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LAUDATO SI’ | Carta Encíclica sobre o cuidado da Casa Comum
Um texto denso para cuidar da casa comum
Laudato Si’
A nova encíclica do Papa Francisco, “Louvado sejas”, foi apresentada e publicada na passada quinta-feira, no Vaticano. Trata-se de um texto denso: 246 parágrafos, divididos por seis capítulos, onde o Papa torna público o seu pensamento sobre um planeta que se deteriora e sobre a responsabilidade do homem nesse processo.
O Papa começa por recordar a herança dos seus predecessores, de Paulo VI a Bento XVI, sobre esta temática, continuando a apresentar um horizonte desenhado pela ciência, dirigindo, depois, uma constatação alarmante sobre o estado da “nossa casa comum”, onde as mutações climáticas, o acesso à água potável ou a perda de biodiversidade são sintomas da doença que assola a terra.
O Papa fala de uma dívida ecológica dos países do hemisfério norte face aos países do sul. Em seguida relê o relato bíblico, onde Deus confia ao homem a Criação. “Estas narrações sugerem que a existência humana se baseia em três relações fundamentais intimamente ligadas: as relações com Deus, com o próximo e com a terra. Segundo a bíblia, estas relações romperam-se não só exteriormente, mas também dentro de nós. Esta rutura é o pecado” (66). O homem é, assim, convidado a colaborar com a Criação e a proteger a sua fragilidade.
Ponto nevrálgico da encíclica, o terceiro capítulo debruça-se sobre a “raiz humana da crise ecológica”: o Papa interroga-se sobre os avanços tecnológicos, às vezes fonte de progresso, mas também portadores de limites. Apesar de escrever que “ninguém quer o regresso à Idade da Pedra”, a encíclica identifica as “lógicas de dominação tecnocráticas que conduzem à destruição da natureza e à exploração das pessoas e das populações mais frágeis”. Numa época onde o antropocentrismo marca a forma de estar, o Papa denuncia, mais uma vez, a “cultura do descarte”, onde tudo e todos podem ser descartáveis, já que o ser humano e o meio ambiente são tidos como objetos que só são apreciados se puderem ser uteis.
A nova encíclica clama por uma “ecologia integral”, inclusiva, onde tudo está interligado. “Não há duas crises separadas, uma do meio ambiente e outra social, mas uma só e complexa crise sócio-ambiental”
No texto agora publicado, e cuja leitura se recomenda, o Papa não se limita a constatar o observável, mas fornece pistas para a ação, nomeadamente um convite ao diálogo honesto e sincero, quer a nível local quer a nível internacional. A este propósito, o Papa não deixa de criticar os inúmeros encontros internacionais sobre a questão climática que redundaram em contínuos fracassos, atendendo a que não produziram as mudanças necessárias.
No final do texto, o Papa propõe uma verdadeira educação e espiritualidade ecológicas, alertando para a necessidade de uma mudança no estilo de vida e a não sobestimar os simples gestos quotidianos pelos quais se rompe com a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. Para isso, Laudato si’ convida a colocarmo-nos à escuta dos santos, a começar por S. Francisco de Assis.
E o Papa conclui: “No coração deste mundo, permanece presente o Senhor da vida que tanto nos ama. Não nos abandona, não nos deixa sozinhos porque se uniu definitivamente à nossa terra e o seu amor leva-nos sempre a encontrar novos caminhos. Que Ele seja louvado!”
in Voz de Lamego, n.º 4319, ano 85/32, de 23 de junho de 2015
Visita Pastoral de D. António Couto na Paróquia de Ferreirim
Decorreu, entre os dias 17 e 21 de Junho, a visita à Paróquia de Santo António de Ferreirim, constituída pelos povos de Ferreirim, Vila Meã, Rossas e Mós, terra dos Mestres Pintores de Ferreirim, e onde se cruza a história da Igreja com as tradições de um povo moldado por reformas administrativas, fronteira do Douro com a serra e a beira.
Definida a programação, o Senhor Bispo deslocou-se a Ferreirim no dia 29 de Maio, para uma reunião onde expôs as linhas mestras da sua visita e onde estiveram presentes as Comissões de Culto: Convento de Santo António de Ferreirim, Igreja de Mós e Capela de Rossas; Irmandade da capela de Nossa Sr.ª Da Guia; Direcção do Centro Cultural e Social da Paróquia de Ferreirim; as Associações: Centro Cultural e Recreativo de Ferreirim, Associação de S. Bento, Associação Cultural e Desportiva de Ferreirim (Barroncal) e a Junta de Freguesia.
