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Posts Tagged ‘Ano Pastoral de 2015/2016’

Homilia de D. António Couto na solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

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SANTA MARIA, MÃE DE DEUS, RAINHA DA PAZ

  1. Oito dias depois da Solenidade do Natal do Senhor, que a liturgia oriental designa significativamente por «a Páscoa do Natal», eis-nos no Primeiro Dia do Ano Civil de 2016, tradicionalmente designado como Dia de «Ano Bom», a celebrar a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, articulada com o Dia Mundial da Paz.
  1. A figura que enche este Dia, e que motiva a nossa Alegria, é, portanto, a figura de Maria, na sua fisionomia mais alta, a de Mãe de Deus, como foi solenemente proclamada no Concílio de Éfeso, em 431, mas já assim luminosamente desenhada nas páginas do Novo Testamento.
  1. É assim que a encontramos no Lecionário de hoje. Desde logo naquela menção sóbria com que Paulo se refere à Mãe de Jesus, escrevendo aos Gálatas: «Deus mandou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei» (Gálatas 4,4). Nesta linha breve e densa aparece compendiado o mistério da Incarnação, ao mesmo tempo que se sente já pulsar o coração da Mariologia: Maria não é grande em si mesma; é, na verdade, uma «mulher», verdadeiramente nossa irmã na sua condição de humana criatura. Não é grande em si mesma, mas é grande por ser a Mãe do Filho de Deus, e é aqui que ela nos ultrapassa, imaculada por graça, bem-aventurada, nossa mãe na fé e na esperança. Maria não é grande em si mesma; vem-lhe de Deus essa grandeza.
  1. O Evangelho deste Dia de Maria (Lucas 2,16-21) guarda também uma preciosidade, quando Lucas nos diz que «todos os que tinham escutado as coisas faladas pelos pastores ficaram maravilhados, mas Maria guardava (synetêrei) todas estas Palavras (tà rhêmata), compondo-as (symbállousa) no seu coração» (Lucas 2,18-19). Em contraponto com o espanto de todos os que ouviram as palavras dos pastores, Lucas pinta um quadro mariano de extraordinária beleza: «Maria, ao contrário, guardava todas estas Palavras, compondo-as no seu coração». Há, portanto, o espanto e a maravilha que se exprimem no louvor e no canto de todos, e há também o espanto e a maravilha que se exprimem no silêncio e na escuta qualificada de Maria. Maria, a Senhora deste Dia, aparece a guardar com ternura todas estas Palavras que acontecem e não esquecem. O verbo guardar implica atenção carinhosa, como quem leva em suas mãos uma coisa preciosa. Este guardar atencioso e carinhoso não é um ato de um momento, mas a atitude de uma vida, uma vez que o verbo grego está no imperfeito, que implica duração.
  2. O outro verbo belo mostra-nos Maria como que a compor, isto é, a «pôr em conjunto» (symbállô), a organizar, para melhor saborear e entender. É como quem compõe um Poema, uma Sinfonia, e se entretém a vida toda a trautear essa melodia e a conjugar novos acordes de alegria.
  3. Esta solicitude maternal de Maria, habitada por esta imensa melodia que nos vem de Deus, levou o Papa Paulo VI, a associar, desde 1968, à Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, a celebração do Dia Mundial da Paz. Hoje é já o 49.º Dia Mundial da Paz que se celebra, e o Papa Francisco apôs-lhe o tema «Vence a indiferença e conquista a paz». O tema é imenso, e atinge-nos a todos, pastores e fiéis leigos, em cheio, pois todos estamos imersos no lodaçal da indiferença, talvez a mais grave doença que afeta a humanidade deste tempo soturno. Na verdade, nesta «noite do mundo» em que domina o princípio da necrofilia, a nefasta atração pela morte, tudo nos aparece sem rosto e sem rumo. Só com fumo. É preciso, portanto, abrir os olhos, dar asas aos nossos sonhos belos, dar as mãos e ter a coragem de recomeçar. Que não nos fechemos no mundo egocêntrico, egolátrico e autorreferencial da hipertrofia do «eu» que pensa que se basta a si mesmo, e não precisa de nada nem de ninguém. Contra a sedução das ideologias, que não salvam ninguém, de reduzir o mundo a três dimensões – comprimento, largura e altura –, anulando o horizonte de Deus, o Papa Francisco exorta ainda a família, a escola, a política, os media a remarem juntos para construir novas atitudes e novas relações estáveis e felizes, assentes na gratuidade, na fraternidade e no amor, novos cenários que proporcionem que chegue a todos os homens o mundo belo que Deus a todos reparte dia após dia. E é sempre bom lembrar que a justiça é o sabor que vem de Deus, e a paz não é a paz romana, assente no poder das armas, nem a paz do judaísmo palestinense, assente nos acordos entre as partes. A paz é um Dom de Deus! A paz é Jesus! Portanto, mais do que conquistá-la, é preciso recebê-la. Recebê-la e dá-la.
  1. De Deus vem sempre um mundo novo, belo, maravilhoso. Tão novo, belo e maravilhoso, que nos cega, a nós que vamos arrastando os olhos cansados pela lama. Que o nosso Deus faça chegar até nós tempo e modo para ouvir outra vez a extraordinária bênção sacerdotal, que o Livro dos Números guarda na sua forma tripartida: «O Senhor te abençoe e te guarde./ O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável./ O Senhor dirija para ti o seu olhar e te conceda a paz» (Nm 6,24-26).
  1. Olhada por Deus com singular olhar de Graça foi Maria, também Pobre, também Feliz, Bem-aventurada, Santa Maria Mãe de Deus, que hoje celebramos em uníssono com a Igreja inteira. Para ela elevamos hoje os nossos olhos de filhos enlevados.
  1. Mãe de Deus, Senhora da Alegria, Mãe igual ao Dia, Maria. A primeira página do ano é toda tua, Mulher do sol, das estrelas e da lua, Rainha da Paz, Aurora de Luz, Estrela matutina, Mãe de Jesus e também minha, Senhora de Janeiro, do Dia primeiro e do Ano inteiro.
  1. Abençoa, Mãe, os nossos dias breves. Ensina-nos a vivê-los todos como tu viveste os teus, sempre sob o olhar de Deus, sempre também a olhar por Deus. É verdade. A grande verdade da tua vida, o teu segredo de ouro. Tu soubeste sempre que Deus velava por ti, enchendo-te de graça. Mas tu soubeste sempre olhar por Deus, porque tu soubeste sempre que Deus também é pequenino. Amor, mais Amor, mais Amor. Nenhuma indiferença te habitava. Acariciada por Deus, viveste acariciando Deus. Por isso, todas as gerações te proclamam «Bem-aventurada»! Por isso, nós te proclamamos «Bem-aventurada»!
  1. Que seja, e pode ser, Deus o quer, e nós também podemos querer, um Ano Bom, cheio de Paz, Pão e Amor, para todos os irmãos que Deus nos deu! E que Santa Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, nos abençoe também.

