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Posts Tagged ‘Pentecostes’

Editorial da Voz de Lamego: A minha alma engrandece o Senhor

– Ainda o apanhamos!

É a esperança de Carlos e de João da Ega quando avistam o “americano”. Apressam o passo – ainda o apanhamos – e, logo depois, lançam-se a correr a ver se ainda o apanham. É o final da emblemática obra d’ Os Maias, de Eça de Queirós. Esta esperança, de apanhar o “elétrico”, é sobretudo analogia em relação à vida. A vida torce-nos, tantas vezes, mas há sempre uma réstia de esperança e enquanto houver essa réstia, esse lampejo de luz, então é possível caminhar, apressar o passo, lutar um pouco mais. Como sói dizer-se, morremos, não quando o coração para e o cérebro se desliga, mas no momento em que perdemos toda a esperança.

A partir de sábado, 30 de maio, as celebrações comunitárias regressam em Portugal continental, ainda dentro do mês dedicado especialmente a Nossa Senhora, Mãe da Eucaristia, Mãe de Jesus. Com cuidados, com medos, precauções e afastamentos, mas, para muitos portugueses, é um momento de júbilo, tempo de recuperar parte da alegria, momentos que cadenciavam a vida. Por estes dias, tenho encontrado algumas pessoas que me vão dizendo isso mesmo: faz-nos falta a Missa, era um momento de sairmos de casa, de nos encontrarmos, de rezarmos em conjunto, o tempo até custa mais a passar, não sei o que parece…

Regressamos na Solenidade do Pentecostes, aniversário da Igreja, pois é a partir de então que os Apóstolos, destemidamente, anunciam o Evangelho e começam a cumprir o mandato de Cristo: ir e ensinar, batizar e fazer discípulos de todas as nações.

Maria é a Mãe da primeira Igreja que é Jesus. No Pentecostes surge a Igreja, mas sempre enxertada em Jesus, pois é o Seu Corpo, agora constituída de vários membros. Maria, como Mãe de Jesus, a primeira Igreja, é Mãe da Igreja que incorporam todos os discípulos do Seu filho Jesus. No início deste caminho está o seu “sim”: faça-se em mim segundo a Tua Palavra.

No alto da cruz, o próprio Jesus no-la dá por Mãe: eis aí o teu filho, eis aí a tua mãe. E como discípulos prediletos trazemos Maria para nossa casa, para a nossa vida ou, como se depreende, se ela não habita connosco é porque não somos filhos diletos do Deus altíssimo, irmãos de Jesus.

Se ela habita connosco, como com os primeiros, na comunidade primitiva, então teremos de verificar se a nossa vida e a nossa missão estão conformidade com a vida e a missão de Maria, para que ela se sinta realmente em casa.

Na Visitação, Maria ensina-nos a colocar a misericórdia de Deus ao centro. “A minha alma engrandece (glorifica) o Senhor”. Esta é a humildade de quem se deixa preencher pelo Espírito Santo e transparece a grandeza de Deus, o Seu poder e o Seu amor. Nas Bodas de Canaã, novamente a opção de Maria: “fazei o que Ele vos disser”. Maria vive descentrada de si, é a Igreja em saída, que não se vangloria por ser a Mãe, mas se regozija por ser discípula, por ser a serva do Senhor. Pergunte-se às mães de que forma são “servas” dos seus filhos! São-no por amor e opção, por vocação e missão. Por amor, somente por amor. Maria assume-se, também em relação a nós, como Mãe e como serva, intercedendo por nós: eles não têm vinho. Nossa Senhora da Alegria, rogai por nós.

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 90/26, n.º 4561, 26 de maio de 2020

Paróquia das Monteiras celebrou o seu Padroeiro: Espírito Santo

Hoje, domingo de Pentecostes celebrou-se a festa religiosa do Divino Espírito Santo, padroeiro da paróquia de Monteiras.
As cerimónias iniciariam às 11:15, com a celebração da Santa Missa, pelo Rev. Pe. Valentim Fonseca. Pela primeira vez, esta solenidade contou com a animação do Grupo de Folclore da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa Relvense, quer nos cânticos litúrgicos assim como nas respetivas leituras. No final da Santa Missa, o pároco proferiu uma oração de bênção sobre a bandeira do respetivo Grupo de Folclore.
Deu-se encerramento às cerimónias religiosas, com a procissão em honra do Santíssimo Sacramento, no seu percurso tradicional na aldeia de Monteiras.
No contexto recreativo programado para o festival de folclore procedeu-se à cerimónia solene do hastear das bandeiras, pelas 15:00, com a presença do Sr. Presidente do Município de Castro Daire, Fernando Carneiro, Sra. Presidente da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa Relvense, Dra Helena Magueija, Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Monteiras, Américo Silva, Pároco de Paróquia Monteiras , Valentim Manuel Moreira Fonseca e Sr. Major, Serafim Esteves. Contamos também com a presença do Sr. Vereador da Educação e da Cultura, Dr. Rui Braguês.
O festival contou também com a participação de outros grupos tais como:
– Rancho Folclórico da Associação Independente de Sanfins de Ferreira (Paços de Ferreira)
– Rancho Folclórico Flores do Campo (Nazaré)
Por motivos de força maior não foi possível a presença do Rancho Folclórico do Paraíso de Santa Eufémia (Entre os Rios).
A festividade contou com a presença dos nossos conterrâneos e a adesão de um grande público, onde se sentiu a partilha dos verdadeiros aromas da Freguesia de Monteiras, num grandioso jantar convívio.

