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Visita Pastoral em Lamego | D. ANTÓNIO COUTO NO CTOE
Em 25 de fevereiro de 2015, Sua Excelência o Bispo de Lamego, D. António José da Rocha Couto, efetuou uma visita ao Centro de Tropas de Operações Especiais, incluída na visita pastoral que está a efetuar às Paroquias de Almacave e da Sé, da cidade de Lamego.
Após a receção à porta de Armas da Unidade pelo excelentíssimo Comandante da Brigada de Reação Rápida, Major General Carlos Alberto Grincho Cardoso Perestrelo e pelo Comandante do Centro de Tropas de Operações Especiais e apresentação de cumprimentos no Salão Nobre da Unidade, seguiu-se um briefing informativo das atividades em curso e planeadas para o ano de 2015
Do programa da visita constou também uma visita à coleção visitável do CTOE e à Igreja de Santa Cruz.
Após o almoço Sua Excelência o Bispo de Lamego, D. António José da Rocha Couto assinou o Livro de Honra do Centro de Tropas de Operações Especiais.
in Voz de Lamego, n.º 4306, ano 85/19, de 24 de março de 2015
D. ANTÓNIO COUTO | VISITA PASTORAL À PARÓQUIA DA PENAJÓIA
COM O BISPO CONSTRUIR A FAMÍLIA DE DEUS
Entre os dias 17 e 22 do mês em curso realizou-se a Visita Pastoral do Bispo da Diocese de Lamego, D. António José da Rocha Couto, à Paróquia de Penajóia.
A Comunidade Paroquial envolveu-se em espírito missionário na preparação deste acontecimento assumindo a Visita Pastoral como uma oportunidade de Evangelização e de criação de laços de fé e amizade que proporcionassem unidade entre todos.
Dos diversos trabalhos de preparação para esta Visita, envolvendo toda a Comunidade com representantes dos diversos locais de culto, movimentos paroquiais, irmandades, jovens e outros pretendendo-se estudar e planificar a dinâmica da Visita Pastoral ao Pastor da Diocese nos momentos de Pré- Pastoral, Visita Pastoral e Pós- Pastoral com o objectivo de promover a ação evangelizadora do Bispo no múnus de ensinar, santificar e governar, renovar na comunidade a sua presença à Igreja Diocesana e criar laços fraternos que promovessem a unidade paroquial, alicerces fundamentais na construção da Família de Deus.
Para que todos estes objetivos fossem um resultado positivo a Paróquia como período Pré- Visita, no dia 8 de Fevereiro realizou-se uma tarde vocacional “as vocações ao serviço da Igreja” ; no Primeiro Domingo de Quaresma, através de um Concerto Quaresmal, na Igreja de Santíssimo Salvador e com a presença do Coro da Catedral de Lamego e de dois organistas, oficializou-se a abertura da Visita Pastoral e inserimos o Jubileu da Irmandade de Santíssimo Salvador, no Segundo Domingo da Quaresma, como momento de graça à vivencia da Reconciliação para preparação da Visita Pastoral.
Durante a Visita Pastoral o senhor Bispo percorreu as cinco zonas pastorais da Paróquia: Moledo, S. Geão, Santo António, Santíssimo Salvador e Valclaro, visitando os seus lugares de culto, instituições e doentes. Em todos estes Lugares o senhor Bispo foi recebido com arcos enfeitados, dísticos de saudações, muitas palmas, muto carinho e amizade. Ficou a conhecer a realidade geográfica da Paróquia, reconhecendo-a muito extensa e de difíceis acessos, realçou a beleza e a riqueza agrícola e em cada Eucaristia rezada nos respectivos lugares as suas homilias foram verdadeiras lições de catequese que a todos deixou mais enriquecidos na fé.
No lugar do Moledo, lugar histórico pela sua Capela da Senhora da Ajuda, mandar construir pela Rainha D. Mafalda assim como uma albergaria para apoio dos peregrinos e outros que atravessavam o rio Douro, bem junto ao rio, o senhor Bispo desafiou as pessoas a abrir os corações à abundante água que corre pelas nossas encostas e, que à semelhança da leitura de Ezequiel, ela torne cada vez mais férteis os nossos corações, que não basta ter uma terra carregada de história, com paisagens belas e férteis, onde as primícias da terra brotam cedo, mas ela será tanto mais bela, quanto mais belo fizermos o nosso coração. Comparou mesmo a Capela da Senhora da Ajuda à piscina do Evangelho, lugar de cura e de graça, onde encontramos a Mãe que sempre está atenta aos seus filhos.
