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Archive for Abril, 2016

Peregrinação Jubilar da Zona Pastoral de Cinfães ao Santuário da Lapa

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Cinfães na Lapa – Peregrinação Jubilar

1. Em busca da Porta Santa partiram manhã cedo no dia 24 de abril.

A Zona Pastoral de Cinfães, em peso, rumara ao Santuário da Lapa. Milhares.

Todos os párocos e todas as paróquias, cada uma com duas ou 3 camionetes cheias, além das viaturas particulares.

Às 10 horas, tudo à «Porta»; padres, acólitos, escuteiros, povo e estandartes ao vento falando da fé. A fé também se vê.

A «Porta  Santa» do Santuário estava aberta e à espera o Sr. D. Jacinto que a todos recebeu e deu as boas vindas.

Seguiu-se a oração pelo Papa Francisco, a comunhão com o bispo diocesano e o «sede bem vindos» à multidão apinhada junto à Porta Jubilar.

«Entrai». As portas são para entrar. «A porta da graça está sempre aberta».

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I Semana da Saúde do Centro Social Paroquial de Lamosa

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Alegria! A palavra que melhor pode exprimir a I Semana da Saúde, organizada pelo Centro Social Paroquial de Lamosa. Uma semana inteiramente destinada à Atividade Física e à Saúde, com a participação da população sénior do Concelho de Sernancelhe.

A Organização Mundial de Saúde define saúde, como um estado de completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de enfermidades. Foi sobre esta definição que assentou todo o planeamento e realização das atividades ao longo da semana.

Para se dar um lamiré da planificação desta semana, na Segunda feira foi realizado um torneio de “Bóccia Senior”, com a participação e colaboração do CSPLamosa, do CSPCarregal e do CSPFerreirim. Durante a manha de Terça feira e Quinta feira, tivemos a agradável visita de uma turma da Escola Profissional de Sernancelhe, que tanta vida acrescentou à nossa instituição.

Na Quinta feira, dia 7 de Abril, Dia Mundial da Saúde, que precede o dia mundial da atividade física, anualmente celebrado no dia 6, realizou-se a atividade “Caminhar convida”. Com uma logística mais exigente, devido à participação de vários Centros Lúdicos do Concelho, que trouxeram até nós cerca de 90 pessoas. O percurso era, em jeito de peddy paper, marcado por várias paragens, que colocariam à prova todos os participantes. No término da caminhada os elogios eram muitos e, até o sol, que tão envergonhado esteve durante as ultimas semanas, engalanou-se para tornar este dia ainda mais feliz.

A semana findou com a presença já habitual do professor Francisco, que cativou os utentes com alguns exercícios. Pela tarde o Padre Tiago Cardoso, Presidente da Instituição, celebrou uma missa, seguindo-se, uma simulação da caminhada do dia anterior com os utentes que não puderam participar.

Instituições como a nossa, têm de fomentar o Envelhecimento Ativo, que é definido pela OMS como um processo de otimização das oportunidades para a Saúde, Participação e Segurança, para a melhoria da qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem. Temos de enfrentar a biomedicalização do envelhecimento, pois a velhice, contrariamente ao que muitos estereótipos idadistas querem rotular, não é nenhuma doença. É nossa obrigação lutar para que os cidadãos mais velhos tenham as mesma oportunidades e sejam valorizados por tudo o que fizeram e representam ainda hoje, pois um dia seremos nós, mais novos, a estar no lugar deles. Urge ter em conta, através de um exercício de reflexão metafórica que, “não honrar a velhice é demolir, de manhã, a casa onde vamos dormir à noite”.

Um agradecimento especial a todas as entidades envolvidas nesta semana, destacando, evidentemente, os nossos colaboradores, que tão afincadamente idealizaram e “levantaram” este evento com o único propósito de fazer as pessoas mais felizes. Foram eles que saíram desta semana mais valorizados, tal como o património material e imaterial de Lamosa e essencialmente o nosso tão amado Centro Social e Paroquial de Lamosa.

Prometemos para o ano a realização da II Semana da Saúde, que com certeza, será ainda melhor.

 

Direcção Técnica, in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016

D. António Couto em Visita Pastoral à Paróquia das Arnas

ArnasUma semana intensa, que já “cheira” a saudade!