Com o lema “Sede formiguinhas, pequenas e trabalhadoras; Crianças, simples e inocentes; Homens e Mulheres, humildes e disponíveis; Cristãos verdadeiros” D. António Couto iniciou esta visita Pastoral a Ferreirim no dia 17 na localidade de Rossas. Neste pequeno lugar a comissão de culto da capela de São Bento, em parceria com a Associação de S. Bento, programaram a visita tendo recebido o Senhor Bispo pelas 18h00 na sede da Associação onde foi apresentado um power point sobre as obras construídas pelos seus habitantes, como: escola, capela e associação. Já na capela de S. Bento foi celebrada a Eucaristia de sufrágio por todos os beneméritos deste lugar de Rossas. Na homilia que o Senhor Bispo proferiu, pediu para serem cristãos verdadeiros, que devem estar presentes e unidos sempre que tal se justifique, cristãos “por Ele” pois como dizia; “nós estamos aqui por Ele”. Terminada a missa, os presentes dirigiram-se novamente para o salão da associação, onde foi servido um jantar.
No dia 18, durante a tarde, o Senhor Bispo visitou alguns doentes desta comunidade tendo pelas 17 horas efetuado uma visita à Associação Cultural e Desportiva de Ferreirim (Barroncal), onde depois de conhecer a vivência desta coletividade e suas instalações, foi servido um porto de honra. Dirigiu-se de seguida à Igreja de Santa Maria Madalena de Mós onde o esperavam dezenas de populares com alegria e enorme entusiasmo para a celebração da eucaristia abrilhantada pelo grupo coral desta Igreja. Antes do lanche convívio (muito dignamente apresentado) com a população desta localidade, D. António pôde ainda visitar a capela mortuária, um dignissimo espaço e do qual este povo se orgulha.
No dia 19 o executivo da Junta de freguesia recebeu pelas 17 horas o Sr. Bispo nas suas instalações onde foram proferidas algumas palavras de boas vindas , seguida de uma visita aos espaços multifacetados do edificio. No final da mesma foi servido um espumante a todos os presentes. A visita continuou no Santuário de Nossa Senhora da Guia, um espaço religioso da Paróquia, lugar de grande devoção, não só das gentes de Ferreirim, bem como, dos povos circundantes. Depois de uma reflexão, foi feito o convite a todos os presentes para rezarem uma Avé Maria à Mãe de Deus. Ler mais…
PAQUISTÃO | MINORIA CRISTÃ RECUSA SER SILENCIADA
O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, D. Joseph Coutts, disse à Agência ECCLESIA que a minoria católica neste país se recusa a ficar “calada”, apesar de todas as dificuldades que enfrenta. “Posso dizer, com orgulho, que não somos uma minoria silenciosa ou escondida, nós contribuímos para o bem do país”, assinalou. O prelado dá como exemplo as escolas, hospitais e clínicas católicas, bem como o trabalho realizado junto das pessoas com deficiência, toxicodependentes e marginalizados. “O trabalho que fazemos é para todos”, explicou.
D. Joseph Coutts vem a Portugal num momento particularmente delicado para os católicos paquistaneses por causa dos episódios que envolvem a chamada ‘lei da blasfémia’, com acusações que acabam por ser um rastilho de violência contra cristãos e outras minorias. Segundo o arcebispo, “a própria lei, a forma como está formulada, é o problema” e o Governo, após muitos anos de protestos, “começa a aperceber-se disso”. A mudança tem de começar “nos líderes islâmicos”, para que todos se apercebam de que a lei “precisa de mudanças”, contrariando todas as manifestações de fanatismo.
O presidente do episcopado católico no Paquistão fala numa “Igreja pobre”, que precisa da ajuda material e espiritual de outras comunidades católicas.
A Portugal, o responsável traz ainda o testemunho de viver como cristão num país muçulmano que se está a tornar “cada vez mais islâmico” nos últimos anos. “Como cristãos, não somos cidadãos de segunda classe, não somos imigrantes, temos tantos direitos como os outros”, observa.
O arcebispo de Karachi está em Portugal a convite da Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) e participou este domingo na Ronda da Lapinha, em Guimarães, que este ano reuniu 15 mil pessoas em oração pelos cristãos perseguidos no mundo.
