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Celebração da Paixão do Senhor – Sé de Lamego – 10 de abril de 2020

Na sexta-feira santa, teve lugar, na Sé de Lamego, a celebração da Paixão do Senhor, presidida pelo nosso Bispo, D. António, e transmitida pela rádio e via Facebook, pelas páginas da Diocese de Lamego e da Paróquia da Sé, seguindo a emissão da Rádio Clube de Lamego.

HOMILIA DE D. ANTÓNIO COUTO NA PAIXÃO DO SENHOR

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UM AMOR NOVO, QUE NÃO É NOSSO, E QUE ESTAMOS SEMPRE A DEVER A TODOS

1. Foi-nos dada a graça de nos reunirmos aqui, na Casa de Deus, nesta Sexta-Feira Santa, para celebrarmos, unidos de alma e coração à Igreja inteira, a Una e Santa, a Paixão do único Senhor da nossa vida, «Aquele que nos ama» (Apocalipse 1,5), Jesus Cristo.

2. E foi-nos dado seguir, passo a passo, com a conversão do coração e o louvor no coração, o imenso relato da Paixão do único Senhor da nossa vida, a partir do Evangelho segundo S. João (18,1-19,42). Foi assim que atravessámos o Cedron e entrámos no «jardim». É de noite, mas arde a LUZ, a LUZ, a LUZ. É verdade que já não estamos todos. Judas perdeu-se na NOITE, na NOITE, na NOITE (João 13,30). Virá depois com archotes e lanternas, mísero sucedâneo da LUZ, e com armas (João 18,3), como um salteador. Vem prender a LUZ, mas cai encandeado (João 18,6). Tem de ser a LUZ a ofuscar-se por amor e a entregar-se a ele por amor. Neste ponto preciso, refere o relato de Marcos que nós fugimos todos, abandonando-o (Marcos 14,50). E fugidos andaremos, e perdidos, na noite e no frio, até sermos por Ele outra vez encontrados, acolhidos e recolhidos. Mas já, entretanto, Pedro, perdido, se acolhe a outra luz e se aquece a outro lume (João 18,18). E, interpelado, nega ter andado com Jesus, nega ter alguma coisa a ver com Jesus, nega ter parte com Jesus. Nega mesmo conhecer Jesus (Marcos 14,67-71; João 18,17-27).

3. Bem vistas as coisas, parece que Pedro não conhecia mesmo Jesus. Na verdade, Pedro afirmou, durante a Ceia, estar disposto a dar a vida por Jesus (João 13,37), porque era verdadeiramente amigo de Jesus. E pensava, de resto, que também Jesus estava disposto, se fosse o caso, a dar a sua vida por ele, porque era verdadeiramente amigo dele. Sim, a amizade e a simpatia são o cimento de verdadeiros grupos de amigos. E é da nossa humana experiência que os amigos a sério, a doer, estão sempre lá, disponíveis para se ajudarem uns aos outros, para se defenderem uns aos outros, se necessário for lutando contra os agressores do seu grupo de amigos, ou de algum dos seus membros. Era assim que Pedro via Jesus como fazendo parte do seu grupo de amigos. E estava disposto a arriscar a vida por Jesus, lutando por Jesus, se necessário fosse. É por isso que, no «jardim», quando os salteadores queriam prender Jesus, Pedro puxou da espada, e feriu o servo do Sumo-Sacerdote (João 18,10). Talvez alguns de nós, igualmente discípulos e amigos de Jesus, nos atrevamos a dizer que foi pena não o ter matado, e, já agora, se tivesse conseguido matar também os outros, melhor ainda! Ficaria ali o assunto encerrado, e Jesus não teria sido cruelmente assassinado, como vemos aqui, nesta ou noutra Cruz!