Em Santíssimo Salvador, na Eucaristia foi celebrada a Festa a S. José e o Senhor Bispo pediu-nos que olhássemos para S. José e aprendêssemos dele o silêncio. S. José não gritava, ou falava com aspereza, permanecia silencioso, porque só no silêncio ele soube escutar Deus. Pediu aos pais para darem bom e abundante fruto pelo testemunho das suas vidas. Aos pais e que foram muitos os presentes, foi dada uma bênção própria e receberam também uma flor.
Houve tempo para um encontro com as instituições, Adega Cooperativa, Escola, Junta de Freguesia, crianças da catequese e com todos os cristãos envolvidos nos diversos movimentos, e ministérios laicais dizendo que são precisos mais catequistas, mais leitores, mais cantores, mais zeladores…. E que os presentes deveriam convidar outros pela palavra e pelo testemunho.
No último dia da Visita, Dia 22, o Senhor Bispo, veio desde o Paço Episcopal escoltado por motocares com uma paragem no começo da Freguesia no lugar da Quebrada, onde foi recebido pelo representante da Junta de Freguesia, Pároco e alguns leigos, tendo continuado viagem em caravana e com as motos até à Igreja Paroquial de Molães onde os Foguetes, o dístico de saudação, a passadeira apropriada ao momento, com a oferta de um ramo de flores pelas crianças do primeiro ano de catequese, com as palmas dos crismandos e do povo ali reunido fizemos a receção em festa, ao Pastor da nossa Diocese.
A Eucaristia foi muito vivida, muito partilhada desde o coro de crianças e adultos, à palavra de reconhecimento e de alegria proferida por um leigo salientando os desafios propostos pelo senhor Bispo durante os dias que visitou a Paróquia, à cerimónia do Crisma a dez jovens e três adultos, ao ofertório que para além das espécies do pão e do vinho, Bíblia, terço, vela foram levados ao altar todos os produtos criados na terra, objetos que os trabalhadores utilizam no seu dia a dia a trabalhar os campos, flores, e outros elementos apropriados.
O senhor Bispo deixou-nos alguns desafios como o criar a tempo inteiro o Conselho Pastoral que reflicta, reze e dinamize uma pastoral próxima, ternurenta, missionária e anunciadora; criar grupos mistos envolvidos numa pastoral pela saúde e ação social que visitem regularmente os grupos mais vulneráveis; continuar a envolver as crianças, jovens e famílias na dinamização evangelizadora da Paróquia; promover espaços de oração e de silêncio que favoreçam a unidade paroquial; reconhecer que o Deus Trino é a fonte e a razão única das celebrações litúrgicas, da vivência da Fé, da evangelização e de toda a ação pastoral da Paróquia.
A Visita do nosso Bispo terminou com um almoço – convívio nos espaços da Junta de Freguesia, vivido com muita alegria, muitas pessoas á volta do seu Bispo em conversa amena, satisfeitas pela sua maneira delicada, sempre bem disposto. Das mais diversa formas, o nosso Bispo pode sentir o acolhimento, a alegria e o respeito que em todos os lugares foi manifestado.
Foi, realmente um tempo de graça para os cristãos de Penajóia esta Visita Pastoral do nosso Bispo D. António Couto a quem deixámos uma palavra de carinho e gratidão.
Muitas pessoas se envolveram para que esta Visita Pastoral, resultasse na Panajóia, mesmo, como um Tempo de Graça. Assim aconteceu. A Comunidade Cristã de Penajóia, conheceu o seu Bispo, aproximou-se dele, falou com ele, rezou com ele e aprendeu dele para sermos transmissores das maravilhas de Deus.
Teresa Felisberto, in Voz de Lamego, n.º 4306, ano 85/19, de 24 de março de 2015
Curso de Preparação para o Matrimónio (CPM) | Lamego
Viver em comunhão com os ensinamentos de Jesus
MATRIMÓNIO
Decorreu nos dias 28 de fevereiro, 7 e 14 de março mais um curso de preparação para o matrimónio. Na casa de S. José, onze futuros casais, prepararam a sua união matrimonial, sob a orientação espiritual do Pe. Zé Guedes e o testemunho de vida em comum de sete casais.