E foi, assim, começou intensa, com o frenesim da visita pastoral de D. António Couto, Bispo da Diocese de Lamego, à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Arnas, entre, visitas emocionantes e emocionadas aos idosos e doentes, convívio com os paroquianos na Junta de Freguesia, visita às Capelas mais significativas dos diversos Lugares da paróquia, onde se realizaram orações e celebração eucarística. Também, ao longo de três dias, fomos convidados a reflectir, a graça da visita do “nosso” Pastor na Igreja, o Bispo D. António da Rocha Couto, nessa que era a semana do Bom pastor, através das homilias/sermões proferidas pelo Sr. Pe. Diamantino Alvaíde.

Com os raios de sol a brilhar, como bênçãos Deus, lançadas com a intervenção do Espírito Santo sobre todos, chegou o dia mais esperado, com o qual encerramos a sua Visita Pastoral, a Celebração do Sacramento da Confirmação.

O Sr. Bispo, D. António Couto, acompanhado pelo Sr. Vigário Geral, Pe. Joaquim Rebelo, foram acolhidos pelo nosso “Pastor”, Pe. Aniceto Morgado e todos os paroquianos, fazendo um prenúncio do que se iria viver na Igreja, a descida do Espírito Santo sobres os Jovens que se iam Confirmar na Fé, foram entregues, ao Sr. Bispo, duas pombas brancas, símbolo do Espírito Santo.

Ao som do cântico, improvisado, “Bendito, bendito o que vem em nome do Senhor” iniciou-se a procissão até ao interior da Igreja.

A Cerimónia, propriamente dita, da Celebração do Sacramento da Confirmação, dos Jovens: Alexandra Augusto Silva, Ana Patrícia Marques Meireles Massa, Márcia Maria Nobre dos Santos Silva, Marco Bruno Capelas Santos, Patrícia Maria Nobre dos Santos Silva, iniciou-se com uma procissão solene na igreja, presidida pelo Sr. Bispo, Vigário Geral e Pároco, precedidos dos crismandos, seus pais e respectivos padrinhos, ao som do hino de entrada “ Já se ouvem nossos passos a chegar… Jesus Cristo nos congrega e faz irmãos…”. A que se seguiu o acolhimento e agradecimento ao Sr. Bispo D. António, pela dádiva que nos trouxe com a sua presença pessoal e espiritual, nestes três dias de visita Pastoral, lida por uma das jovens crismandas, em representação de todos.

Após, uma belíssima homilia, proferida pelo Sr. Bispo D. António, que nos convidou a viver o, e, no Amor de Cristo, pois, nesse Amor, está a vida, Seguiu-se o momento alto da celebração, o rito da Confirmação ou Crisma, com a renovação das Promessas do Baptismo. E, como dizia o texto inicial de acolhimento “…Vamos ser Confirmados na Fé e receber o dom do Espírito Santo. Ao vir Crismar-nos, é toda a Paróquia que se sente (Re)Confirmada na verdadeira Fé Cristã…”

Desta Celebração, destacamos, também, o Ofertório Solene, no qual participaram todos os jovens crismados e algumas das crianças da catequese, levando ao altar, simbolicamente os frutos da terra, correspondendo aos frutos do Espírito Santo, que são perfeições que o Espírito Santo forma em nós, como primícias da glória eterna. A Tradição da Igreja, inspirada num excerto da Carta aos Gálatas (Gal.5,22-23) enumera doze: Caridade, alegria, paz, paciência, bondade, longanimidade, benignidade, mansidão, fé ou fidelidade, modéstia, temperança e castidade” (Catecismos da Igreja Católica, 1832).

Resta-nos dizer, um BEM-HAJA, ao Sr. Dom António, por ter vindo, ao nosso encontro, e citando o texto “… Com o Bispo, é a Igreja, que nos acolhe, reconhece e envia em missão”.