Que Deus nos abençoe e nos guarde,

Que nos acompanhe, nos acorde e nos incomode,

Que os nossos pés calcorreiem as montanhas,

Cheios de amor, de paz e de alegria,

Que a tua Palavra nos arda nas entranhas,

E nos ponha no caminho de Maria.

Desça de mansinho o orvalho do céu,

Desça de mansinho à nossa terra lavrada,

Chuva cristalizada em sementes de paz e de amor,

Desça de mansinho e germine o Salvador.

Ele é a nossa paz.

Acolhe-o, como Maria, no regaço,

Acerta por Ele o pulsar do coração,

E corre sobre este chão de terra lavrada,

Semeada de paz e de pão.

Vai, minha irmã, meu irmão,

Sonha e dança sobre este chão cheio de céu,

Corre, como Maria, sobre os montes,

Vence a apatia,

Bebe as fontes,

Anuncia a paz,

Rasga horizontes,

Abraça os estilhaços,

Refaz as pontes.

Não cedas nunca à indiferença:

É uma doença que mata o coração.

Vence-a,

Afaga rosto a rosto,

Mão a mão,

Irmão a irmão.

E não te esqueças

Da paz e do perdão.

Nossa Senhora da Paz,

Ensina-nos como se faz. Amém.

Igreja Catedral de Lamego, 1 de Janeiro de 2016, Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e Dia Mundial da Paz.

+ António, vosso bispo e irmão

Mensagem de Natal de D. António Couto

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ENCANDEADOS POR JESUS

Neste Natal vai até Belém

Vence o mal com o bem

Na tua história

Entrará o Rei da glória

Não deixes ir embora

O único rei que não reina desde fora.

  1. No Livro de Isaías 42,1-4, perícope conhecida como «Primeiro Canto do Servo», Deus apresenta o seu Servo com um conjunto de notas de singular mansidão, de que realço, em 42,2: «Não fará ouvir desde fora a sua voz». Comentando este passo em Difficile liberté. Essais sur le judaïsme, Emmanuel Levinas, com a sua habitual argúcia e finura, diz do Messias que «é o único rei que não reina desde fora». Entenda-se: não empunha a espada, não impõe a força, não lança impostos, não age por decreto. Traz consigo um domínio novo, que se insinua mansamente e sana a nossa velha e estafada humanidade desde dentro, desde o coração.
  1. É nesse novo coração iluminado que se acende a música dos anjos nos campos de Belém. Atónitos, os pastores decantam essa luz e trauteiam essa música. É assim, em bicos de pés e cântaros de luz, pássaros de dança e música estelar, que vão até Belém. Encontram o amor que os embalava. Levam-no de volta para os campos. Os pesados guardas, se bem que interpelados, nada entendem (cf. Cântico dos Cânticos 3,3-4; 5,7). Ídolos metalizados. Insensíveis. Inúteis. Nenhuma música inebria as estátuas de alegria.
  1. O Natal é intransitivo. O mapa desenrola-se por dentro. Alta tensão, toda a atenção no coração. Só o Amor pode dissolver este nevão. Só o Bem pode vencer o mal (cf. Romanos 12,21). O Bem não combate. Se combatesse, já não seria Bem. Seria mal. Mais mal, portanto, adviria. Só o Bem pode vencer, sem combater, este combate. Só o Amor. O Amor ama também o mal. É aí que o vence.
  1. Entremos por aí. Escreveu recentemente o Cardeal Karl Lehmann, Arcebispo de Mogúncia (Mainz), em Carta Pastoral à sua Diocese, por ocasião dos 1250 anos da morte de São Bonifácio, Apóstolo da Alemanha: «Tornámo-nos um mundo velho. Deixámo-nos vencer pelo cansaço […]. É necessário um radical revigoramento missionário da nossa Igreja. Não se trata apenas de reformar as estruturas. É preciso começar por cada um de nós. Se não estivermos entusiasmados pela profundidade e pela beleza da nossa fé, não podemos verdadeiramente transmiti-la nem aos vizinhos nem aos filhos nem às gerações futuras. […] É necessário também ganhar outras pessoas para a nossa fé cristã e arrastar os cristãos que cederam ao cansaço ou que até abandonaram a Igreja […]. Devemos difundir verdadeiramente o Evangelho de casa em casa, de coração a coração».
  1. Nesta Carta Pastoral, o Cardeal Lehmann traça um quadro realista de uma Igreja que parece envelhecida e cansada, mas aponta também, com mestria e clarividência, as coordenadas que devem moldar o rumo do futuro: não basta reformar por fora estruturas e edifícios; é preciso reformar por dentro, mudar o coração, acendê-lo com a luz nova de Cristo e do seu Evangelho. É preciso conversão pessoal e pastoral. É preciso Natal.
  1. E Quem é o Natal? É um imenso caudal de luz e de alegria, hemorragia de Jesus. Há quem pense amansá-lo e enlatá-lo, domesticá-lo, e depois tomá-lo em pequenos comprimidos, mais ou menos à razão de um por dia. Mas o Natal não se pode comprá-lo ou aviá-lo por receita. Nem cumprimentá-lo, quer com a mão esquerda quer com a direita. O Natal não tem regra ou etiqueta. Não se pode semeá-lo na jeira ali ao lado. Não se pode trocá-lo por qualquer bugiganga à venda no mercado. Este vendaval, que se chama Natal, só podemos deixá-lo entrar por nós adentro aos borbotões, até que rebentem os portões, e caiam um a um todos os botões. Também o mofo e o verdete que há nos corações serão levados na torrente, e também tudo o que apenas é corrente, banal ou indiferente.
  1. O Natal é Jesus. Por isso também, meu irmão de Dezembro, vai até Belém. Põe-te a caminho da Paz e do Carinho. Experimenta abrir o coração à Concórdia. Abraça a Misericórdia. Celebra agora o nascimento do único Rei que não reina desde fora.
  1. Desejo a todos os meus irmãos, sacerdotes, diáconos, consagrados/as e fiéis leigos, doentes, idosos, jovens e crianças das 223 Paróquias da nossa Diocese de Lamego, e da Igreja inteira, um Santo Natal com Jesus sempre no meio e um Novo Ano cheio de Misericórdia. Portanto, caríssimos irmãos e irmãs, «Ide, e fazei da Casa de meu Pai Casa de Oração e de Misericórdia»!

Vem, Senhor Jesus. Bate à nossa porta. Encandeia a nossa vida.

Lamego, 20 de dezembro de 2015, IV Domingo do Advento

+ António, vosso bispo e irmão

Abertura Solene do Ano Letivo no Seminário Menor de Resende | 2015

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Na passada quinta feira dia 15 de outubro, o Seminário Menor de Resende, abriu oficialmente o ano letivo 2015/16. Esteve connosco o Sr. Bispo D. António Couto, o Sr. Vigário Geral e Pró Vigário Geral, o Sr. Reitor do Seminário Maior e dois seminaristas finalistas do Seminário Maior, bem como com vários sacerdotes e párocos dos nossos seminaristas e toda a comunidade do Seminário, seminaristas e formadores.

Recebemos o Sr. Bispo e todos os sacerdotes e párocos em ambiente familiar e amistoso à porta do Seminário.