“Não sabemos quando será o próximo ataque contra uma igreja, ou quando e onde o próximo cristão vai ser falsamente acusado de blasfémia e condenado à morte”, alertou o arcebispo de Karachi, em Guimarães.
D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, destacou o facto de a Ronda da Lapinha ter sido realizada com esta intenção particular de intercessão de Nossa Senhora pelos cristãos perseguidos. “Há cristãos espalhados pelo mundo inteiro que, por fidelidade à fé, arriscam a vida e muitos morrem mesmo”, assinalou.
in Voz de Lamego, n.º 4319, ano 85/32, de 23 de junho de 2015
Alvarenga | Encontro dos padres mais novos da Diocese de Lamego
Como previsto, os padres mais novos da nossa diocese viveram o seu último encontro deste ano pastoral na paróquia de Alvarenga, no passado dia 16 deste mês. Um encontro diferente, já que nos proporcionou um tempo mais alargado para a oração, o convívio e a visita a um monumento.
Às 11h fomos acolhidos pelo Padre José Miguel, pároco de Alvarenga e Cabril, membro do nosso grupo, que se encontra neste espaço pastoral desde os seus tempos de Diácono, há 11 anos. Juntámo-nos no salão da residência paroquial e pusemos a conversa em dia. Falámos de nós, dos sacerdotes que estão doentes, do próximo Simpósio do Clero… Mas falámos também dos nossos encontros, fazendo umas breve avaliação e, mais importante, olhando para diante.
Sobre o que se passou, a opinião geral foi positiva, já que cada encontro proporciona tempo para a oração, o diálogo, o convívio e a partilha entre irmãos.
Em relação ao próximo ano pastoral, é vontade de todos continuar o caminho, mesmo se com pequenos reajustes: marcar, sempre que possível, os encontros para a manhã, terminando com o almoço, já que alguns não podem desmarcar as celebrações da tarde. E é à tarde que, habitualmente, são marcados os funerais; aproveitar o bom tempo para o convívio do grupo, valorizando também a dimensão lúdica; manter a rotatividade da localização dos encontros, favorecendo a presença de todos, nomeadamente dos que não têm aparecido; reservar, ao longo do ano, um tempo de encontro com o nosso bispo.
Por volta das 12h15 juntámo-nos aos fiéis que já esperavam na igreja para celebrarmos a Eucaristia. Após o almoço, em Alvarenga, partimos para Arouca (distrito de Aveiro e diocese do Porto), onde fomos guiados numa visita ao atual museu e antigo mosteiro de Sta. Mafalda, neta de D. Afonso Henriques. Se o tempo não apertasse ainda pretendíamos caminhar nos passadiços que a câmara de Arouca está a montar nas margens do Paiva, mas tínhamos que regressar. Mas ainda tivemos tempo para saborear uns deliciosos doces conventuais que o nosso anfitrião nos ofereceu.
O próximo encontro, de que enviarei mais informações, está marcado para 22/09/2015, em Vila Nova de Paiva, às 10h. Para terminar, uma palavra de louvor e gratidão ao Padre José Miguel pela forma solícita, generosa e amiga com que nos recebeu. Bem hajas!
JD, in Voz de Lamego, n.º 4319, ano 85/32, de 23 de junho de 2015
Pe. António Vieira na Igreja Catedral de Lamego
SI VIS, POTES
Si vis, potes (Se quereis podeis).
Assim se iniciou, no passado dia 20 de junho, com mais de uma centena de assistentes, na Catedral de Lamego, a encenação do Sermão da Terceira Dominga Post Epiphaniam do Padre António Vieira. Todo o sermão reflete e faz-nos refletir sobre todas as relações existentes entre o querer e o poder.
A intemporalidade do tema foi o que motivou para esta leitura encenada, pontuada por momentos musicais ao vivo, luz e técnicas da oratória.
Esta ideia surge no âmbito da Rota das Catedrais no Norte de Portugal, havendo uma parceria entre a Direção Regional de Cultura do Norte e os Cabidos e Fábricas da Igreja.
A encenação deste projeto está ao cargo e interpretação de José Alonso. Toda a dramaturgia segue o conceito existente na oratória do barroco que aponta para uma maior eloquência e exuberância da palavra dita, muito diferente da formalidade discursiva renascentista.
É bom que muitas outras atividades deste género possam surgir, de forma a que possa haver e se possa valorizar a nossa História, os nossos espaços e as nossas gentes. Mais que um momento recreativo, esta encenação foi um momento de profunda meditação. Bem-haja a todos quantos estiveram e estão envolvidos na propagação de tais atividades.