Lurdes Maravilha, in Voz de Lamego, ano 87/30, n.º 4415, 6 de junho 2017

Pentecostes: Fortalecidos pelo Espírito Santo para testemunhar

Os cristãos crêem em um só Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo. A Solenidade de Pentecostes, cinquenta dias depois da Páscoa, celebra a vinda do Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho sobre os Apóstolos, e o nascimento da Igreja. O acontecimento não pode ser compreendido senão em ligação à Páscoa e à Ascensão: Jesus morreu pela salvação do mundo (Sexta-feira Santa), ressuscitou (domingo de Páscoa) e partiu ao encontro do Pai (Ascensão). Esta festa encerra as sete semanas do tempo pascal.

O vento e o fogo

Cinquenta dias depois da Páscoa, na altura em que uma multidão está reunida em Jerusalém para comemorar o dom da Lei concedida ao povo por intermédio de Moisés, ao Apóstolos, Maria e outros discípulos ouviram um ruído “comparável ao de forte rajada de vento” que encheu a casa. Foi o primeiro sinal. O segundo sinal não se fez esperar: “viram então aparecer umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles”. E eis que testemunham um terceiro sinal: cheios do Espírito Santo, significado pelo vento e pelo fogo, “começaram a falar outras línguas”. A multidão que festejada estava estupefacta “pois cada um os ouvia falar na sua própria língua”. A situação era tão extraordinária que alguns ouvintes afirmavam que os cristãos estavam “cheios de vinho doce” (Act 2, 1-13). Ler mais…

CAMINHADA QUARESMA-PÁSCOA | PENTECOSTES

Cumprem-se agora as promessas feitas por Jesus Cristo aos seus discípulos. A promessa de que não os deixaria órfãos; a promessa de os acompanhar na sua missão; a promessa de ficar com eles até ao fim dos tempos; a promessa de lhes enviar o Paráclito.

Na chegada ao meio dos discípulos deixo-lhes o que eles mais precisavam, dizendo-lhes A paz esteja convosco! Depois fez descer sobre eles o Espírito Santo.

É de paz que todos nós precisamos, e que o Espírito Santo nunca deixe de atuar em nós como outrora nos discípulos. Por isso, no último dia do tempo pascal e no termo da nossa caminhada da Páscoa, vamos colocar na Cruz florida da ressurreição os frutos do Espírito Santo, que queremos cultivar no nosso coração e fazer frutificar na relação com os nossos irmãos.

Domingo de Pentecostes

Preparação: – Construir pequenas línguas de fogo, escrever nelas os frutos do Espirito Santo, para serem penduradas na cruz.
Momentos da Eucaristia: – Ato penitencial;

– Glória;

– Ofertório;

– Paz;

– Ação de graças.

 Gesto:

Em cada um destes momentos, pessoas diferentes (2 em cada um dos momentos), vão colocar na Cruz, alguns frutos do Espírito Santo (Gal 5, 22), desenhados em cartolina, em forma de línguas de fogo.

Pe. Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 87/29, n.º 4414, 30 de maio de 2017

DONS PARA FRUTIFICAR | Editorial Voz de Lamego | 19 de maio

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O destaque da capa da Voz de Lamego, nesta edição, vai para a XXX Jornada Diocesana da Juventude, com o desenvolvimento nas páginas interiores; chamada de atenção para as comemorações de Portugal, a 10 de junho, na cidade de Lamego. No interior, diversas propostas de reflexão, sobre temas variados, as habituais notícias da Diocese e da região. Além das jornadas juvenis, também as Visitas Pastorais de D. António Couto, a Cambres e a Valdigem, merecem uma atenção particular.

O melhor mesmo é folhear a Jornal, ver os temas de primeiro interesse, ler e/ou refletir, alargando a leitura aos outros textos. Comecemos pelo Editorial, do Pe. Joaquim Dionísio, Diretor da Voz de Lamego, que em vésperas da solenidade do Pentecostes, nos faz refletir sobre o Espírito Santo e os DONS que Deus nos dá para colocarmos ao serviço uns dos outros, da Igreja e do mundo:

DONS PARA FRUTIFICAR

A Igreja celebrará, no próximo domingo, a festa do Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade e expressão do amor do Pai e do Filho, anunciado e prometido por Cristo para defender, acompanhar e guiar os seus discípulos, levando-os a participar no amor de Deus.

O Antigo Testamento fala do “Espírito de Deus”, força divina que se vislumbra em alguns homens, tornando-os capazes de pensamentos, palavras e gestos que manifestam a intervenção do próprio Deus. Estes enviados são profetas e reis de quem se diz serem “ungidos” do Espírito de Deus. Tudo culmina com o Messias, o “ungido” por excelência, que poderá dizer “o Espírito do Senhor está sobre mim…”

Deus concede dons ao homem para o ajudar no exercício e crescimento das virtudes teologais e humanas. Tomando por base um texto profético (Is 11, 2-3), eis os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus (CIC 1831).

Pela sua parte, o homem deve trabalhar para fazê-los crescer, tal como a frágil semente exige cuidados e atenção para se tornar planta. É pelo esforço e perseverança que tais dons produzirão frutos, cuja lista se inspira em São Paulo: caridade, alegria, paz, paciência, bondade, longanimidade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência, castidade (CIC 1832).

Neste particular, é significativo que a tradição da Igreja tenha retido uma lista de doze frutos do Espírito Santo, um número pleno de simbolismo. Face aos sete dons, símbolo da recriação do homem, os doze frutos representam a fecundidade da vida do Espírito. A lista, inspirada em Gal 5, 22-23, sublinha o esforço humano para traduzir na vida os dons recebidos.

Como na parábola dos talentos, cabe a cada um mostrar que tais dons não lhe foram concedidos em vão.

 

in Voz de Lamego, n.º 4314, ano 85/27, de 19 de maio de 2015