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D. ANTÓNIO COUTO – O LIVRO DOS SALMOS – nova publicação
D. António Couto, Bispo de Lamego, acaba de apresentar, no dia 21 de Novembro, no Seminário das Missões, a última obra O LIVRO DOS SALMOS.
Fazemos nossas as últimas frases de D. António na Introdução:
“Sei e sinto a imensa beleza e o sabor único dos Salmos, de cada Salmo. Aqui os deixo. Desejo aos leitores e estudantes que peguem neles como quem pega no pão ainda a sair do forno. Bom apetite.”
O livro da Editorial Missões – Cucujães, tem 120 páginas, 14×21 cm e o preço é de 7,00€.
in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
Festa da Dedicação da igreja-mãe
A nossa diocese assinalou festivamente, na última sexta-feira, mais um aniversário da Dedicação da sua catedral, a igreja-mãe de todas as igrejas diocesanas. A eucaristia, presidida por D. António Couto, contou com a participação de D. Jacinto Botelho e de alguns sacerdotes, bem como de um número não muito elevado de fiéis.
A atual catedral foi construída em meados do século XII, nos tempos do bispo D. Mendo, em substituição da capela de S. Sebastião existente. Nos séculos XV e XVI sofreu intervenções de fundo e, no século XVIII foi reedificada tal como a vemos hoje. Do edifico anterior restam a torre (sé. XII) e a fachada (séc. XVI). A sagração do templo actual foi feita no dia 20 de novembro de 1776, por D. Manuel de Vasconcelos Pereira.
20 de novembro
Não se registou a adesão de outros anos, quando esta data era assinalada no domingo seguinte, na Solenidade de Cristo Rei do Universo, quando era também vivido o Dia da Igreja Diocesana e, nos últimos anos, com a ordenação diaconal de futuros sacerdotes. O Dia da Família Diocesana está agendado para finais de Junho, no Santuário de Nossa Senhora da Lapa, e este ano, com tristeza, também não havia lugar a ordenações.
No início da celebração, o nosso bispo não deixou de fazer referência aos 239 anos da actual catedral, agradecendo o trabalho, dedicação e esforço de todos quantos contribuíram para a sua edificação e conservação ao longo dos séculos. Não apenas do edifício actual, mas também dos anteriores. Mas louvou, sobretudo, a acção pastoral e a vivência cristã de quantos, por estas paróquias foram, edificaram e vão edificando a Igreja Corpo de Cristo ao longo dos séculos que a nossa diocese já conta.
Partindo dos textos da Sagrada Escritura, D. António Couto sublinhou as palavras do profeta Ezequiel que fala do templo do Senhor como fonte de água viva que corre para vivificar e saciar todos. Porque Deus não abandona aqueles que criou e oferece a salvação a todos quantos se orientam pela Sua Palavra. Do Evangelho salientou a importância da presença e acção de cada um na edificação desse Templo e Corpo cuja cabeça é Cristo.
E terminava convidando os baptizados das 223 paróquias da diocese a tornarem presente e visível essa água que vivifica, através de um testemunho capaz de atrair, congregar e continuar a missão. O exemplo dos antepassados merece ser louvado, mas exige ser continuado neste tempo e nestas circunstâncias.
A catedral
A palavra “catedral” vem do grego “kátedra” e pode ser traduzida por “cadeira”. Embora pensemos de imediato no objecto que serve para sentar e repousar, falar desta “cadeira” é referir o lugar onde se senta aquele que ensina. O título de catedral concedido a uma igreja não lhe vem da sua grandeza ou antiguidade, mas do facto do bispo diocesano ter ali a sua “cadeira”, ou seja, a sua cátedra onde prega, ensina, preside, celebra…
A expressão “ecclesia cathedralis” é utilizada para designar a igreja que contém a cátedra oficial do bispo diocesano. Esta designação foi utilizada, pela primeira vez, nas actas do concílio de Tarragona, em 516. Outra designação utilizada era “ecclesia mater”, ou “igreja-mãe”. Também utilizamos a palavra “sé” para nos referirmos a este mesmo espaço, do latim “sedis” e se traduz por “cadeira”. Por isso, dizer “Sé Catedral” é uma redundância, já que as duas palavras significam a mesma coisa.
