser um instrumento para ajudar a assumir e a viver a comunhão eclesial. Podemos ter ritmos diferentes, sensibilidades e prioridades distintas, mas urge não perder a referência ao todo de que cada um e cada comunidade são parte integrante e necessária.
A abertura do ano pastoral e o convite para caminhar juntos contribuem, à sua maneira, para o assumir de uma pertença e de um caminho que distinguem e motivam a avançar.
in Voz de Lamego, ano 87/44, n.º 4429, 26 de setembro 2017
Um reparo: as eleições
O período de campanha eleitoral para as eleições autárquicas iniciou-se, oficialmente, ontem, o que nos recorda que estamos a poucos dias de eleger os responsáveis autárquicos dos próximos quatro anos.
Apesar dos debates televisivos não contemplarem meios pequenos como os nossos, os eleitores têm facilidade em conhecer os candidatos, as suas ideias e propostas. Desde há várias semanas que, nas ruas, em locais de passagem, nas caixas de correio, em encontros alargados ou convívios partidários os candidatos se mostram e procuram cativar a atenção dos eleitores.
A diversidade de candidaturas é um sinal da democracia em que vivemos e a serenidade com que todo o processo é encarado mostra maturidade e cultura democráticas. No entanto, em ambientes pequenos como são as nossas aldeias, nem sempre os tempos que se seguem à disputa eleitoral trazem normalidade: a pertença a listas diferentes pode originar e alimentar divisões, com consequências na vida familiar e, até, paroquial!
Lamego tem quatro candidatos, apoiados pelas respectivas listas, a concorrer à presidência da autarquia. Vamos ver como se dividem os votos e como se repartem os mandatos.
No dia um de outubro, à noite, alguns estarão a festejar, outros procurarão perceber o que falhou; uns serão felicitados, outros confortados; uns terão o sorriso próprio dos vencedores, outros o semblante dos vencidos; uns começarão a estabelecer contactos e a agendar iniciativas, outros retomarão as suas ocupações habituais…
Em democracia, os eleitores escolhem livremente e se a glória coroa os vencedores, também a honra é devida aos menos votados. Porque se apresentaram, defenderam um projecto e se disponibilizaram para servir a “coisa pública”.
No imediato, os candidatos aspiram à vitória, mas importa saber que só o serviço que vierem a prestar os tornará verdadeiros vencedores.
JD, in Voz de Lamego, ano 87/43, n.º 4428, 19 de setembro 2017
Aniversário da Ordenação Episcopal de D. António Couto

D. António José da Rocha Couto
Data Nascimento: 18 de abril de 1952.
Naturalidade: Vila Boa do Bispo, Marco de Canaveses, Porto
Ordenação Sacerdotal: 3 de dezembro de 1980, em Cucujães.
Nomeação episcopal: 6 de julho de 2007, para Bispo Auxiliar de Braga.
Ordenação Episcopal: 23 de setembro de 2007, no Seminário das Missões, Cucujães, Oliveira de Azeméis.
Nomeação para Bispo de Lamego: 19 de novembro de 2011.
Tomada de Posse: 29 de janeiro de 2012.
Blogue de D. António Couto: www.mesadepalavras.wordpress.com
Para outros dados sobre D. António Couto,
visitar página oficial da Diocese de Lamego: www.diocese-lamego.pt – AQUI.
As Paróquias de Arícera e Goujoim prestam homenagem ao seu Pároco
As paróquias de S. Cristóvão de Arícera e de Santa Eulália de Goujoim, do arciprestado de Armamar e Tarouca, uniram-se no domingo, 10 de Setembro, na celebração das bodas de ouro de vida sacerdotal e paroquial do Rev. P. Artur Mergulhão. Associaram-se à homenagem os presidentes, vereadores e membros da Câmara Municipal de Armamar e da Junta da União das Freguesias de Arícera e Goujoim.
Às 12.00h, na igreja paroquial de Arícera, reuniram-se os fiéis das duas comunidades, para a celebração da Eucaristia. Este foi o momento alto de ação de graças a Deus e de gratidão dos paroquianos pela vida do sacerdote e pároco que os vem servindo ao longo de cinquenta anos. Um período de tempo da vida do P. Artur marcado pela presença física, assistência espiritual e proximidade familiar, com um dinamismo pastoral e social, imprimido desde o início da sua missão. A homenagem continuou num almoço de alegre convívio, servido num restaurante da região, com todos os que quiseram associar-se a esta manifestação de apreço.