 

Teresa Seixas, in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016

Diário da Visita Pastoral de D. António comunidades de Arnas e Cunha

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Dia 19 de abril

Pelas 15h30, o Pastor da Diocese deu inicio à visita pastoral privilegiando os doentes e idosos da comunidade; neste primeiro dia deslocou-se ao Lugar e ao Soitinho. A curiosidade em conhecer  o senhor bispo era enorme e o contentamento transparecia no rosto de cada pessoa. Alguns receberam a Santa Unção, que é “uma carícia de Deus” para os seus filhos e filhas que vivem em situações de fragilidade. Todos ficavam admirados com a sua simplicidade e o afeto que comunicava. Junto da capela de São João, uma jóia do nosso património religioso,  concentrou-se um bom grupo de paroquianos; fez-se uma oração e apreciou-se o seu recheio artístico. De seguida dirigimo-nos para a sede da junta de freguesia, onde já se encontravam maior número de pessoas para um diálogo aberto com o pastor da diocese. O presidente de junta, Luis Nobre,  abriu a sessão para dar as boas-vindas a D. António e agradecer a sua presença entre nós. Depois o pároco apresentou em resumo a  biografia  do prelado e passou-lhe a palavra para ouvirmos com atenção e interesse a explicação do seu lema episcopal: “Vejo um ramo de amendoeira” (Jr. 1, 11). Teve ainda para com todos sentimentos de gratidão e encorajamento. No final do encontro foi servido um apetitoso lanche animado com o som de duas concertinas.

Dia 20 de abril

Continuou a visita aos doentes e idosos da Quinta dos Pisões e Paulo Lopes. Uma das idosas expressou assim o seu contentamento: “sinto-me tão feliz, parece que tenho uma flor no meu coração!” Seguidamente dirigimo-nos para a capela do Divino Espírito Santo, onde houve um momento de partilha de vida e de oração. Este dia terminou da melhor maneira com a Santa Missa celebrada na pequena e bela capela de Nossa Senhora das Vitórias que não pôde conter todos e obrigou algumas pessoas a ficar de fora.

Dia 22 de abril

Foi a vez da comunidade de São Facundo da Cunha acolher a presença  de D. António Couto. A primeira atividade  começou com a visita aos doentes, mais concretamente pela casa do sr. Horácio que fica mesmo junto à estrada.  Ali se juntou um grupo de familiares e amigos que o acolheram calorosamente. Depois de conversarmos sobre diversos assuntos, foi administrada a santa unção aos dois casais presentes, o casal que nos recebeu, (HORÁCIO e FAUSTINA) e outro casal vizinho (ALBERTO e ESTER). Feitas as despedidas, subimos a estrada que nos leva até à povoação e visitamos mais um casal de idosos (ALEXANDRE e MARIA). Também aqui nos receberam com grande alegria. Depois de alguns momentos de conversa foi dado o sacramento da cura e da ternura de Deus.

Junto da Igreja havia um bom grupo de paroquianos que aguardavam a chegado do pastor diocesano para o saudarem. De seguida fez-se a visita às duas capelas: Santo Antão e Santo Amaro, apreciamos a sua beleza, rezamos, passamos pelo cemitério paroquial, onde recordamos todos os fiéis defuntos, regressando depois à Igreja para uma oração comunitária. Por volta das 18h concentrámo-nos na antiga escola primária, agora centro de convívio, dando oportunidade a um diálogo mais informal e partilha de experiências missionárias. Tudo terminou com um lanche bem preparado pela comunidade. Foi mais um dia para louvar e agradecer ao nosso BOM DEUS.

Durante a semana, pelas 21h, houve um tríduo de pregação em cada uma das comunidade feita pelo Pe. Diamantino Alvaíde, pároco de Moimenta da Beira que, de forma simples, mas profunda, nos falou da missão do pastor  e da nossa corresponsabilidade na Igreja.

Pe. Aniceto Morgado, in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016

“Querido Papa Francisco” – O papa responde às crianças

papa12569672Todo o livro tem uma história, a sua história. E o livro a que me vou referir tem uma história muito original, especial, se preferirmos assim dizer.

Tem a sua origem em cartas escritas por crianças ao Santo Padre, o Papa Francisco. Foram crianças de vários países que escreveram ao Papa e ele responde a algumas delas, uma vez que não pode responder a todas.

Acaba de chegar às livrarias, à «nossa» também; abre com dois pequenos textos, procurando no primeiro abrir a possibilidade de dialogar com o Papa e apresentando no segundo uma pequena biografia do Santo Padre; e Franciscus (nome em latim) diz: «obrigado por me enviarem as vossas cartas. Enche-me de alegria lê-las todas».