Em todas as dioceses do mundo, a catedral é lugar de referência da fé, um lugar sagrado onde os fiéis de uma igreja particular se reúnem para exprimir e proclamar a própria fé e a unidade em Cristo. A catedral é o centro eclesial e espiritual da diocese, o símbolo visível da unidade de toda a comunidade cristã, onde se reúnem todos os fiéis, sacerdotes, religiosos e religiosas de diferentes congregações, fiéis de todas as paróquias, de todas as comunidades, com diferentes sensibilidades, numa só assembleia visível, presidida e unificada pelo bispo que é garantia da comunhão e, por isso, garantia da autenticidade da fé e da vida cristã, a ligação real, histórica e mística com o Cristo histórico e com o Cristo ressuscitado e glorioso.
JD, in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
Jubileu da Misericórdia | Continuidade
Ao convocar e dedicar este jubileu extraordinário à misericórdia, o Papa Francisco inscreve-se numa dinâmica eclesial que imediatamente o antecede.
O Papa que convocou a Igreja para o II Concílio do Vaticano, S. João XXIII, afirmava que a “misericórdia é o mais belo nome de Deus” e os documentos conciliares abandonaram o tom severo de concílios anteriores, adoptando o diálogo como ponte e a misericórdia como remédio, sublinhando a intenção pastoral daquela magna reunião eclesial.
A segunda encíclica de João Paulo II é dedicada a este tema: “Deus rico em misericórdia”, (Dives in misericórdia), em 1980. E será este Papa que, influenciado pela mística Irmã Faustina, sua conterrânea, vai proclamar o II domingo de Páscoa como Domingo da Divina Misericórdia, encarregando a Igreja de transmitir e testemunhar ao mundo o fogo da compaixão. Nas suas exéquias, aquele que viria a ser o seu sucessor, J. Ratzinger, apontou a misericórdia como ideia mestra de todo o seu longo e fecundo pontificado.
Após a sua eleição, em plena guerra fria, o Papa vindo do leste escrevera na sua primeira encíclica (Redemptor Hominis) que “todos e cada um dos homens são o caminho da Igreja”. Não um qualquer caminho, mas semelhante ao que Cristo percorreu e que culmina na sua entrega por amor, algo que parece estranho à mentalidade contemporânea que parece opor-se a Deus, convencida de que o desenvolvimento tecnológico e o progresso verificado não deixarão “espaço para a misericórdia” (DM 2) ou para a divindade.
Diante desta realidade, já o Concílio Vaticano II havia alertado: “O mundo actual apresenta-se, assim, simultaneamente poderoso e débil, capaz do melhor e do pior, tendo patente diante de si o caminho da liberdade ou da servidão, do progresso ou da regressão, da fraternidade ou do ódio. E o homem torna-se consciente de que a ele compete dirigir as forças que suscitou, e que tanto o podem esmagar como servir” (GS 9).
Apesar dos avanços conseguidos, S. João Paulo II percebe que ficar por aí não chega e escreve que “a justiça, por si só, não é suficiente”. Porque a “permissividade moral” atinge a convivência humana e “é esta desmoralização que se transforma muitas vezes em ‘desumanização’. O homem e a sociedade, para os quais nada é ‘sagrado’, decaem moralmente não obstante as aparências” (DM 12).
E é neste contexto que aquela encíclica apresenta o amor divino, “paciente e benigno” (1 Cor 13, 4), que acolhe o homem e o motiva no caminho da conversão, porque o “autêntico conhecimento do Deus da misericórdia, Deus do amor benigno, é a fonte constante e inexaurível de conversão” (DM 13).
Na Bula que convocou este jubileu (Misericordiae vultus), o Papa Francisco reassume a necessidade da Igreja contemplar o mistério da misericórdia e dela dar testemunho, apesar da limitação do pecado (MV 2 e 3).
JD, in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
Lei de Apoio à Maternidade e Paternidade – Revogar porquê?
COMUNICADO
Lei de Apoio à Maternidade e Paternidade – Pelo Direito a Nascer – Revogar porquê?
1 – Este início da XIII Legislatura está marcado por um retrocesso civilizacional gritante – Revogação de Lei do Apoio à Maternidade e Paternidade – Pelo Direito a Nascer.
2 – Graças a uma grande movimentação cívica foi levada ao Parlamento a Lei do Apoio à Maternidade e Paternidade – Pelo Direito a Nascer. Após cumpridos todos os requisitos da Iniciativa Legislativa de Cidadãos e da Constituição Portuguesa, tal I.L.C. viria a dar origem, com o voto da maioria no Parlamento e posterior promulgação do Presidente da República, à Lei n.º136/2015.
