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Archive for Setembro, 2013

A Catedral de Lamego em livro

In Museu de Lamego

Nove investigadores nacionais e estrangeiros, especialistas em diferentes áreas de trabalho como a História, a História da Arte, a Arquitetura, a Conservação e o Restauro dão forma às quase 300 páginas disponíveis a partir de 27 de setembro, online. O livro agora publicado resulta, em parte, do Encontro Internacional “Espaço, Poder e Memória: a Sé de Lamego em oito séculos de história”, realizado no Museu de Lamego, em abril de 2010.

Construída a partir da segunda metade do século XII, a Sé de Lamego é uma das catedrais mais antigas e emblemáticas do panorama historiográfico e artístico português. Porém, e em contraste com essa importância, os estudos que nas últimas décadas têm sido dedicados a este complexo catedralício e às suas sucessivas fábricas construtivas são resultado de investigações pontuais e dispersas, não existindo até ao momento uma síntese coerente e atualizada que ofereça uma interpretação de conjunto sobre a Sé de Lamego e os seus mais de 800 anos de história.

Procura-se com este livro preencher de algum modo essa lacuna e contribuir para o aprofundar da investigação e do debate interdisciplinar sobre as catedrais portuguesas, através de uma monografia dedicada à Sé duriense assente no rigor científico e na interligação temática e cronológica de diferentes abordagens, que constitui uma renovada e abrangente fonte de estudo e de informação também adequada e acessível ao público em geral.

O esforço de síntese e de contextualização encontra-se presente nesta obra, que percorre diferentes períodos temporais, da Idade Média à Época Contemporânea, articuladas numa organização temática representativa dos principais momentos históricos, construtivos e artísticos que moldaram a catedral de Lamego durante os seus oito séculos de existência, desde a pouco conhecida fase inicial de restauração da diocese e a subsequente construção da catedral românica e gótica, o período áureo da renovação renascentista da Sé, os séculos da Contra-Reforma, não esquecendo também a sua história recente, marcada pelas intervenções da Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais e pelas campanhas de restauro que a catedral de Lamego conheceu ao longo do século XX.

“Espaço, poder e memória. A Catedral de Lamego, sécs. XII a XX” é uma publicação do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, em parceria com o Museu de Lamego.

De forma a chegar a um público o mais abrangente possível, a obra é de acesso livre.

Consulte aqui.

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Entrevista a Papa Francisco

Papa Francisco e P. Antonio Spadaro S.J.

Santa Marta, segunda-feira, 19 de Agosto, às 9.50

É segunda-feira, 19 de agosto. O Papa Francisco marcou encontro para as 10.00 na Casa de Santa Marta. Eu, no entanto, herdei do meu pai a necessidade de chegar sempre mais cedo. As pessoas que me acolhem instalam-me numa pequena sala. A espera dura pouco, e, depois de uns breves minutos, acompanham-me ao elevador. Nesses dois minutos tive tempo de recordar como em Lisboa, numa reunião de directores de algumas revistas da Companhia de Jesus, surgiu a proposta de publicar conjuntamente uma entrevista ao Papa. Tinha conversado com os outros directores, ensaiando algumas perguntas que exprimissem os interesses de todos. Saio do elevador e vejo o Papa já à porta, à minha espera. Na verdade, tive a agradável impressão de não ter atravessado portas.

Entro no seu quarto e o Papa convida-me a sentar numa poltrona. Ele senta-se numa cadeira mais alta e rígida, por causa dos seus problemas de coluna. O ambiente é simples, austero. O espaço de trabalho da escrivaninha é pequeno. Toca-me a essencialidade não apenas dos móveis, mas também das coisas. Vêem-se poucos livros, poucos papéis, poucos objectos. Entre estes, um ícone de São Francisco, uma estátua de Nossa Senhora de Luján (padroeira da Argentina), um crucifixo e uma estátua de São José adormecido, muito semelhante àquela que tinha visto no seu quarto de reitor e superior provincial no Colégio Máximo de San Miguel. A espiritualidade de Bergoglio não é feita de «energias harmonizadas», como ele lhe chamaria, mas de rostos humanos: Cristo, São Francisco, São José, Maria.

