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MISSÃO DE RESTITUIR | Editorial Voz de Lamego | 7-10-2014

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A primeira edição de outubro, do Jornal Diocesano, Voz de Lamego, remete-nos de imediato para a III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos que ora reúne em Roma, sob a presidência do Papa Francisco, entre os dias 5 e 19 de outubro, culminando com a Beatificação do Papa Paulo VI, refletindo a temática da família. Com efeito, no próximo ano, pela mesma ocasião, reunirá a Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, para aprofundar, procurando a unidade, a mesma temática da família.

Como nos habituou, o Jornal traz-nos uma grande variedade de reflexões, que apontam para Jesus Cristo, para o Evangelho, numa dinâmica sobretudo assertiva e acolhedora, desafiando, lançando pistas, promovendo o pensamento e o compromisso. Neste número, continua a dar-se destaque à entrada de novos párocos: Pe. André Pereira em Vila da Ponte (e também em Vila da Rua, Faia, Penso); Pe. António de Almeida Morgado na paróquia de Santa Leocádia de Travanca, na Zona Pastoral de Cinfães; Pe. José Augusto Rodrigues Cardoso, na paróquia de Fornelos, mantendo-se pároco de Nespereira. Nas páginas centrais também a celebração das Bodas de Ouro de Vida Religiosa da Irmã Maria Celeste.

Notícias da Igreja e da Região são outro motivo de interesse na leitura da Voz de Lamego. Mas como introdução o Editorial, que nos faz entrar na Carta Pastoral de D. António Couto.

MISSÃO DE RESTITUIR

Na Carta Pastoral que o nosso bispo endereçou a toda a diocese, e que o nosso jornal publicou na edição anterior, não faltam afirmações e provocações para ler, reflectir e viver. Desta vez, o convite de “restituir para a frente”.

Habitualmente entendemos “restituir” como a acção de entregar algo a quem nos havia emprestado. Ao longo da vida restituímos objectos, valores, terras… E essa acção está sempre voltada para um passado, porque foi lá atrás que alguém nos dispensou algo. Por isso, restituir é voltar atrás, voltar-se para quem está antes e repetir o gesto de dar para igualar e tudo ficar devidamente saldado. No fundo, restituímos para não ficarmos em dívida.

Mas, nas palavras de D. António Couto, “restituir” tem outra direcção e outros destinatários quando se fala de família humana, vivência cristã ou missão pastoral. A melhor forma de agradecer o dom da vida a quem no-la deu é contribuir para a sua continuidade e isso consegue-se participando no aparecimento das novas gerações. Viver a fé é testemunhar uma pertença, dar visibilidade a Cristo, transmitindo para diante, para os outros. Da mesma forma, a missão eclesial de todo baptizado não é esconder ou conservar, mas é mostrar Deus, com a preocupação de avançar, de ir mais longe. Porque ninguém mostra para trás, mas para a frente, onde a vida acontece, o caminho se escolhe e as opções se afirmam.

No passado encontramos o fundamento, as fontes e importantes testemunhos para a fé. Mas é para diante que importa anunciar de forma nova, transmitir com fidelidade e testemunhar com alegria. Só assim honramos quem nos precedeu e testemunhamos gratidão a quem nos transmitiu a fé.

Pe. Joaquim Dionísio, VOZ DE LAMEGO, 7 de outubro de 2014, n.º 4283, ano 84/45

Proposta agápica | Editorial da Voz de Lamego | 8 de julho de 2014

i_julho_2014O Jornal diocesano, Voz de Lamego, edição do dia 8 de julho, disponível no formato impresso, dá destaque especial à Ordenação Sacerdotal do Pe. José Fonseca Soares, natural de Avões, Arciprestado de Lamego. No primeiro domingo de julho, dia 6, D. António José da Rocha Couto presidiu à celebração da Eucaristia e da Ordenação. A homilia também integra esta edição.

Mas há outros motivos de interesse, notícias e textos de reflexão, sugestões de eventos futuros. A primeira página chama a atenção para as obras de recuperação da Igreja das Chagas. A última página destaca a viagem dos Idosos de Lamego ao Santuário de Fátima e na sexta edição da Bôla de Lamego.