3 – Trata-se de uma lei que, em síntese:
a) Afirma o valor social da Maternidade e Paternidade e consequentes responsabilidades que daí advêm para o Estado e para a Sociedade;
b) Cria mecanismo de apoio à Maternidade e Paternidade em período de discernimento;
c) Revoga o afastamento compulsivo dos profissionais de saúde, quando estes se declaram objectores de consciência.
4 – Este quadro de apoio à Maternidade e Paternidade foi desenvolvido numa postura de respeito pela pergunta do passado referendo de 2007.
5 – Porém, numa atitude ideológica, cega e sem qualquer pingo de solidariedade é agora apresentado o Projecto-Lei n.º4/XIII (PS) que, em suma:
a)Omite totalmente que tal lei resulta de uma Iniciativa Legislativa Cidadãos subscrita por cerca de 50.000 eleitores;
b)Nega o reconhecimento do valor social da Maternidade e Paternidade;
c)Revoga o apoio à Maternidade e à Paternidade;
d)Afasta compulsivamente médicos e enfermeiros objectores de consciência, do acompanhamento clínico às suas pacientes.
6 – Trata-se de um diploma sem humanismo, violento, violador das melhores práticas clínicas e da solidariedade social que este Séc. XXI tanto reclama.
7 – Num tempo em que o consentimento informado, a medicina de proximidade, a patient advocacye o humanismo na prática clínica são reclamados em todo o mundo ocidental como caminho de Futuro, vem agora este Projecto-Lei negar às mulheres que se encontram nas dificuldades próprias do drama da I.V.G., o apoio, a ajuda e o aconselhamento que em cada caso poderia e deveria ser dado.
8 – Só há Liberdade se forem conhecidas e conseguidas, as condições necessárias à escolha. No caminho que é único não há escolha, não há Liberdade.
Sem informação, sem alternativas, sem apoio a I.V.G. nunca será por livre vontade da mulher, mas sim imposta por uma Sociedade e um Estado que negam à Mulher apoio numa hora de necessidade.
9 – Em nenhum país da Europa a I.V.G. é tratada com a frieza, a falta de solidariedade e desprezo como a que estava plasmada na lei portuguesa, e agora se quer repor.
Voltamos assim aos dias em que à grávida em dificuldade o Estado nada mais oferece do que o aborto.
Aparentemente, para os proponentes deste projecto-lei é mais importante a ideologia do que o drama de tantas mulheres empurradas para o aborto pela falta de apoio da Sociedade e do Estado.
10 – Dos Srs. Deputados que sabem e têm consciência do valor civilizacional da Maternidade e Paternidade e respeitam a longa tradição de Liberdade dos respectivos partidos políticos, espera este Povo, que levou ao Parlamento a Iniciativa Legislativa de Cidadãos, um voto de rejeição a tão retrógrado e violento Projecto-Lei.
A Comissão Executiva da Iniciativa Legislativa de Cidadãos
in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
Encontro do Pré Seminário
No passado fim de semana, nos dias 21 e 22 de Novembro, realizou-se no Seminário Maior de Lamego e primeiro encontro do Pré-Seminário deste ano letivo.
Tivemos a alegria de acolher e reunir sete jovens provenientes de várias paróquias da nossa Diocese, cinco dos quais frequentam o Seminário Menor de Resende e dois vieram diretamente de suas casas. Chegaram ao Seminário cheios de entusiasmo e esperança, alguns deles acompanhados pelos seus pais e outros, pelos formadores do Seminário Menor.
O encontro foi marcado por vários momentos de reflexão sobre o tema da vocação sacerdotal, partindo do tema da Semana dos Seminários: Olhou-os com Misericórdia. Visualizaram-se alguns pequenos filmes com testemunhos de vida de alguns sacerdotes e jovens que sentiram o chamamento à vida sacerdotal. Apelou-se a um sério, consciente e necessário discernimento vocacional, convidando cada qual a colocar-se inteiramente nas mãos de Deus e a confiar-se à sua proposta.
Houve também espaço e tempo para convívio e partilha com os seminaristas do Seminário Maior, com a apresentação e testemunho vocacional de cada um, em que se falou da experiência do Seminário Maior Interdiocesano de São José – Braga. À noite os rapazes participaram numa vigília de oração na igreja paroquial de Almacave, segundo o modelo de “Oração Taizé”.