O objetivo destes encontros passou pelo diálogo e pela troca de experiências. Os participantes foram convidados a refletir sobre diversos temas e situações que poderão encontrar no decorrer da sua vida a dois. A presença dos já casais trouxe consigo, não a solução para as dúvidas ou para as dificuldades, mas sim a palavra que orienta com base no poder da experiência das suas vidas. Os temas abordados foram pertinentes. Falou-se de diálogo, dos valores, direitos e deveres praticados na união, de amor ao longo da vida, dos filhos e da presença da oração no quotidiano da vida a dois. Os futuros casais tiveram a oportunidade de partilhar as suas histórias e ideias, ouvindo as histórias e experiências dos já casais. Houve espaço para a partilha e reflexão. Houve momentos de seriedade, mas também de alegria, humor e boa disposição. No primeiro dia, contámos ainda com a presença do Sr. Bispo, D. António, que nos falou sobre o sacramento do matrimónio, deixando uma palavra de encorajamento e de felicitação.
Viver o sacramento do matrimónio não é apenas o “sim” dado a uma vida partilhada entre homem e mulher, é também e acima de tudo, o “sim” a uma comunhão vivida sob a égide dos princípios, dos ensinamentos e das crenças pelas quais Jesus Cristo lutou, morreu e ressuscitou.
Para o futuro fica a ideia de que “o amor é um ser vivo que nasce, cresce, floresce e frutifica” e como tal é preciso cuidar dele todos os dias. O amor é presente e futuro, é vida, é partilha, é união e os onze futuros casais querem-no viver em plenitude e em comunhão com Deus.
O futuro casal Santos – Vera e André,
in Voz de Lamego, n.º 4306, ano 85/19, de 24 de março de 2015
JUBILEU – MISERICÓRDIA | Editorial Voz de Lamego | 24 de março
A convocação do Jubileu da Misericórdia, feito pelo Papa Francisco, já agita positivamente a Igreja, que se prepara na reflexão, nos gestos, na abertura, no acolhimento. É este o mote para o Editorial do Pe. Joaquim Dionísio, Diretor do nosso jornal diocesano Voz de Lamego.
O Editorial ambienta-nos a cada nova edição da Voz de Lamego, que esta semana sublinha nas páginas centrais a Visita Pastoral à Paróquia da Penajóia, mas com muitos outros motivos para nos determos no jornal diocesano, jovens, encontros, dia mundial da juventude, família, matrimónio, acontecimentos, reflexões… Boa leitura
JUBILEU – MISERICÓRDIA
No início do terceiro ano de pontificado, o Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia, entre a Solenidade da Imaculada Conceição deste ano (08 de dezembro) e a Solenidade de Cristo Rei do Universo do próximo ano (20 de novembro).
Para o recentemente canonizado Papa João XXIII, a misericórdia era o mais belo nome dado a Deus. João Paulo II, canonizado no mesmo dia, também testemunhou grande atenção ao tema, dedicando o segundo domingo de Páscoa à Misericórdia divina. E, sobre este tema, valerá a pena ler o livro do cardeal Walter Kasper (A Misericórdia – Condição fundamental do Evangelho e chave da vida cristã), de 2012 e agora publicado em português. Para o teólogo alemão, a misericórdia divina é um tema fundamental para o séc. XXI, em resposta aos ‘sinais dos tempos’ e sublinhar a sua importância, à luz da situação atual, representa uma “enorme provocação para a teologia”.
A par dos atributos divinos que resultam da essência de Deus (simplicidade, infinitude, eternidade, omnipresença, omnisciência, omnipotência…), a revelação bíblica mostra-nos um Deus que se compadece e sofre com as suas criaturas, porque “enquanto misericors, tem um coração (cors) junto dos pobres e para os pobres (miseri)”. E este desenhar da imagem de um Deus capaz de empatia aproxima quem anda longe, fortalece quantos desejam continuar, incute confiança a quem falha e alimenta a esperança dos que sofrem.
Celebrar a misericórdia divina não é um convite ao facilitismo diante de um Deus que tudo perdoa, mas uma oportunidade para tomar consciência do amor de Deus e da sua solicitude por todos, assumindo o compromisso de corresponder a este convite (provocação).
Quantas pessoas, vítimas de situações humanamente sem saída, não se levantam e caminham graças à revelada misericórdia de Deus?
in Voz de Lamego, n.º 4306, ano 85/19, de 24 de março de 2015
5.ª Conferência Quaresmal de D. António: Uma vida com mais amor
(Foto da Visita Pastoral de D. António Couto à Penajóia)
Uma vida com mais amor, graça e Deus
As programadas cinco conferências quaresmais ficaram concluídas no passado domingo. Ao longo de cinco semanas, de forma consecutiva, D. António Couto esteve na Sé para nos falar de Deus e nos convidar a um seguimento atento e contínuo. Aqui fica mais um breve relato, na esperança de, em breve, podermos usufruir da integralidade de tais catequeses.
