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Irmã Maria do Carmo – 25 anos de vida religiosa
No passado dia 14 de Outubro, foram comemorados os 25 anos de vida religiosa da nossa querida Irmã Maria do Carmo, enfermeira no Centro Social Filhas de São Camilo durante 10 anos da sua vida. Partiu para missão em Fátima há 2 anos atrás para o centro de enfermagem do Santuário para prestar apoio aos peregrinos.
Muitas são as memórias desta nossa querida Irmã, amiga de todos, de uma grande sensibilidade humana e uma excelente profissional de enfermagem. Em todos os momentos de emergência arregaçava as mangas e fazia o possível e o impossível para salvar o utente.
Na celebração eucarística comemoramos os 25 anos da Irmã Maria do Carmo como religiosa e também o dia da Fundadora Madre Vaninni (geralmente celebra-se no dia 16 de Outubro), data muita especial para a congregação. Contamos com o Sr. Padre José Fernando como celebrante, tendo como co-celebrantes nossos utentes e padres Monsenhor Germano Lopes e Padre Domingos Pereira. A missa foi animada pelo grupo coral do Centro Social, agradecendo desde já a colaboração do Sr. José Manuel da Costa como organista.
Muitas foram as histórias contadas pelo Sr. Padre José Fernando acerca das vivências desta nossa Irmã nesta comunidade, agradecendo por levar a cabo uma missão tão grandiosa de cuidar dos doentes e enfermos.
Após a celebração, houve um momento de convívio entre todos os funcionários, utentes e suas famílias, bem como amigos de longa data da Irmã Maria do Carmo. Recebemos as Irmãs Camilianas de Espanha.
Muitos foram os abraços e palavras de carinho manifestadas neste dia tão especial para esta Irmã e para a nossa Congregação.
Agradecemos Irmã Maria do Carmo pela sua vida dedicada à missão, pela sua grande paixão pelos idosos, pelo serviço prestado aos peregrinos que chegam ao Santuário de Fátima todos os dias, pela dedicação à nossa comunidade religiosa.
Pedimos ao Senhor que abençoe sempre esta nossa Irmã e que Nossa Senhora de Fátima a ajude a ser fiel e perseverante na sua vida religiosa consagrada camiliana.
Bem haja a todos que colaboraram nesta festa!
in Voz de Lamego, ano 87/47, n.º 4433, 24 de outubro 2017
Conferência sobre os 125 anos das Irmãs de São Camilo de Lelis
“A humanização na assistência ao doente e o acompanhamento no luto”
No dia 14 de Março, tal como foi anunciado nos artigos anteriores, tivemos na nossa comunidade o Irmão Camiliano Dr. Carlos Bermejo, Professor doutorado em Teologia Pastoral sanitária, mestre em Bioética e em Counselling, pós graduado em intervenção no luto e em gestão de residências e serviços para idosos (…) um vasto e riquíssimo currículo, um profissional de mãos cheias, uma pessoa extremamente humana e de uma simplicidade inigualável. A conferência deu início às 9h30m com nota introdutória da Superiora Francisca de Mendonça, responsável da comunidade da Congregação Filhas de São Camilo e Diretora Técnica do Centro Social, agradecendo a todos os presentes regerindo-se individualmente a cada pessoa ali presente para não esquecer ninguém, louvou pela participação na conferência que assinala um dos momentos de celebração do Centésimo Vigésimo Quinto aniversário da Congregação. Saudou a mesa, manifestando a sua gratidão pela aceitação do convite, pelo apoio recebido e pela colaboração na preoparação do evento da parte da pastoral da saúde e dos colaboradores do Centro Social que dirige, agradeceu os fornecedores que apoiaram colaborando seja com material seja no coffebreak e pelo envolvimento de todos os elementos, em especial saudou e deu as boas vindas ao seu Irmão Camiliano Prof. Dr. Carlos Bermejo. De seguida tomou palavra o nosso amigo e médico dos nossos queridos utentes, já há 25 anos a prestar serviço no Centro Social – Dr. Simões de Carvalho ,Diretor do Centro de Saúde de Tarouca, – agradeceu o convite e apresentou o vasto currículo do ilustre Conferencista. Ler mais…
125.° aniversário da Congregação das Filhas de São Camilo
No último sábado do mês de Fevereiro, o Sr. Bispo D. António Couto assinalou os 125 anos de existência da Congregação Filhas de São Camilo. Presidiu a eucaristia na capela do Centro Social, acompanhado pelo Sr. Vigário Geral, Padre Joaquim Rebelo, o capelão do Centro Social Sr. Padre Domingos Silva e o o Sr. padre mais “jovem” da Diocese Monsenhor Germano José Lopes.