Na Missa e no almoço, em plena comunhão entre os fiéis das duas comunidades e destes com o seu pároco, houve intervenções que, pela palavra e pelas ofertas, expressaram o reconhecimento agradecido, recordando momentos vividos desde os primeiros tempos de vida paroquial e lembrando os traços humanos e sacerdotais que caracterizam o P. Artur Mergulhão. Ler mais…
Estabelecimento prisional de Lamego – Nossa Senhora das Dores
Dia 15 de Setembro, em que os cristãos celebram a memória de Nossa Senhora das Dores, no Estabelecimento Prisional de Lamego, foi um dia especial. Este ano, além das missas dominicais, também lá celebrámos a memória de Nossa Senhora das Dores e o aniversário natalício do Rev. Pe. Abrunhosa, assistente espiritual deste Estabelecimento.
Ao aproximar-se o dia 15, os reclusos manifestaram desejo de saudar o Pe. Abrunhosa nesse dia, o que lhes foi facilitado. O Senhor Pe. Abrunhosa e o Senhor Pe. Waldemar, Beneditino, Capelão do referido Estabelecimento, concelebraram a Eucaristia, onde participaram cerca de 90% dos reclusos, a Senhora Diretora, Dr.ª Maria José Ferreira, o Chefe, José Coelho e alguns Guardas. O Senhor Pe. Abrunhosa iniciou a homilia com aquela frase do Papa Francisco, em Fátima, dia 13, “Temos Mãe! Temos Mãe!”. Disse que Maria, nossa Mãe, no Calvário assumiu a cruz de seu Filho Jesus, sofreu com Ele o preço da nossa redenção. Hoje a Virgem Maria, carrega connosco a cruz de cada um dos seus filhos, abraça-nos e leva-nos nos seus braços. Nos braços de Maria não há perigo de cairmos, se nos deixarmos conduzir por Ela. Terminou, pedindo para que não nos esquecêssemos de todos os dias falar com Maria, nossa Mãe, dizendo ao menos “Avé Maria”, na certeza que ela nos leva a Jesus.
No fim da Eucaristia, um recluso, em nome de todos, recitou uns versos ao senhor Pe. Abrunhosa, que manifestaram a amizade e gratidão de todos pela sua presença amiga, sempre disponível, quer nas horas boas, quer nas más. Foi realmente uma ocasião para ajudar também estes nossos irmãos, a aliviarem o peso da sua cruz.
Irmã Maria Fernanda R. Antunes
Serva de Nossa Senhora de Fátima
in Voz de Lamego, ano 87/43, n.º 4428, 19 de setembro 2017
Cáritas de Lamego: Um Adeus ao Amigo D. António Francisco
Passaram-se uns escassos dias desde que o Senhor D. António Francisco nos deixou. Parece ainda um sonho, a verdade é nua e crua, Deus achou por bem levá-lo para junto de Si, mas para nós foi um choque, foi como se de um membro da nossa família se tratasse.
Um Homem e um Amigo especial para muitos que com ele privaram, e não foram poucos, sim, o Sr. D. António tinha – os em muitos locais, desde a terra que o viu nascer até aos lugares mais diversos. Era uma pessoa afável, simples, serena e disponível para escutar, para dialogar, para aconselhar, em suma, uma pessoa cheia de conhecimento, de afazeres inerentes aos cargos desempenhados, mas sempre com um sorriso expresso no rosto, olhar atento e preocupado com os mais frágeis, com os pobres e famílias mais vulneráveis.
Não foi por acaso que há bem pouco tempo tenha sido designado pela Conferência Episcopal, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana. Na sua última entrevista concedida à Agência Ecclesia, face ao novo desafio que acabava de abraçar, referiu: “ …Iniciei o meu trabalho há um mês… Estamos a dar passos e temos preocupações, mas temos também sonhos e propósitos. Temos também um desejo muito grande de trabalhar e estar presente neste espaço tão necessário como é a ação socio-caritativa da Igreja. Temos de ter capacidade de lermos a realidade e escutarmos o mundo. Temos de estar disponíveis para dar resposta às novas formas de pobreza e aos novos desafios da sociedade moderna.”
É nesta senda que, inspirados na postura do Sr. D. António Francisco face aos desafios dos dias de hoje, num mundo tão desprovido de valores, a Cáritas Diocesana de Lamego procurará exercer a sua missão junto dos que mais precisam.
Obrigado Sr. D. António e que Deus o tenha na Sua Infinita Glória.