A Quaresma é uma oportunidade para crescer diante de Deus, protagonizando sentimentos e gestos que denotem vontade em querer imitar Jesus Cristo, que viveu de forma radical o seu amor pela humanidade, não fazendo acepção de pessoas e doando a sua vida por todos. E como é difícil conjugar e concretizar, na primeira pessoa, um amor completamente gratuito que não actua em função do benefício esperado, mas apenas pela satisfação própria de fazer o bem!
Para nos ajudar nessa reflexão, D. António Couto partiu de três “ensinamentos” rabínicos…
a) Os três amigos
Um homem tinha três amigos, a quem distinguia hierarquicamente, segundo o “tempo gasto” com cada um: com o primeiro existia uma proximidade muito grande, sendo a grande referência, o mais íntimo e inseparável; o segundo era um amigo com quem confraternizava de vez em quando; o terceiro, e último, era alguém que só raramente via.
Um dia, este homem recebe uma intimação para se apresentar diante do rei. Aflito, sem saber como apresentar-se e com medo de ir sozinho, recorre aos amigos citados: o mais íntimo, o primeiro, desculpa-se, dizendo que estará sempre com ele, menos nessa ida ao rei; o segundo afirma-se com alguma disponibilidade, mas avisa-o que só o acompanhará até à porta; o terceiro, aquele que raramente encontrava, foi o que se prontificou de imediato para o acompanhar.
Interpretação: o homem é cada um de nós; o rei que convoca é Deus; o momento para esse encontro é a morte; o primeiro amigo são todas as ocupações e preocupações, que nos acompanham, mas que desaparecem na morte; o segundo são os familiares e amigos, que acompanham, mas ficam à porta do cemitério; o terceiro é o bem, as boas obras, o amor gratuito, que acompanham para a eternidade.
Conclusão: às vezes é preciso reescalonar ou até inverter a ordem dos amigos, porque só o amor puro, que não se vive para receber algo em troca, é decisivo. Tal como no-lo recorda S. Paulo: tudo passa, só o amor permanece.
b) O morto e o ferido
Um mestre, aquando de um ensinamento sinagogal, desafia os seus discípulos a responderem à questão: “no caminho, diante de um homem já cadáver e de um homem ferido, qual socorrer primeiro?”. A resposta foi unânime: o ferido!
Mas o mestre corrige: primeiro o morto, porque esse não poderá “pagar” o bem feito e, por isso, o bem assim praticado é sem retorno, desinteressado!
c) Resumo da lei
Uma terceira situação, também na Sinagoga, é protagonizada por alguém que coloca uma mesma questão a dois mestres, um mais conservador e fechado e outro mais liberal e aberto. O desafio feito aos mestres consistia em resumir a Lei enquanto o individuo aguentava assente apenas em um dos pés. O mais conservador reage expulsando quem pensa que a Lei poderia ser resumida de forma tão breve. O outro respondeu enunciando a chamada “regra de ouro”: não faças ao outro o que não queres que te façam a ti.
Uma formulação negativa que, aparentemente, não será difícil de cumprir: basta cruzar os braços e nada fazer!
A novidade de Jesus Cristo
Os evangelhos enunciam esta regra, formulando-a positivamente: faz aos outros o que queres que te façam a ti! Já não é suficiente cruzar os braços, ficar à defesa.
Mas estas duas formulações padecem de um mesmo vício: a autorreferencialidade do homem e a perspectiva de uma recompensa (negócio) diante do bem praticado, diminuindo a gratuidade. Ainda neste domínio, a fórmula “ama o teu próximo como a ti mesmo” permite sair do raio de ação do verbo “fazer”, mas não livra do mesmo perigo da autorreferencialidade, na medida em que sou a medida desse amor. E, se alguém não se ama, também não saberá amar o outro!
Jesus apresenta e protagoniza a novidade que permite ultrapassar tal perigo: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. E Jesus amou até ao fim, dando a vida, vivendo um amor sem medida, doando a vida gratuitamente. Trata-se de um amor radical. Vivido de forma incondicional, sem esperar nada em troca, pura gratuidade.
Diante de tais ensinamentos, confrontados com a caminhada quaresmal, que se pretende ascendente, nunca será inoportuno que cada um se questione no sentido de saber como vive tal amor incondicional, puro e gratuito.
Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, n.º 4306, ano 85/19, de 24 de março de 2015
Encontro de formação do Movimento da Mensagem de Fátima – MMF
“Santificados em Cristo” foi o tema do Encontro de Formação que o Movimento da Mensagem de Fátima realizou, no passado sábado, 14 de Março, no Seminário Maior de Lamego. Estiveram presentes um bom número de Mensageiros.
