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Posts Tagged ‘Cracóvia 2016’

JMJ 2016 | Testemunho | Inês Montenegro: Famílias de Acolhimento

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Não é pouco o que há a dizer sobre as Jornadas Mundiais da Juventude de 2016, em Cracóvia. Num evento com uma magnitude e adesão inigualáveis, torna-se apenas natural que surja uma diversidade de prismas, vivências, experiências e mensagens. Por consequência, torna-se também natural a hesitação sobre qual deles focar este texto, que desde já se afirma como pessoal. O cerne das Jornadas é, sem dúvida, a comunhão entre si de jovens cristãos oriundos das mais diversas culturas, bem como a sua comunhão com o Santo Padre. As mensagens que o Papa Francisco deixou nas suas homilias – e que tão certeiras foram a quem o escutou – são, por conseguinte, o pilar desta experiência. No entanto, escrever aqui sobre elas afigura-se-me como algo oco: as palavras do Papa foram claras e o seu desafio é lançado directamente a cada um de nós. Poderia desenvolver a minha recepção a esse desafio, o meu sentimento. Não o desejo, contudo, fazer por palavras (diz que o vento as leva): talvez ainda o possam vir a reconhecer nas acções, tanto minhas como de quantos o aceitaram. Ler mais…

JMJ 2016 | Joana Neto | Grupo de Jovens da Sé

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Não é nada fácil deixar a nossa terra por 3 semanas para ir em peregrinação. Não é fácil passar 3 dias num autocarro para ir, sabe-se lá em que condições, muitas vezes sem destino apenas com as coordenadas geográficas “JESUS CRISTO”. E foi nesta direção que o Grupo de Jovens da Sé (GJS) partiu para a Polónia.

“Um peregrino sabe simplesmente às horas a que se levanta, não controlando o seu dia-a-dia e, principalmente, não controlando as horas de deitar”. Foi a frase que mais caracterizou a estadia destes jovens num país que vive Jesus Cristo de uma maneira tão acesa como tradicional. A cultura polaca surpreendeu-nos logo nas pré-jornadas passadas em Psów uma cidade pequenina não muito longe de Cracóvia. Fomos todos muito bem recebidos por famílias de acolhimento que “Dando acolhimento a peregrinos” cumpriram esta obra de misericórdia da maneira que melhor sabiam. A gratidão para com todas as famílias não consegue suplantar tudo aquilo que fizeram por nós: comida, cama, banho,… e o mais que podiam, faziam! Enfim, nós éramos os peregrinos mas sentimo-nos reis e rainhas num ambiente que poucas horas depois de chegarmos se tornou logo muito familiar e poucas horas depois de os deixarmos começaram logo a apertar as saudades de todas as experiências, todo o carinho, toda a comunhão com Cristo. Ler mais…

JMJ 2016 | Testemunho | Inês Gonçalves – Almacave Jovem

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Apesar de ter tido a oportunidade de vivenciar em 2011 as JMJ em Madrid, não sabia muito bem o que esperar desta vez. Tão longe de casa, comida diferente pelo que diziam, pessoas mais frias, mas o motivo que me movia era maior do que qualquer receio que pudesse ter!

Logo há chegada de Katowice, onde permanecemos nas pré-jornadas, percebemos de imediato que estávamos em boas mãos e ansiosamente esperávamos que chamassem o nosso nome para nos dirigirmos para aquela que ia ser a nossa família de acolhimento. Assim foi, e posso dizer que para mim, não podia ter sido melhor! Aquela calorosa família com dois filhos ainda pequeninos, não só abriu as portas da sua casa, mas das suas vidas e do seu coração. Apenas a nossa “mãe” falava inglês, não fluentemente, mas a língua nunca foi um entrave para nós, porque há coisas que não se explicam, e a ligação que criamos com eles é uma delas. Em vez de estranhas, passamos a ser membros da família e não deixaram que nada nos faltasse ao ponto de dormirem no chão para nós podermos descansar numa cama! Como é que é possível que alguém consiga ser tão acolhedor e mostrar tanto amor e carinho por alguém que acabou de conhecer? Isso sem dúvida deixou uma grande marca em mim que nunca vou esquecer! Ler mais…

JMJ 2016 | Testemunho | Marta Magno: construir pontes e não muros

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No passado dia 17 de Julho, 104 jovens partiram de Lamego em peregrinação rumo a Cracóvia, para marcar presença na Jornada Mundial da Juventude e na pré-jornada. Oriundos de diferentes cidades: de Lamego, de Tarouca, de Vila Real, de Viseu, de Porto Santo (arquipélago da Madeira) e S. Miguel (arquipélago dos Açores), sairam do conforto das suas casas para se encontrarem com o Papa e estarem juntos em oração. Em Cracóvia, a Jornada contou com cerca de 2 milhões de jovens e foi marcada por momentos inesquecíveis de encontro e comunhão com Deus.