A celebração deu início com a intervenção da Irmã Superiora Francisca Isabel de Mendonça, agradecendo a sua Excelência Revma Sr. Bispo D. António da Rocha Couto pela presença nesta data tão especial para a congregação, aos Senhores padres presentes, a todos os amigos da casa, funcionários, utentes e seus familiares. A missa foi animada pelo majestoso grupo coral de Queimadela (Armamar), que muito alegrou a celebração com os seus magníficos cantos em latim.
Na sua homília D. António da Rocha Couto após as devidas saudações e cumprimentos às irmãs, sacerdotes e todos os presentes, aproveitando das leituras litúrgicas da missa da Beata Josefina Vannini alertou para a importância do tempo da Quaresma que se aproxima e do verdadeiro jejum. Fazer jejum, e colegando-se ao carisma da Congregação disse que os sacrifícios e penitências não chegam, devemos ajudar os irmãos mais necessitados, nomeando as obras de misericórdia nas quais As Filhas de São Camilo dedicam toda sua vida, especialmente no cuidado dos doentes. No encerramento da festividade ocorreu um almoço convívio, com direito a bolo de aniversário para todos os presentes. Foi com imensa alegria que se brindou a esta comunidade religiosa que tanto se dedica aos doentes do Centro Social, prestando os cuidados de saúde necessários para um maior bem estar físico, espiritual e social, até ao declinar natural da vida.
Agradecemos a todos os amigos da comunidade de São Camilo em Portugal, pelo carinho e dedicação! Um grande bem-haja!
Ir. Francisca, in Voz de Lamego, ano 87/17, n.º 4402, 7 de março de 2017
Celebração dos 125º Aniversário de fundação – Filhas de São Camilo
A Congregação com seu Pároco
No dia 5 de março domingo, se comemorou o Centésimo Vigésimo Quinto aniversário da existência da Congregação das Filhas de São Camilo em união com o seu pároco e na comunidade paroquial da Sé catedral na Santa Missa das 11:30 horas
Num clima de simplicidade e acolhimento a celebração foi animada pelo coral adulto desta missa, estiveram presentes além dos paroquianos outros convidados para a ocasião juntamente com um grupo de utentes, funcionários e familiares das Filhas de São Camilo, não faltaram os colaboradores externos que são a mais valia do nosso Centro Social.
Na Homilia o Sr Padre José Ferreira referiu da presença das irmãs na paróquia e depois de uma breve apresentação de suas origens e de seus Fundadores lembrou que S. Camilo de Léllis é contemporâneo de S. João de Deus e ambos Padroeiros , dos Doentes, Hospitais, médicos, enfermeiros e de todo o pessoal sanitário.
A Congregação existente em 4 continentes e em 20 Nações tem como missão o carisma de servir os doentes e idosos mesmo com risco de vida fazendo a este fim um quarto voto. Exercem as 14 obras de misericórdia no mundo e possuem várias escolas de enfermagem para dar continuidade à nova escola de caridade de S. Camilo que queria os doentes cuidados como uma mãe cuida seu único filho doente.
É bom notar que tendo saído de casa com chuva e granizo todos voltamos para casa com um sol a brilhar e muita alegria no coração.
Parabéns a Congregação e Bem hajam por 125 anos de serviço à Igreja e ao mundo da saúde.
Colaboradora Mariana Barbosa,
in Voz de Lamego, ano 87/13, n.º 4398, 7 de fevereiro de 2017
Unidos em fraterna oração e convívio, os consagrados em Advento
No passado dia 26 de Novembro, mais de vinte membros dos vários Institutos e Movimentos de Vida Consagrada, da diocese de Lamego, reuniram-se em oração. A recolecção decorreu no Lar das Filhas de S. Camilo de Lellis, em Lamego, e teve como orador o Padre Doutor José Fernando Saraiva Abrunhosa, Vigário Geral para os Consagrados.
