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Reportagem: Ana Margarida na Guiné Bissau durante um mês
“Respirei fundo e tentei rezar, mas preferi ter uma conversa franca com Deus”
REPORTAGEM: Andreia Gonçalves
A Ana Margarida foi voluntária, durante um mês, na Guiné Bissau. Uma experiência única tendo em conta o que viu e que viveu. Sem fogão, nem frigorífico, nem banheira, trouxe-nos o coração e a alma cheios de motivos para querer regressar. Afinal, o que move e nos salva verdadeiramente é o amor.
As horas passaram e a aventura ia começar. Ana Margarida ia apanhar o avião para viver uma experiência única, “sentia-me incrivelmente calma, tinha aquela certeza absoluta de que tudo iria correr bem”, embora soubesse que ir passar um mês à Guiné não era nada parecido com o que vivera até hoje…
Acompanhada pelos pais, a jovem, licenciada em direito, embarcou em busca de uma realização, de uma missão que já sonhara há mais de uma década.
“Eu fiz escala em Lisboa, só quando cheguei ao avião com destino a Bissau é que pensei ‘Sou mesmo louca! Um dia quando tiver filhos vou sofrer tanto!’” disse, de sorriso rasgado.
Quando o avião levantou voo “foi uma sensação tão intensa, tão boa, é das melhores sensações que já senti nestes 24 anos de vida! Durante a viagem tive um flashback de tudo o que me levou até África, até à Guiné Bissau, respirei fundo e tentei rezar, mas preferi ter uma conversa franca com Deus. A conversa mais séria, mais intensa e mais bonita que tive com Deus foi naquele avião”. A conversa entre a Ana e Deus é secreta, mas certamente mágica e encorajadora porque é a prova máxima que existiu foco e fé nesta viagem.
“Cheguei a Bissau por volta das 22h (a mesma hora de Portugal), quando o Comissário comunicou que estávamos quase a aterrar… não havia luzes nenhumas! Totalmente escuro. Só me ri e pensei: começamos bem! Ainda bem que trouxe lanterna”.
A jovem portuguesa desceu do avião e o calor no rosto despertou-a: a novidade estava mesmo ali, a tocar a sua pele, o casaco de penas já não era mais necessário, tendo em conta que estávamos no início de janeiro. O coração que aquece com atos humanos não teve tempo de esfriar: “Tive uma receção incrível. Alguns miúdos da escola, foram buscar-me ao aeroporto! A ida para ‘casa’ foi o primeiro choque”.
No percurso, pelo qual a Ana e os miúdos faziam a viagem até à aldeia, havia, para além de pouca iluminação, estradas cheias de buracos, casas feitas de latão, pessoas na rua a dançar. Mal eu sabia o que ainda estava para ver/descobrir!”
Seguido do descanso, o contacto com os meninos guineenses. “Foram o melhor desta experiência! Desde a noite que cheguei até à noite que vim embora estiveram sempre comigo!”
Com o passar das horas e de sorriso sempre rasgado, a Ana começou por ver as reais necessidades a nível de vestuário e material escolar (que são muitas) de cada menino pertencente à escola para onde foi direcionada.
“De forma ponderada não entreguei roupa e material escolar na primeira semana para perceber quem é que realmente precisava. Entreguei somente escovas e pastas de dentes para assegurar que a partir daquele dia, todos podiam ter uma boa higiene oral! Receber uma escova e uma pasta para nós parece uma coisa banal, mas para eles é uma alegria imensa! Essa foi a primeira bofetada que a vida me deu!” – afirmou a voluntária.
A partir da segunda semana, foi entregando a alguns miúdos que tinham mesmo necessidade de material escolar e alguma roupa. Mas, o episódio mais marcante, e que a Ana Margarida não esquecerá, aconteceu na sua turma do 4º ano, onde ajudava a professora titular da turma. De forma a incentivar os miúdos a terem um bom desempenho escolar havia presentes. “Ofereci uma t-shirt nova, que tinha etiqueta, a um menino, passado um tempo os miúdos avisaram-me que ele estava a chorar. Fui junto dele e perguntei-lhe o que é que se passava para estar a chorar e aí o meu coração gelou e ficou do tamanho de uma ervilha”. Foram estas as palavras que ouviu: “Professora Ana, eu nunca tinha recebido roupa nova. Hoje foi a primeira vez!””.
