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Posts Tagged ‘Diáconos’

Dia da Diaconocracia

“Exulta de alegria Igreja de Lamego” (D. António Couto). No passado dia 26 de novembro foi um dia cheio para a nossa Diocese de Lamego, pois convergiu nesse domingo três celebrações: a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, o dia da Catedral e a Ordenação Diaconal. Nesse domingo a Igreja celebrou a diaconocracia, o poder do serviço, foi esta realeza inédita que Jesus instituiu o reino do Rei-Trespassado, o rei segundo o dizer de D. António Couto que “reina a partir de dentro”. Sendo o momento propício para a nossa Diocese de Lamego, ser enriquecida com ministério diaconal conferido a Vítor Manuel Teixeira Carreira, filho de Dionísia Cardoso Teixeira Carreira e de Manuel Matias Carreira, membro da comunidade paroquial de Nossa Senhora da Piedade de Queimadela (Armamar). D. António Couto exortou o Vítor para ter sempre presente esta forma de reinar de Jesus através da mansidão e do serviço. Também celebrou-se a dedicação da Catedral que ocorreu a 20 de novembro (1776), mas que habitualmente é “diferido” para o domingo do Cristo-Rei.

Ao Diácono Vítor desejamos as melhores felicidades e pedimos a intercessão de S. Sebastião e St. Agostinho, nossos padroeiros diocesanos, diante de Jesus Rei-Trespassado pelos bons frutos do seu ministério diaconal. Por fim, neste domingo cheio a nossa Diocese exultou de alegria.

Pe. Ângelo Santos, DDPV, in Voz de Lamego, ano 87/52, n.º 4438, 28 de novembro de 2017

ORDENAÇÃO – DIÁCONO | Editorial Voz de Lamego | 21 de novembro

ORDENAÇÃO – DIÁCONO

No próximo domingo, 26 de novembro, encerramos o ano litúrgico em curso, com a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo.

Na nossa diocese, a data é também marcada pelo assinalar de mais um aniversário da dedicação da igreja catedral (21 de novembro).

Mas este dia festivo será ainda enriquecido com a ordenação diaconal de um jovem que terminou há poucos meses a sua caminhada no Seminário e vive agora o seu estágio pastoral, o Vitor Manuel Teixeira Carreira. Natural de Queimadela, Armamar, deixou-nos um texto antes de partir para Avessadas, Marco de Canavezes, onde, por estes dias, está em retiro espiritual, acompanhado pelos padres Carmelitas.

Com alegria, esperamos testemunhar a sua ordenação presbiteral no primeiro domingo de julho de 2018. Até lá, caminharemos com ele e por ele rezaremos ao Senhor da Messe, para que o proteja e abençoe na vivência do seu sacerdócio e no cumprimento da sua vida.

A ordenação é sempre um momento de festa para a Igreja e o acontecimento deve ser anunciado e vivido com alegria por toda a comunidade que testemunha a entrega generosa de uma vida à causa do Evangelho e da humanidade. Porque toda a ordenação visa sempre testemunhar Jesus Cristo para a salvação de todos.

Mais do que lamentar a diminuição do número de ordinandos, importa enaltecer a prontidão de quem responde ao chamamento e a disponibilidade generosa para ser enviado a servir no mundo. Não sabemos como será o futuro nem se teremos muitas ou poucas ordenações; sabemos que não estamos sós e confiamos na providência divina para os dias que virão e para iluminar a Igreja no encontrar de soluções.

Por agora, felicitamos o Vitor pela sua decisão e juntamo-nos a todos quantos se alegram com a sua ordenação.

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4437, 21 de novembro de 2017

Diocese de Lamego em festa | Ordenação diaconal

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A catedral de Lamego encheu-se com os muitos fiéis que ali acorreram no passado domingo para celebrarem a Solenidade de Cristo Rei do Universo e testemunharem o encerramento da porta jubilar do Ano da Misericórdia. No pontifical presidido por D. António Couto foram também ordenados três diáconos para a nossa diocese que, assim o esperamos e desejamos, serão ordenados presbíteros em julho próximo.