4. Pedro era, de facto, amigo de Jesus, até ao ponto de arriscar a sua vida por Jesus, defendendo-o fosse contra quem fosse. Sim, Pedro era amigo de Jesus, mas não conhecia mesmo Jesus! Pensava Pedro que a amizade de Jesus se esgotava naquele grupo de amigos que entusiasticamente o seguia desde a Galileia. A desilusão e a crise de Pedro acontecem quando Pedro se apercebe de que, afinal, a amizade de Jesus não se confinava a si e ao seu grupo. Antes, a amizade de Jesus rebentava mesmo as fronteiras aquele pequeno grupo, pois Jesus amava de forma diferente. Tão diferente, que amava também os seus inimigos, aqueles que o odiavam e o queriam matar, dando por todos livremente a sua vida. Foi, ao ver este amor novo, interminável e incontrolável de Jesus, que não se destinava apenas a ele e ao seu grupo, que Pedro entrou em crise profunda, se foi embora, andou perdido na noite, e se foi aquecer a outro lume. Mas foi também, ao compreender verdadeiramente este Amor novo e incontrolável de Jesus, que ama a todos, não se podendo confinar a uma pessoa ou a um qualquer grupo de amigos, que Pedro caiu de si abaixo, e saiu do pequeno palco em que se encontrava, para chorar lágrimas de dor e de amor novo. Como quem diz, com uma imensa expressão de espanto: «Há tanto tempo com Ele, e não o conhecia!». E pode acontecer que também nós, amados irmãos, sejamos levados a ter de dizer a mesma coisa. Mas é sempre tempo de implorarmos de Deus o dom das lágrimas e de começar a compreender este amor novo de Jesus, que a todos abraça, não sendo pertença exclusiva de ninguém.

5. Sim, entendido e abraçado este Amor novo, também Pedro saltará barreiras e fronteiras e irá pelo mundo inteiro anunciar e mostrar o Amor novo que encontrou em Jesus, amando ele próprio da mesma maneira, até ao ponto de vir também a dar a sua vida por Amor, amando também ele aqueles que o odiavam e o queriam matar, e o mataram.

6. Esta Cruz Gloriosa e Vitoriosa, que hoje adoramos, expõe diante dos nossos olhos (Gálatas 3,1) esse amor puro e gratuito, sem motivo e sem fundo, sem barreiras nem fronteiras nem grupos, que Jesus dedica a todos, sem exceção. A mim e a ti, aos pobres, aos doentes, aos estrangeiros, aos que o odeiam e nos odeiam, aos que o perseguem e nos perseguem, aos que o mataram e nos querem matar, como está a acontecer em tantas comunidades cristãs do Médio-Oriente e de alguns países de África.

7. Sim, este Jesus que expomos e adoramos nesta Cruz, é de todos, ama a todos, dá a sua vida por todos. Portanto, não podemos guardar ou resguardar o nosso amor a Cristo no nosso pequeno grupo de amigos ou de pertença, mesmo nos grupos ou movimentos intra-eclesiais, tantas vezes autoreferenciais. Compreendamos bem que Jesus rebenta todas estas ligaduras. E é só saindo ao encontro do outro por amor, é só sendo evangelizadores no meio deste mundo, que cumprimos o mandamento de Jesus de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. João 13,34; 15,12).

8. A peregrina Egéria, oriunda da Galiza, que em finais do século IV, visitou demoradamente os Lugares Santos, diz-nos que a Santa Cruz era então exposta à adoração dos fiéis duas vezes no ano: em 14 de Setembro e em Sexta-Feira Santa. Egéria descreve assim a adoração de Sexta-Feira Santa: «desde as 08h00 da manhã até ao meio-dia», «todos passavam, um por um: inclinam-se, tocam a Cruz com a fronte, e depois com os olhos a Cruz e a inscrição, a seguir beijam a Cruz e saem, sem que ninguém toque com a mão na Cruz» (Itinerarium, 36,5; 37,3).