Com todos estes corações pequeninos a palpitarem, a acarinharem a nova professora “adaptei-me facilmente ao ritmo de África”. É mesmo aquela máxima “Primeiro estranha-se, depois entranha-se! O mais difícil foi ver as condições de vida tão precárias das pessoas, a falta de acesso à saúde, à educação! Foi duro mesmo!”
Quando se dirigia a casa para descansar pensava “que dia incrível!… mas também tive outros dias em que me deitei a pensar ‘o que é que eu posso fazer para resolver isto?! Tenho de fazer alguma coisa, mas não sei o quê’”. A impotência perante um sistema onde o acesso ao que, para nós, é o mais básico, é muito difícil e cai como um murro no estômago para os que vivem de perto esta realidade.
Ir até ao mercado de Bandim, onde toda a gente olhava para a voluntária, por ser branca “às vezes sentia-me um OVNI com aqueles olhares indiscretos”, algo que com o passar dos dias foi passando. “As pessoas africanas são fantásticas, têm a arte de bem receber! Como eu estava sozinha numa casa, todos os dias me perguntavam se tinha dormido bem ou se precisava de alguma coisa! Sempre que eu passava nas ruas do bairro, as crianças diziam-me todas ‘olá’ ou gritavam felizes ‘branco!’. No mercado encontram-se pessoas a vender roupa usada, pedaços de carne, (nunca vi tanta mosca junta), peixe, fruta e produtos hortícolas. Vacas a passearem na estrada como se nada fosse”.
Durante este mês, Ana Margarida não se deu conta de que os dias começavam mais cedo do que aquilo que ela sempre gostou, que o banho era feito num balde, que também servia para limpar o chão e que, afinal e entre brincadeiras e as aulas, os dias foram passando rapidamente. O carinho que recebeu foi o mesmo que deu e em dois tempos arranjou “filhos de África” para cuidar, crianças que sem família foram despertar no coração da voluntária um amor incondicional.
A maior e dolorosa dor de Ana foi perceber que o hospital não é um lugar seguro, nem é para servir todos os que precisam de cuidados, que não há máquinas para detetar problemas de saúde e por isso as pessoas, simplesmente, perdem a vida, assim, no meio do nada. Só os que têm poder financeiro conseguem ser atendidos e isso causa revolta e faz valorizar o que nós temos como garantido.
Até o esparguete que lhe foi enchendo o estômago se tornou o manjar doce dos deuses, junto à lareira que os seus meninos lhe faziam, diariamente, para cozinhar.
A Guiné Bissau não foi o destino de férias, foi a mais pura e dura realidade que a Ana Margarida conheceu até hoje. Mas, fica a certeza, por tudo que nos conta, que se sente realizada e com um sentimento de “dever cumprido”. Afinal esteve sempre protegida pelo amor dos seus “três filhos” que por lá encontrou, pelo carinho dos guineenses, pelos vestidos que lhe costuraram com as mãos de engenho. E que, por mais que tenha visto pessoas acampadas fora do hospital com o intuito de poderem ser consultadas, ou em macas perdidas no tempo, nunca a palavra arrependimento lhe passou pela cabeça.
Regressou a Portugal com a vontade de “fugir” de novo, onde foi tão feliz e onde teve um anjo da guarda, sempre por perto, “o meu avô”. Porque na vida há coisas que não se explicam. Sentem-se!
in Voz de Lamego, ano 90/11, n.º 4546, 11 de fevereiro de 2020
Dia Internacional do Voluntariado no Hospital de Lamego
No dia 5 de Dezembro, celebrou-se o Dia Internacional do Voluntariado. A Liga dos Amigos do Hospital de Lamego, associação especialmente vocacionada para o apoio voluntário aos doentes hospitalizados, pretendeu valorizar esta data, sobretudo para manifestar aos seus Voluntários o muito apreço que lhe merece o seu trabalho altruísta, generoso e abnegado.
Houve um primeiro evento celebrativo, no próprio dia 5 de Dezembro, no qual a Direção e alguns Voluntários visitaram todos os doentes internados a quem deixaram, para além de uma palavra de conforto e de ânimo, uma pequena lembrança.
