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Sugestão de Leitura: Contra a Eutanásia
Sobre o livro Contra a Eutanásia, Luís Paulino Pereira, médico e autor do prefácio, disse que a obra «é um verdadeiro apelo à vida de um indivíduo que se diz agnóstico. E de que forma faz um apelo à vida? Primeiro, citando as verdadeiras maravilhas da medicina. Depois, tudo aquilo que é preciso fazer para preservar a vida.» Luís Paulino Pereira refere que o livro tem uma linguagem acessível, «que toda a gente entende» e deixou um incentivo a que todos leiam o livro para que cada um tire as suas conclusões.
O livro Contra a Eutanásia é escrito em estilo de entrevista com Lucien Isräel, um não-crente e homem da ciência. Este francês foi médico e professor universitário de Pneumologia e Oncologia. Deu aulas em França, Estados Unidos da América, Canadá e Japão. Fez parte também de várias organizações da área da oncologia e da investigação, chegando mesmo a fundar o Laboratório de Oncologia Celular e Molecular Humana, em Paris. Foi membro da Academia de Ciências de Nova Iorque.
in Voz de Lamego, ano 86/31, n.º 4367, 14 de junho de 2016
JUBILEU DA MISERICÓRDIA: A caridade dá que fazer
Ao longo das últimas semanas, de forma simples e limitada, aqui se foram fazendo referências ao ano jubilar em curso, aos ensinamentos papais, a gestos e símbolos, a textos bíblicos, a exemplos de santos e, mais concretamente, ao tema que lhe dá o mote: a misericórdia.
Mas sobre a misericórdia, por mais que se escreva ou por muitos que sejam os modelos apontados, o melhor texto e ensinamento será sempre a sua prática. E, demos graças a Deus, são muitos os exemplos que, à nossa volta, nos edificam e motivam! Só não vê e só não imita quem não quer.
E ao olharmos a realidade, facilmente concluímos que não há misericórdia sem caridade, na medida que só um amor que se aproxima e compadece é capaz de protagonizar actos semelhantes ao do bom samaritano da parábola evangélica. Por isso se pode afirmar que a caridade (amor) ocupa um lugar central da fé cristã e da vida que daí decorre. Dito de outra maneira, não há verdadeiro discípulo de Jesus que possa esquivar-se ao amor e à sua prática.
Conscientes desta afirmação, das limitações que nos acompanham e da tentação constante do facilitismo apetece-nos dizer que “a caridade dá trabalho”! Como tudo o que é importante.
O desabafo é motivado pelo título de um livro aparecido em 2011, “A caridade dá que fazer. Atualidade das obras de misericórdia”, do monge italiano Luciano Manicardi que, ainda no último Simpósio do Clero (setembro de 2015), proferiu duas conferências aos sacerdotes portugueses. Este texto, entre o muito que ensina e a que valerá a pena voltar, visa ajudar-nos a “reaprender a gramática elementar da caridade” (p.13).
Partindo da experiência protagonizada e observada, temos que concordar que a caridade cansa porque desinstala, obriga a sair da zona de conforto, a contrariar a cómoda neutralidade e a comprometer-se, a passar das palavras aos actos, a protagonizar gestos de generosidade (de bens consumíveis, mas também de tempo, de atenção, de paciência, de visita, etc).
A caridade cansa porque exige mais do que emocionadas palavras, belos discursos ou diagnósticos atentos. A caridade exige conversão do sujeito para que o gesto que se tem ou a palavra que se lança não sejam apenas algo exterior.
Perante as dificuldades que o dia-a-dia nos mostra e que os meios de comunicação nos trazem de perto e de longe, facilmente se poderá apresentar este tempo como mau, com gente a sofrer e a ser perseguida, com refugiados que ninguém quer acolher, com pobres que seria melhor não ver, com seres humanos a serem espoliados da sua dignidade…
Mas este é também o tempo, no dizer daquele autor, que nos traz a oportunidade para sair da “cultura da lamentação” e tentar avançar, através da “caridade da razão” e enxertar a “razão política na caridade e na justiça”.
Mas isso dá trabalho!