O Editorial faz-nos antever a orientação impressa na VOZ da diocese DE LAMEGO:

PROPOSTA AGÁPICA

O ensinamento de Jesus, expresso por palavras e testemunhado pelo exemplo, orienta a vida da Igreja e o agir dos que a servem e nela vivem. Na novidade de Jesus contemplamos sempre a “proposta agápica”, que suscita desejo de seguir e deixa espaço para a livre adesão. Jesus é Aquele que propõe e convida, respeitando o ritmo e a vontade de cada um, proporcionando uma adesão livre e responsável.

A Igreja ama e é enviada para amar, para anunciar e para acolher. E organiza-se e elabora orientações para ajudar os seus membros a responder ao convite do Senhor. Nesse sentido, a organização é entendida como meio para evangelizar e a fixação de normas é vista como procedimento necessário à unidade e à fidelidade ao Senhor.

Mas há questões: como conciliar a fidelidade à doutrina e a necessidade da misericórdia? Como dizer “sim” quando faltam condições para a total comunhão? Como dizer “não” sem provocar distanciamento? Como preservar a unidade sem cair no “permissivismo”?

Bem vistas as coisas, não há nada de novo, porque sempre existiu esta tensão ao longo da história da Igreja, entre a vontade de permanecer fiel e necessidade de responder aos desafios. É a Igreja a compreender-se na sua historicidade e a ser protagonista na busca de respostas novas, assentes na fidelidade ao ensino e exemplo de Jesus.

A este propósito, há uma grande expectativa diante do próximo Sínodo, onde a família será tema central. Porque há perguntas que anseiam por respostas e procedimentos que poderão ser alterados.

Fiel à doutrina, iluminada pelo Espírito, olhando e escutando Cristo, com um apurado olfacto, a Igreja buscará caminhos novos que contribuirão para a tal “proposta agápica” que, no chão de cada paróquia ou comunidade, continua a ser feita.

Diretor, Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, n.º 4272, ano 84/34

Caminhar com Deus – Editorial Voz de Lamego – 1 de julho de 2014

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A edição desta semana da Voz de Lamego vem preenchida, como nos tem habituado, com diversas notícias da Diocese e da região, da Igreja e do Mundo, bem assim como textos de reflexão, sugestões, eventos que se aproximam, histórias, entrevistas, momentos…

Incontornável, a notícia sobre a intervenção na Sé Catedral de Lamego, tendo sido feita uma apresentação no Arquivo-Museu Diocesano de Lamego. Outra notícia: a ordenação sacerdotal de José da Fonseca Soares, no domingo 6 de julho de 2014, pelas 16h00, na Sé Catedral de Lamego. Chama a atenção o ELOGIO à PSP de Lamego por não ser muito comum sublinhar-se o trabalho competente e dedicado. Avaria de um camião que descia a Avenida 5 de outubro e mesmo a entrar na Avenida Alfredo de Sousa. Um caos que se terá gerado, segundo alguns. O autor deste artigo sublinha a espantosa e pronta atuação da PSP que logo orientou o trânsito para fluir sem demora por outras artérias.

Como ambientação desta nossa Voz, o Editorial, da responsabilidade do seu Diretor, Pe. Joaquim Dionísio.

CAMINHAR COM DEUS

Atribui-se a S. Francisco de Sales a seguinte frase: “É necessário abandonar o passado à misericórdia de Deus, o presente à fidelidade e o futuro à Divina Providência”.

Eis-nos ouvintes e leitores desta inspirada frase, mas também protagonistas do movimento que nela se exprime: confiamos em Deus diante de um passado nem sempre imaculado, acolhemos a Sua graça para concretizarmos o agora da vida e esperamos na Sua intervenção e auxílio diante do desconhecido.

Confiar e abandonar-se Àquele que tudo pode e tudo sabe não nos dispensa de agir e decidir. Isso seria preguiça e comodismo. A certeza de que Deus age na nossa história não nos dispensa de um compromisso oportuno e actuante. Porque Deus concede-nos talentos / dons para avançar, embora a nossa liberdade, às vezes, os enterre.

Neste caminhar e peregrinar no tempo tomamos consciência do passado que já não volta, deste agora onde posso mudar e contribuir para a mudança, ao mesmo tempo que me sossega e acalenta a esperança de poder usufruir do tempo que virá para ser.

Porque a vida é caminho, não podemos avançar voltados para trás, suspirando por tempos idos. Aliás, falar apenas do passado, poderá ser sinónimo de velhice, de escassez de perspectivas e de falta de vontade para mudar. Por outro lado, também não será muito vantajoso adiar indefinidamente o que se apresenta como importante. Protelar pode significar falta de coragem e disponibilidade.