O momento mais forte destas comemorações, foi a Missa, celebrada na Igreja Catedral, no dia 9 de Dezembro, presidida pelo Senhor Cónego José Ferreira, em representação do Senhor Bispo da Diocese, e concelebrada pelo Monsenhor José Guedes. Nela agradecemos a Deus por todos, os vivos e os já falecidos, que contribuíram ou continuam a contribuir para a realização dos objetivos da Liga. Durante a cerimónia religiosa, foram impostas batas a novos Voluntários. O Coro da Liga abrilhantou, com a perfeição da sua interpretação, a Eucaristia. Ler mais…
Voluntariado missionário: 1403 portugueses partem em 2017
18 pessoas deixam o seu emprego e 10 pedem licença sem vencimento para partir em missão
A Fundação Fé e Cooperação (FEC), organismo da Igreja Católica em Portugal, anunciou hoje que 1403 pessoas vão dedicar-se a ações de voluntariado missionário em 2017.
“389 jovens e adultos realizam projetos de voluntariado missionário em países em vias de desenvolvimento e 1014 desenvolve atividades de voluntariado/missão em Portugal”, refere um comunicado da instituição, enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Este é um número global mais alto do que em 2016, verificando-se um aumento no número de voluntários que parte para missões fora da Europa, segundo dados estatísticos da Rede de Voluntariado Missionário coordenada pela FEC – Fundação Fé e Cooperação.
O elenco inclui voluntários que abdicam dos seus empregos e salários para partir em missão
“Com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, 18 pessoas deixam o seu emprego e 10 pedem uma licença sem vencimento para partir este ano para países em desenvolvimento”, assinala a nota de imprensa.
A este número somam-se 10 desempregados que vão dedicar-se a experiências de voluntariado missionário. Ler mais…
Amigos do Hospital de Lamego celebra Dia Internacional Voluntariado
O dia 3 de dezembro marcou o arranque das celebrações do Dia Internacional do Voluntariado, comemorado em todo o mundo no dia 5 de dezembro. A iniciativa, que decorreu nas instalações do Hospital de Lamego, é da Liga dos Voluntários do Hospital que, para além de celebrar a efeméride, assinalou o importante papel que a associação tem tido no funcionamento do hospital.
O dia começou com uma Eucaristia, celebrada na Capela do Hospital de Lamego. Presidida pelo Pró-Vigário João Carlos Morgado, e coadjuvado pelo Cónego José Ferreira, pelo Monsenhor José Guedes e pelo Capelão Ricardo Pinto e animada pelo Grupo Coral da paróquia de Ferreirim, contou com a presença de mais de 80 pessoas, entre voluntários, sócios, familiares, tendo ainda contado com a presença do Senhor José Pinto, Vice-presidente da Câmara Municipal de Lamego e da Senhora Enfª. Olga Cardoso, Adjunta da Direção de Enfermagem do Hospital de Lamego.
Durante a Eucaristia receberam a Bata amarela de voluntariado, Agostinha Assunção e João Cabral. Já os voluntários Cândida Carvalho, Luís Teixeira, Manuel Adrega e Maria José Pereira receberam os “Vês”, denominação atribuída ao alfinete em forma de V, colocado na bata após um ano de atividade. Ler mais…
Banco Alimentar Contra a Fome de Viseu: recolha de alimentos
O Banco Alimentar Contra a Fome de Viseu vai realizar nos próximos dias 3 e 4 de Dezembro, mais uma Campanha de Recolha de alimentos nos supermercados do nosso distrito.
Numa altura em que a ajuda de cada um de nós se torna mais imprescindível, aqui estamos uma vez mais a pedir a sua indispensável colaboração, pedindo que apele à participação dos seus Paroquianos para a referida campanha durante as missas celebradas no fim-de-semana anterior ou nas folhas informativas publicadas até essa data. A sensibilização de todas as pessoas e a boa vontade para estas campanhas tem sido decisiva para as mesmas, tanto no que se refere aos produtos doados como ao trabalho voluntário prestado.
Graças à generosidade de muitas pessoas o Banco Alimentar Contra a Fome de Viseu, está neste momento a contribuir todos os dias com alimentos para 102 Instituições de Solidariedade Social do Distrito de Viseu, muitas das quais Centros Sociais Paroquiais e Conferências de São Vicente de Paulo, que os entregam a mais de 6.000 pessoas necessitadas.
Esperando a melhor colaboração de Vossa Reverência, agradecemos desde já a atenção dispensada e enviamos os nossos melhores cumprimentos,
Fátima Ribeiro (Presidente da Direção),
in Voz de Lamego, ano 87/04, n.º 4389, 29 de novembro de 2016
JUBILEU DA MISERICÓRDIA | VOLUNTARIADO
No âmbito do Ano Jubilar em curso, em que a misericórdia é tema e contínuo é o convite à sua vivência, talvez seja oportuno deixar uma palavra sobre o voluntariado e expressar gratidão diante de tantos que o protagonizam, sem esperar publicidade ou homenagens públicas.
