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O ESSENCIAL DA VIDA: CONSAGRADOS DA DIOCESE EM REFLEXÃO
Numa altura do ano pastoral de intensa actividade, apesar de alguns não terem podido mesmo deixar as suas responsabilidades, vinte e três consagrados dos vários Institutos da nossa diocese responderam ao chamamento: no dia 14 de Maio, vivermos um dia mais dedicado à oração.
Tivemos o nosso Bispo D. António Couto como animador dos tempos de reflexão, ao qual ficámos especialmente gratos pela sua disponibilidade, generosidade e dedicação.
A reflexão foi muito significativa: para nos centrar no essencial da vida, o Senhor Bispo começou por dizer que S. Pedro nos manda dar “a RAZÃO da nossa esperança” e não “as razões”, em discussões inúteis, senão mesmo prejudiciais, porque todos temos razões diferentes. E “a razão da nossa esperança” é Cristo. Somos chamados a dar Cristo.
Quando o anjo aparece a Zacarias, pai de João Batista, vem para lhe dizer que a sua oração tinha sido ouvida pois a sua esposa ia ter um filho. Mas, na Anunciação a Maria, Jesus surge em cena por pura dádiva de Deus. Não vem cumprir nenhum pedido: adianta-se a isso. Jesus é o Filho dado. Ler mais…
50 anos na morte de Monsenhor Alves Brás
Cooperadoras da Família celebram 50 anos da morte do fundador
Monsenhor Alves Brás
No próximo dia 13 de março assinalam-se 50 anos sobre a morte do Venerável Pe. Joaquim Alves Brás. Um homem visionário que nasceu em 1899 em Casegas, concelho da Covilhã, e que pautou a sua vida pela promoção e dignificação da mulher e da família.
Fundador da Obra de Santa Zita (OSZ), do Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF), do Movimento por um Lar Cristão (MLC), do Centro de Cooperação Familiar (CCF) e do Jornal da Família, monsenhor Alves Brás foi pioneiro na Pastoral Familiar. Um trabalho que se traduziu na fundação de inúmeras casas de acolhimento e formação das então chamadas “criadas de servir”. Todo este trabalho teve como objetivo a dignificação, a promoção e santificação da família.
Hoje o carisma de Monsenhor Alves Brás ganha “alma” através das Cooperadoras da Família, leigas consagradas, que levam por diante o cuidado e a santificação da família e que souberam adaptar-se aos tempos. Apoio à infância e à terceira idade, centros de aconselhamento familiar e matrimonial são as áreas por onde passa a ação das cerca de 270 Cooperadoras da Família que têm a cargo 22 casas em Portugal e missões na Colômbia, Brasil, Espanha, França, Itália e Cabinda (Angola).
Numa altura em que se assinalam 50 anos sobre a morte do Fundador a Coordenadora Geral do ISCF, Alice Cardoso, afirma que “amar, cuidar, preservar, desenvolver e enriquecer este património espiritual é tarefa e responsabilidade de todas e de todos os dias”. 50 anos depois “aquele que foi o Apóstolo da Família em Portugal permanece vivo na sua Obra, toda ela vocacionada para a promoção e a dignificação da mulher e da família”, acrescenta.
Os 50 anos da morte de monsenhor Alves Brás têm estado a ser celebrados um pouco por todo o país onde existem casas a cargo das Cooperadoras da Família. Com a aproximação do dia do falecimento (13 de março) multiplicam-se as celebrações e homenagens ao “Apóstolo da Família”. No próximo dia 6 de março decorrem celebrações em Aveiro e Guimarães. No dia 11 de março a homenagem ao Fundador é feita pelas Cooperadoras da Família em Carcavelos. No próprio dia em que se assinala o falecimento, 13 de março, decorrem celebrações e homenagens em Lisboa, Porto, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Elvas, Faro, Figueira da Foz, Funchal, Guarda, Portalegre, Viseu, Casegas, Cabinda, Brasil, Madrid, Roma, Paris e Colômbia
A Família Blasiana convida todos os interessados em tomar partes destas celebrações para fazer memória do Fundador falecido em 1966 e agradecer a vasta Obra criada em prol da Igreja e da sociedade.
Família Blasiana, in Voz de Lamego, ano 86/16, n.º 4353, 8 de março de 2016
Ano da Vida Consagrada | Testemunho da D. Fernanda
Neste dia de Festa da Senhora dos Remédios, os consagrados de Lamego foram convidados a participar na Procissão. Foi uma feliz ideia, mas notou-se a falta de participantes das Instituições; talvez porque parte avisados à última da hora.
Neste ano da vida consagrada, há que unir esforços e testemunhar ao mundo as razões de viver, numa entrega a Jesus, ao serviço dos irmãos: pela causa do Reino, liberdade e gratuidade. “Ninguém ama o que não conhece.”