Termino com um texto do Sermão da Terceira Dominga Post Epiphaniam, “Se buscamos com verdadeira consideração a causa de todas as ruínas e males do mundo, acharemos, que não só a principal, senão a total e única, é não acabarem os homens de concordar o seu querer com o seu poder: si vis potes. A raiz deste veneno mortal, nascida não só na terra, senão também no Céu, é a inclinação natural com que toda a criatura, dotada de vontade livre, não só apetece sempre ser mais do que é, senão também querer mais do que pode”, pregado na Sé de Lisboa na data provável de 1662.
Diác. Fabrício Pinheiro, in Voz de Lamego, n.º 4319, ano 85/32, de 23 de junho de 2015
SEMINÁRIO MENOR DE RESENDE | Exame de Admissão
Nos passados dias 19 e 20 de junho, o Seminário de Nossa Senhora de Lourdes-Resende, acolheu um grupo de 8 rapazes que, no próximo ano têm o desejo de entrar no Seminário.
O encontro iniciou-se às 17h00 do dia 19 e terminou às 15h00 do dia 20. Foram pontuais, pois às 17h00 começaram as atividades que dizem respeito às atividades que fazem parte do exame. Quando se fala em exame, fala-se de diálogo pessoal e individual com a Equipa Formadora para que esta melhor entenda a intenção de cada um ao entrar para o Seminário.
Estes jovens têm o desejo de melhor perceber a voz de Deus e qual o significado deste chamamento. O Seminário, sem dúvida que os ajudará a discernir sobre o caminho a seguir.
Rezemos para que estes jovens se mantenham sempre fiéis à voz de Deus e que pelo exemplo de cada um deles, muitos outros tenham a capacidade de dizer: Sim.
Ilídio Ferreira, SMR, in Voz de Lamego, n.º 4319, ano 85/32, de 23 de junho de 2015
Pe. Duarte Vaz | No colo de Deus para uma vida optimizada
No passado dia 17 deste mês, com 90 anos de idade, partiu para o Pai o Padre Duarte Vaz, sacerdote do nosso presbitério que, nos últimos anos, residiu na sua terra natal, Fontelo, concelho de Armamar. Nas últimas semanas a sua saúde tinha vindo a enfraquecer, passando até por um tempo de internamento no hospital de Lamego.
O Padre Duarte Martins Vaz era filho de António Vaz de Oliveira e de Maria Aurora Martins da Silva e nasceu na Quinta do Vilar, em Fontelo, no dia 26 de Março de 1925. Quando tinha 7 anos de idade foi viver para Pinheiro, Castro Daire onde o seu tio era pároco, e só regressou a Fontelo após se ter jubilado. Frequentou os nossos seminários diocesanos e foi ordenado diácono a 6 de Agosto de 1950, na capela do seminário, onde algumas semanas depois, a 03 de Setembro de 1950 foi ordenado presbítero. Inicialmente foi nomeado pároco de Chosendo e Seixo, na zona pastoral de Sernancelhe e algum tempo depois assumiu a missão de coadjutor de Pinheiro e Ermida. Em fevereiro de 1957 foi nomeado pároco de Pinheiro e Ester e a 11 de dezembro de 1979 foi nomeado pároco de Ermida, sempre na zona pastoral de Castro Daire. Após a jubilação, já em Fontelo e enquanto as forças existiram, auxiliou sempre o pároco, Padre Libório.
A Missa exequial foi presidida pelo nosso bispo, D. António Couto, a que se juntaram D. Jacinto Botelho, cerca de três dezenas de sacerdotes e muitos fiéis que encheram por completo a igreja paroquial de Fontelo. Alguns sacerdotes passaram antes, já que à hora a que a celebração teve lugar, 17h30, coincidia com outras atividades pastorais já previstas. E foram muitos os fiéis que vieram das paróquias onde o Padre Vaz vivera a sua missão pastoral. Entre os sacerdotes presentes, o Padre Acácio Soares, já jubilado, mas que continua muito ativo na paróquia onde reside, Cinfães. O corpo do padre Vaz foi a sepultar no cemitério local.