JD, in Voz de Lamego, ano 86/31, n.º 4367, 14 de junho de 2016
Há um ano > D. António Couto: Introdução ao Evangelho de São Mateus
D. ANTÓNIO COUTO. Introdução ao Evangelho segundo Mateus. Paulus Editora. Lisboa 2014. 112 páginas.
Depois da publicação do “Quando Ele nos abre as Escrituras. Domingo Após Domingo. Uma leitura bíblica do Lecionário (Ano A)”, inteirinho dedicado à liturgia de Domingo, centrado essencialmente no Evangelho, cujo evangelista principal, de domingos e solenidades é são Mateus, eis agora mais uma preciosa ajuda para entender o Evangelho da Igreja, isto é, o Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus.
Com a seriedade com que nos habitou, com a profundidade que lhe reconhecemos, D. António faz-nos entrar DENTRO do texto do Evangelho mas também dentro da HISTÓRIA de Jesus Cristo, de uma forma muito, muito, acessível, simples e muito poética. Cada texto traz a sabedoria das Escrituras Sagradas, explicada, exemplificada, com ligações à história de Israel e à história da Salvação. Texto de Mateus mas ligado a outros textos e contextos.
Os grandes discursos de Mateus, diversos acontecimentos que nos “agrafam” a Jesus, levam-nos àquele tempo, ou melhor trazem Jesus até nós, pois que Ele caminha connosco, queiramos nós escutá-l’O e segui-l’O e ainda seremos poucos para a sua seara. Ele diz o Pai, como o Espírito Santo diz o Filho e o Pai, mas também nos diz a nós. Estamos lá à beirinha de Jesus, escutando, interrogando-o, hesitando, duvidando, caminhando, ansiosos, de olhares perdidos que Ele faz questão em encontrar.
O que surpreende sempre nos textos de D. António, para lá da vasta cultura bíblica, é a forma poética e ritmada de dizer, de explicar, de nos envolver nas belíssimas páginas do Evangelho, da Escritura Sagrada. Este é mais um extraordinário exemplo, como quem trabalha a prata e o ouro, ou quem de tosca pedra tira belas estátuas, ainda que aqui a imagem seja desajustada, pois a pérola é o próprio Evangelho. Mas é possível que a beleza do Evangelho se torne ainda mais transparente e acessível com este estudo de D. António. Vale a pena ler, meditar, deixar-nos guiar para dentro das páginas do livro e sobretudo fazer com que as páginas do Evangelho continue a escrever nas nossas vidas, dentro do coração de cada um.
Já recomendámos a leitura dos comentários da Liturgia do DOMINGO: AQUI. Do mesmo modo poderá seguir as reflexões de D. António através do seu blogue pessoal: Mesa de Palavras – AQUI. Embora possam ser textos próximos, o autor e as leituras são as mesmas, mas o blogue permite uma ou outra atualização, que aqui ou acolá mais nos conduz ao Evangelho de Jesus.
A Livraria Fundamentos também recomenda este belíssimo trabalho: AQUI.
Livro sugerido no blogue CARITAS IN VERITATE: Aqui
Sugestão de Leitura: FAZEI O QUE ELE VOS DISSER, do Pe. João António
O Padre João António Pinheiro Teixeira, colaborador semanal deste jornal e actual Reitor do Santuário de Nossa senhora dos Remédios, acaba de publicar mais um livro. Trata-se de um conjunto de pontos e reflexões que se apresentam como um contributo para a identificação da natureza da Igreja numa perspectiva mariana. Recorde-se que, este ano, se assinalam os cinquenta anos da aprovação da Constituição Lumen Gentium, sobre a natureza e missão da Igreja, sendo o seu último capítulo (VIII) dedicado à figura de Maria. Por outro lado, e segundo o autor, esta é também uma forma de assinalar as bodas de pratas sacerdotais que está a viver.
Título: “Fazei o que Ele vos disser” – o que Maria diz à Igreja
Autor: João António Pinheiro Teixeira
Edição: Edições Paulinas
Tamanho: 150 x 210 mm, 167 páginas.
Preço: 9 euros
in VOZ DE LAMEGO, 12 de agosto de 2014, n.º 4275, ano 84/37