Dirigimo-nos para a Capela de Nossa Senhora de Lourdes, onde celebramos a Eucaristia Solene de abertura do ano letivo. Nesse dia em que a Igreja celebrava liturgicamente a memória de Santa Teresa de Jesus, o Sr. Bispo deixou-nos palavras encorajadoras e o exemplo inequívoco da força da fé e sadedoria desta grande Doutora da Igreja. Levando-nos para dentro do Evangelho, lembrou que como seminaristas também temos que dar fruto. Assim como a videira que só dá fruto permanecendo unida à cepa, também cada um de nós só dá fruto se permanecer unido a Cristo. Alertou ainda o Sr. Bispo para a qualidade do nosso fruto. Se não for bom, é necessária uma nova enxertia para que dê o fruto certo e bom aos olhos de Deus.

Estas palavras do nosso pastor foram acolhidas com entusiasmo no nosso coração e estamos confiantes que a seu tempo elas darão o fruto que Deus quer, com a ajuda de Nossa Senhora de Lourdes nossa Mãe.

Depois da celebração e da partilha da mesa de Cristo, partilhamos com a mesma alegria a refeição. Já no refeitório, reinou entre todos a boa disposição e o ambiente de festa que estávamos a viver.

Terminada a refeição despedimo-nos do Sr. Bispo, de todos os sacerdotes e dos nossos Párocos. O dia seguinte chamava para o descanso noturno.

Agradeçemos a presença amiga e delicada do Sr. Bispo e de todos os sacerdotes e desde já queremos dizer que voltem brevemente.

 SMR, in Voz de Lamego, ano 85/47, n.º 4334, 20 de outubro

Nomeações de D. António Couto | Ano pastoral 2015-2016 | Adenda

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Nota da Vigararia Geral

DIOCESE DE LAMEGO

A Vigararia Geral informa que o Sr. D. António José da Rocha Couto, Bispo da Diocese de Lamego, procedeu às seguintes dispensas e nomeações:

A Vigararia Geral informa que o Sr. D. António José da Rocha Couto, Bispo de Lamego, efetuou as seguintes nomeações, motivadas pelo falecimento do Rev. Pe. Manuel João Nogueira Amaral:

  • Rev. Pe. Manuel Adelino Ramos Abrunhosa, nomeado Administrador Paroquial do Santíssimo Salvador de Pereiros, de Santa Catarina de Valongo dos Azeites e de São Bartolomeu de Vilarouco, na Zona Pastoral de São João da Pesqueira, mantendo os encargos pastorais que já lhe haviam sido confiados;
  • Rev. Pe. António Júlio Fernandes Pinto, nomeado Administrador Paroquial de Nossa Senhora do Rosário de Vale de Figueira a Velha, na zona pastoral de S. João da Pesqueira, mantendo os encargos pastorais que já lhe haviam sido confiados;
  • Rev. Pe. José Filipe Mendes Pereira, nomeado Vigário Paroquial do lugar de Vale de Vila, da mesma Paróquia de Vale de Figueira a Velha, acumulando com os encargos pastorais de Pároco de São João Baptista de São João da Pesqueira, de Santa Maria Madalena de Nagoselo do Douro e de Nossa Senhora das Neves de Soutelo do Douro.

Lamego, 16 de Outubro de 2015

Mons. Joaquim Dias Rebelo

Vigário Geral da Diocese de Lamego

Ide e fazei da casa de meu Pai Casa de Oração e de Misericórdia

2015-10-03 10.10.26

Ano Pastoral 2015-2016

No passado sábado, dia 03, no Seminário maior, o nosso bispo apresentou a sua Carta Pastoral para este ano, cujo título dá o mote para toda a planificação prevista: “Ide e fazei da casa de meu Pai Casa de Oração e de Misericórdia”. Um tempo de oração marcou o início do encontro, a que se seguiu uma reflexão de D. António Couto, seguindo de perto o texto da Carta impressa e distribuída na publicação que traz o Plano Pastoral de 2015 – 2016.

Ide: itinerário temático

O salão do Seminário Maior encheu-se com diocesanos, sacerdotes e fiéis leigos, vindos de muitas paróquias, disponíveis para escutar o pastor e para se comprometerem na execução de uma planificação pastoral que foi distribuída a cada um dos presentes. O plano é um apoio que visa marcar o ritmo, expressar uma comunhão e ser elemento de convergência me cada comunidade procurará estar atenta ao proposto e caminhar segundo as suas possibilidades.

Atendendo ao facto de ser véspera da memória litúrgica de S. Francisco de Assis, os presentes puderam escutar uma breve referência, feita por D. António Couto, ao jovem de Assis que aceita a missão de “reconstruir a Igreja do Senhor”. E fê-lo adoptando a “santa pobreza” por mãe. Não uma pobreza que seja sinónimo de miséria, mas expressão de um “contacto máximo com Deus, com os outros e com o chão onde se vive”. Nesse sentido, é uma pobreza que provoca alegria.

Assim – concluiu o nosso bispo – de vez em quando “vale a pena comparar a nossa agenda com a agenda dos santos” e, segundo o seu exemplo, “deixarmo-nos inquietar pelo Evangelho” que é incómodo, provoca e, muitas vezes, faz doer. E, como sempre, não bastam palavras; é preciso o testemunho.

Este ícone franciscano serviu, então, para abrir o encontro em que o novo plano pastoral esteve em destaque, onde o “ide” se mantém como convite perene e a misericórdia se destaca como virtude a fomentar.

Todos, tudo e sempre

Na leitura comentada que fez de alguns parágrafos da Carta, o nosso bispo sublinhou a urgência da missão e apelou a todos os diocesanos presentes para ultrapassarem o “fez-se sempre assim” ou o “deveriaqueísmo” estéril de que fala o Papa Francisco na sua Exortação “A Alegria do Evangelho”. Mais do que opinar, aparecer de vez em quando ou confessar-se incapaz de fazer diferente, todo o fiel deve assumir a sua missão baptismal até ao fim, como se de uma incisão se tratasse, de um “ir até ao sangue”.

Uma missão “de todos os tempos, espaços e modos” é o que espera o discípulo de Jesus, convocado para testemunhar a sua fé e ir além de “frases feitas”. Para isso, “temos de abandonar velhos vícios de acomodação e conforto, de simples manutenção, conservação e gestão” (n.º 3). O Evangelho não nasceu para tranquilizar.

Atravessar a porta santa da misericórdia

Em sintonia com a Igreja universal, a Carta aborda o tema da misericórdia, divulgando datas, deixando convites, sugerindo propostas e enunciando as “igrejas jubilares” da nossa diocese. A “porta santa” poderá ser atravessada pelos fiéis, cumprindo o previsto e auferindo das indulgências anunciadas, na Sé e no santuário de Nossa Senhora da Lapa.