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Apesar do encerramento do Ano da Misericórdia estar previsto, fora de Roma, para o dia 13 de novembro, a nossa diocese adiou a cerimónia por uma semana, atendendo aos acontecimentos previstos para o dia 20. Com efeito, no domingo que marca o encerramento do ano litúrgico, a nossa diocese assinala mais um aniversário da Dedicação da sua Catedral. Mas importante foi, também, saber que, nesse dia, três jovens iriam ser ordenados diáconos. Ler mais…

Homilia de D. António Couto nas Ordenações Diaconais – 20/11/2016

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A ORDEM NOVA DO AMOR

  1. Amados irmãos e irmãs, a nossa Diocese de Lamego vive, neste dia 20 de novembro de 2016, um excesso de celebrações, um excesso de celebração, um condensado de júbilo, que começo por recordar: a) celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo; b) celebramos o Aniversário da Dedicação da nossa Igreja Catedral; c) celebramos a Ordenação de três Diáconos, o Ângelo Fernando, o Diogo André e o Luís Rafael; d) celebramos o Encerramento do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia.
  1. A Solenidade de Nosso Jesus Cristo, Rei do Universo, traz-nos o domínio novo do Filho do Homem que nos ama, o domínio do Amor, que é Primeiro e Último (cf. Apocalipse 1,8). É Primeiro e será ainda Último, fazendo de tudo o resto «segundo» e «penúltimo». Na verdade, entre o Primeiro e o Último, que é o domínio do modo do Amor, instala-se o segundo e o penúltimo, que é o domínio do modo velho e podre da violência das bestas ferozes que nos habitam. O Bem, que é o modo do Amor, é de sempre e é para sempre. É Primeiro e é Último. O Bem, como o modo do Amor, não começou, portanto. O que começou foi o mal, que se foi insinuando nas pregas do nosso coração empedernido. Mas o que começa, também acaba. Os impérios da nossa violência, malvadez e estupidez caem, imagine-se, vencidos por um Amor que é desde sempre e para sempre, e que vence, sem combater, a nossa tirania, mesquinhez, e prepotência!

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Ordenações Diaconais | Luís Rafael | Testemunho Vocacional

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 VEM E SEGUE-ME

 

Porquê entrar para o Seminário???

Porquê seguir Jesus? Ser Diácono? Padre?

Sim! Porque na família e na comunidade conheci “um amigo que me ama”…

Sim! Porque o “VEM E SEGUE-ME” gravado na parede da capela do Seminário de Resende me inquietava…

Sim! Porque, pouco a pouco, fui descobrindo o projeto de Deus para a minha vida…

Sim! Porque Ele colocou pessoas únicas no meu caminho para me apoiarem, acompanharem e me formarem…

Sim! Porque o contacto com o Povo de Deus me enche o coração…

Sim! Porque…

Porque… Porque… Porque!?

Não fiquem surpreendidos, mas… há uns anos atrás eu era uma criança muito curiosa!!! Às vezes a minha família já não tinha muita paciência para tantas perguntas e iam respondendo o tradicional: “porque sim!”

Porquê isto? “porque sim!”

Porquê daquela maneira? “porque sim!”

Talvez um dia, na minha ingenuidade infantil tenha perguntado: Porque é que o sol se move no céu? “porque sim!”

Mas toda a gente sabe que: “porque sim! Não é resposta!!!”

É verdade… mas há respostas que por vezes são difíceis de dar…

Podia dar muitas outras razões que justificassem estes passos dados rumo ao serviço de Deus e dos irmãos… mas para os mais curiosos deixo uma resposta universal e que sintetiza o que estou a sentir…

Sim! Porque sim…

Sei que provavelmente devem estar a pensar “porque sim! Não é resposta!!!”

Mas é a melhor maneira que tenho para transmitir tudo aquilo que sinto. Afinal, aos convites que Deus nos faz … a nossa resposta deve ser SIM!

Já pensaste nisso? Porque não dizer-Lhe que sim?

Luís Rafael Azevedo

in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4387, 15 de novembro de 2016

Ordenações Diaconais | Diogo Rodrigues | Testemunho Vocacional

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MISERICÓRDIA DE DEUS

Chamo-me Diogo Rodrigues, sou do lugar de Mazes, da freguesia de Lazarim deste concelho de Lamego. Venho de uma família de três irmãos, sendo eu o mais velho.

Não me lembro do “surgir” da minha vocação. Lembro-me de na escola primária ter dito que queria ser padre e toda a gente achou estranho. Nesse seguimento, manifestei o desejo aos meus pais e eles falaram com o meu pároco, Pe. Agostinho Ramalho, e ele convidou-me, juntamente com um colega da minha terra a fazermos a experiência de pré-seminário.

Feita a experiência, fiz o percurso do Seminário Menor durante seis anos e ingressei no Seminário Maior onde estive durante seis anos, em Lamego, Viseu e Braga.