9. Adoremos nós também, com amor, amados irmãos e irmãs, neste Dia de Sexta-Feira Santa, a Santa Cruz do único Senhor da nossa vida. Ao acariciarmos a Cruz de Jesus, sintamo-nos também por Ele acariciados. O contributo que depusermos aos pés da Cruz do Senhor destina-se à conservação dos Lugares Santos da Terra Santa, e é também uma carícia fraterna para os nossos irmãos perseguidos das igrejas do Médio Oriente.

Lamego, 25 de março de 2016, Homilia na Celebração da Paixão do Senhor

+ António, vosso bispo e irmão

D. António Couto no programa Ecclesia: sexta-feira Santa

Programa da Igreja Católica na RTP 2, Ecclesia, na Sexta-feira Santa, 3 de abril, dedicado às celebrações da Semana Santa, especialmente à  Paixão de Jesus, tendo o nosso Bispo como convidado especial:

HOMILIA DE D. ANTÓNIO COUTO NA PAIXÃO DO SENHOR

são Sebastião

  1. Amados irmãos e irmãs, foi-nos dada a graça de nos reunirmos aqui, na Casa de Deus, nesta Sexta-Feira Santa, para celebrarmos, unidos de alma e coração à Igreja inteira, a Una e Santa, a Paixão do único Senhor da nossa vida, «Aquele que nos ama» (Apocalipse 1,5), Jesus Cristo.
  1. E foi-nos dado seguir, passo a passo, com a conversão do coração e o louvor no coração, o imenso relato da Paixão do único Senhor da nossa vida, a partir do Evangelho segundo S. João (18,1-19,42). Foi assim que atravessámos o Cedron e entrámos no «jardim», onde não entrávamos desde Génesis 3,24. É de noite, mas arde a LUZ, a LUZ, a LUZ. É verdade que já não estamos todos. Judas perdeu-se na NOITE, na NOITE, na NOITE (João 13,30). Virá depois com archotes e lanternas, mísero sucedâneo da LUZ, e com armas (João 18,3). Vem prender a LUZ, mas cai encandeado (João 18,6). Tem de ser a LUZ a ofuscar-se por amor e a entregar-se a ele por amor. Neste ponto preciso, refere o relato de Marcos que nós fugimos todos, abandonando-o (Marcos 14,50). E fugidos andaremos, e perdidos, na noite e no frio, até sermos outra vez por Ele encontrados e recolhidos. Mas já, entretanto, Pedro, perdido, se acolhe a outra luz e se aquece a outro lume (João 18,18). Não com Jesus, como é próprio do discípulo, mas com os guardas. Como Pedro mudou! E, interpelado, nega ter andado com Jesus, ter alguma coisa a ver com Jesus, ter parte com Jesus. Nega mesmo conhecer Jesus (Marcos 14,67-71; João 18,17-27).
  1. Até que o galo canta, e começa a nascer o dia para Pedro (Marcos 14,72; João 18,1-27). Notemos que quando Judas sai, é de NOITE, e que, depois da negação de Pedro, o DIA nasce com o canto do galo. O relato da negação de Pedro faz parte integrante do relato da Paixão, e não é um seu acompanhamento secundário. É o necessário relato do anunciador. É necessário, de facto, acentuar que o que habilita os anunciadores tem as suas raízes no próprio relato da Paixão, em que os futuros anunciadores aparecem claramente designados como aqueles que abandonaram Jesus, que renegaram Jesus e se perderam de Jesus. Só saberão anunciar correctamente a Ressurreição de Jesus se confessarem também até que ponto esse acontecimento da Ressurreição os transformou desde dentro, acendendo neles a Chama da Vida verdadeira. O anunciador anunciará então que Jesus morreu e que foi salvo da morte, Ressuscitou, e que o seu Perdão o reabilitou. Se o Ressuscitado o perdoou e reabilitou, então Ele está vivo, actuante e eficaz! O canto do galo é um sinal. Traz para a cena a obra criadora do primeiro dia, em que, segundo o relato do Génesis, «Deus separou a luz e as trevas» (Génesis 1,3-5). Aqui, em contraponto, estão as trevas de Judas e a luz nascente para Pedro. Obra luminosa e criadora. Mas também anunciadora, porque este canto exerce uma função de referência entre as fases do tempo: nenhum animal é mais querigmático do que o galo. Iremos encontrá-lo sobre os nossos antigos campanários, mas já, antes disso, o encontrámos muitas vezes sobre os primeiros sarcófagos cristãos.