Na homilia, e a propósito da vida que recebemos de Deus e que devemos cuidar, vivendo-a em atitude de louvor e com responsabilidade, D. António Couto lembrou a última encíclica do Papa Francisco, apresentada precisamente neste dia, 18 de Junho, e que aborda o “cuidado que devemos ter com a casa comum” que é o mundo. Diante da pressa instalada, da correria que priva do tempo para contemplar a criação e louvar a vida e o seu Autor, o nosso bispo afirmou que “a vida é bela quando formos capazes de saborear o aroma de uma flor, que está de passagem” e que é importante tomar consciência de que estamos “tranquilos e serenos ao colo da irmã terra, no colo do nosso Deus”, parafraseando S. Francisco de Assis no seu hino de louvor ao Deus criador, também utilizado pelo Papa para este seu novo documento, “Louvado sejas”.
Contemplando o mundo e tomando consciência de que estamos no colo de Deus, a quem podemos chamar ‘paizinho’, não podemos senão assumir e descrever “uma vida optimizada”, evitando uma leitura negativista da realidade e assumindo “a nossa vida como um espelho de esperança”.
JD, in Voz de Lamego, n.º 4319, ano 85/32, de 23 de junho de 2015
ECOLOGIA INTEGRAL | Editorial Voz de Lamego | 23 de junho de 2015
No dia 18 de junho, foi publicada a segunda Encíclica do Papa Francisco, Laudato Si’, sobre o cuidado da casa comum, isto é, numa dinâmica de promoção do ambiente natural e humano. A primeira Encíclica deste Papa, Lumen Fidei, publicada a 29 de junho de 2013, foi escrita a 4 mãos. Sabia-se que o Papa Bento XVI tinha uma esboço bastante avançado da Encíclica sobre a Fé, depois de ter escrito sobre a Caridade e sobre a Esperança, como virtudes teologais. O Papa Francisco assumiu a herança do antecessor, acrescentou algumas notas mais pessoais, e ofereceu essa belíssima Encíclica à Igreja e ao mundo. Há já alguns meses que se vinha a anunciar que a próxima Encíclica papal teria como fio condutor a ecologia. Poder-se-ia quase dizer que esta é a primeira Encíclica de Francisco, pelo deve suscitar um estudo aprofundado.
No Editorial desta semana, o Pe. Joaquim Dionísio, Diretor da Voz de Lamego, faz a ressonância da temática desta carta Encíclica, que evoca o patrono do Papa, São Francisco de Assis, nessa comunhão com a natureza e com os pobres.
ECOLOGIA INTEGRAL
A encíclica do Papa retoma a invocação de S. Francisco de Assis, “Louvado sejas meu Senhor”, do Cântico das Criaturas que nos recorda que a terra, nossa casa comum, é como “uma irmã, com quem partilhamos a existência” e como uma boa mãe “que nos acolhe nos seus braços”. Revisitando a teologia da criação a partir do princípio do dom, o Papa desconstrói a tese segundo a qual o homem deveria “dominar a terra”, instrumentalizando-a.
Num texto denso, dividido em 246 parágrafos e distribuídos por seis capítulos, o Papa expressa o seu pensamento sobre um planeta que sofre e a responsabilidade do homem. Eis o convite para uma conversão ecológica, tão necessária para manter vida a esperança e louvar o Criador.
Entre o muito que ali se pode ler, destaque para o conceito de “ecologia integral” (n.º 137), que permite ao Papa ultrapassar a distinção entre uma ecologia que protege o ser humano e uma ecologia que não se interessa senão com a natureza. A preocupação pela natureza, a justiça para os pobres, o compromisso social e a paz são inseparáveis. Há quem defenda a água e os animais e se esqueça dos vizinhos; há quem defenda o bem-estar do vizinho e se esqueça de que os recursos são limitados. De resto, este conceito integra-se num outro já defendido pela Igreja, o de “desenvolvimento integral”, de todo o homem e de todos os homens.
A nossa época é marcada por um desmesurado antropocentrismo, propício a uma cultura do descartável, que justifica todo o tipo de despejo, seja ambiental ou humano, que trata o outro como simples objecto e conduz a formas de dominação, económicas e sociais. Protagonizar uma ecologia integral é ter uma preocupação inclusiva e empenhar-se num novo paradigma de justiça.
in Voz de Lamego, n.º 4319, ano 85/32, de 23 de junho de 2015
DIA DA FAMÍLIA DIOCESANA | Informações
Aproxima-se o dia 27 de Junho, Dia da Família Diocesana. Eis algumas indicações a ter em conta:
As atividades decorrerão na Carreira Central do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, com o seguinte programa:
09.30 – Acolhimento – No recinto do Quartel (Santa Cruz) – Aí haverá espaço para estacionamento, com prioridade para os autocarros.