A edição portuguesa abre com a carta do João, que assim escreveu:

«Querido Papa Francisco

Quando o vi na Praça de S. Pedro senti uma grande alegria porque olhou para mim. O que sente quando olha para as crianças à sua volta? Obrigado pela sua atenção.

Um abraço do João»

Como o João, de que não sabemos a terra de naturalidade e/ou residência, houve mais crianças portuguesas que escreveram ao Papa. Temos connosco a sua resposta à carta da Ana Jeni, da cidade da Meda, que não escondia o seu contentamento por escrever a Francisco e receber uma resposta, assinada por Mons. Peter B. Wells, um Assessor do Papa para estes e outros assuntos.

A história da Ana Jeni põe diante de nós uma criança muito alegre por ser acólita, por ter vindo a Lamego e «servir» numa Eucaristia na Sé e que sonhou poder exercer esse serviço noutra Eucaristia em plena Praça de S. Pedro, em Roma. Aqui, a sua vontade ia esbarrar, como esbarrou, numa organização em que tudo se prepara e nada se improvisa; e não é uma criança que chegaria de Portugal e logo entrava em funções numa Eucaristia com o Papa. Eu mesmo explicava isso à sua tia-avó, mas descobria nela uma vontade forte de que isso podia ser uma realidade, conhecendo eu como pude conhecer, como tudo se processava nas celebrações papais.

Certamente ficou triste a Ana Jeni, mas não fique triste com o Santo Padre, pois não foi ele que fez a escolha das cartas a publicar; e como deve ter sido difícil a Antonio Spadaro, SJ e Diretor de La Civiltà Cattolica, escolher uma por País, para formar o volume adaptado a crianças, incluindo no espaço de duas páginas, a carta com o original na língua de cada um, a tradução em português para a edição na nossa língua, mas certamente seguindo o mesmo esquema para a edição nas diversas línguas.

Ao William, dos Estados Unidos, que perguntava ao Papa que milagre faria, se conseguisse fazer um milagre, respondeu; «eu curaria as crianças». E ao João respondeu: «Perguntaste-me o que é que eu sinto quando olho para as crianças. Sim, vejo tantas crianças…. E fico feliz quando as vejo… porque ver uma criança, para mim, é ver o futuro».

 A Ana Jeni não vê a sua carta no livro, mas certamente que a vai guardar para toda a vida e o livro que lhe enviei fica a lembrar-lhe que houve uma palavra do Papa Francisco para ela:

«Prezada Ana

O Santo Padre recebeu a carta simpática que lhe escreveste… mostrando como, por todo o lado, a vida nasce pequenina e precisa da mão de todos para crescer e chegar até ao Céu… O Papa Francisco ficou contente ao ver os bons sentimentos e generosos propósitos que te animam, tendo-me encarregado de vir dizer-te o seu muito obrigado, especialmente porque gostas de Jesus e desejas caminhar com Ele durante toda a vida…»

Um livro para crianças? Sim, mas de que alguém dizia: «deve haver muitas lições de Catequese no meio daquelas cartas». Como boa Catequista, não deixará de aproveitar as palavras das crianças e as respostas do Papa Francisco. Assim se aprende, assim se ensina.

Pe. Armando Ribeiro, in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016

FESTA DA PÁSCOA DA ADSCD – MAGUEIJA

Festa Pascal 2016 034No dia 10 de Abril, tal como vem sendo habitual nesta época,  o Grupo Cénico da Associação para o Desenvolvimento Social, Cultural e Desportivo da União de freguesias de Bigorne, Magueija e Pretarouca,  (ADSCD), levou a cabo mais uma pequena festa, na sede da Junta de Freguesia, que  a podemos dividir em duas partes:

Na primeira, tivemos como objectivo fazer uma reflexão e  interiorização de algumas passagens bíblicas; na segunda, recordamos algum passado da nossa aldeia.

Como estamos a viver o ano  Jubilar da Misericórdia, iniciamos a primeira parte da  nossa actuação, com a encenação da parábola do filho pródigo, onde  se pode verificar a infinita misericórdia de Deus, sempre pronto a receber com amor e ternura os filhos que Dele se afastaram,  mas, arrependidos, reconhecem com humildade os seus erros, e pedem perdão  a Deus.

Concluída esta peça, representou-se a cena bíblica do  encontro de Jesus com a Samaritana, junto do poço de Jacob,  seguida duma a projecção de  imagens da criação do mundo, de acordo com   o livro do Génesis da Bíblia Sagrada.