E o Senhor continua a chamar, porque Deus é sempre o mesmo de todos os tempos…
O Papa Francisco pede-nos para sermos fiéis ou dóceis ao Espírito Santo, sendo coerentes na nossa vida, com coragem, vigilância e firmes na fé…
No longo percurso da Procissão, senti que estar ali era uma graça de Deus, acompanhada por tão grande multidão: adultos, idosos, jovens e crianças. Vindos de longe e de perto, alguns choravam, esperando para verem passar a Mãe e os abençoar…
Perante tudo isto pensava: quem sou eu para ir aqui no meio desta assembleia? Senti alguma responsabilidade, mas ao mesmo tempo ia elevando ao Céu uma prece por todos. Em especial pelas famílias, que tantas dificuldades enfrentam. Sim, a família tem que retomar os verdadeiros valores, e sobretudo viver a presença de Deus, colaborando com Ele na criação de novas vidas, formando e educando os filhos para que a sociedade se valorize e assim o mundo se torne melhor… O mundo que Deus criou belo para o homem ser feliz. É das famílias cristãs que nascem as vocações para o matrimónio, o sacerdócio ou a vida consagrada.
Que a Senhora dos Remédios a todos abençoe, a cada um na sua missão, na fidelidade e esperança em Deus que é a nossa força.
Maria Fernanda Costa, Instituto Secular das Cooperadoras da Família,
in Voz de Lamego, ano 85/42, n.º 4329, 15 de setembro
Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição
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Presença
Já andam pela diocese de Lamego desde 1881, quando foram chamadas para o Asilo de Nossa Senhora de Lourdes, em Resende. D. Maria José Pereira dos Santos Fornelos e sua irmã, desejavam estabelecer, na sua enorme casa, um Colégio-asilo para meninas. Chamaram para o dirigir as Irmãs franciscanas hospitaleiras das Trinas. Encerrado, por morte da fundadora da casa, em 1903, ficou o registo de que “sob muitos aspectos, a passagem destas religiosas por esta terra foi muito meritória e benemérita”. Regista ainda a II Crónica do Centenário, (pág. 794) que “a implantação desta obra, em Resende, despertou muitas e boas vocações para a Congregação”. Trinta e seis anos depois, 1939, voltam a prestar os seus serviços no Hospital da Misericórdia e no Asilo de Mendicidade que lhe ficou anexo. Deixados em 1974.
A cidade de Lamego conhece-as, em 1883. Pedidas para o Hospital de D. Luis ou da Misericórdia, são cinco religiosas que chegam a 12 de fevereiro, para assumirem o serviço da instituição.
No ano imediato, novo grupo dá entrada no então chamado Asilo da Infância Desvalida e aí permanece treze anos. Mais tempo ficaria, se a Mesa administrativa confiasse um pouco mais na visão da Superiora Geral e aceitasse a transferência de quem lhe parecia insubstituível… Dois anos depois, é a vez do Asilo de Mendicidade ficar sob a orientação e desempenho da terceira fraternidade de Irmãs.
Sempre os lamecenses tiveram em grande apreço o trabalho destas obreiras do bem. Se dissermos que, nestes 134 anos de permanência, não houve interrupção de presença, apenas fazemos jus à história que registou a sua continuidade até aos nossos dias. Se, em 1910, a sanha revolucionária levou as Irmãs do Asilo de Mendicidade a um hiato de meia dúzia de anos (para reabrir, depois, em Arneirós), não se conhece afastamento das Irmãs do Hospital, nem mesmo durante o período reacionário. É que a população não “permitiu que os fanáticos republicanos tocassem no seu prestígio e as incomodassem na sua ação”. Aguentar-se-ão, ainda, por mais de seis décadas, saindo no decurso da nacionalização do hospital, por março de 1979.
Não foram apenas estas três obras a usufruir do trabalhos das hospitaleiras.
Um pouco mais brandos os ventos republicanos, em fevereiro de 1927, nova fraternidade ruma até Lamego. Por ter obtido um velho solar, doado à Diocese, para, entre outro clausulado, aí ser aberto um colégio para meninas, o Bispo D. Agostinho de Jesus e Sousa pede à Congregação Irmãs para ocupar o imóvel. Não obstante todas as deficiências e dificuldades, o Colégio que iria chamar-se da Imaculada Conceição, entrou em funcionamento com poucas alunas internas e algumas externas. Após seis anos de exercício, a Diocese, por documento assinado pelo Bispo supracitado, com algumas cláusulas, cede o edifício à Congregação.
Entretanto, a fraternidade havia assumido outra instituição anexa – o Patronato Nun’Álvares -, obra que o pároco da Sé, Padre Aníbal Bastos, sonhava para acolher crianças pobres, de idade escolar. Ensinava-se ali a instrução primária, a boa educação e a instrução religiosa, destacando-se, muito depois e por cerca de 40 anos, a Irmã Alda que, na sua dedicação, exerceu de uma forma brilhante, abnegada e generosa, o cargo de docente e diretora escolar.
Um Colégio que sempre deu prestígio a Lamego, enalteceu a educação em Portugal e honrou a Congregação. Em tempo de crise vocacional, por falta de sangue novo, não sem dor, em 2008 o discernimento ditou a retirada das Irmãs, passando a obra para outras mãos. Todavia, embora modificada a fraternidade, as Irmãs não se retiraram de Lamego. Subiram o escadório do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios e ali continuam em serviço, oferecendo o apoio requerido e possível que a comunidade se empenha em prestar.