CARTA PASTORAL DE D. ANTÓNIO COUTO: leia aqui.

in Voz de Lamego, ano 85/45, n.º 4332, 6 de outubro

Carta Pastoral de D. António Couto | ano pastoral 2015-2016

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IDE E FAZEI DA CASA DE MEU PAI CASA DE ORAÇÃO E DE MISERICÓRDIA

«Tudo faço por causa do Evangelho» (1 Coríntios 9,23)

«A minha Casa será chamada Casa de oração para todos os povos» (Isaías 56,7; Marcos 11,17)

«Não se ponha o sol sobre a vossa ira» (Efésios 4,26)

«Quando me perguntam por que entrei na Igreja romana, a minha resposta é sempre esta: para me libertar dos meus pecados; porque não há outra religião que afirme verdadeiramente o perdão dos pecados dos homens… Um católico que se confessa, entra, no verdadeiro sentido da palavra, na manhã clara da sua infância» (Chesterton).

Tudo por causa do Evangelho

1. «Vamos juntos construir a casa da fé e do Evangelho» (2012-2013), «Ide e fazei discípulos» (2013-2014), «Ide e construí com mais amor a família de Deus» (2014-2015), eis o itinerário temático e vivencial que nos propusemos seguir nos últimos três anos pastorais, acompanhando de perto os indicadores do Ano da Fé, da JMJ e da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium [= EG], do(s) Sínodo(s) da Família. «Vamos», «Ide», «Ide». Salta à vista que o verbo «ir» esteve sempre a sinalizar os nossos caminhos, expressando a vinculação da nossa vivência pastoral à missão ordenada por Jesus aos seus discípulos de todos os tempos, espaços e modos, e que deve mobilizar, no belo dizer de Bento XVI, «todos, tudo e sempre» (Mensagem para o Dia Missionário Mundial, 2011). Faz-nos bem, a este propósito, passar os olhos pela agenda do Apóstolo Paulo:

«9,19Fiz-me a mim mesmo servo de todos, para o maior número ganhar. 20E tornei-me com os judeus como judeu, a fim de os judeus ganhar; com os que estão sujeitos à lei, como sujeito à lei […], a fim de os sujeitos à lei ganhar; 21com os sem lei, como sem lei, para ganhar os sem lei; 22tornei-me com os fracos, fraco, a fim de os fracos ganhar; tornei-me tudo para todos, para, por todos os meios, salvar alguns. 23Tudo faço por causa do Evangelho» (1 Coríntios 9,19-23).

  1. Salta à vista o total empenhamento do Apóstolo, anunciando o Evangelho «oportuna e inoportunamente» (2 Timóteo 4,2), expondo o Evangelho com a vida, a vida com o Evangelho (1 Tessalonicenses 2,8), a tempo inteiro e coração inteiro, sem tréguas nem compromissos. Todo preenchido pelo anúncio do Evangelho, entregando-se todo e de todas as maneiras, ele foi declarado, com toda a justeza, «o maior missionário de todos os tempos» (Bento XVI) e «modelo de cada evangelizador» (Paulo VI).
  1. Não é, pois, de admirar que, no umbral da porta do novo ano pastoral 2015-2016 em que agora entramos, lá esteja outra vez, a abrir, o verbo «ir», para nos indicar que anunciar o Evangelho continua a ser sempre a tarefa primária da Igreja e de cada discípulo de Jesus, como nos lembra o Papa Francisco (EG, n.º 15). Mas não é de frases feitas que vamos viver. Tem de ser de novas atitudes, novos modos e estilos de vida. E, se anunciar o Evangelho é o nosso modo de ser, o nosso modo de vida, então temos de abandonar velhos vícios de acomodação e conforto, de simples manutenção, conservação e gestão, do «cómodo critério pastoral: “fez-se sempre assim”» (EG, n.º 33), do género meias-tintas, do sim, mas devagar, e de adotar novas práticas que nos levem, de forma decidida e incisiva, a «avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão» (EG, n.º 25), e passar da «simples administração» para um «estado permanente de missão em todas as regiões da Terra» (EG, n.º 25). Neste sentido, nenhuma comunidade pode continuar a cantar a capella, como se tivesse direitos adquiridos sobre o próprio Jesus ou sobre o Evangelho, e todos devemos entrar, decididamente e com todas as forças, sem desperdício algum, naquele dinamismo do «saiamos, saiamos» (EG, n.º 49) com que o Papa Francisco projeta e sonha a nossa Igreja «em saída» pelos caminhos belos da Evangelização (EG, n.os 33-35). E deixamos já a janela aberta para o ano pastoral 2016-2017, que obedecerá ao lema «Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda a criatura» (Marcos 16,15).

Casa e escola de oração para todos

  1. Transponhamos, pois, amados irmãos e irmãs, o limiar da porta. Entremos em Casa. Aproximemo-nos de Deus. Sentemo-nos à Mesa. Deixemo-nos hospedar na Casa de Deus. Aquela Casa que o próprio Deus apresenta assim: «A minha Casa será chamada Casa de oração para todos os povos». Este dizer forte e tranquilo é de Isaías 56,7. O Evangelista Marcos foi o único a recolhê-lo na sua inteireza (11,17). Mateus 21,13 e Lucas 19,46 recolheram apenas a primeira parte («A minha casa será chamada casa de oração»), deixando de fora «todos os povos». A Igreja e a paróquia devem ser então a Casa onde todos devem ser fraternalmente acolhidos, e se devem sentir valorizados, visíveis e eclesialmente incluídos (Documento de Aparecida, n.º 226). Sonhemos, pois, amados irmãos e irmãs, fazer da Igreja e da paróquia um novo lugar, um novo espaço relacional, onde todos, pastores e fiéis leigos, possam dizer com alegria, de acordo com o convite de Bento XVI, no Santuário de Aparecida, em 12 de maio de 2007: «A Igreja é a nossa casa! Esta é a nossa casa!» (Documento de Aparecida, n.º 246). O Papa Francisco quis inserir este jubiloso grito na mensagem que dirigiu aos bispos de Portugal na recente Visita ad Limina Apostolorum (07.09.2015). Entremos, pois, jubilosamente em Casa, conduzidos por Jesus:

«2,13E estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 14E encontrou no Templo (hierón) os vendedores de bois e ovelhas e pombas, e os cambistas sentados. 15E, tendo feito um chicote de cordas, expulsou todos do Templo (hierón), as ovelhas e os bois, bem como os cambistas, espalhou as moedas, derrubou as mesas, 16e disse aos que vendiam as pombas: “Tirai isto daqui! Não façais da Casa (oíkos) do meu Pai Casa (oíkos) de comércio”» (João 2,13-16).