Este primeiro momento, terminou com a entoação duma canção, sobre a mesma  criação, que, duma forma motivadora e pedagógica, alguns dos presentes aprenderam  nos bancos da catequese em crianças.

Na segunda parte, recordou-se e reviveu-se algum passado da aldeia, com danças e cantares  tradicionais, que fazem parte do património cultural da freguesia.

Apesar do tempo chuvoso e pouco apelativo, o salão da Junta de Freguesia encheu-se de gente, onde a união e boa disposição estava bem patente em todo o auditório e actores.

B. L. O., in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016

Caminheiros do Corpo Nacional de Escutas | Formação

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Os Caminheiros da Região de Lamego do Corpo Nacional de Escutas, C.N.E., reuniram-se no passado dia 16 de Abril para participarem no Encontro de Preparação Internacional, EPI.

Esta atividade de formação que tem vindo a percorrer o país, foi desenvolvida pela Secretaria Internacional do C.N.E. em parceria com as Juntas Regionais. O objetivo é a consciencialização dos escuteiros para as oportunidades oferecidas pela vertente internacional deste “Movimento”.

Ao longo do dia, os escuteiros da Região de idades entre os 18 e os 22 anos que aceitaram o desafio, tiveram oportunidade de conhecer a dimensão do escutismo a nível mundial e suas estruturas organizacionais, as várias atividades internacionais que se realizam em Portugal ou no estrangeiro, os instrumentos e as vias corretas para a preparação e participação em atividades no estrangeiro ou de acolhimento de escuteiros estrangeiros…

Foi, sem dúvida, uma atividade importante para o crescimento do escutismo na Região e para a formação dos seus membros, que suscitou da parte do Clã Regional um grande desejo de participação em atividades internacionais.

O Clã Regional tem-se empenhado em contribuir para o crescimento do escutismo em Lamego, procurando a união dos Caminheiros dos vários agrupamentos da Região, no intuito de juntos ultrapassarem mais facilmente as dificuldades. Já no dia anterior os Caminheiros se haviam reunido para debaterem e delinearem projetos cujo objetivo é animar o escutismo, contribuindo para o bem-estar da comunidade civil, tendo sempre presentes os ideais escutistas de ajuda ao próximo e de proteção da natureza.

João Miguel, in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016

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De vez em quando… Batismo – Inconsistências – 2

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Sinceramente, sinto que devo começar esta crónica reconhecendo-me publicamente pecador e imperfeito, muito longe de corresponder ao que Deus e a Igreja querem e esperam de mim.

Posto isto, continuo.

Diz o Papa Francisco que nós, os que fazemos parte da Igreja de Jesus, não somos nem temos que ser perfeitos, porque a Igreja não é necessariamente uma comunidade de justos, mas um povo de discípulos que procuram seguir Jesus o melhor possível.

É verdade. Sem dúvida. Contudo, não posso deixar de dizer que uma coisa é a falta de santidade e de perfeição que ainda não adquirimos, e outra, bem diferente, é a falta de seriedade e de coerência que mostramos: nos actos e nas palavras.

No tema em título e em análise, sempre me impressionou e incomodou a ligeireza e a imponderação com que a maior parte dos pais e dos padrinhos das crianças por eles apresentadas ao Baptismo respondem ao sacerdote que, à entrada do templo, os interroga sobre o compromisso que assumem nesse momento de educar os filhos e afilhados na fé e na vida cristã: os pais, de educar; os padrinhos, de ajudar.

Há cinquenta e três anos que venho fazendo essa pergunta e nunca algum pai, mãe, padrinho ou madrinha me respondeu que não. E no entanto, venho depois a verificar, da parte de muitos deles, um total e absoluto desleixo e desinteresse no cumprimento de tal compromisso. Incluídos muitos dos que assistem às reuniões de preparação.