Depois de 1927, a diocese de Lamego recebe outra fraternidade, em 1966. Entra a serviço do Hospital Sub regional de Armamar. 25 anos depois, também porque, já então, os noviciados eram mais reduzidos, as Irmãs terão de abandonar este campo de evangelização.
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Congregação
A Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição foi fundada em Lisboa, a 03 de Maio de1871, pelo Padre Raimundo dos Anjos Beirão (1810-1878) e Madre Maria Clara do Menino Jesus – Libânia o Carmo (1843-1899), teve os seus Estatutos assinados pelo Governo português, como simples Associação de Beneficência, a 22 de Maio de 1874. A 27 de Março de 1876, era aprovada pelo Papa Pio IX, como Congregação de direito pontifício.
O seu fim específico é tornar visível no mundo a ternura e a misericórdia de Deus, servindo a humanidade sofredora, de preferência os mais pobres, exercendo para com todos as obras de misericórdia.
Face a tanta miséria, para a qual era urgente remédio eficaz, o Padre Raimundo, juntamente com D. Libânia do Carmo e um grupo de senhoras terceiras seculares de São Francisco de Assis, recolhidas no Convento de São Patrício, em Lisboa, começaram a ocupar-se da educação de meninas pobres, as mais miseráveis da capital. Havia, porém, necessidade absoluta de cuidar os doentes abandonados em suas casas e pelas ruas.
Assim foi crescendo o projeto de fundar uma Congregação religiosa que se ocupasse destes desvalidos, com total gratuidade, por amor de Deus. Como em Portugal se mantinha a proibição de emitir votos religiosos, recorreram a uma Congregação francesa. Em 1870, seguiu para França um pequeno grupo de senhoras, tendo à frente a Irmã Maria Clara do Menino Jesus (Libânia do Carmo). Feito o noviciado e emitida a profissão, em Calais, regressaram a Lisboa, a 01 de Maio de 1871. A Irmã Maria Clara tomou, então, posse do cargo de Superiora da Casa de S. Patrício, onde começou imediatamente a estabelecer e organizar uma Congregação autónoma, genuinamente portuguesa. Obtida a aprovação pontifícia, foi nomeada Superiora Geral e considerada, desde então, como Fundadora.
Em l878, após a morte do Padre Raimundo Beirão, assumiu totalmente o governo da Congregação, dando-lhe um tal impulso, que, no espaço de 20 anos, encheu Portugal de lés a lés com o serviço dedicado de suas Irmãs, transformando-as, também, nas primeiras missionárias portuguesas. As Hospitaleiras chegaram a Angola em 1883, à Índia, três anos depois, à Guiné-Bissau e a Cabo Verde, em 1893.
Após a Revolução republicana de outubro de 1910, a Congregação, expulsa de Portugal, continuou a expandir-se, a partir de Espanha, encontrando-se hoje em quatro continentes e 15 países: Europa: Portugal, Espanha, Itália; África: Guiné, S. Tomé, Angola, Moçambique, África do Sul; Ásia: Índia, Filipinas, Timor Leste, Indonésia; América: Brasil, Califórnia, México.
Irmã Maria Lucília de Carvalho, Fhic
in Voz de Lamego, n.º 4313, ano 85/26, de 12 de maio de 2015
Dia do Consagrado: entrevista ao Vigário dos Religiosos da Diocese de Lamego
In Voz de Lamego, 28.01.2014
No próximo dia 2 de fevereiro, a igreja celebra o Dia do Consagrado, sublinhando a presença e ação de todos quantos se consagraram ao Senhor e à sua igreja através de votos religiosos. A nossa Diocese conta com a presença orante e dinâmica de várias comunidades, ao mesmo tempo que foi espaço de crescimento para muitas vocações religiosas.
A este propósito, fomos ao encontro do Vigário Episcopal para os Religiosos e responsável pelo Departamento dos institutos da vida consagrada da nossa Diocese, P. José Fernando Saraiva Abrunhosa.
Voz de Lamego (VL): Como vai ser vivido o Dia do Consagrado na nossa diocese?
Pe. José Abrunhosa (JA): O Dia do Consagrado na nossa diocese vai ter como ponto mais alto uma Eucaristia no dia 2 de Fevereiro, na igreja de São Francisco, às 17h30 para todos os religiosos e religiosas que vivem a sua missão e o seu carisma na Diocese. Como tem sido hábito nos últimos anos, tem-se procura celebrar este dia no contexto da vida paroquial, participando na eucaristia dominical de uma das paróquias da cidade de Lamego e testemunhando assim, pela renovação dos votos perante os cristãos leigos, a beleza do dom total de si à causa do Evangelho através da vivência e do testemunho dos conselhos evangélicos. Certamente que, ao longo desta semana, os cristãos das nossas comunidades paroquiais não deixarão de pedir ao Senhor da Messe que mande operários para a sua igreja. Além de se promover a oração pelas vocações, é premente que nos empenhemos, principalmente durante esta semana, numa catequese adequada nas nossas paróquias que torne operante a graça do surgir de vocações consagradas.