A certeza de que Deus caminha connosco, que é compreensivo com as nossas falhas e providencial nas necessidades, é um convite a viver cada dia com determinação e de forma singular. Se o conseguirmos, Deus terá menos para nos perdoar, porque teremos aproveitado melhor as graças recebidas.

in VOZ DE LAMEGO, 1 de julho de 2014, n.º 4271, ano 84/33.

Olfacto e Fidelidade – Editorial Voz de Lamego – 24/06

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Aí está mais uma edição do Jornal Diocesano, VOZ DE LAMEGO, com a variedade de temas, reflexões, notícias, eventos.

Na edição desta semana, destaque para a celebração da Solenidade do Corpo de Deus, na cidade de Lamego, sob a presidência do sr. Bispo, D. António Couto, cuja HOMILIA é reproduzida na íntegra. Outro dos temas desenvolvidos, são os 25 anos de Padre, nesta edição do Pe. João António, Reitor do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. Mas há muitos outros motivos de interesse, não apenas curiosidades, mas sobretudo pelas propostas de reflexão, numa visão humanista e cristã.

Ambientando todo o jornal, o Editorial do seu Diretor, Pe. Joaquim Dionísio:

OLFACTO E FIDELIDADE

A propósito da presença e missão do bispo, o n.º 31 da Exortação “A alegria do Evangelho”, do Papa Francisco, dá orientações: às vezes deve ir à frente para “indicar a estrada e sustentar a esperança”, outras manter-se simplesmente no meio “com a sua proximidade simples e misericordiosa” e, por fim, atrás do povo para “ajudar aqueles que se atrasaram”. Mas, a propósito desta última localização, acrescenta que o “rebanho possui olfacto para encontrar novas estradas”.

Interpela esta última afirmação: o pastor deve seguir o rebanho? E se este toma a direcção errada? E se as “novas estradas” não coincidem com o projecto evangélico?

O olfacto é um dos sentidos que possuímos e percebemos a intenção do Papa: há intuições que merecem ser tidas em conta e todos os baptizados podem contribuir para a sua existência. E como se traduz esta realidade no concreto de uma comunidade, de um povo, de uma diocese? Que condições existem, são proporcionadas, para que o olfacto do rebanho se exercite, desbrave caminhos e arraste os outros?

O Papa convocou um Sínodo sobre a família para o Outono deste ano, algumas dioceses lusas estão em caminhada sinodal e vozes há que se levantam para outras o fazerem também. Esta é uma forma de cumprir o que o Papa sugere; haverá outras. O importante é não perder de vista a possibilidade de incluir mais fiéis na escolha e fixação dos possíveis caminhos. E tudo, sempre, para concretizar a Igreja, aqui e agora, anunciando e seguindo Cristo ressuscitado.

No fundo, todos precisamos de um olfacto apurado para discernir, encontrar novos percursos sem sermos infiéis aos antigos. Porque a criatividade não se entende longe da fidelidade.

in Voz de Lamego, 24 de junho de 2014, ano 84/32, n.º 4270

Verdade e Caridade – Editorial da Voz de Lamego

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Através deste blogue, a chamada de atenção para um texto, uma notícia, uma reflexão, do Jornal Diocesano Voz de Lamego, que sai às terças-feiras. O Editorial, da responsabilidade do seu Diretor, Pe. Joaquim Dionísio, dá o tom para cada uma das edições. Esta semana, dois pólos importantes no compromisso cristão: a verdade e a caridade.

VERDADE E CARIDADE:

A verdade, que somos convidados a seguir e a viver, precisa da companhia da caridade. Porque a liberdade, que eleva e proporciona caminhos de perfeição, não nos livra do risco do erro e da perdição. Separar ou promover a separação entre verdade e caridade pode não ser o melhor.

A história, antiga e recente, mostra-nos que uma verdade sem sentimento pode provocar sofrimento. Quantas vezes, até na vida da Igreja, a defesa da verdade não chegou ao extremo de tirar a vida ao que foi julgado e condenado por defender uma suposta mentira? Nos nossos dias, não se dizem defensores da verdade todos os fundamentalismos?

Por outro lado, protagonizar uma caridade (atenção e cuidado pelo outro) que não se esforça por denunciar o erro e corrigir o que está mal pode contribuir para a manutenção de situações que não libertam nem elevam.