Isabel Duarte Mirandela da Costa
Cáritas Diocesana de Lamego
in Voz de Lamego, ano 87/43, n.º 4428, 19 de setembro 2017
Almacave: ação de graças pela vida de D. António Francisco
COMUNIDADE PAROQUIAL DE SANTA MARIA MAIOR DE ALMACAVE
AÇÃO DE GRAÇAS PELA VIDA DE D. ANTONIO FRANCISCO
(Eucaristia de 7.º dia)
A Comunidade Paroquial de Almacave, reuniu-se para louvar e dar graças a Deus pela vida de D. António Francisco dos Santos que, nesta Paróquia viveu em Equipa Sacerdotal durante largos anos, com Monsenhor Simão Botelho e Monsenhor José Guedes.
Muitas vezes ele nos dizia que tinha pena de não ter mais tempo para a ação pastoral na Paróquia, devido aos seus múltiplos afazeres e ia pedindo, a nós leigos, que continuássemos a apoiar os sacerdotes, nomeadamente o seu amigo Pe José Guedes, que ele sabia ir ficar muito desamparado com a sua ausência, aquando da sua ordenação episcopal.
No entanto, no tempo que por aqui passou deixou a sua marca indelével de humildade, de serenidade, de solidariedade silenciosa junto dos que precisavam, sempre ao serviço do outro (e bastava vê-lo trazendo um disfarçado saco de medicamentos para umas determinadas pessoas que assistia).
Mesmo nos momentos de maior sofrimento com a situação de saúde de sua mãe, nunca deixou de ter um sorriso, ainda que débil da sua tristeza interior, ou de ter uma alegria mais efusiva quando connosco participava em festas da Catequese ou de celebrações paroquiais. Ler mais…
D. António Francisco dos Santos | Pastor à imagem de Cristo
A Sé do Porto foi pequena para acolher a multidão que quis participar nas solenes exéquias do bispo daquela diocese, D. António Francisco dos Santos, no dia 13 deste mês. Para lá dos muitos fiéis da nossa diocese, ali estiveram várias dezenas de sacerdotes do nosso presbitério, bem como D. António Couto e D. Jacinto Botelho.
No final da cerimónia, já sem paramentos, quando passávamos por entre a multidão aglomerada no adro da Sé do Porto, uma senhora dizia: “Fizeram bem em usar cores brancas. Ele era um santo!” E outros comentários se puderam ouvir, provindos daquela gente anónima que não arredou pé e foi ficando para agradecer a vida e a missão do Pastor que viam partir tão precocemente.
A Sé abriu as portas às 14h e logo os seus bancos se encheram com representantes de instituições diversas, centenas de sacerdotes vindos de várias dioceses, diáconos, seminaristas, grupo coral… Perto do altar lá se encontrava a urna com os restos mortais deste nosso ilustre conterrâneo, ladeada por familiares. O coro e a orquestra ultimavam os preparativos e logo se ouviram trechos do “Requiem”, de Mozart. Vários ecrãs, dentro e fora da Sé, possibilitavam visualizar e acompanhar as cerimónias que começaram à hora prevista, 15h, não sem antes vermos entrar o Presidente da República, o Primeiro Ministro, alguns líderes partidários, deputados e outros intervenientes na vida nacional e local.
Em cortejo entraram também os bispos portugueses, visivelmente tristes e marcados pelo acontecimento, a que se juntou o Núncio Apostólico. Mas ficou também a aparente imagem de um episcopado envelhecido e cansado. A este propósito, não deixará de ser oportuno reler algumas das afirmações do nosso Presidente da Conferência Episcopal, D. Manuel Clemente, proferidas durante a homilia (que publicamos neste jornal), nomeadamente para sublinhar o excesso de trabalho e as muitas preocupações que cercam e habitam os bispos, ao mesmo tempo que referia a ausência de estruturas intermédias que os preservem. Palavras motivadas, talvez, pelo exemplo de vida pastoral de D. António Francisco dos Santos, que se doou até ao limite das suas forças.
No final da celebração, todos saíram da Sé e a urna foi transportada para a entrada. A multidão saudou a memória do bispo do Porto com uma grande e sentida salva de palmas, a que se seguiu a oração final do ritual das exéquias. Muitos foram os que quiseram passar, depois, junto da urna ou deixar algo escrito no livro exposto para o efeito.
Os restos mortais de D. António Francisco dos Santos vão ficar sepultados na capela de S. Vicente, na Sé do Porto, a exemplo de outros bispos. Uns dias antes da sua morte, naquela mesma capela, quando guiava pela Sé um grupo de formadores dos Seminários portugueses, disse: “Aqui estão sepultados alguns dos bispos que serviram esta diocese; não sabemos quem será o próximo”!
Ele não sabia, mas Deus já o tinha escolhido.
JD, in Voz de Lamego, ano 87/43, n.º 4428, 19 de setembro 2017