  1. Mas vejamos ainda melhor a qualidade ou falta dela do testemunho que damos de Jesus. Também aqui a página do Evangelho é admirável e implacável. Jesus acaba de dizer ao Sumo-Sacerdote que não o interrogue a Ele, mas que interrogue aqueles que ouviram os seus ensinamentos, pois não falou às escondidas, mas em público (João 18,19-21). Impressionante e suprema ironia sermos levados a verificar que, ao mesmo tempo que Jesus faz esta afirmação dentro do Palácio, Pedro esteja a ser interrogado cá fora, e responda negando tudo! (João 18,17.25-27).
  1. Mas Jesus prossegue o seu caminho de amor até ao fim. Até à Cruz. É lá que se revela o rosto do doentio gosto pela morte que nos habita. «Salva-te a ti mesmo!» (Lucas 23,35.37.39), gritamos nós repetidamente zombando, porque o que queremos mesmo, não é que Ele se salve; o que queremos mesmo é assistir ao doentio espectáculo da morte! Não quero que penseis, meus irmãos e irmãs, que isto são coisas do passado, e que não têm nada a ver connosco. Não. O que estou a dizer acerca deste doentio gosto pela morte passa-se hoje. Como gostamos nós de ver os nossos irmãos a atolar-se na lama! A tanto chegou a nossa malvadez! Um ódio sem motivo, sem fundo, nos habita (Salmo 35,19; 69,5; João 15,25). Sim, Ele é o Justo. Ele é a Bondade absolutamente gratuita, sempre Primeira e radical, igualmente sem motivo, sem fundo. Ele ama Primeiro (1 João 4,19), quando éramos ainda pecadores (Romanos 5,8). Por isso, em vez de à nossa violência oferecer mais violência, Ele acolhe-a e acolhe-nos por amor, e por amor a nós se entrega, declarando assim ultrapassados e inúteis os nossos mais requintados ódios e os nossos mais sofisticados instrumentos de guerra (cf. Isaías 2,2-4; Miqueias 4,1-3). Ali, naquele Corpo Crucificado, morto por amor, e por amor exposto por escrito diante dos nossos olhos atónitos (Gálatas 3,1), morre o nosso desejo de morte, o nosso pecado, apagado pelo fogo do amor, que declara o nosso pecado completamente inútil, inutilizado, anulado e ultrapassado (cf. Colossenses 2,14).
  1. Ainda vamos a tempo de ver que, sob o olhar do Crucificado, quatro soldados levam as coisas de Jesus, que, para o efeito, dividem em quatro partes: uma para cada um deles (João 19,23). O contraponto, estupendo, belo, vem de quatro mulheres (a mãe de Jesus, / a irmã de sua mãe, / Maria, mulher de Cléofas, / e Maria Madalena), que não levam as coisas de Jesus, mas se abraçam à Cruz de Jesus (para tô staurô), como se ela fosse uma pessoa (João 19,25). Sim, elas não se interessam pelas coisas de Jesus; elas abraçam Jesus e levam consigo o amor de Jesus!