Chegados depois à Pia Baptismal, e convidados os pais e os padrinhos a manifestarem a alegria da fé e a renúncia ao pecado, dizem todos a tudo que sim. E aqui vem a maior incongruência, de cortar o coração: pais e padrinhos que nunca põem os pés nas igrejas e só lá voltam quando os trouxerem numa urna ou num caixão, pais e padrinhos que vivem a vida inteira num contínuo afastamento da comunidade cristã e num total desleixo e desinteresse pela Eucaristia Dominical e pelos demais Sacramentos, pais e padrinhos que vivem em situação divergente e mesmo oposta às normas morais que o Evangelho ensina e a Igreja recomenda, dizem a tudo que sim: que crêem; que renunciam; que não querem nada com o demónio, nem com a mentira, nem com o pecado.

E toca a baptizar!

Mas se algum sacerdote, por imperativo dos cânones ou descargo de consciência, apresenta qualquer obstáculo ou manifesta qualquer dificuldade em baptizar uma criança, os pais recorrem ao bispo, ao papa se o bispo lhes não dá razão, e agora (está na moda…) até chamam a televisão e os jornais, para publicitar melhor o crime e amedrontar mais e melhor o “criminoso”!

Peço que os meus leitores me perdoem, mas não resisto a pôr aqui a expressão usada um dia por Cunhal: os sacerdotes são obrigados em alguns momentos a engolir mesmo “sapos vivos”.

Não é fácil. Mas, tal como as coisas estão, parece que nada mais há a fazer!

O Baptismo não é um rito mágico que tudo resolve e faz. Também não é um direito que todos temos, sem mais não. Também não é uma oportunidade para arranjar uns compadres simpáticos a quem devemos ou de quem esperamos favores. Também não é uma festa tradicional que se organiza para juntar a família e os amigos, num seleccionado restaurante, em data em que todos possam estar, mesmo que a criança tenha de esperar alguns anos, muitos. O Baptismo é um Dom de Deus e é uma dádiva da Igreja que nunca merecemos nem agradeceremos suficientemente, e é também um Compromisso de Vida com Jesus e com a Igreja, que se assume para sempre: os adultos, por si; os pais e os padrinhos pelas crianças.

Que Deus me perdoe, mas eu acho que a misericórdia divina não consegue cobrir tudo, e sobretudo estas nossas incoerências!

Nem sequer essa misericórdia toda que agora se proclama e oferece a rodos, mas que a maior parte dos cristãos não procura, não quer, não agradece, nem aceita.

Pe. J. Correia Duarte,

in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016

D. Alberto Cosme do Amaral . Centenário do seu nascimento . 2

AlbertoCAmaral-149x300O Seminário era “a menina dos seus olhos”, e como ele disse ao jornalista, “está sempre presentes no meu coração e na minha oração, polariza todos os meus amores num só amor. Dali brota o caudal de graça que chega a todos os recantos humanos e geográficos da diocese. Os dias que mediante a ordenação sacerdotal, gero da plenitude do meu sacerdócio outros sacerdotes, compensam-me superabundantemente de todas as fadigas, canseiras e dores. Pelo pouco que aí fica dito, pode adivinhar que me sinto o homem mais feliz do mundo, e, no silêncio do meu coração, toda a minha vida é um cântico”( in Luz na Montanha, Dez.1989).

Nessa mesma entrevista posta a pergunta:

 –  “Quais as principais condições que um rapaz deve possuir para reconhecer a sua vocação ao sacerdócio?”.

– Responde: – “1º É preciso que o rapaz se encontre consigo próprio. Num ambiente de solicitações de toda a ordem não é fácil. É preciso provocar nele esta fome de encontro com a sua verdade íntima…. Com a sua identidade de discípulo do Senhor.

2º- Depois interrogar-se, na intimidade com o Senhor: -Que quereis que eu faça? E pedir com humildade e sinceridade: Senhor mostra-me a Tua vontade; Senhor faz que eu veja.

3º- Procurar um guia espiritual, um sacerdote enamorado do Senhor, um sacerdote fiel e feliz no seu ministério que o ajude no discernimento.

4º- Ter uma atitude de disponibilidade como a de Maria, como a dos Apóstolos: deixar tudo e seguir o Senhor.

5º- E uma abertura àqueles que o Senhor colocou no seu caminho para o ajudarem a discernir a vocação.

Reconhecida esta possível idoneidade humana e sobrenatural, só uma atitude é lógica: -“Eis que eu venho, Senhor, porque me chamaste” (cfr. L. na M., Dez. 1989).