Falar de voluntariado é fazer referência a uma actividade própria do exercício de cidadania que se traduz numa relação solidária para com o próximo, participando, de forma livre e organizada, na solução dos problemas que afectam a sociedade em geral. Sob variadas formas, individualmente ou de forma organizada e articulada com outros, o voluntariado pode desenvolver-se através de projectos e programas de entidades públicas e privadas. Mas, ser voluntário, corresponde sempre a uma decisão livre, apoiada em motivações e opções pessoais.
Apesar do bem que assim é feito, a líder de um partido político português proferiu, há algumas semanas, palavras que desvalorizavam o voluntariado, quando afirmou tratar-se de “uma treta”. Talvez a ânsia de protagonismo e a distância do chamado “país real” justifiquem tais palavras, que se revelam injustas e ingratas para tantos e tantos que, discreta e eficientemente, dão algum do seu tempo e do seu saber, bem como algumas das suas forças e dos seus meios em favor do próximo, de instituições, associações ou grupos da comunidade. Talvez seja difícil para essa líder política perceber e aceitar que alguém se disponibilize para fazer o bem sem esperar outra recompensa imediata que não seja a alegria, o sorriso ou o bem-estar do outro, sobretudo o mais carenciado. É verdade que, às vezes, os grandes meios de comunicação dão mais destaque a uma esporádica campanha de recolha de lixo numa praia qualquer, mas há gente que, diariamente, se ocupa e preocupa em fazer o bem, voluntariamente.
A misericórdia, esse compadecer-se do outro para o dignificar e o ajudar a avançar, também precisa desse voluntariado para se concretizar, contribuindo para a alegria de quem dele beneficia e para a realização e satisfação pessoal de quem o protagoniza.
A Igreja não tem o monopólio da acção social, mas só um olhar muito distraído ou ideologicamente (de)formado não consegue ver o bem que é feito. E não será para angariar votos, ser notícia ou querer protagonismo. Também não será para promover um assistencialismo que gera dependências. A acção social de gente e instituições ligadas à Igreja é uma verdade e o trabalho voluntário de muitos dos seus membros merece outra atenção e outro tratamento.
Há pessoas que têm dificuldade em aceitar o facto de outros fazerem bem e melhor. A tentação para desvalorizar o esforço alheio deve ser vencida. Afinal, o voluntariado é muito mais vasto que o acto de colar cartazes em tempos de campanha ou andar em arruadas com bandeirinhas.
Os verdadeiros voluntários acreditam no que fazem, sabem distinguir a verdade das tontices e continuarão a dar o seu melhor, até porque “algumas vozes não chegam longe”.
JD, in Voz de Lamego, ano 86/34, n.º 4370, 5 de julho de 2016
Discípulos Missionários nas periferias do Rio de Janeiro
Arriscar partir…
“Ficar sem férias de verão? Porquê?”
Estas eram algumas das perguntas que a minha família e amigos iam fazendo quando lhes comunicava que durante o mês de Agosto iria partir em missão, mas desta vez não seria em Portugal…
Depois de ter participado em várias Semanas Missionárias de norte a sul no nosso país senti que estava na hora de partir mais além. Não sabia para onde ia ser enviado nem quem seriam as pessoas que me acompanhariam! Não me sentia 100% preparado, mas tinha a consciência que esse dia também nunca chegaria! Animava-me a certeza de que Aquele que me chamava certamente me capacitaria…
Passados dois meses chegou a informação: a PONTE 2015 realizar-se-á em Queimados, no Brasil! Não vou negar que a primeira pergunta que surgiu na minha cabeça foi “afinal o que é que eu vou para ali fazer?”
Mas a questão estava mal formulada!
Pouco a pouco, graças aos vários encontros de preparação, a pergunta foi-se aprimorando: “afinal quem é que vamos para ali amar?”
Mais do que uma missão pessoal era uma missão de grupo, uma missão dos 8 jovens provenientes desde as encostas do Douro até às praias do Algarve, uma missão que levaria consigo todo o movimento dos JSF, a ONGD Solsef, a nossa comunidade e cada pessoa que nos apoiasse com as suas orações, donativos, etc.