Chegados à Polónia no dia 20, fomos amavelmente acolhidos e distribuídos por 3 paróquias. Neste ponto tenho que admitir que nunca pensei ser tão bem acolhida. Foi a minha primeira Jornada e estava com algum receio porque parti sem saber muito bem para onde ia e o que ia encontrar, e assim como eu outros jovens sentiam o mesmo, a verdade é que as pessoas abriram-nos a porta e trataram-nos como se fossemos filhos, netos, irmãos, verdadeiros membros da família. Em conversa uns com os outros, comentámos que o nosso encontro com Deus tinha começado precisamente no interior daquelas casas, com aquelas famílias que agora são também um bocadinho nossas. Ler mais…

JMJ2016: Igreja em saída e Evangelho escrito com obras de misericórdia

29/07/2016- Way of the Cross with youth © Mazur/catholicnews.org.uk

O Papa celebrou missa com sacerdotes, religiosos,  consagrados e seminaristas, no âmbito da JMJ 2016, e pediu que a Igreja “esteja em saída, vá pelo mundo” e preencham o Evangelho com obras de misericórdia. “Jesus envia. Ele, desde o início, deseja que a Igreja esteja em saída, vá pelo mundo”, disse na sua homilia, no Santuário dedicado a São João Paulo II.

Francisco citou o evangelho da passagem depois da Páscoa, em que os apóstolos ainda se encontravam fechados com medo. “Impressiona o contraste: enquanto os discípulos fechavam as portas com medo, Jesus envia-os em missão; quer que abram as portas e saiam para espalhar o perdão e a paz de Deus, com a força do Espírito Santo. Este chamamento é também para nós”, apontou.

O Papa recordou ainda as palavras de São João Paulo II, fundador das JMJ, “abri as portas”, num convite a não ter medo. “Na nossa vida de sacerdotes e pessoas consagradas, pode haver muitas vezes a tentação de permanecer um pouco fechados, por medo ou comodidade, em nós mesmos e nos nossos setores. E, no entanto, a direção indicada por Jesus é de sentido único: sair de nós mesmos”, foi o desafio deixado a todos os presentes.

Na passagem do evangelho surge ainda um “discípulo nomeado”, Tomé, que segundo o Papa Francisco, dá a todos um “grande presente”, “deixa-nos mais perto de Deus, porque Deus não Se esconde de quem O procura”.

Francisco afirmou ainda que com a transmissão do Espírito Santo aos seus Apóstolos, Jesus deixou a sua misericórdia. “Poder-se-ia dizer que o Evangelho, livro vivo da misericórdia de Deus que devemos ler e reler continuamente, ainda tem páginas em branco no final: permanece um livro aberto, que somos chamados a escrever com o mesmo estilo, isto é, cumprindo obras de misericórdia”. “Como são as páginas do livro de cada um de vós? Estão escritas todos os dias? Estão escritas a meias? Estão em branco?”, questionou.

No fim da celebração o Papa ofereceu ao Santuário de São João Paulo II um crucifixo e seguiu para ir confessar cinco jovens, em representação de todos os continentes.

in Voz de Lamego, ano 86/38, n.º 4374, 2 de agosto de 2016

JMJ 2016: Papa pede aos jovens que rejeitem «doping» do sucesso

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«Tu és importante», disse Francisco aos participantes na Missa final da festa mundial da juventude católica.

O Papa Francisco presidiu hoje na Polónia à Missa final da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2016 e desafiou os jovens católicos a acreditar numa “humanidade nova”, sem ceder às aparências ou ao egoísmo. “Não vos deixeis anestesiar a alma, mas apostai no amor belo, que requer também a renúncia e um ‘não’ forte ao doping do sucesso a todo o custo e à droga de pensar só em si mesmo, nas próprias comodidades”, realçou, na homilia da celebração que, segundo a organização, reuniu mais de 1,5 milhões de participantes no ‘Campus da Misericórdia’, um espaço ao ar livre situado 15 km a sul de Cracóvia.