Ele era um despertador do gérmen vocacional. Contou nuns votos solenes duma religiosa que, ainda seminarista ao cruzar-se com um rapazinho lhe atirou sem rodeios: -“Olha lá, Toninho, tu não queres ir também para o Seminário? Resposta pronta: -“Não, senhor P. Alberto, porque eu sou muito maroto”. E concluiu D. Alberto: – “Pois este rapazinho maroto veio a ser Padre” e, olhando para a sua direita, confidenciou – “está aqui ao meu lado”. Era o Cónego Clara Ângelo. Comigo foi igual. Ele substituíra, na Missa dominical, o senhor Abade e, como a igreja velhinha era pequena, as crianças iam para junto do Altar. O meu pai para se certificar da minha atenção, interrogava-me sobre a homilia. Estava nesse interrogatório quando ele passa e ouvindo, parou até final. Depois pede licença para entrar, elogia a pedagogia paterna, passa a mão pelos meus cabelitos e diz: -“Tu não queres ser padre?… Hás-de ser padre!..” e fixando o meu pai, recomenda: “continua assim com os filhos que vais bem”.

Se, como aconselhou Benjamin Franklin a um comerciante – “Time is money”, dito que os americanos tornaram proverbial, para o D. Alberto, “o tempo é eternidade, é santidade” por isso não se deve desperdiçar. Partilhei com ele, nas férias do seminário, o seu plano de vida diário. Às oito abria-me o escritório e rezávamos Laudes seguidas de meia hora de meditação; tomávamos o pequeno -almoço com um pouco de conversa e estudávamos. “Um padre dizia-me ele, deve estudar, todos os dias, duas horas ou mais horas. Não podemos ser padres de compêndio, temos de estar atualizados, devemos escolher bons livros. Devemos tirar apontamentos”. Que grande ficheiro de apontamentos ele tinha!… (Ainda hoje, influenciado por ele, estudo, diariamente, duas ou três horas). Depois do estudo, visita ao Santíssimo seguida de exame particular e a manhã estava aproveitada. De tarde era mais ou menos igual com uma caminhada, a leitura de cinco minutos do Evangelho, o rosário, a celebração da santa Missa, etc.

O senhor D. Alberto incarnou a mística e a espiritualidade do Opus Dei. Foi o primeiro padre português a integrar a Sociedade Sacerdotal de Santa Cruz. Conheceu e conviveu, muitas vezes, com Monsenhor Escrivá de Balaguer, a quem, hoje, os seus seguidores preferem chamar de São José Maria. O próprio D. Alberto escreveu: -“Muito me ajudou o Opus Dei a reconhecer que o amor ao Bispo, concretizado na obediência pronta e alegre, incondicional, uma obediência ativa, de colaboração, sine murmuratione, era ponto fundamental da minha santidade de sacerdote diocesano” (in “Opus Dei em Portugal – 50 testemunhos”, 2002).

Apesar dos esforços e, creio, de alguma oração, não conseguiu – dizia que eu tinha ideias preconcebidas – integrar-me no Opus Dei. Concluiu com certa desilusão: -“Ó Zé, tu não tens vocação para a obediência”. Ao que eu rematei, provocando-lhe um largo sorriso: -“Tem razão. Já me custa obedecer a um superior quanto mais a dois e pior, um espanhol”. Passados dois ou três anos, fui visitado por dois ilustres Opusdeianos a oferecerem-me uma bolsa de estudos, em Pamplona, na área que eu escolhesse. Como respondesse negativamente, pediram a intercessão do meu pai que virou o bico ao prego:

– “ Ó filho, ninguém dá alguma coisa que não queira o troco”. Mas, apesar disso, o senhor D. Alberto continuou sempre meu amigo, visitava-me e telefonava-me como se fosse da Obra. Um santo varão digno da nossa memória. (Continuaremos).