O orientador foi o Sr. Padre Dário Pedroso, sobejamente conhecido como Secretário-Geral do Apostolado da Oração. Sacerdote jesuíta desde 1975, licenciado em Filosofia e Teologia, autor dos boletins anuais do MMF, já publicou um elevado número de obras.
Se nos seus livros encontramos preciosos guias do conhecimento e reflexão da nossa consciência religiosa, valiosos auxiliares para as nossas orações, ouvi-lo é um verdadeiro prazer para a nossa alma.
O Sr. Padre Dário Pedroso, no seu simples e belo discurso, falou da nossa santificação, cuja semente recebemos no nosso batismo e que deveremos fazer crescer dentro de nós ao longo da nossa vida, respondendo ao apelo de Deus: “Sede santos, porque Eu, o vosso Deus, sou santo”. (Lv 19, 2)
A visita frequente ao Sacrário e a oração em união com o sacrário deverão fazer parte das nossas rotinas. Por isso, o encontro terminou com um momento de oração e adoração do Santíssimo Sacramento na capela do Seminário.
Mais ricos com o que aprendemos, saibamos responder ao apelo do Senhor!
O secretariado diocesano, in Voz de Lamego, n.º 4305, ano 85/18, de 17 de março de 2015
MOMENTOS | > Seminário Menor de Resende
Nos passados dias 13 para 14 de março o Seminário Menor de Resende viveu um momento de especial intimidade com o Senhor: “24 horas de oração”. Um tempo vivido com intensidade, colocando diante do Senhor todas a Vocações. Facto é que o encontro pessoal com Deus leva-nos a sair do caminho que vamos traçando para a nossa vida. O homem tem de ter consciência que a sua vida tem um rumo, um caminho no qual caminha e que lhe serve para o conduzir à felicidade. Deus chama pelo nome de cada um. Compete-nos a nós dar-Lhe uma resposta a esse chamamento. Deus apenas nos pede que confiemos n’Ele, que não tenhamos medo d’Ele porque Ele nunca nos abandona. Neste mesmo sentido estas 24 horas foram partilhadas entre toda a comunidade do Seminário Menor (Formadores, Funcionários e Seminaristas) cada um tempo um momento particular junto de Deus.
No dia 15, mais uma vez, o Seminário Menor (nas pessoas dos seminaristas e formadores) e o Seminário Maior (na pessoa do Rev. Pe Vasco Pedrinho que é, também, responsável do Departamento diocesano das Vocações), foram ao encontro das comunidades. Desta vez em terras de Lalim e Cepões, numa ação de promoção vocacional, paróquias confiadas ao pastoreio do Rev. Pe. Agostinho Ramalho. No final das celebrações e do convívio com os mais pequeninos fomos almoçar no Centro paroquial de Lalim.
Findo o almoço percorremos a estrada até terras de Penajóia, comunidade confiada ao cuidado do Rev. Pe. José Fernando, onde participamos da Adoração Eucarística, como preparação da Visita Pastoral do nosso Bispo a decorrer de 17 a 22 deste mês, animando-a com o canto das Vésperas. No final da Adoração tivemos um pequeno momento de confraternização oferecido pelo pároco.
Foram três dias bastante cheios de atividade. Mas mais do que isso foram dias especiais pelo facto de nos ajudarem a crescer no amor ao serviço dos outros.
A todos quantos nos acolheram nestes dias o nosso bem-haja. Fica a promessa da nossa oração por todos. Todos somos a Família diocesana, somos a Família de Deus.
Diác. Fabrício Pinheiro e Sérgio Carvalho, SMR,
in Voz de Lamego, n.º 4305, ano 85/18, de 17 de março de 2015
Via Sacra no Mosteiro das Irmãs Dominicanas em Lamego
No tempo quaresmal a Via Sacra é um dos exercícios de piedade mais aperciado pelos cristãos. “Entre os actos de piedade com que os fiéis veneram a Paixão do Senhor poucos são tão amados como a Via-Sacra. Através deste exercício de piedade, os fiéis repercorrem com afecto participante o último trajecto da cominhada percorrida por Jesus durante a sua vida terrena: desde o Monte das Oliveiras, onde numa propriedade chamada Getsémani, o Senhor ficou cheio de angústia, até ao Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores, ao jardim onde foi deposto num sepulcro novo, escavado na rocha” (Diretório sobre a piedade popular e Liturgia, n.133).
Desta forma, no passado dia treze realizou-se a Via Sacra no Mosteiro das Irmãs Dominicanas em Lamego, juntamente com a Irmandade Militar da Senhora da Conceição e o Seminário Maior de Lamego. Foi um momento de encontro e oração como já tem sido habitual. Fazer Via Sacra é recordar o caminho do Amor, é estar junto da cruz como o fez Maria, Mãe de Jesus.