Como, dentro de poucas horas, o Advento estava para se iniciar, o orador centrou-se em duas figuras importantes deste tempo litúrgico: João Batista e Nossa Senhora.
Disse-nos que Deus vem ao nosso encontro ao longo de todo o ano. Mas, o tempo de Advento é para avivar esta Vinda permanente, para que ela nos comova, nos limpe, pois, se não vivermos a Palavra, ela perde força e a nossa vida credibilidade.
Citando Ap. 3, 20 – “Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo.” -, o Padre Abrunhosa disse-nos que Deus bate, para abrirmos a nossa vida a um encontro, para nos sentarmos junto d’Ele, como Maria aos pés de Jesus.
Falando de João Batista, referiu-se ao profetismo como realidade através da qual Deus continua a vir ao encontro do Seu povo. Deus chama alguns para irem falar – não em seu nome, mas em nome de Deus – e que hoje é preciso, mais do que nunca, falar com a vida, sermos uma proposta nova para os outros, mostrar-lhes que a vida tem sentido. Necessitamos “de um dinamismo missionário que leve sal e luz ao mundo” (EG 81): o sal e a luz que exercem silenciosamente a sua missão.
O profeta é um homem de Deus. Tem que ter uma experiência muito íntima de Deus para o ouvir na oração e depois O proclamar. Não olha só para o céu, mas tem os pés assentes na terra, procura o porquê das situações problemáticas que hoje vivemos, está atento ao mundo que o rodeia para nele discernir os sinais dos tempos.
Pela pregação de João Batista vemos como tinha analisado o seu tempo e, pelas suas palavras e coerência de vida, propõe às pessoas do tempo e de hoje atitudes concretas de mudança radical da sua consciência (ver Luc 3, 11-14).
Depois, o Padre Abrunhosa apresentou-nos Maria como a Mulher do SIM a Deus (Luc 1, 26-38) e do serviço aos irmãos (Luc 1, 39-56). Na mensagem de Deus a Maria, fica claro que Deus tem um projecto de salvação, não para ela, mas para toda a humanidade. Inicia esse processo em Maria. Maria é modelo de quem sabe esperar atentamente o Senhor e Lhe abre a porta. Este projecto de Deus foi abalar os esquemas sobre os quais Maria tinha alicerçado a sua própria vida e comportava riscos para ela. Mas Maria aceitou esses riscos pois compreendeu que o projecto de salvação passava por ela. Quando Maria, no seu SIM, se chama “escrava do Senhor” já mostra que, na sua vida, dava plena prioridade à vontade de Deus, como figura do Servo de Iavé (Isaías). Aceita a escolha que Deus fez, e o projecto de Deus torna-se o seu projecto para sempre.
Depois, Maria parte para visitar a sua prima Santa Isabel que representa toda a humanidade. E parte apressadamente! E para o fundo do país, numa viagem incómoda e perigosa, testemunhando a coragem de sair do seu mundo tranquilo. E não foi uma visita rápida: ficou lá três meses! Não foi Isabel que a chamou, nem o anjo: intuiu por si mesma que alguém precisava dela. Maria é a mulher do serviço simples e humilde que, depois de olhar para o céu, olha para o mundo e corre em seu socorro.
O Padre Abrunhosa terminou a sua prelecção manifestando o desejo de que saibamos, com um coração disponível como o de Maria, sentir como nossas as dores, as necessidades, a solidão, o sofrimento dos outros, e que Jesus possa continuar a nascer no coração dos irmãos, pela nossa atenção, partilha e entrega.
Seguiu-se um espaço de oração em silêncio, que nos conduziu depois à celebração da eucaristia, em que todos unimos as nossas vozes, cantando ao Senhor, e O recebemos neste sacramento incomparável, para, fortalecidos, voltarmos à nossa missão.
Mas o encontro só terminou com o almoço que as Irmãs Camilianas fizeram questão de oferecer a todos, servido primorosamente pelos alegres funcionários da casa. Foi um espaço fraterno de estreitamento de laços entre todos.