  1. O episódio aparece situado e datado. O lugar é Jerusalém e o seu Templo. O tempo é a Festa da Páscoa. Ora, uma Festa é, na tradição bíblica, um encontro marcado. Um encontro marcado com Deus e com os outros. Sendo um encontro marcado com Deus e com os outros, então é sempre um espaço de alegria, de filialidade e de fraternidade. E se a Festa é de peregrinação, como é a Páscoa, aqui referida [as outras duas são as Semanas ou Pentecostes e as Tendas], então a alegria, a filialidade e a fraternidade são ainda mais intensas, dado que Festa de peregrinação se diz, na língua hebraica, hag. E o nome hag remete para o verbo hag [= dançar] e deriva de hûg, que significa círculo, e, portanto, família, lareira, encontro, alegria, música, roda, dança, vida.
  1. Encontro, filialidade, fraternidade: marcas acentuadas por Jesus que, em vez de Templo de pedra (hierón), diz Casa (oíkos) – com particular afeto, Casa do meu Pai –, sendo a Casa paterna o lugar do encontro e da intimidade, e não das coisas, da superficialidade, da banalidade, do consumismo, do mercado. Nos paralelos de Mateus, Marcos e Lucas, citando Isaías 56,7, Jesus fala do Templo usando a expressão forte «A minha Casa» (ho oîkós mou) (Mateus 21,13; Marcos 11,17; Lucas 19,46). É neste sentido que o Livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra a comunidade-mãe de Jerusalém a frequentar assiduamente o Templo, salientando, no entanto, que a sua maneira de prestar culto a Deus acontecia nas Casas. Do Templo para as Casas (Atos 2,46). Não, não se trata de uma simples mudança de lugar, mas de uma diferente conceção do espaço: não se trata de um espaço local, mas relacional. O novo espaço cultual é a comunidade que vive filial e fraternalmente, verdadeira transparência de Jesus. A extensão deste espaço chama-se comunhão e comunidade. É a comunidade jovem, leve e bela, bem assente em quatro colunas: o ensino dos Apóstolos (1), a comunhão fraterna (2), a fração do pão (3) e a oração (4). Com a boca [= «uma só boca» (en henì stómati: Rm 15,6)] cheia de louvor, os olhos de graça, as mãos de paz e de pão, as entranhas de misericórdia, a comunidade bela crescia, crescia, crescia. Não admira. Era uma comunidade jovem, leve e bela, tão jovem, leve e bela, que as pessoas lutavam por entrar nela!
  1. Sintomático é que, postos estes pressupostos, o texto refira, não que Jesus encontrou filhos e irmãos, mas que encontrou vendedores, banqueiros e comerciantes, contra a profecia de Zacarias 14,21, que refere que «Não haverá mais vendedor na Casa do Senhor dos exércitos naquele dia». «A Casa do meu Pai», «A minha Casa», por um lado, e o Mercado, por outro lado, são lugares incompatíveis. São maneiras diferentes de conceber e ocupar o espaço. É, pois, necessário, caríssimos irmãos e irmãs, descobrir e abrir caminhos novos, que nos levem outra vez a cantar com emoção: «Que alegria quando me disseram: “Vamos para a Casa do Senhor!”» (Salmo 122,1). E não nos esqueçamos nunca de acentuar a importância da oração, pois é ela o verdadeiro alicerce da nossa fé, conforme o velho e sempre novo aforismo dos Padres da Igreja antiga: lex orandi lex credendi (est), isto é, como se reza, assim se crê, e não o contrário. Peço às crianças e aos jovens que, em casa, partilhem o seu modo de rezar com os seus pais e avós. Peço aos pais e aos avós que, em casa, partilhem o seu modo de rezar com os seus filhos e netos. Assim, sentir-nos-emos todos mais visivelmente filhos e irmãos, e nascerá no nosso coração filial um mundo muito mais belo e fraterno.
  1. Jesus ensinou-nos a rezar com verdade, simplicidade, ternura e confiança. A colocar-nos como criancinhas diante de Deus, como diante do seu papá ou da sua mamã, em quem abandonam a sua existência. Jesus ensinou-nos, por isso, a chamar a Deus com o nome familiar de Pai. Mas não o pai que impõe respeito, distância e autoridade. Por isso, não nos ensinou a chamar a Deus com o nome de Pai, hebraico ʼab, como era usual tratar Deus no Antigo Testamento e nas orações judaicas do tempo de Jesus. Ensinou-nos a ser pequeninos, criancinhas cheias de simplicidade, ternura e confiança, que, com linguagem infantil, chamam a Deus, não ʼab, mas ʼabbaʼ, ʼab-baʼ, não pai, mas pap-pá, como quando as criancinhas experimentam dizer as primeiras palavras, soletrando e repetindo sílabas e sons. Dizer Pai nosso é então entrar de cabeça no mundo da ternura e da confiança. Mas é ainda perceber que este Pai não é apenas meu, mas nosso, o que quer dizer que só como irmãos, só sendo todos irmãos, podemos rezar com verdade. E pedir o pão nosso é saber que o pão que está sobre a minha mesa não é meu, mas é de todos. É para partilhar. Rezar assim, como Jesus nos ensinou, faz-nos entrar num mundo novo de ternura, de verdade e humildade, e leva-nos também a perceber bem que temos de viver como filhos e irmãos, carinhosamente atentos uns aos outros, até ao ponto sem retorno de já não sabermos viver senão repartindo o pão e o coração.
  1. Notemos bem que a oração do Pai nosso não é nossa, não brota de nós. Foi-nos ensinada por Jesus, que nos transmite o segredo mais profunda da sua vida: o Pai, e leva-nos a compreender que Ele é também o nosso Pai carinhoso que cuida de nós, e que nós somos todos irmãos, e só como irmãos podemos pronunciar, sem mentir, as palavras desta oração. O Pai nosso, isto é, rezar de verdade, reclama, de nós a fraternidade, que é um valor que a sociedade laica começa a compreender que não pode produzir por si própria. Se olharmos para a tríade dos valores republicanos franceses, reparamos que a liberdade e a igualdade podem ser, ainda que com reservas, garantidas a nível público. Mas a fraternidade não, porque a fraternidade pressupõe Deus como Pai, que a sociedade laica iluminista não reconhece. Isto significa que nos sistemas fundados sobre os três valores franceses há uma contradição interna, dado que os dois primeiros não podem garantir o terceiro (excelente reflexão do filósofo francês Jean-Luc Marion, in L’Avvenire, 09.02.2012). Por isso mesmo, a nós, cristãos, compete rezar bem e levar e mostrar a este mundo este Deus Pai, que faz de nós irmãos. Não se luta para obter o título de irmão. Irmão nasce-se, e o título de irmão recebe-se. Está aqui uma lição importante que nos compete receber, viver e transmitir a este mundo que vive na orfandade.