Assim, é nosso dever articular a verdade com a caridade. Porque uma verdade sem sentimento pode destruir um percurso e impossibilitar um recomeço. Mas uma caridade que não procure apurar a verdade pode contribuir para a preservação do erro e das causas que o provocam.

Em Jesus Cristo, na sua pessoa e na sua missão, contemplamos a verdade que se aproxima para fazer ver, convidar e elevar, mas também a caridade que corrige, ampara e avança. A verdade que liberta tem por companhia a caridade que condena o erro, mas possibilita vida àquele que falha.

A Igreja, “perita em humanidade”, não cessa de anunciar e convidar o mundo para a verdade, partilhando uma mensagem de libertação e condenando tudo quanto atenta contra a dignidade humana.

A verdade é humanizada pela caridade e a caridade é exponenciada pela verdade.

Na edição escrita do Jornal Voz de Lamego têm acesso ao que de mais importante se passa no espaço da Diocese de Lamego, a nível eclesial, mas também cultural, social, na abertura ao país e ao mundo. São diversos também os textos de reflexão: comentários às leituras do domingo seguinte, o que vai acontecer na Igreja e no mundo, apanhado das intervenções do papa Francisco, ressonância da Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Lapa, e Peregrinação Nacional das Crianças a Fátima, a agenda episcopal, entrevistas, desta semana ao Comandante dos Bombeiros Voluntários de Lamego, Mensagem de D. António Couto para a celebração do Corpo de Deus.

Voz de Lamego, 17 de junho de 2014, número 4269, ano 84/30

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Tirania do desejo – Editorial da Voz de Lamego

Entre mãos, a edição da Voz de Lamego, datada do dia 9 de junho, terça-feira, no seu 4268.º número. Notícias, reflexões, Informações.

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Como ambientação, o EDITORIAL, da responsabilidade do seu Diretor, Pe. Joaquim Dionísio.

A TIRANIA DO DESEJO:

O mundo em que vivemos, neste aqui e agora, oferece-se para ser usufruído, mas também para ser pensado, questionado e modificado. No fundo, trata-se de cumprir o mandamento do Criador. O homem é o cume da criação e tudo está ao seu dispor para ser usado com responsabilidade, de forma criativa e sustentada.

Neste mundo que herdámos e na sociedade que ajudamos a construir, da qual beneficiamos e com a qual nos identificamos, encontramos características diversas, que se vão alterando, acompanhando o ritmo e as curvas da história.

Desta vez poderíamos falar da “tirania do desejo” que se vislumbra em nós e à nossa volta. Como contrariar e dizer não quando o mais fácil e cómodo é aceitar e deixar andar? Como esconder o facto de nem sempre a razão, o sentido do dever e da responsabilidade se sobreporem ao desejo efémero e caprichoso? Quantos pais cedem por causa dos pedidos exigentes e insistentes dos filhos? Será que se deve dizer sempre sim? O mesmo acontece na vida da Igreja, das nossas comunidades, nos percursos formativos: contrariar é possível? Como lidamos, nós, com a contrariedade ou com aqueles que nos contrariam?

O desejo é importante, mas, sozinho, não pode comandar a vida. Porque saber, querer e conseguir dizer “não” pode ser decisivo diante de determinadas escolhas e caminhos.

Não se deixar levar pela tirania do desejo pode suscitar episódicos lamentos, mas as boas opções valem por si mesmas. Temos que admitir que, às vezes, o olhar e o sentimento se fixam demasiado no que se deixa ou evita, sem dar o devido realce ao que se escolhe e ao caminho que se inicia.

O melhor será valorizar sempre a escolha em vez de sublinhar constantemente a renúncia.

Neste número, destaques também para o Festival Diocesano da Canção, organizado pelo SDPJ de Lamego, a Oração do Papa Francisco com Shimon Perez e Mahmoud Abbas, e também com o Patriarca de Constantinopla, a Entrevista com o Pe. José Augusto Marques, por ocasião das suas Bodas de Prata Sacerdotais. Diversas notícias: Feira Medieval em Lamego, Exposição no Museu Diocesano, Homilias do Papa na Capela de Santa Marta, desporto, agenda Episcopal, Festival da Cereja em Resende, Jantar monástico em Salzedas, a morte do Pe. Lucas Pedrinho, Encontro de EMRC em Sernancelhe, e outras notícias. No interior do Jornal Diocesano a oportunidade de refletir sobre temas variados…

Voz de Lamego, 9 de junho de 2014, número 4268, ano 84/30