Irmã Teresa Maria de Frias
Secretária da equipa da CIRP/CNISP diocesana de Lamego
in Voz de Lamego, ano 87/04, n.º 4389, 29 de novembro de 2016
CENTRO SOCIAL FILHAS DE SÃO CAMILO | Festa ao Padroeiro
A manhã do dia 14 de Julho apareceu iluminada pela glória de nosso pai São Camilo.
Tudo na casa cantava a festa e todos esperavam o melhor para o dia do padroeiro e protetor do nosso Centro Social.
Preparados para viver o dia jubilar com a presença do nosso querido Bispo D. António Couto, utentes, irmãs e funcionários aguardaram ansiosos e contentes por algo muito especial.
Aproximando a hora da celebração sua Excelência o Sr. Bispo D. António juntamente com o Sr. Vigário geral Sr. Padre Joaquim Dias Rebelo e o Sr. Padre José Abrunhosa foram recebidos em festa na porta da capela da Instituição pelas irmãs, utentes e funcionários. A todos o Sr Bispo abençoou e cumprimentou pessoalmente. Ler mais…
Os Santos e a Misericórdia: São Camilo de Lelis (1550-1614)
Que a misericórdia nos dê um olhar como o de Cristo que , por sua vez encarnou do mesmo modo como o Pai olha para “cada homem”. Isso depende do facto de Jesus ser principalmente contemplado, com uma intensidade que impele até à identificação com Ele.
De outra forma não se poderia realmente explicar a maneira como São Camilo de Lelis agiu: não só pretendia o melhor para os seus doentes, o que levou a querer dirigir o hospital inteiro, mas também exigia em primeiro lugar – de si e dos seus colaboradores – “a ternura”.
Cada doente era recebido pessoalmente por ele à porta do hospital com um abraço; eram-lhe lavados e beijados os pés; depois,era despido dos seus farrapos, revestido com roupa limpa e levado para uma cama bem feita. Camilo queria pessoas que o ajudassem «não por um salário, mas que voluntariamente e por amor de Deus servissem os doentes com aquele amor com que as mães tratam os próprios filhos enfermos». Os seus colaboradores observava-no para aprenderem: «Quando ele pegava num doente nos braços para lhe mudar os lençóis, fazia-o com tanta afeição e diligência que parecia estar a tocar na própria pessoa de Jesus Cristo.» Por vezes ralhava com os colaboradores, clamando: «Mais coração, quero ver mais afeto materno!» Camilo não temia sujar as mãos nuas com os rostos dos doentes devorados pelo cancro, e depois beijava-os, explicando aos presentes que «os pobres enfermos são pupila e o coração de Deus e por isso tudo o que se fazia a esses pobrezinhos, era a Deus que se fazia».
Os doentes eram para ele como um prolongamento da humanidade sofredora de Cristo. Isso via-se também em certas atitudes que às vezes assumia, quase sem se aperceber. Um biógrafo seu refere: «Numa noite, viram-no de joelhos junto de um pobre enfermo que tinha um tão pestilento e fétido cancro na boca, que não era possível tolerar tanto fedor. E contudo, Camilo falava-lhe absolutamente perto dele, “respiração com respiração”, e dizia-lhe palavras com tanta afeição, que parecia estar enlouquecido de amor por ele, chamando-o especialmente: “Meu senhor, alma minha, que posso eu fazer em vosso serviço?” Procedia assim, por pensar que ele fosse o seu amado Senhor Jesus Cristo…»
Houve outra testemunha que chegou a afirmar: «Muita vez o vi a chorar devido à comoção veemente de que no pobrezinho estivesse Cristo, de tal forma que adorava aquele enfermo como se fosse a pessoa do senhor.»
As expressões podem parecer exageradas, mas não era certamente exagerada a impressão que Camilo deixava em quem o observava: entre a misericórdia concreta para com o próximo necessitado e a ternura para com a pessoa de Cristo, ele não deixava que houvesse nenhuma diferença, tanto que chegava ao ponto de contar a chorar a alguns doentes os pecados da sua vida passada, convencido de que falava com o seu Jesus. Aos seus olhos e no seu coração, Jesus nunca se transformava num ideal, num valor, numa causa, ou num motivo para agir; mas era e permanecia uma Presença adorável e adorada.
Ir. Francisca, in Voz de Lamego, ano 86/26, n.º 4365, 31 de maio de 2016