Pe. Justino Lopes, in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016

D. Alberto Cosme do Amaral . Centenário do seu nascimento . 1

D_Alberto_e_JPII_2_resizedFilho de Manuel Cosme do Amaral e de Rosa Pereira Ramos nasceu, na freguesia do Touro, a 12 de Outubro de 1916. Da casa paterna à velha Igreja Paroquial distanciava a ponte que atravessa o rio. Foi crescendo embalado pelo canto da liturgia e das horas devocionais que lhes entravam pela porta e janelas da casa. A vocação sacerdotal foi nascendo e crescendo neste ambiente cristão, amparada pelas rezas e vivência cristã dos seus tios Lautérios frequentadores e zeladores da Igreja. Por isso quando um jornalista lhe perguntou “como nasceu a sua vocação para ser padre”, respondeu:

– “Não sei como nasceu. Pertence à ordem do mistério. Tenho a certeza que a iniciativa foi de Deus. Que eu me lembre nunca desejei ser outra coisa. Ninguém me sugeriu, fosse o que fosse. Esta ânsia de ser padre nasceu comigo. Eu sei que a iniciativa é sempre de Deus, que, normalmente se serve de intermediários. Comigo não foi assim. Chamou-me diretamente. (…)”.

Depois fala da sua família humilde em bens e cultura e continua:

– ”Eu quis ser padre antes de saber rezar. (…). Quando disse em casa que queria ser padre, mandaram-me dizer isso ao senhor Abade. Eu nem sabia como fazer e dizer. Ensinaram-me. No fim da Missa, fui à sacristia e disse-lhe: – Bote-me a bença, senhor Abade, eu quero ser padre! Ele sorrindo, põe-me a sua mão sobre a cabecita e diz: Pois sim, meu menino, pois sim, quando fores grande, quando fores grande. (…). Depois, sim, vieram os intermediários. Foram tantos e tão dedicados os que me ajudaram a subir a montanha da transfiguração”.

Em 1929 entrou no seminário de Lamego onde brilhou como aluno exemplar no comportamento e no saber. Foi ordenado sacerdote a 13 de Agosto de 1939 e nomeado, em seguida, pároco das paróquias da Horta, Numão e Custoias, no arciprestado de Foz Coa.  Eram tempos difíceis. O jejum eucarístico era desde a meia-noite, o trajeto para as paróquias era a pé, não havia estradas nem transportes e a última Missa terminava já depois do meio- dia. Ainda tentou que alguém confecionasse o pequeno-almoço mas sem resultado – tempos de guerra e de fome.

Em 1943 foi nomeado diretor espiritual do seminário de Resende passando, pouco depois, para o de Lamego. Em 1947 frequentou um Curso de Direção Espiritual e de Acética e Mística no seminário de São Sulpício e Sociologia no Instituto de Cultura Católica em Paris.

Orador fluente e apostólico tanto nas grandes catedrais como nas capelinhas recônditas das aldeias. Cerimoniário da mitra e cónego da Sé, diretor da Obra das Vocações e Seminários (O.V.S.) com o seu jornalzinho, “Servindo a Messe” cujas páginas enchia de doutrina.

Mas ‘a pupila dos seus olhos’ eram os seminaristas e os padres. Queixou-se ao Bispo Diocesano, D. João Campos Neves, o abandono em que deixavam os párocos: -“Tanto cuidado a ampará-los, no Seminário, e, depois, mandámo-los para as paróquias onde os abandonamos ‘como ovelhas para o meio dos lobos”. O Bispo concordou mas andava tão preocupado com a construção do Seminário que afirmou nada poder fazer. Não desistiu, arranjou dinheiro, comprou um Citroen dois cavalos – o célebre ‘pincha’– mais tarde, um Volkswagen – o carocha –  e, todas as semanas de domingo a quinta ao almoço, atendia os seminaristas, depois, partia por essas terras de Cristo a visitar, mensalmente, os sacerdotes e suas irmãs. Muitas vezes intersetavam-no a perguntar-lhe se era o fiscal do bispo para acusarem o padre. Mas passemos-lhe a palavra:

-“ (…) metade da semana passava metido em casa a cuidar da formação dos seminaristas, escondido e silencioso. Vivia para eles dia e noite; a qualquer hora, podiam bater á porta. (…). A outra metade da semana passava-a fora do seminário, em visita aos sacerdotes espalhados pelo imenso território da Diocese. Subia montanhas de 900 metros de altitude e descia a vales fundos, muito fundos. O Douro de margens alcantiladas! Cantava, rezava, pregava, ouvia confidências, absolvia, distribuía a Sagrada Comunhão. Santos Mártires, sacerdotes abandonados, espalhados pelas serranias sem fim. Quantas lições, recebia desses colegas! Recebia muito mais do que dava. Mas era feliz”.  (Continua).

Pe. Justino Lopes, in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4359, 19 de abril de 2016

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