Ao terminar o percurso do Seminário, a passos largos da Ordenação Diaconal, o que poderei dizer acerca da minha vocação? Que ela nos mostra verdadeiramente o amor de Deus, antes de mais voltado, para todos os seus filhos, chamados à vocação baptismal, e depois porque segundo o seu coração deseja dar pastores ao seu povo. Assim, o Senhor é verdadeiramente o autor da minha vocação e é Ele o verdadeiro protagonista. Por isso continuo a crer  na sua misericórdia para comigo e a desejar tal como os discípulos a amá -lo cada vez mais.

Ao fazer-vos passar a minha história de vida, peço-vos mais uma vez que rezeis por todos os Seminários e seminaristas, pedindo ao Senhor da Messe que envie trabalhadores para a sua Messe.

Diogo Rodrigues, in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4387, 15 de novembro de 2016

Ordenações Diaconais | Ângelo Santos | Testemunho Vocacional

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“ELE chama-te”

“Tem confiança, levanta-te Ele chama-te” (Mc 10, 49). Esta provocação feita a Bartimeu conduziu que ele deixasse a beira do caminho para passar a fazer parte do caminho com Ele e com alegria “levantou-se de um salto e foi ter com Jesus” (Mc 10, 50).

Esta perícope evangélica retrata perfeitamente o meu percurso vocacional. O meu percurso vocacional começou em 2008, mas nessa altura eu encontrava-me ainda á beira do caminho. Porém o meu encontrocom Jesus não se operou de uma forma imediata,mas mediada através do testemunho dos sacerdotes, escuta e leitura da Palavra de Deus, leitura da vida daqueles que nos antecederam na fé ou simplesmente de uma brisa suave (1 Rs 19, 11-13). Foram estes meios que Deus usou para despertar em mim a questão vocacional.

Como Bartimeu aceitei entrar no caminho. Nesse sentido no dia 2 de outubro de 2009 entrei para o Seminário Maior de Lamego, num dia de bons auspícios, o dia litúrgico dos anjos da guarda (meus homónimos!). Frequentei o Seminário Maior durante seis anos (2009-2015). Foi um tempo que permitiu-me perceber que ser seminarista não consiste na oblação da vida por um conjunto de ideias ou sistemas de pensamento, mas na descobertado encontro com Jesus, um encontro que não deixa a nossa vida indiferente, um encontro que nos impulsiona para a saída de nós mesmos não permitindo que sejamos jovens e adultos “desempregados das suas vidas” (Daniel Faria), mas servidores da Vida para as vidas.

No período de 2015-2016 fiz uma paragem para uma etapa diferente no percurso vocacional. Durante esta etapa estive ligado a uma Organização Não-Governamental de inspiração cristã, chamada Leigos para o Desenvolvimento.A minha participação nessa organização possibilitou o tempo ideal para apurar a minha decisão vocacional. Graças a este apuramento deu o “salto” definitivo para o seguimento de Jesus através do ministério ordenado.

Por fim, “Tem confiança, levanta-te Ele chama-te” (Mc 10, 49).

Ângelo Santos

in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4387, 15 de novembro de 2016

ORDENAÇÃO E SERVIÇO | Editorial Voz de Lamego | 15 de novembro

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Vivemos entre 5 e 13 de novembro a SEMANA DOS SEMINÁRIOS, vamos viver, na Diocese de Lamego, a Ordenação Diaconal do Luís Rafael, do Diogo Rodrigues e do Ângelo Santos. A edição da Voz de Lamego desta semana faz eco da Semana dos Seminários e apresenta o testemunho vocacional dos três jovens ordenandos, que, porquanto, se encontram em Retiro, para melhor e mais proximamente se prepararem para a Ordenação.

O Pe. Joaquim Dionísio, Diretor do nosso jornal diocesano, enquadra a celebração da Ordenação como serviço (a palavra diácono significa precisamente serviço, aquele que serve), no dia da Igreja Catedral, solenidade de Cristo Rei do Universo e Encerramento do Jubileu da Misericórdia:

ORDENAÇÃO E SERVIÇO

No próximo domingo, Solenidade de Cristo Rei e data prevista para se encerrar o Ano da Misericórdia, a nossa diocese vive com alegria a ordenação diaconal de três jovens que dão mais um passo rumo ao presbiterado.