O Papa acolhe-me com o mesmo sorriso que já deu várias vezes a volta ao mundo e que abre os corações. Começamos a falar de tantas coisas, mas sobretudo da sua viagem ao Brasil. O Papa considera-a uma verdadeira graça. Pergunto-lhe se descansou. Ele diz-me que sim, que está bem, mas, sobretudo, que a Jornada Mundial da Juventude foi para ele um «mistério». Diz-me que nunca foi habituado a falar para tanta gente: «Consigo olhar para as pessoas, uma de cada vez, e entrar em contacto de modo pessoal com quem tenho na minha frente. Não estou habituado às massas». Digo-lhe que é verdade e que se vê, e que isto impressiona toda a gente. Vê-se que quando está no meio das pessoas, os seus olhos, de facto, pousam sobre cada um. Depois as câmaras televisivas difundem as imagens e todos podem vê-lo, mas assim ele pode sentir-se livre para ficar em contacto directo, pelo menos visual, com quem tem diante de si. Parece-me contente com isso, por poder ser aquilo que é, por não ter de alterar o seu modo habitual de comunicar com as pessoas, mesmo quando tem diante de si milhões de pessoas, como aconteceu na praia de Copacabana.

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Voz de Lamego – 10 de Setembro de 2013

Voz de Lamego - 10 de Setembro de 2013

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Homilia do Sr. D. António Couto na Solenidade de N. S. dos Remédios

Miqueias 5,1-4

Salmo 13(12),6; Isaías 61,10

Romanos 8,28-30

Mateus 1,1-16.18-24

 

1. O Salmo 13 que hoje cantamos como Salmo responsorial pediu emprestado a Isaías 61,10 o refrão que repetimos: «Exulto de ALEGRIA no Senhor!». Traduzido mais literalmente soaria com mais força ainda: «Transbordo de ALEGRIA no Senhor»! Típico da gramática desta ALEGRIA, é que não se trata de uma alegria nossa, que em nós nasce, que em nós começa e em nós acaba. Trata-se de uma ALEGRIA que vem de Deus, e por inteiro nos atravessa, nos enche a alma, nos enleva e nos eleva até Deus. Sim, é em Deus que esta ALEGRIA tem o seu começo e o seu fim. Bonito é que a figura que celebramos neste Dia, Maria, também tenha pedido este versículo emprestado a Isaías para conseguir compor, no Magnificat, a torrente da ALEGRIA que lhe inunda a alma e lhe faz pulsar a um ritmo novo o coração: «o meu espírito exulta de ALEGRIA em Deus, meu Salvador!» (Lucas 1,47), assim canta Maria. Quer isto dizer, meus amados irmãos, que a ALEGRIA verdadeira não é do nosso mundo, não é daqui, não se compra nem se vende em pacotes servidos em shows. Típico do show é servir uma alegria líquida e passageira, que tem a duração de um gelado a liquefazer-se nas mãos de uma criança. Esta alegria ténue e líquida tem a duração de um grito histérico. A ALEGRIA que vem de Deus, que jorra do coração de Deus, não se compra nem se vende, não se liquefaz, ninguém vo-la pode tirar (João 16,22), dura até à vida eterna. É a ALEGRIA que podeis serenamente contemplar, amados irmãos, no rosto, na voz e nos braços de Maria.

 

2. Sim, irmãos muito amados, a ALEGRIA que podeis contemplar no rosto de Maria vem de Deus, é Eterna como Deus, é a ALEGRIA que se vive na Casa de Deus, e é por isso que Maria vos encanta e me encanta, não um dia, mas sempre. Meus irmãos mais pequeninos, mais simples, mais humildes, vou revelar-vos um segredo que afinal vós já sabeis muito bem, tão bem que foi convosco que o aprendi. Sim, vós viestes aqui nove dias seguidos, às seis da manhã, e enchestes completamente este Santuário, esta Casa de Deus e de Maria. Cheios de ALEGRIA viestes, cheios de ALEGRIA regressastes a vossas casas, cheios de ALEGRIA voltastes aqui no dia seguinte, no dia seguinte, no dia seguinte. Apetece-me glosar aqui um intenso dizer de Jesus às multidões, registado no Evangelho de Mateus: «O que viestes ver aqui, irmãos? Uma cana agitada pelo vento? Mas o que viestes ver? Alguém vestido com roupas finas? Mas os que se vestem com roupas finas vivem nos palácios dos reis. Então, o que viestes ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e mais do que um profeta» (Mateus 11,7-9). Viestes ver Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, rainha dos Profetas. Viestes ver a ternura maternal de Deus, visível no colo de Maria. Viestes rezar. Viestes entregar a Maria as vossas dores e as vossas flores.

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Voz de Lamego, Edição de 03 de Setembro de 2013

Voz de Lamego, Edição de 03 de Setembro de 2013

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