Joel Valente, SML, in Voz de Lamego, n.º 4305, ano 85/18, de 17 de março de 2015
Jovens do Arciprestado de Lamego em jornada de formação
No passado dia 14 de Março o Grupo de Jovens da Sé participou mais uma vez na Preparação Quaresmal do Arciprestado de Lamego, este ano a cargo do Pe. Miguel Peixoto. Rumamos à Kolping pelas 10h00 onde nos encontramos com os restantes jovens que participaram na atividade. Estiveram presentes jovens das seguintes paróquias do Arciprestado de Lamego: Almacave, Ferreirim e Sé. Depois de uma receção calorosa iniciamos com uma oração em que pedimos fervorosamente a Jesus Cristo que nos desse a sua bênção e que nos transmitisse a serenidade necessária e um espírito de partilha para que pudéssemos viver o tempo de Quaresma. Seguidamente o Pe. Miguel Peixoto leu uma passagem da Carta de São João aos Efésios (Ef 2, 1-10) e começou a Formação Quaresmal intitulada “Deus Rico em Misericórdia”. Um dos temas que se destacou foi “Grupos de Jovens” onde ficamos a conhecer o verdadeiro sentido da existência de um grupo de Jovens, do seu papel ativo na Paróquia onde está inserido e principalmente o Amor a Jesus Cristo que nos reúne e nos torna num só. A meio da formação foram-se distribuídas folhas de papel, lápis e uma das sete frases que Jesus Cristo pronunciou antes da sua morte. Cada um dos presentes leu a frase que lhe foi destinada e teve de desenhar na folha de papel que tinha à sua frente a primeira coisa que lhe veio à memória. Foi um momento de descontração e onde cada um dos jovens presentes teve a possibilidade de se manifestar.
Com este mesmo espírito de partilha e alegria decorreu o lanche partilhado que substituiu o almoço.
Da parte da tarde reunidos em grupo fizemos um pequeno trabalho centrado nas mesmas frases que nos foram destinadas da parte da manhã. Partilhamos experiências, pensamentos e amizade em Jesus Cristo.
Termino a minha pequena partilha com a oração que rezamos na formação “Jesus nossa esperança, vens fazer de nós pessoas humildes segundo o Evangelho. Gostaríamos tanto de compreender que o que há de melhor em nós se constrói através de uma confiança muito simples, tão simples que mesmo uma criança a pode compreender e viver. Abençoa-nos Jesus Cristo, tu que nos amas sempre, mesmo na nossa noite.”
Um bem-haja ao Pe. Miguel Peixoto que nos proporcionou crescer na nossa fé.
Susana Santos, in Voz de Lamego, n.º 4305, ano 85/18, de 17 de março de 2015
Franciscanos: A VIDA CONSAGRADA NO CORAÇÃO DA IGREJA
O Papa Francisco teve a feliz ideia de proclamar o ano de 2015 como Ano dedicado à Vida Consagrada. Sem dúvida que o Espírito Santo esteve presente nessa sua decisão. É um ano de graça, em que todos os cristãos são convidados a refletir sobre a importância da Vida Consagrada na vida da Igreja e a rezar intensamente por esta intenção.
O Santo Padre abriu solenemente o Ano da Vida Consagrada no dia 30 de novembro, primeiro domingo do Advento, com uma Carta Apostólica dirigida especialmente às pessoas consagradas, e o seu encerramento será no dia 2 de fevereiro de 2016, Dia do Consagrado.
1. O que é um consagrado? Sagrado é só Deus. Con-sagrado é todo aquele ou aquela que vive em íntima união com o Sagrado, em íntima união com Deus, de forma definitiva, integral, sem condições nem reservas.
A consagração é um dom gratuito de Deus à sua Igreja. A vocação para a Vida Consagrada tem a sua origem no coração de Deus. É Ele que chama. É Ele que consagra, como podemos ler em Jeremias: “Antes de te haver formado no ventre materno, Eu te conhecia; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta…” (Jr 1, 5).
2. Deus chama e consagra para enviar em missão. O consagrado é por natureza um enviado, com uma missão específica: tornar presente no mundo o modo de vida de Jesus, enquanto viveu no meio de nós. Os consagrados assumem este compromisso e exprimem-no através dos três votos que fazem na sua profissão: de obediência, pobreza e castidade. Abraçam livre e voluntariamente a vivência dos conselhos evangélicos, para viverem mais de perto o estilo de vida de Jesus e se identificarem com Ele no dia-a-dia.