  1. Na Cruz, Jesus reza o salmo 22, todo, desde «Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?» (Salmo 22,2), até «Esta é a obra do Senhor!» (Salmo 22,32), que são as últimas palavras do Salmo 22, que deixam a claro que é de Deus a obra da Cruz! É assim, nos braços do Pai, que Jesus morre, sendo depois o seu corpo descido da Cruz e carinhosamente envolvido em panos de linho literalmente encharcados com 32 quilos e 800 gramas de perfume! (João 19,39), à imagem do Rei messiânico cantado no Salmo 45,9. Foi sepultado no jardim, num sepulcro novo, no qual ainda ninguém tinha sido deposto (João 19,41). O Rei é sempre o primeiro em tudo. Ninguém tinha sido sepultado naquele sepulcro novo, mas também ninguém tinha sido sepultado no «jardim», se levarmos a sério o relato de Génesis 3,24. Vem depois aquela madrugada nova da Ressurreição.
  1. Por isso, depois disso, por causa disso, os primeiros cristãos rapidamente fizeram deste Santo Sepulcro o seu primeiro e mais venerado lugar de culto. O Imperador Adriano (117-138) soterrou o Santo Sepulcro e paganizou-o, estabelecendo ali cultos pagãos com a clara intenção de afastar os cristãos. No lugar do Santo Sepulcro, pôs a estátua de Júpiter, e, no Calvário, pôs uma estátua de Vénus em mármore. O mesmo fez, de resto, em todos os lugares santos da Palestina. Todavia, quando em 13 de Setembro de 326, por indicação de um habitante de Jerusalém, Santa Helena, mãe do imperador Constantino, descobriu a Cruz do Senhor, mandou logo demolir as construções pagãs. Foi assim que vieram à luz outra vez os primitivos e venerados lugares cristãos, que foram então englobados num magnífico edifício Constantiniano, consagrado no dia 13 de Setembro do ano 335, e que era formado pela basílica da Anástasis, que guardava no centro o Santo Sepulcro, o Triplo Pórtico, que abrigava o rochedo do Gólgota e o Martyrium, que guardava o lugar da crucifixão e morte do Senhor. No dia imediatamente a seguir à dedicação da Basílica, 14 de Setembro desse ano 335, teve lugar e origem a adoração da Cruz de Cristo, hoje, Festa da Exaltação da Santa Cruz. A peregrina Egéria, da Galiza, que em finais do século IV, visitou demoradamente os Lugares Santos, diz-nos que a Santa Cruz era então exposta à adoração dos fiéis duas vezes no ano: em 14 de Setembro e em Sexta-Feira Santa. Egéria descreve assim a adoração de Sexta-Feira Santa: «desde as 08h00 da manhã até ao meio-dia», «todos passavam, um por um: inclinam-se, tocam a Cruz com a fronte, e depois com os olhos a Cruz e a inscrição, a seguir beijam a Cruz e saem, sem que ninguém toque com a mão na Cruz» (Itinerarium, 36,5; 37,3).
  1. Adoremos nós também, com amor, neste Dia de Sexta-Feira Santa, a Santa Cruz do único Senhor da nossa vida.

Esta sexta-feira é Santa. Grande. Autêntica.

Vê-se Jesus exposto na Cruz por todo o lado.

Solene exposição.

Mesmo fechando os olhos, as janelas e as portas,

Tu rebentas as comportas com jatos de Luz,

E saltas as trincheiras do meu coração.

 

Vem, Senhor Jesus,

Entra pela janela dos meus olhos,

Enche todos os recantos do meu ser,

Ilumina todos os redutos,

E faz-me ver que todo o comodismo e egoísmo

É sem raiz nem flor nem frutos.

 

Irei, Senhor, em procissão de amor, beijar a tua Cruz.

E quando eu olhar para ti, para o teu rosto ferido e desfigurado,

Para as tuas muitas chagas a sangrar,

Dá-me a graça de aí ver bem o meu pecado.

E quando Tu, Senhor, olhares para mim,

Com esse meigo olhar de serena compaixão,

Dá-me a graça de ver o teu perdão nunca poupado,

E de sair com o coração transfigurado.

Lamego, Sexta-Feira Santa, Celebração da Paixão do Senhor, 03 de Abril de 2015

+ António, vosso bispo e irmão

(foto: solenidade de São Sebastião, 20 de janeiro de 2015)