Atravessar a porta santa da misericórdia

  1. Com a Bula O rosto da misericórdia [= RM], de 11 de Abril do corrente ano da Graça de 2015, o Papa Francisco proclamou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que abrirá no próximo dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, e encerrará em 20 de Novembro de 2016, Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. O Papa Francisco deseja ardentemente que todos experimentem verdadeiramente a ação da misericórdia que há em Deus. A Porta Santa da Misericórdia de Deus será aberta na nossa Igreja de Lamego, como em todas as Igrejas particulares, por vontade do Papa Francisco, no Domingo III do Advento, dia 13 de dezembro (RM, n.º 3). Atravessar a Porta Santa da Misericórdia implica peregrinação, emoção e encontro com a misericórdia do Pai (RM, n.º 14). Do mesmo modo que, nos dias 4 e 5 de Março de 2016, sexta-feira e sábado antes do Domingo IV da Quaresma, celebraremos também em todas as Igrejas da nossa Diocese as «24 horas para o Senhor», também em resposta ao apelo do Papa Francisco (RM, n.º 17). Em suma, amados irmãos e irmãs, o ano pastoral em que agora entramos apresenta-se repleto da bondade e da riqueza do nosso Deus. Mas o essencial será sempre acolher e experimentar na vida a misericórdia de Deus, e deixarmo-nos transformar por ela. Neste sentido, vale a pena começar por ver Jesus em ação de misericórdia, percorrendo um episódio do Evangelho. E confrontar com a sua forma de fazer os nossos comportamentos. O desempenho dos discípulos pode ajudar-nos a ver melhor as sombras em que muitas vezes nos enredamos:

«6,30E reúnem-se os apóstolos junto de Jesus e contam-lhe todas as coisas que tinham feito e ensinado. 31Ele diz-lhes: “Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco”. Eram, na verdade, muitos os que vinham e partiam, e nem sequer para comer tinham tempo. 32E partiram numa barca para um lugar deserto, à parte. 33Viram-nos, porém, partir, e sabendo, muitos, a pé, de todas as cidades, correram e chegaram antes deles. 34E tendo saído da barca, viu uma grande multidão e TEVE MISERICÓRDIA (esplagchnístê) deles, porque eram como ovelhas sem pastor (cf. Isaías 53,6).

E COMEÇOU A ENSINAR-LHES (êrxato didáskein) muitas coisas. 35E tendo a hora adiantado muito, aproximaram-se d’Ele os discípulos d’Ele e diziam: “O lugar é deserto e a hora adiantada. 36MANDA-OS EMBORA, para que, partindo para os campos e aldeias à volta, COMPREM de comer PARA SI MESMOS (heautoîs)”. 37Então Ele, respondendo, disse-lhes: “DAI-LHES vós de comer”» (Marcos 6,30-37).

  1. O episódio que acabámos de referir, retirado do Evangelho de Marcos, é conhecido como a «primeira “multiplicação dos pães”», realizada, neste caso, em mundo judaico. Mas vê-se bem que o título de «multiplicação» é inadequado, pois o que está aqui em causa não é, na verdade, uma multiplicação, mas uma divisão ou partilha. Salta à vista, na passagem estreita que nos foi dado atravessar, o comportamento misericordioso e compassivo, acolhedor, inclusivo e de partilha de Jesus, em confronto com o comportamento insensível, não-acolhedor, exclusivista, frio, mercantilista, consumista, egoísta, egocêntrico e autorreferencial dos seus discípulos, que propõem a Jesus que mande as pessoas embora, para que cada um compre de comer para si mesmo (Marcos 6,36). O diagrama a seguir mostra os dois desempenhos em confronto:
Planificação 2015-2016web-7
  1. Escritura mostra à exaustão que o perigo espreita sempre que se quebra o círculo da fraternidade, e alguém passa a viver, a comprar, a acumular para si mesmo, ou a querer salvar-se a si mesmo (heautô) (Ezequiel 34,2; Lucas 12,21; 23,35.37.39; Romanos 14,7; 2 Coríntios 5,15):

«34,2Filho do Homem, profetiza contra os pastores de Israel. Profetiza e diz-lhes: “Contra os pastores, assim diz o Senhor YHWH: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos (ro‘îm ’ôtam TM; poiménes heautoús LXX)”» (Ezequiel 34,2; cf. 34,8.10).

«12,21Assim acontece àquele que entesoura para si mesmo (heautô), e não é rico para Deus» (Lucas 12,21).

«23,35Também os chefes faziam pouco dele, dizendo: “Salvou outros; que se salve a si mesmo (heautón)» (Lucas 23,35).

«23,36Também os soldados faziam pouco dele, e, aproximando-se, ofereciam-lhe azeite, 37e diziam: se tu és o Rei dos judeus, salva-te a ti mesmo (seautón)”» (Lucas 23,36-37).

«23,39Um dos malfeitores suspensos blasfemava, dizendo-lhe: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo (seautón) e a nós”» (Lucas 23,39).

«147Nenhum de nós para si mesmo (heautô) vive e nenhum para si mesmo (heautô) morre; 8se vivemos, é para o Senhor (tô Kyríô) que vivemos; se morremos, para o Senhor (tô Kyríô) morremos» (Romanos 14,7).

«5,15E por todos (Cristo) morreu, para que os vivos não vivam para si mesmos (heautoîs), mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou» (2 Coríntios 5,15).

A lógica individualista e exclusivista do «para si mesmo» (heautô) é errada. A lógica de Jesus, que parte do amor entranhado das vísceras misericordiosas (esplagchnístê) (Marcos 6,34a), é uma lógica de comunhão, de doação, de partilha, de condivisão, de conjunção. Esta lógica nova obedece a outro «para si mesmo»: tomar a Cruz «para si mesmo» (heautô) (João 19,17), dar aos outros, por amor, a própria vida. Por isso, verdadeiramente, Jesus é aquele que «está fora de si» (exéstê), descentrado, sempre em êxodo total ao encontro de Deus e dos irmãos (Marcos 3,21).

  1. Sempre neste sentido, o inédito da Cruz é «obsceno», no sentido etimológico do termo: fica fora da cena do nosso imaginário. Diz muito bem Silvano Fausti: «Um sistema de violência acaba sempre por repousar sobre uma alternativa: matar ou ser morto. Nós escolhemos preventivamente a primeira: cada um de nós faz o mal que pode, como profissão principal, de maneira a ser bem sucedido: o ladrão ou o banqueiro, o comerciante ou o operário, o médico ou o barbeiro, o patrão ou o criado, o padre ou o assaltante, o benfeitor ou o delinquente. Cada um, com os meios que tem, pensa primeiro em si». Na verdade, se cada um é inimigo do outro por definição, e se, para cada um, prioritária é a salvaguarda da ameaça do outro, as possibilidades do eu são vencer ou sucumbir, e, em caso extremo, matar ou ser morto.
  1. O que estes malfeitores, que somos nós, não sabemos, e, por causa deste nosso não saber, fazemos o mal, é que existe um Pai, a quem compete cuidar dos seus filhos. E se temos um Pai que cuida de nós, não nos compete ser inimigos, mas irmãos. E se somos filhos e irmãos, também não compete a cada um prover-se e salvar-se a si mesmo, pois é o nosso Pai que nos alimenta, que nos veste, que cuida de nós, que nos ama e nos salva (Mateus 6,26-34).
  1. Aí está outra vez bem à vista o inédito da Cruz: Jesus não se salva a si mesmo, porque salvar-se a si mesmo é mau. Na verdade, é para se salvarem a si mesmos que os homens se odeiam e fazem guerra. Ora, Jesus quer salvar-nos a nós. E, para nos salvar a nós, perde-se a si mesmo. Exactamente o contrário do que fazemos nós, que perdemos os outros pensando que assim nos salvamos a nós mesmos.
  1. Caríssimos irmãos e irmãs, permiti que a todos lembre que a missão da evangelização que deve sempre nortear a nossa vida de discípulos de Jesus tem de ser alimentada na oração e na graça que nos vem de Deus. Não nos esqueçamos de celebrar e valorizar o Domingo, Dia do Senhor, e de frequentar com alegria os Sacramentos, sobretudo a Eucaristia e a Reconciliação. Este ano pastoral deve ter a mesa da Eucaristia sempre posta e a porta da misericórdia sempre aberta. Experimentemos a alegria de perdoar aqueles que nos ofendem. Valorizemos bem a experiência das Confissões Quaresmais. Valorizemos também o exercício bem arreigado na nossa Diocese das 40 horas e jubileus das almas. Façamos tudo para retomar a vivência do Laus perene, para mantermos a nossa Diocese, com todas as suas 223 Paróquias, em permanente Louvor ao nosso Deus e Pai. Relembro as palavras certeiras do escritor inglês Chesterton (1874-1936) sobre a beleza da religião católica: «Não há outra religião que afirme verdadeiramente o perdão dos pecados dos homens… Um católico que se confessa, entra, no verdadeiro sentido da palavra, na manhã clara da sua infância».
  1. Caminhos práticos e direitos para curar a tibieza e a indiferença dos nossos corações e das nossas comunidades:
  1. À imagem e imitação de Jesus, os nossos pastores devem ser verdadeiros apóstolos, totalmente dedicados à oração e à pregação, pela Palavra e pelo testemunho (Atos dos Apóstolos 6,4).