No Domingo, às 8h30, celebrámos a Eucaristia no Mosteiro das Irmãs Dominicanas de clausura, juntamente com outros fiéis que habitualmente ali participam na celebração eucarística, que muito felizes ficaram por verem um grupo de rapazes tão simpático e disponível, dando uma boa ajuda nos cânticos da celebração. Presidiu o sr. Reitor do Seminário Maior, Padre Joaquim Dionísio e concelebraram, o sr. Pró-Vigário Geral e o responsável pelo Pré-Seminário do Seminário Maior. Acolitou o João Pereira, seminarista do 2º ano de Teologia.
Depois do almoço e do café houve a oportunidade de visitar o lar das “Filhas de São Camilo”, onde conversámos com dois sacerdotes da nossa Diocese, Monsenhor Germano e Padre Domingos.
Regressaram alguns ao Seminário de Resende, logo a seguir e outros a suas casas. Todos se despediram com a vontade de regressar e de percorrer o caminho que Deus lhes indica. Certos que disponíveis estarão sempre para fazer a Sua vontade e responder aos seus apelos. O próximo encontro do Pré-Seminário do Seminário Maior será nos dias 20 e 21 de fevereiro de 2016.
Padre Vasco Oliveira Pedrinho, Formador no Seminário Maior de Lamego
in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
CONSELHO GERAL DA CÁRITAS PORTUGUESA
O Conselho Geral da Cáritas Portuguesa desenrolou-se em Fátima com a Abordagem e reflexão conjunta de todas as dioceses, sobre a situação que se vive na Europa com os refugiados. Em consonância com os Bispos de Portugal, compromete-se a promover acções transformadoras, quer no acolhimento fraterno, quer nas comunidades que estão na linha da frente, em nome das “raízes humanas e cristãs da Europa”, porque “Ser Cáritas não é estarmos com os outros, porque também nós somos o outro de alguém.
O Conselho demonstrou ainda a sua preocupação com a atual situação política do país, apelando a soluções que tenham em conta o bem comum e as necessidades das pessoas que mais sofreram nos últimos quatro anos de grave austeridade. O novo Plano Estratégico da Caritas Internationalis – uma só família humana, cuidar da criação – levará em conta elementos como a identidade, a influência pública (advocacy), a resposta às necessidades dos mais frágeis, o reforço da organização e da rede Cáritas, bem como a continuação dos processos de capacitação das comunidades paroquiais, tal como o Papa Francisco pediu “a Caritas […] deve procurar maior expansão nas diferentes paróquias e comunidades, para renovar aquilo que aconteceu nos primeiros tempos da Igreja” .
(In Conclusões do Conselho Geral) in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
Campanha do Banco Alimentar contra Fome | 28 e 29 de novembro
O Banco Alimentar Contra a Fome de Viseu vai realizar nos próximos dias 28 e 29 de Novembro mais uma Campanha de Recolha de alimentos nos supermercados do nosso distrito.
Numa altura em que a ajuda de cada um de nós se torna mais imprescindível, aqui estamos uma vez mais a pedir a sua indispensável colaboração, pedindo que apele à participação dos seus Paroquianos para a referida campanha durante as missas celebradas no fim-de-semana anterior ou nas folhas informativas publicadas até essa data. Graças à generosidade de muitas pessoas o Banco Alimentar está neste momento a contribuir todos os dias com alimentos para 103Instituições de Solidariedade Social do Distrito de Viseu, muitas das quais Centros Sociais Paroquiais e Conferências de S. Vicente de Paulo, que os entregam a mais de 5.700 pessoas necessitadas.
in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
À CONVERSA COM O PADRE MARCOS ALVIM
No próximo dia 28 deste mês, no Centro Pastoral de Almacave, em Lamego, o Padre Marcos Alvim apresenta o seu novo disco com cânticos originais para animar a celebração da Eucaristia. Padre há 11 anos, natural de Fontelo, Armamar, integra a equipa sacerdotal da Sé e é o responsável do Coro da Catedral e do Departamento Diocesano de Música Sacra.
- Como apresentaria este novo CD, intitulado “Tu Senhor”, aos nossos leitores?