Chegou o dia…
… 1 de Agosto! Antes de entrarmos no avião, o facto de todos termos vestidas as t-shirts onde estava estampado o nosso logotipo chamou à atenção dos outros passageiros! Entretanto um casal brasileiro iniciou um pequeno diálogo connosco:
-“Oi, então vocês vão de férias para o Rio?”
E aproveitamos o momento para explicar:
-“Não, não… Somos um grupo de missionários! Vamos para Queimados fazer voluntariado (…)”
-“Mas ninguém vai para Queimados!!!”
Naquele momento confirmaram-se algumas das imagens que nos tinham apresentado daquela periferia na Baixada Fluminense. De facto, depois de a Policia Pacificadora ter ocupado as favelas no Rio de Janeiro, muitos traficantes refugiaram-se nas cidades à volta, fazendo aumentar nelas as situações de violência, tráfico de droga, assaltos, assassinatos…
Fomos para servir…
… na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição. Esta porção do Povo de Deus está confiada aos Missionários do Espirito Santo há muitos anos, sendo que os 3 párocos são portugueses. É uma terra com muitas “feridas abertas”, com casas e casas de tijolo, postes de eletricidade atulhados de fios, rios poluídos e muito trânsito… mas nós não fomos por causa disso: fomos por causa das pessoas.
Mal colocamos os pés naquele chão assumimos que estávamos ali por causa delas. Não éramos nenhuns “super-heróis” da engenharia civil… éramos corações à procura de outros corações!
A alegria…
…reinou durante todo o mês. Muitos abraços, sorrisos, gestos de carinho que nos enchiam de força para em cada dia “nos darmos” totalmente naquilo que estivéssemos a fazer.
Percorremos as ruas e fomos porta a porta à procura dos mais abandonados e doentes. Refletimos nas diversas comunidades sobre a importância da família na vida pessoal, social e cristã. Estivemos com crianças e adolescentes retirados do mundo da droga. Proporcionamos Atividades de Tempos Livres, Reforço Escolar, Rastreios de Saúde. Fomos às escolas e demos aulas para mais de 1500 alunos, procurando sensibiliza-los para temas como “Identidade, Afetividade e Sexualidade”, “Violência e Drogas”, “Cultura e Preconceito”, Educação para a Cidadania”.
Encontramos Deus…
…em cada uma dessas atividades e nos diversos momentos de oração. Nas catequeses, nos encontros com o Grupo Força Jovem, nas diversas celebrações a fé era vivida intensamente e nós eramos envolvidos naquele ambiente de festa e partilha que era tão natural e ao mesmo tempo tão edificante!
Encontramos tanta gente boa que com o seu testemunho nos permitiu fortalecer a fé, alargar horizontes e ficar de coração cheio! Como nos dizia D. Luciano Bergamin, bispo de Nova Iguaçu: “o Rio sacia os olhos, a baixada sacia a alma!”.
Voltamos…
…com a certeza de que estivemos no lugar certo! Deixamos lá uma pequena semente, deixamos lá um pouco de nós e regressamos com a vontade de fazer mais e melhor onde quer que estejamos! Todos somos “Discípulos Missionários caminhando na Alegria”, não é só para nós, também é para ti…
“Tu és capaz de mudar o mundo
Com o teu amor!
Se queres fazer a missão lá fora
Começa a fazê-la perto em teu redor!”
Luís Rafael Azevedo
JSF Vila da Ponte e Seminarista do 6.º Ano, in Voz de Lamego, ano 85/46, n.º 4333, 13 de outubro
137 anos Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lamego
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lamego comemorou mais um aniversário, o 137.º, para alegria de todos quantos fazem parte da Associação e da cidade de Lamego, a quem este Corpo procura servir de forma célere e contínua.
O dia ficou marcado pela evocação de quantos fizeram parte desta Associação, com a celebração da Eucaristia e a romagem aos cemitérios da cidade, mas também com o habitual desfile pelas ruas da cidade e com o convívio sempre salutar e amigo entre todos quantos se reuniram no seu Quartel.
Na passagem de mais este aniversário, o nosso jornal saúda esta conhecida e acarinhada Associação e todos quantos a formam. Da mesma forma, louvamos e agradecemos toda a disponibilidade, abnegação e espírito de serviço demonstrados no serviço à comunidade lamecense e ao país.
Parabéns aos nossos Soldados da Paz
in VOZ DE LAMEGO, 12 de agosto de 2014, n.º 4275, ano 84/37