Como diz o Papa Francisco na sua carta, a Vida Consagrada “enquanto dom de Deus, não é uma realidade isolada e marginal, mas situa-se no coração da Igreja, como elemento decisivo da sua missão”.
3. Há na Igreja muitas Ordens, Congregações e Institutos de vida consagrada, cada um com o seu carisma próprio; mas, na realidade, todos têm o mesmo objetivo: a sua própria santificação e a santificação do mundo. Os meios para alcançar esse fim são sobretudo a oração, o anúncio do evangelho e o testemunho de vida. Como diz o Papa Paulo VI na Evangelii Nuntiandi, 41, “o testemunho de uma vida autenticamente cristã é o primeiro meio de evangelização”. Se isto se aplica a qualquer cristão, com mais razão aos religiosos, que “têm na sua vida consagrada um meio privilegiado de evangelização eficaz”, como se lê no mesmo documento. Os consagrados têm, pois, uma importância especial no quadro da evangelização do mundo.
4. A Ordem Franciscana, à qual pertenço, é uma das chamadas Ordens mendicantes. Foi fundada por S. Francisco de Assis (1182-1226) e aprovada oralmente, em 1210, pelo Papa Inocêncio III, visto que Francisco ainda não tinha propriamente uma regra escrita. Limitou-se a apresentar a Inocêncio III algumas frases basilares retiradas do evangelho, pedindo autorização para viver com os seus frades segundo essa norma de vida. Esse pequeno documento é conhecido como “proto-regra” ou primeira regra da Ordem Franciscana, que se perdeu. O Capítulo (assembleia geral) de 1221 apresentou ao Papa uma Regra escrita, que a Sé Apostólica aprovou provisoriamente, sem bula, e que vigorou até 1223. A Regra definitiva foi aprovada através da respetiva bula no ano de 1223, pelo Papa Honório III. Chama-se, por isso, Regra definitiva ou Regra bulada. Começa com estas palavras:
“A Regra e Vida dos Irmãos Menores é esta: observar o santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade. O irmão Francisco promete obediência e reverência ao Senhor Papa Honório e aos seus sucessores canonicamente eleitos e à Igreja Romana”.
Temos aqui os traços fundamentais do carisma franciscano: a vivência do evangelho, seguindo os conselhos evangélicos da obediência, pobreza e castidade, e uma profunda reverência e respeito para com a Santa Mãe Igreja. Uma caraterística muito franciscana!
Francisco era filho de um rico comerciante de Assis; mas, quando descobriu no evangelho a paternidade de Deus e a sua filiação divina, exclamou: “Meu Deus e meu Tudo! Se tenho a Deus como Pai, que mais me é preciso?” Renunciou a toda a herança e riqueza paterna, e começou a viver pobremente vestido e a cantar por toda a parte os louvores de Deus. Algumas pessoas, que o tinham conhecido antes, chamavam-lhe doido; no entanto, muitos jovens começaram a segui-lo, juntaram-se a ele, e a Ordem Franciscana nasceu.
Em 1217, quando o grupo já era numeroso, Francisco começou a enviar os Irmãos dois a dois em missão: uns para a França, outros para a Alemanha, outros para a Terra Santa, passando pelo Egito. Em 1219, partiu o próprio Francisco também para o oriente. Esta viagem missionária teve como fruto a fundação da Custódia da Terra Santa. A partir daí, a Igreja Católica confiou à Ordem Franciscana a guarda dos lugares santos na terra onde Jesus nasceu e viveu. Quem fizer uma peregrinação à Terra Santa notará que em todos os santuários se vê a presença dos Frades Menores ou Franciscanos.
Em 1219, um grupo de seis frades foi enviado para Marrocos, a fim de pregar a fé cristã aos muçulmanos. Passaram pelo sul da França e chegaram ao norte da Espanha, onde um deles, Fr. Vital, ficou retido por grave doença. Os restantes cinco prosseguiram viagem, passando por Coimbra, Sevilha, e chegaram a Marrocos, onde foram martirizados por causa de Cristo. Os cinco mártires de Marrocos são os primeiros mártires da Ordem Franciscana. Foi o seu testemunho de simplicidade e de fé que levou santo António de Lisboa a deixar os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, onde se encontrava em Coimbra, e a entrar na Ordem Franciscana.
A chegada dos franciscanos a Portugal aconteceu, ainda em vida de S. Francisco, no ano de 1217, com a vinda de Fr. Gualter e Fr. Zacarias, dois missionários enviados a Portugal para introduzirem esta Ordem no nosso país: Fr. Gualter fundou o convento de Guimarães e Fr. Zacarias o de Alenquer.