  2. As nossas paróquias devem ser Casas acolhedoras onde todos os fiéis se sintam filhos de Deus, e experimentem nisso e por isso, a alegria de sermos irmãos. Também devemos abrir as portas do nosso coração aos nossos irmãos oriundos de outras proveniências que procurarem refúgio junto de nós. Será, com certeza, uma experiência de verdadeira fraternidade e alegria, que virá sempre enriquecer a nossa vida em Cristo.

  3. As nossas paróquias devem ser Casas e escolas de oração e de vivência da fé em permanência, em que todos se sintam envolvidos, ensaiando novos estilos de vida. Retomemos com alegria a experiência do Laus perene. Assim saberemos e sentiremos que a nossa Diocese, nas suas 223 Paróquias, atravessa os dias do ano da graça que Deus nos concede, sentindo sempre o calor e a ternura da mão de Deus no nosso rosto e no nosso coração.

  4. Neste Ano jubilar da Misericórdia, que «o sol nunca se ponha sobre a nossa ira» (Efésios 4,26). Permaneçamos atentos e vigilantes. Aprendamos a ser mais tolerantes e compreensivos. Façamos mais vezes a experiência do perdão, e recorramos mais vezes ao Sacramento da Reconciliação.

  5. As nossas paróquias devem investir séria e sabiamente na iniciação à vivência e transmissão da fé, envolvendo neste esforço todas as pessoas.

  6. As nossas paróquias devem ser evangelizadoras. Sejamos ousados. «Saiamos, saiamos!». Jovens, relançai a bela experiência das avalanches da fé. Ide ao encontro da alegria. Servi a alegria.

  1. Para esta experiência viva de missão, de oração e de misericórdia, convoco todos os diocesanos da nossa Diocese de Lamego: sacerdotes, diáconos, consagrados, consagradas, fiéis leigos, pais, mães, avôs, avós, famílias, jovens, crianças, catequistas, acólitos, leitores, agentes envolvidos na pastoral, membros dos movimentos de apostolado. A todos peço a graça de promoverem mais encontros de oração, reflexão, formação, perdão, partilha e amizade. Mais. Mais. Mais. A todos peço a dádiva de uma mão de mais amor a todos os irmãos e irmãs que experimentam dificuldades e tristezas, e também àqueles que junto de nós vierem procurar a esmola do refúgio. Mais. Mais. Mais. A todos peço que experimentemos a alegria de sairmos mais de nós ao encontro de todos, para juntos celebrarmos o grande amor que Deus tem por nós e sentirmos a alegria da sua misericórdia. Que cada um de nós sinta como sua primeira riqueza e dignidade a de ser filho de Deus com muitos irmãos à sua volta. E para todos imploro de Deus a sua bênção, e de Maria a sua proteção carinhosa e maternal.

Lamego, 03 de outubro de 2015

+ António, vosso bispo e irmão

ABERTURA DO ANO PASTORAL | Seminário Maior de Lamego | sábado

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No próximo dia 3 de outubro de 2015, far-se-á a ABERTURA DO ANO PASTORAL 2015-2016 da Diocese de Lamego, no Seminário Maior de Lamego.
Entendeu-se que o Plano Pastoral da Diocese deveria ser apresentado no início de cada ano pastoral. Assim, tal como no último ano, também neste, teremos oportunidade de refletir sobre as linhas orientadoras, propostas pastorais, metas a atingir, durante o novo ano Pastoral, na ambiência do lema proposto por D. António Couto:

IDE E FAZEI DA CASA DE MEU PAI CASA DE ORAÇÃO E DE MISERICÓRDIA

Programa:
  9h30 – Acolhimento
  9h45 – Oração da Manhã
10h00 – Apresentação da Carta Pastoral de D. António Couto, pelo Próprio
11h00 – Pausa para o café
11h30 – Apresentação das linhas orientadoras do Plano Pastoral,
              pelo Coordenador da Pastoral da Diocese, Pe. José Melo (cônego)
12h15 – Troca de impressões
12h30 – Almoço e Encerramento
A ABERTURA do ANO PASTORAL tem como destinatários os SACERDOTES e os diferentes AGENTES PASTORAIS.
O almoço será servido pelo Seminário e terá um custo de € 5,00.
As inscrições devem ser feitas até dia 30 de setembro (quarta-feira), para a Cúria Diocesana ou para o Seminário Maior de Lamego.

COLABORAR E COMPROMETER-SE | Editorial Voz de Lamego | 29/09

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A edição da Voz de Lamego, semanalmente, traz-nos um conjunto de notícias e de reflexões que nos sintoniza com o mundo e com a Igreja, em particular com a região e com a diocese, com a cultura, a história, a religião. Esta semana destaca-se de forma particular a Viagem Apostólica do Papa Francisco a Cuba e aos EUA, tendo discursado no Senado norte-americano, na sede das Nações Unidas (ONU) e encerrando o encontro mundial das Famílias em Filadélfia. Outros destaques deste número: a morte do Padre Manuel João, e também do Padre Mário Lages; a entrada dos novos párocos, a entrevista a D. Jacinto por ocasião do seu 80.º aniversário natalício.

O Editorial, do nosso Diretor, Pe. Joaquim Dionísio, desafia-nos a seguir Jesus comprometendo-se totalmente com o anúncio do Evangelho, em palavras e obras. Não basta colaborar, é urgente comprometer-se com a vida toda. O Editorial convoca-nos também para a abertura do Ano Pastoral, no próximo sábado, 3 de outubro, no Seminário Maior de Lamego.

COLABORAR E COMPROMETER-SE

A fábula é conhecida e circula por aí: fala de um porco e de uma galinha que foram desafiados a providenciarem, durante duas semanas, um pequeno almoço diferente em cada dia. A ideia partiu do dono da quinta que, no momento, logo avisou: o não cumprimento do acordo levaria a que ele próprio preparasse a refeição, cujos ingredientes seriam fêveras e ovos.