A ocasião proporciona uma atitude de acção de graças ao Senhor da Vida e da Messe, mas também de felicitação a estes jovens que se disponibilizam para seguir Jesus Cristo. Num tempo de seminários quase vazios, é reconfortante participar nestes momentos.

O termo diácono significa servidor e já aparece na Igreja apostólica, designando alguém que está encarregado de um ministério eclesiástico e cuja missão se concretiza no domínio da caridade e da administração. Tal como ensina o Concílio Vaticano II, “é próprio do diácono… administrar solenemente o baptismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimónio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura” (LG 29).

Mais do que a abrangência da missão, importa reter a identificação com Jesus Servidor que chama e envia. Aliás, a Igreja vive para evangelizar e é por causa da missão que a hierarquia, da qual o diaconado faz parte, existe (LG 29). E assumir tal propósito ilumina todo o percurso e fornece critérios de actuação. A ordenação não é sinónimo de estatuto, regalia ou mera satisfação pessoal, mas vontade de servir e imitar o Mestre.

No exercício da missão, a oração apresenta-se como a primeira e fundamental forma de resposta à Palavra, a quem o diácono deve permanecer fiel, assumindo ainda o encargo de a transmitir integralmente, com competência, clareza e profundidade (PDV 47).

Só um serviço vivido plena e integralmente será verdadeiramente convincente.

in Voz de Lamego, ano 87/51, n.º 4387, 15 de novembro de 2016

ELEITO E ELITE | Editorial Voz de Lamego | 25 de dezembro

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Com a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, chegou o DIA da IGREJA CATEDRAL, que este ano contou com a ordenação do Fabrício Pinheiro e do Valentim Fonseca. Como não poderia deixar de ser, a edição da Voz de Lamego desta semana dedica especial atenção a esta jornada do Dia da Igreja Catedral, nos vários momentos de encontro, formação, celebração, festa.

No Editorial, o Diretor, Pe. Joaquim Dionísio, salienta as Ordenações Diaconais, que dão seguimento à vocação batismal:

ELEITO E ELITE 

No passado domingo, em ambiente de festa e de acção de graças, a nossa diocese testemunhou a livre decisão de dois jovens que, chamados por Deus através da Igreja, D. António Couto ordenou de Diáconos. E alegramo-nos já com a perspectiva da sua ordenação sacerdotal, no próximo verão.

O baptizado que recebe o sacramento da Ordem (diácono, sacerdote, bispo) é apresentado como “ministro”, traduzindo-se este termo por “servidor”; à missão que assume e cumpre chamamos “ministério”, sinónimo de “serviço”.

Assim, falar de “ministro ordenado” é referir aquele que, pelo sacramento da Ordem, recebeu e assumiu a missão de servir o Povo de Deus. Muito longe, portanto, da concepção de tal ministério em termos de poder. Porque na Igreja de Cristo há apenas o “poder de servir”.

Ser ordenado pressupõe um chamamento, exige uma resposta e é fruto de uma eleição. Deus chama através da Sua Igreja, mas ninguém avança sem uma livre decisão pessoal e sem a necessária escolha feita pela Igreja. Dito de outra forma, os ministros ordenados são previamente eleitos, escolhidos, não porque sejam imaculados, mas por causa da disponibilidade demonstrada e reconhecida capacidade para servir.

É verdade que, como seres livres e limitados, tais ministros podem falhar, ficar aquém do exemplo que se espera ou esquecerem o testemunho que se exige. Mas, em consciência, têm o dever de se esforçar por cumprir a missão para que foram chamados e ordenados.

Mas não são uma elite, no sentido habitual em que esta se compreende como uma minoria prestigiada e formada pelo que de melhor existe na sociedade, a fina flor ou nata que detém algum poder e influência. A tentação de confundir eleito com elite pode surgir, mas não é cristã.

in VOZ DE LAMEGO, n.º 4290, ano 84/52, de 25 de novembro de 2014

Homilia de D. António José da Rocha Couto no Dia da Igreja Catedral e Ordenação Diaconal