A Lamego chegaram por volta de 1270, ou ainda antes. Também as Irmãs Clarissas (franciscanas da 2ª Ordem, de clausura, fundadas por Santa Clara de Assis) viveram em Lamego até à década de 1260-1270. Os primeiros franciscanos que viveram em Lamego faziam parte do ramo franciscano dos chamados Claustrais, que foram extintos pela Santa Sé em 1568, visto que levavam um género de vida pouco condizente com o espírito original do fundador Francisco de Assis. Vieram substituí-los, uns anos mais tarde, os Frades Menores Observantes, que tinham um espírito mais simples e austero, e viviam das esmolas que o povo e os benfeitores lhes ofereciam. Assim, os franciscanos estiveram presentes ininterruptamente em Lamego da segunda metade do séc. XIII até 1834, quando foram expulsos de Portugal todos os religiosos. Regressaram de novo em 1916, tendo permanecido com mais ou menos dificuldades até aos nossos dias.
A atividade pastoral, a que os franciscanos se dedicavam, centrava-se sobretudo na assistência espiritual à Ordem Terceira Franciscana (hoje chamada Ordem Franciscana Secular), no auxílio aos párocos das redondezas (pregação, confissões, funerais, etc.), na orientação de retiros espirituais, sempre que solicitados, e particularmente garantindo o culto e assistência religiosa à igreja de S. Francisco, situada na Rua de Almacave, nº 1, na cidade de Lamego. A igreja de S. Francisco sempre foi um ponto de referência e uma das mais frequentadas da cidade, e é ainda hoje o centro espiritual onde os fiéis de perto e de longe procuram o sacramento da reconciliação. – Os Franciscanos sempre foram e continuam a ser muito estimados pelo povo desta região, e sempre sentiram e continuam a sentir um grande carinho e apoio por parte do clero e dos Bispos, que têm servido pastoralmente esta diocese.
Interessa ainda recordar que, a poucos quilómetros de Lamego, os Frades Menores também viveram no convento de Santo António de Ferreirim. Construído em terrenos doados para o efeito pelos Condes de Marialva, a 28 de janeiro de 1525, ali permaneceram os Franciscanos até ao séc. XIX.
a) Para os menos iniciados neste campo, a Ordem Franciscana está dividida em três ramos: a 1ª Ordem (que compreende os Frades Menores ou simplesmente os Franciscanos, os Capuchinhos e os Conventuais), a 2ª Ordem (as Irmãs Clarissas, de clausura) e a Ordem Terceira ou Ordem Franciscana Secular. – À Ordem Franciscana Secular pode pertencer qualquer cristão, que deseje viver o evangelho ao jeito de Francisco de Assis. Já fizeram parte deste ramo da Ordem, desde as pessoas mais simples e humildes, até reis e Papas. – Temos aqui em Lamego uma Fraternidade da OFS, com sede na igreja de S. Francisco, Rua de Almacave,
b) Como vimos, a Ordem Franciscana é uma Ordem missionária desde as suas origens. No entanto, dedica-se a qualquer género de apostolado: paróquias, ensino, saúde, missões, etc.
5. Sendo tão importante para a vida da Igreja este Ano da Vida Consagrada, é desejo do Santo Padre que todos nós cristãos rezemos pelas vocações consagradas: para que o Senhor fortaleça e encoraje os que já trabalham na sua vinha, e para que continue a chamar novas vocações consagradas, para que o “coração da Igreja” tenha sempre sangue novo que lhe dê saúde, vitalidade e alegria.
Para que Deus possa continuar a dar-nos vocações, precisa muito da nossa colaboração humana. Primeiramente da colaboração das famílias. Que as famílias jovens estejam abertas à transmissão da vida, pois é às famílias que Deus vai buscar as vocações. Se não houver crianças, não haverá vocações! Que as famílias ofereçam um ambiente de fé, paz e amor, onde as vocações possam germinar, crescer e atingir o seu pleno desenvolvimento. – Deus precisa particularmente da colaboração dos jovens, rapazes e meninas. Que estejam atentos! E, caros jovens, “se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não lhe fecheis o vosso coração”.
Deus é generoso para com os seus filhos e não os abandona. Neste Ano da Vida Consagrada, todos nós cristãos vamos dar o nosso contributo, para, em união com os consagrados, anunciarmos o evangelho e expandirmos o Reino de Deus.
Pe. Fr. Amador Pereira Carreira, ofm,
in Voz de Lamego, n.º 4305, ano 85/18, de 17 de março de 2015