Diante da perspectiva, o porco empenhou-se, sabendo que o não cumprimento ditaria o seu fim. A galinha, pelo contrário, não mais se preocupou com o assunto e continuou a picar por aqui e por ali. E um dia a refeição não apareceu e o lavrador cumpriu a ameaça: matou-se o porco para conseguir o lombo e o galinheiro foi visitado para se arranjarem ovos.

O ensinamento da fábula é claro: há uma grande diferença entre colaborar e comprometer-se. Colaborar é dar uma mão, uma ajuda, uns ovos; comprometer-se é gastar-se até ao fim, dar-se a si, dar o lombo todo.

E foi isso que Jesus pediu aos seus discípulos (Lc 9, 23-25), que se comprometessem e não se contentassem em colaborar. E o convite é válido para a vivência comunitária da fé, mas também diz respeito à vida do casal, da família, do trabalho…

No próximo sábado, a nossa diocese tornará público o seu Plano Pastoral para este ano. Mais uma etapa da nossa história comum, da qual ninguém está dispensado e que só com o contributo e disponibilidade de todos poderá ser devidamente concretizado.

Acolher os textos e as propostas ali contidos e comprometer-se, pessoal e comunitariamente, a realizar o percurso delineado contribuirá para o crescimento desta porção do Povo de Deus que é a nossa diocese. Mas, para isso, não basta opinar ou ter a intenção de colaborar; urge comprometer-se.

in Voz de Lamego, ano 85/44, n.º 4331, 29 de setembro

Nomeações de D. António Couto para o ano pastoral 2015-2016

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Nota da Vigararia Geral

DIOCESE DE LAMEGO

A Vigararia Geral informa que o Sr. D. António José da Rocha Couto, Bispo da Diocese de Lamego, procedeu às seguintes dispensas e nomeações:

  • Rev. Pe. Joaquim Correia Duarte, DISPENSADO da paroquialidade de São João Batista de Miomães e da Capelania de Caldas de Aregos, mantendo a paroquialidade de São Miguel de Anreade, na Zona Pastoral de Resende;
  • Rev. Pe. António de Almeida Morgado, DISPENSADO da paroquialidade de Santa Leocádia de Travanca, na Zona Pastoral de Cinfães, mantendo as outras funções que já exerce;
  • Rev. Pe. José Augusto Rodrigues Cardoso, DISPENSADO da paroquialidade de São Martinho de Fornelos, na Zona Pastoral de Cinfães, mantendo as outras funções que já exerce;
  • Rev. Pe. Luís Pedro Macedo Almeida Costa, DISPENSADO da paroquialidade de S. Martinho de Moimenta, na Zona Pastoral de Cinfães, mantendo as outras funções que já exerce;
  • Rev. Pe. Abel Rodrigues Costa, DISPENSADO da função de Director Espiritual do Seminário de Nossa Senhora de Lurdes de Resende, mantendo as outras funções que já exerce;
  • Rev. Pe. Joaquim Manuel Silvestre, DISPENSADO da paroquialidade de São João Batista de Avões e de São Pedro de Samodães, mantendo a paroquialidade de Nossa Senhora das Candeias de Ferreiros, no Arciprestado de Lamego;
  • Rev. Pe. José Alfredo Gonçalves Patrício, DISPENSADO da paroquialidade de Nossa Senhora da Conceição de Cujó, do Divino Espírito Santo de Monteiras e de Nossa Senhora da Apresentação de Moura Morta, na Zona Pastoral de Castro Daire, mantendo os restantes encargos no Tribunal Interdiocesano, e NOMEADO para estudos de Ciclo III (Doutoramento) de Direito Canónico;
  • Rev. Pe. Germano Carlos Nunes Cardoso, DISPENSADO da paroquialidade de Santa Luzia de Feirão, e nomeado Pároco de São João Batista de Miomães e da Capelania de Caldas de Aregos, na Zona Pastoral de Resende;
  • Rev. Pe. Diogo Pereira Filipe, NOMEADO Pároco de Santa Luzia de Feirão, Zona Pastoral de Resende, mantendo as outras funções que já exerce;
  • Rev. Pe. José Miguel Loureiro Almeida, DISPENSADO da paroquialidade de Santa Cruz de Alvarenga, na Zona Pastoral de Cinfães, e de Santa Maria de Cabril, na Zona Pastoral de Castro Daire; NOMEADO membro da Equipa Formadora do Seminário de Nossa Senhora de Lurdes de Resende, membro do Departamento Diocesano da Pastoral Vocacional e membro do Serviço Diocesano da Promoção Vocacional e Pré-Seminário;
  • Rev. Pe. Miguel dos Santos Patrício Peixoto, NOMEADO Director Espiritual no Seminário de Nossa Senhora de Lurdes de Resende, mantendo as outras funções que já exerce;
  • Rev. Pe. Vítor Manuel Teixeira da Silva, NOMEADO Pároco de São João Batista de Avões e de São Pedro de Samodães, no Arciprestado de Lamego;
  • Rev. Pe. Jorge Henrique Gomes Saraiva, NOMEADO Pároco de Santa Cruz de Alvarenga, na zona pastoral de Cinfães, e de Santa Maria de Cabril, na Zona Pastoral de Castro Daire, mantendo as outras funções que já exerce;
  • Rev. Pe. Diamantino José Alvaíde Duarte, NOMEADO nomeado Pároco in solidum, com função de Moderador, de Santo Adrião de Cabaços e de S. João Baptista de Moimenta da Beira, na Zona Pastoral de Moimenta da Beira, juntamente com o Rev. Pe. Manuel Adelino Ramos Abrunhosa;
  • Rev. Pe. Fabrício António Pinheiro Correia, NOMEADO Pároco de São Martinho de Fornelos, São Martinho de Moimenta e Santa Leocádia de Travanca, na Zona Pastoral de Cinfães;
  • Rev. Pe. Valentim Manuel Moreira Fonseca, NOMEADO Pároco de Nossa Senhora da Conceição de Cujó, Divino Espírito Santo de Monteiras e Nossa Senhora da Apresentação de Moura Morta, na Zona Pastoral de Castro Daire;
  • Rev. Pe. Manuel Carlos Pereira Lopes, DISPENSADO do cargo de Presidente da Comissão Diocesana do Laicado e Família, e de Diretor do Departamento da Pastoral Familiar;
  • Rev. Pe. Paulo Jorge Pereira Alves, NOMEADO Presidente da Comissão Diocesana do Laicado e Família e Diretor do Departamento da Pastoral Familiar;
  • Rev. Pe. Ricardo Jorge Ribeiro Barroco, NOMEADO Responsável do Serviço Diocesano da Pastoral dos Ciganos.

A Diocese agradece a disponibilidade generosa de todos os sacerdotes e a sua inestimável dedicação aos vários ofícios eclesiais aos quais entregam a sua vida sacerdotal.

Lamego, 23 de Julho de 2015, na festa de S. Brígida, Padroeira da Europa

Mons. Joaquim Dias Rebelo

Vigário Geral da Diocese de Lamego