10.00 – Caminhada em direção à Carreira Central
10.30 – Auto da Família
12.00 – Eucaristia
13.30 – Almoço
. Visita às Tendas
. Convívio
16.00 – Celebração do Envio
Gesto significativo: Cada paróquia está convidada a trazer uma fita com o respetivo nome. No início da Eucaristia essa fita será colocada em local adequado, visibilizando a presença de todos.
Visita às Tendas: Haverá algumas Tendas representando a realidade da diocese. Poderão ser visitadas no tempo que mediar entre o Auto da Família e a Eucaristia ou depois do almoço.
Almoço: Ao encargo de cada um (farnel)… Há no entanto algum apoio para “comes e bebes”, com uma ou duas barracas.
É desejável que, para além dos movimentos, grupos e serviços eclesiais, cada paróquia se faça presença nesse dia, segundo as suas possibilidades.
Vamos, juntos, celebrar na alegria a Igreja que somos e a caminhada pastoral deste ano, vivido sob o lema “Ide e construi com mais amor a família de Deus”.
Juntos nos Caminhos da Missão,
Pe. José Manuel Pereira de Melo, Coordenador Diocesano da Pastoral,
in Voz de Lamego, n.º 4318, ano 85/31, de 16 de junho de 2015
ESCOLAS DO CENTRO DIOCESANO | TRABALHAR O FUTURO
Sob a égide do tema “A Trabalhar o Futuro”, decorreram mais umas Jornadas Culturais, promovidas pelas Escolas de Formação Social Rural e Profissional de Lamego. Os dias 4 e 5 de junho foram preenchidos com atividades que fomentaram a formação, a aprendizagem, a diversão e o espírito de grupo e de pertença a uma escola.
No dia 4, fomos recebidos pelo TRC e aí decorreram, durante a manhã, três palestras. A primeira ministrada pela Prof.ª Dra. Ana Branca Carvalho sobre “Os desafios profissionais, as oportunidades e o perfil de um profissional”; na segunda a palestrante, Prof.ª Dra. Sandra Antunes falou sobre “Problemas da sociedade contemporânea” e na terceira a Prof.ª Dra. Isabel Vieira refletiu sobre “A importância do Turismo no Douro”.
Depois de um almoço animado no Centro João Paulo II, voltamos ao TRC para a IV Gala dos Globos de Ouro, em que se louvou aqueles que mais se destacaram ao longo do ano. Um espetáculo pleno de animação onde, mais uma vez, os nossos alunos deram mostras de muito talento não só nos estudos, mas também na dança, na música, no canto e na representação.
Seguiu-se a XII mostra de produtos regionais, apenas possível com a contribuição das mais diversas empresas da região, dedicadas à área agro-alimentar. A todos eles um público agradecimento. A noite foi animada com um flash mob e com a peça “A Escola Educa ou Instrói?”. Desde as crianças do Centro Infantil “Mãe Admirável”, passando pelos elementos do Clube de Idosos até aos alunos das escolas, fez-se uma retrospetiva da escola do antigamente e do hoje, prestando-se homenagem a um grande empreendedor, o fundador do Centro Diocesano de Promoção Social, Monsenhor Ilídio Fernandes.
O dia seguinte foi mais descontraído e teve como intuito a promoção da atividade física. Teve início com uma caminhada da Rina até à mata da Nossa Senhora dos Remédios. Aí decorreu uma caça ao tesouro, o concurso de dança e um picnic. A tarde foi preenchida com a participação nas atividade militares complementares, que nesta data se encontravam na cidade para as comemorações do 10 de Junho.
Esta tradição não seria possível sem a dedicação e a colaboração de algumas entidades, das quais destacamos a ESTGL, o TRC, a Paróquia da Sé, os Bombeiros Voluntários, a PSP e a Câmara Municipal. Um obrigado aos nossos professores, funcionários e alunos, que se dedicaram e trabalharam para que tudo tivesse o sucesso idealizado.
A promessa que fica é de continuar a promover um ensino de qualidade, virado para o mundo do trabalho, mas nunca esquecendo que é na escola que se fortalecem laços que duram uma vida e estas atividades são o reflexo dessas vontades.
Fica a promessa de continuidade, pois a satisfação foi geral e quer a ESFOSOL, quer a ESCOPAL querem continuar na vanguarda da formação.
As Direções da ESCOPAL e da ESFOSOL,
in Voz de Lamego, n.º 4318, ano 85/31, de 16 de junho de 2015