R.: O CD “Tu, Senhor” é um trabalho com uma finalidade pastoral e com uma sensibilidade mais litúrgica. Contém 10 cânticos e mais 10 bases instrumentais: Entrada; Senhor, tende piedade; Glória; Aleluia; Apresentação dos dons; Santo; Pai nosso; Cordeiro de Deus; Comunhão e Final. Este CD surgiu da necessidade de colocar ao serviço da Igreja mais um subsídio para os grupos corais, juvenis e litúrgicos, cânticos para a Celebração da Eucaristia.
O CD é acompanhado com um livro de partituras que apresenta as melodias de uma forma simples, com as cifras, e também harmonizadas, a 3 ou 4 vozes mistas, para os coros com mais preparação.
O trabalho enfatiza o tema do pão da vida. Jesus, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14, 6), é o “pão vivo que desceu do Céu” (Jo 6, 51), Ele é a fonte de água viva. É o nosso alimento espiritual, que dá força e alento ao nosso peregrinar. Pretende, também, transmitir uma realidade vocacional. Tanto o primeiro cântico, “Caminho, Verdade e Vida”, como o último cântico, “Tu, Senhor”, que dá o nome ao CD, retratam isso mesmo, Ele continua a chamar, homens e mulheres do nosso tempo, para o serviço da Sua Igreja.
- Como foi chegar até aqui?
R.: O caminho não foi fácil! Mas, por não ser fácil, é que agora, depois de ver o trabalho concluído, sinto uma grande alegria em poder ter o meu quarto CD editado e ao serviço da Igreja. Não faço da música um passa-tempo, mas sim um serviço. Serviço que é exigente e muito útil no exercício do meu ministério.
Perante o trabalho que é normal na vida paroquial e conciliando os estudos do ensino da música, foi preciso tempo para pensar nas letras, isto é, refletir naquilo que elas me dizem, porque, fazer a composição de uma melodia para os textos sagrados, é uma responsabilidade muito grande, para já porque é sempre um texto sagrado, depois porque é preciso ter em conta muitos aspetos importantes como a métrica das palavras, as acentuações, o sentido e o enquadramento do texto. A melodia terá de se ajustar à palavra de uma forma simples, mas bonita. Foi preciso tempo para que a inspiração musical me envolvesse, tempo para escrever a melodia que surgisse no momento, tempo para fazer uma primeira gravação das músicas, tempo para ouvir essa gravação e fazer as correções que achava oportunas, tempo para gravar de novo e voltar a ouvir e tempo para escrever as partituras. Depois de tudo isto, arranjar os apoios para toda a edição e reprodução do CD. Juntar os dois grupos de jovens das paróquias da cidade de Lamego, Almacave e Sé, fazer a gravação em estúdio e do videoclip! As gravações foram feitas, quase todas, à noite, umas durante a semana e outras ao fim de semana. Não foi fácil, porque os horários nem sempre eram compatíveis uns com os outros, mas foi muito gratificante ver a alegria, a vivacidade e a disponibilidade destes jovens.
- Enquanto responsável pelo Departamento de Música Sacra, que desafios se colocam, neste âmbito, aos grupos corais das nossas paróquias, aos fiéis leigos e aos sacerdotes?
R.: Que cada Coro sinta e viva realmente o que canta. A finalidade do Coro é o serviço da liturgia e, por isso, os que fazem parte de um Grupo Coral desempenham um ministério litúrgico. O gosto pela música ou o interesse em fazer parte de um Grupo Coral não é motivo suficiente para se pertencer a um Coro. Torna-se evidente que, quem dele faz parte, deve ser cristão de fé vivida, praticada e testemunhada. Que o Grupo Coral tenha sempre a preocupação de primar pela qualidade, tanto no que se refere aos textos como às melodias. Para Deus não podemos dizer “cantamos qualquer coisa”, nem se canta de improviso, é preciso ter a preocupação de preparar bem as celebrações. A propósito disto, o Pe. Manuel Luís dizia que “se não podemos, com palavras banais, exprimir coisas belas, como poderemos, com música banal, exprimir realidades transcendentes?”
Que os fiéis leigos, tal como os coristas, se deixem envolver pelo canto, pela música, que os ajuda a estar mais intimamente unidos a Deus na oração. Procurem, também, envolver as crianças e os jovens.
Que os sacerdotes tenham sempre a preocupação de apoiar, estimular e formar os seus coristas.
- Para terminar, como vai ser o próximo disco?