Francisco partiu de um episódio narrado no Evangelho, em que um homem chamado Zaqueu sobe a uma árvore para ver Jesus e acaba por recebê-lo em sua casa, convertendo-se. “O encontro com Jesus muda a sua vida, como sucedeu ou pode sucede cada dia com cada um de nós”, observou.

O Papa defendeu que os jovens católicos devem saber viver sem tristeza nem pensamentos negativos sobre si próprios, fugindo das “liturgias mundanas do aparecer, da maquilhagem da alma”.

“Tu és importante! E Deus conta contigo por aquilo que és, não pelo que tens: a seus olhos, não vale mesmo nada a roupa que vestes ou o telemóvel que usas; não Lhe importa se andas na moda ou não, importas-Lhe tu. A seus olhos, tu vales; e o teu valor é inestimável”, apontou.

A intervenção falou da tristeza como um “um vírus que infecta e bloqueia tudo” e apresentou o “segredo da alegria”: “Não apagar a boa curiosidade, mas colocar-se em jogo, porque a vida não se deve fechar numa gaveta”. “Perante Jesus, não se pode ficar sentado à espera de braços cruzados; a Ele que nos dá a vida, não se pode responder com um pensamento ou com uma simples SMS”, prosseguiu o Papa.

Francisco afirmou depois que a fé na misericórdia e numa humanidade nova, “que não aceita o ódio entre os povos, não vê as fronteiras dos países como barreiras”, pode levar a que muitos se riam dos jovens católicos e os vejam como “sonhadores”, mas pediu-lhes que “não desanimem”.

O Papa realçou depois a importância da Confissão na vida espiritual dos católicos. “Fiai-vos na recordação de Deus: a sua memória não é um disco rígido que grava e armazena todos os nossos dados, mas um coração terno e rico de compaixão, que se alegra em eliminar definitivamente todos os nossos vestígios de mal”, recomendou.

No final da JMJ 2016, iniciada na terça-feira, Francisco disse que este evento deve continuar agora na casa de cada um. “Rezemos em silêncio, fazendo memória, agradecendo ao Senhor que aqui nos quis e encontrou”, concluiu.

in Voz de Lamego, ano 86/38, n.º 4374, 2 de agosto de 2016

JMJ 2016: Papa tem missão para os jovens católicos: sair do «sofá»

JMJ - Francisco cumprimenta os jovens em Cracóvia

O Papa disse hoje na Polónia que os jovens católicos são desafiados a sair do “sofá” e a evitar a “paralisia silenciosa” de uma vida fixada em videojogos e no computador. “Um sofá – como os que existem agora, modernos, incluindo massagens para dormir – que nos garanta horas de tranquilidade para mergulharmos no mundo dos videojogos e passar horas diante do computador. Um sofá contra todo o tipo de dores e medos”, explicou, durante a vigília de oração que reuniu mais de 1,5 milhões de pessoas durante a Jornada Mundial da Juventude.

O Papa perguntou aos presentes no ‘Campus da Misericórdia’, 15 quilómetros a sul de Cracóvia, se queriam “lutar” pelo seu futuro. “Sim”, responderam os presentes, num momento saudado por uma salva de palmas.

Francisco sublinhou que ninguém veio ao mundo para “vegetar” e que esta ideia de juventude “adormecida” apenas convém aos que “decidem o futuro” pelos outros. “É muito triste passar pela vida sem deixar uma marca”, assinalou.

O Papa subiu o tom da intervenção para condenar as “outras drogas socialmente aceitáveis” que retiram a liberdade aos jovens e os deixam “entorpecidos”. “Para seguir a Jesus, é preciso ter uma boa dose de coragem, é preciso decidir-se a trocar o sofá por um par de sapatos que te ajudem a caminhar por estradas nunca sonhadas”.

O pontífice quer que os jovens católicos sejam “atores políticos, pessoas que pensam, animadores sociais” e construam “uma economia mais solidária”. “Deus espera algo de ti!”, insistiu. Nesse sentido, disse que o mundo atual “não precisa de jovens-sofá, mas de jovens com sapatos, ainda melhor, calçados com botas”.

A intervenção concluiu-se com um apelo a “percorrer as estradas da fraternidade” e, simbolicamente, desafiou os jovens a construir uma “ponte fraterna” com um aperto de mão com quem estava a seu lado.

in Voz de Lamego, ano 86/38, n.º 4374, 2 de agosto de 2016