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DÍVIDA DE AMOR

Caríssimo Senhor D. Jacinto, meu irmão no episcopado,

Caríssimo Senhor Vigário geral,

Caríssimo Senhor Pró-Vigário Geral,

Caríssimo Senhor Reitor do Seminário,

Caríssimos Sacerdotes,

Caríssimos Eleitos para o Diaconado,

Caríssimos Seminaristas,

Caríssimos Irmãos e Irmãs

  1. Ainda agora comecei a homilia, mas, se estivestes atentos, já deveis estar espantados com esta ladainha de “caríssimos”. Já lá vamos. A nossa Diocese de Lamego vive hoje um excesso de celebrações, um excesso de celebração, que começo por recordar: a) a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo; b) o Dia desta Igreja Catedral; c) a ordenação de dois Diáconos, o Fabrício e o Valentim.
  1. Peço-vos a todos, caríssimos irmãos e irmãs, que estreitemos bem este nó celebrativo, para experimentarmos a alegria do Evangelho, traduzida no serviço humilde do amor que recebemos de Jesus Cristo, e que estamos sempre a dever uns aos outros. Dívida feliz que contraímos no dia do nosso Batismo, e que nunca chegaremos a pagar na totalidade. Pelo contrário, esta dívida de amor vai aumentando pela vida fora, conforme vamos conformando a nossa vida à forma de viver de Jesus Cristo. Na verdade, cada nova etapa da nossa vivência cristã aumenta a nossa dívida de amor. É assim (ou deve ser) na catequese, na profissão de Fé, no Sacramento do Crisma, no Matrimónio, mas também na Consagração Religiosa ou Secular, no Diaconado, Presbiterado, Episcopado. Sim, irmãos caríssimos, a nossa dívida de amor vai disparando sempre, de tal modo que nunca mais nos veremos livres dela. Estamos sempre em dívida de amor. O cristão verdadeiro tem de estar sempre endividado. E a ver esta dívida sempre a aumentar. E não pode declarar insolvência.
  1. O primeiro que olhou para nós, olhos nos olhos, e se endividou até aos ossos para comprar a nossa liberdade, foi Jesus Cristo, Senhor Nosso. São Paulo disse bem, na sua Primeira Carta ao Coríntios, que Ele nos comprou por alto preço (1 Coríntios 6,20; 7,23). Na verdade, teve de dar a sua vida toda por nós, para nos comprar. Somos, portanto, caríssimos, custamos um preço muito alto. O seu Reinado, que hoje celebramos juntamente com toda a Igreja, consiste nesta suprema atitude ou altitude do Amor que Jesus dedica a estes seus irmãos caríssimos.
  1. Passou, depois, como sabeis, caríssimos irmãos, esta dívida para nós, isto é, ensinou-nos a endividar-nos, gastando, como Ele, a vida toda por Amor. «Como Eu vos fiz, fazei vós também uns outros» (João 13,15). «Como Eu vos amei, amai-vos vós uns aos outros» (João 15,12 e 17). «Todas as vezes que fizestes isto (ou que o não fizestes) a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes (ou o deixastes de fazer)» (Mateus 25,40 e 45).
  1. Portanto, caríssimos irmãos, é preciso, precioso e urgente, que olhemos bem o rosto dos nossos irmãos e irmãs, que consideremos bem o altíssimo valor de cada um, e gastemos a nossa vida toda para os servir com a dignidade e a elevação, a Altura, que merecem. Só assim, seremos dignos súbditos deste Rei Novo e Manso.
  1. A presença entre nós, hoje, destes dois novos Diáconos ou Servidores do Evangelho da Alegria deve ajudar a avivar em nós a existência desta imensa dívida de Amor e de serviço humilde a todos e a cada um dos caríssimos irmãos e irmãs que Deus nos deu.
  1. E assim também, do coração ou do Altar ou do Ambão desta Igreja Catedral, cuja Dedicação hoje celebramos, podereis ver, caríssimos irmãos, que pode começar a surgir uma nascente de água viva. E vereis ainda que este fiozinho de água crescerá e alagará cada coração, cada rua, cada campo, cada casa, cada família, cada colina desta nossa Diocese de Lamego, fazendo brotar, por onde passa, vida nova em abundância. Sim, podeis beber e saciar-vos com esta água viva e salutar, fonte de saúde e de alegria. Não tem legionela. Tem amor. Abri todas portas a Jesus Cristo. Escancarai-as mesmo. Sem medo. O medo tolhe a nossa alegria. O medo rouba a nossa alegria. Fazei da Igreja de Lamego, caríssimos irmãos e irmãs, não uma cidade fortificada, mas uma cidade frutificada. Portanto, Ide e construí com mais amor a família de Deus. E que o Senhor Jesus Cristo reine sempre nos nossos corações. Ámen.

Lamego, 23 de Novembro, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo,

Dia da Igreja Catedral e de Ordenações Diaconais.

+ António, vosso bispo e irmão