R.: Tenho já dois trabalhos pensados, bastante diferentes um do outro! Será mais um desafio que tenho pela frente! Estou cá para isso!
in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
Visita Pastoral de D. António Couto na Paróquia de Cabaços
Dia 13 de novembro
Às 15:00 horas o Senhor Bispo visitou o Centro de Dia, com os idosos, visitou o Santuário de São Torcato e a Junta deFreguesia.
Às 17:00 horas teve início uma Catequese do Senhor Bispo, baseada na Primeira Carta aos Coríntios (9, 19-23), as palavras do Senhor Bispo penetraram no coração dos Cabacenses.
…Tudo faço por causa do Evangelho.
…Muita alegria muito entusiasmo pelos outros…
…Fazei tudo por causa do Evangelho…
Dia 15 de novembro
Às 14:00 horas foi a receção na entrada da Paróquia com muitos Cabacenses, lançamento de alguns foguetes, teve início num tapete de verdura e pétalas de floresaté à entrada da Igreja Paroquial,(feito para o efeito por jovens da catequese e adultos, até à entrada da Igreja Paroquial.
O ponto alto foi a Eucaristia muito participada, o coro da paróquia cantou cânticos próprios ensaiados pelo Pároco Sr. Padre Diamantino.
O cântico pós-comunhão foi tocado com flautas por 4 jovens da catequese, o Senhor Bispo realçou o valor dos jovens na paróquia.
Depois da Eucaristia pela tarde dentro tivemos um convívio partilhado participado por muitos paroquianos.
Manuel Bernardo, in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro
RADICALIDADE E VIDA | Editorial Voz de Lamego | 24 de novembro
A edição desta semana da Voz de Lamego dá destaque, a partir da primeira página, ao compromisso com os mais pobres, com a intervenção da Cáritas Portuguesa, que se reuniu em Conselho Geral, e à campanha do Banco Alimentar contra a Fome.
No interior, entre notícias, reflexões, eventos, espaço para a Visita Pastoral de D. António Couto à Paróquia de Santo Adrião de Cabaços, na Zona Pastoral de Moimenta da Beira, entrevista com o Padre Marcos Alvim, que no sábado apresenta um novo álbum musical, intitulado “Tu Senhor” e muitos outros motivos de interesse, com o propósito de aproximar pessoas e comunidades.
Para início de leitura, o Editorial com a referência aos atentados de Paris feitas em nome da religião ou de uma suposta vida radical. O Pe. Joaquim Dionísio contrapõe a vida radical de Jesus Cristo que não mata nem destrói mas que dá a vida para que tenhamos vida em abundância:
RADICALIDADE E VIDA
Os recentes atentados de Paris, os relatos e imagens que da cidade-luz nos chegam e os consequentes comentários têm marcado os últimos dias. E pelo mundo fora, exceptuando quem apoia tal prática (terroristas), todos são unânimes na condenação do acto e defensores de medidas que impossibilitem novos atentados.
Os jovens autores da barbárie são descritos como “radicais”, no sentido em que alteraram drasticamente o seu comportamento, adoptando atitudes bruscas que os tornaram intransigentes e extremistas. Neste cenário, “radical” é o que protagoniza actos violentos contra o seu semelhante em nome do Islão.
Mas o islamismo apreendido, assumido e defendido por estes terroristas é, sobretudo, um movimento radical que recusa a modernidade e a liberdade e se identifica mais com um totalitarismo que anseia e se bate por regular a sociedade em nome de uma religião que se apresenta como via única de redenção.
Em oposição a esta forma de ser e de estar aparecem referências aos “muçulmanos moderados”, compreendidos como seguidores pacíficos do Islão, integrados na sociedade ocidental, que cumprem os seus deveres e respeitam a ordem social vigente.
Mas talvez não chegue ser moderado. Será preciso também, por exemplo, denunciar certos pregadores violentos que, nas mesquitas onde orientam o culto, fomentam ódios e desrespeitam valores e princípios ou denunciar o aliciamento e recrutamento de jovens que se tornam vítimas e potenciais terroristas. É preciso fazer mais para travar esta deriva totalitarista e fundamentalista.
No Evangelho encontramos apelos à radicalidade, entendida como conversão feita pela raiz, sem cálculos e hesitações. Nesse sentido, para Jesus Cristo, discípulo radical é aquele que, livre e conscientemente, opta sem reservas por Deus e avança, decidida e responsavelmente, pelo caminho do bem até à doação de si mesmo pela vida do outro.
in Voz de Lamego, ano 85/52, n.º 4339, 24 de novembro