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Almacave Jovem – retiro 2018
Foi no fim de semana de 6 a 8 de abril que o grupo Almacave Jovem se reuniu no Seminário Menor de Resende, juntamente com os jovens que se preparam para receber o Sacramento do Crisma, para o retiro anual.
Fruto de alguma “crise” de fé a que todo o cristão está sujeito, esta atividade a que o nosso grupo de jovens se tem habituado a realizar desde a sua própria criação, foi o momento pelo qual todos esperávamos há um ano. O retiro realizado com os crismandos da paróquia é um momento de introspeção e intimidade com Alguém que nos esquecemos muito facilmente no meio de tantos problemas da nossa vida atual: Deus.
Ainda antes de iniciarmos a viagem com destino a Resende, fomos perguntando aos jovens crismandos quais eram as suas espectativas acerca das temáticas/ objetivos deste encontro e como já é hábito, as respostas foram sendo dadas com alguma reticência. No entanto, com o desenrolar de toda atividade, de todos os momentos de reflexão, descontração, dinâmicas de grupo, cânticos, jogos, risadas e até algumas lágrimas, o que era um aglomerado de pessoas estranhas e sozinhas, num sítio desconhecido e longe das nossas casas, tornou-se uma família, com Ele.
Todos juntos descobrimos que temos um talento! Aprendemos que essa maravilhosa benção que Deus nos deu está dentro de nós, bem escondida e que apenas temos de a descobrir, e usá-la ao serviço de quem nos rodeia. Aquilo que é fácil para nós pode ser de extrema dificuldade para o próximo. Se somos felizes, vamos contagiar com a nossa energia quem está mais em baixo. Se temos a nossa fé fortalecida vamos ao encontro de quem duvida d’Ele, sendo samaritanos na nossa família, escola, trabalho, grupo de amigos, etc. Pouco a pouco fomos percebendo melhor a temática de todo o retiro: a caridade, o viver para servir o outro, à imagem de Jesus.
No Domingo à tarde, já com os nossos familiares presentes, despedimo-nos do Seminário de Resende por mais um ano, prometendo praticar tudo o que aprendemos neste fim de semana, comprometendo-nos em “ser” caridade, agora fortalecidos com a esperança de vermos os crismandos integrados no nosso grupo de jovens.
Bryan Fonseca, Almacave Jovem, in Voz de Lamego, ano 88/19, n.º 4456, 10 de abril de 2018
Almacave Jovem – “As Pressões que enfermam os jovens de hoje”
No passado dia 12 de janeiro de 2018, pelas 21h30, teve lugar no Centro Paroquial de Almacave uma conferência/debate intitulada “Pressão na vida dos Jovens, na escola e no trabalho”, no âmbito da Campanha Nacional que tem vindo a ser promovida pela Juventude Operária Católica e cujo tema deu nome a este debate e que se enquadra no lema do nosso Plano Pastoral. O encontro foi dinamizado por dois jovens orientadores membros da JOC.
Esta reflexão pretende alertar para uma realidade que ainda tende a ser muito menosprezada pela sociedade: a pressão que é exercida sobre os jovens quer em ambiente familiar, estudantil quer profissional. Um outro objetivo é consciencializar que todos nós, Jovens ou menos jovens, temos um papel importante no combate e prevenção deste problema.
Numa primeira fase, os dinamizadores apresentaram-nos o seu método de ação perante este tipo de situações que consiste em três etapas fundamentais: o VER (analisar o problema), o JULGAR e o AGIR (para transformar). De seguida, todos os presentes foram convidados a partilhar uma experiência (pessoal ou não) que retratasse uma situação de pressão ou de sintomas de pressão. Ler mais…
ALMACAVE JOVEM – Natal na “Estrada de Jericó”
Quando pensamos no Natal, o nosso imaginário transporta-nos, inevitavelmente, para as luzes de Natal que cintilam nas nossa casas e nas ruas da cidade, para o sabor das iguarias da consoada e do calor das nossas casas. Mas, para muitos, a imagem do Natal carrega consigo sentimentos de tristeza, de solidão e até mesmo de doença e abandono. Pessoas que sentem o “frio” não só pela falta da lareira, mas sim, também, pela falta de um abraço ou de uma simples conversa ou presença.
Foi para contrariar esta tendência redutora de viver o Natal, cada vez mais entranhada na nossa sociedade que, durante o Advento, nós, Grupo de Jovens, quisemos preparar o Natal através da vivência da caridade decalcada na Parábola do Bom Samaritano que serve de suporte ao nosso Plano Pastoral diocesano e paroquial. Domingo após domingo, também toda comunidade paroquial foi desafiada a transformar o lema, “ Vai, e faz tu do mesmo modo” em atitudes concretas na prática do amor e a recriar modelos de atuação através da proximidade a dispensar a todos aqueles que na nossa paróquia são empurrados para os valados da frieza da indiferença e da insensibilidade.
Foi a pensar nessas pessoas, que o nosso grupo de jovens agendou, também, visitas aos doentes da Paróquia, aos lares de idosos, ao Hospital de Lamego. Tentámos levar connosco a alegria da Boa Nova do nascimento de Jesus, um pouco mais de conforto e de calor natalício com o auxílio da música, da oração e também com um pezinho de dança.
Não é fácil deixarmos as nossas agendas preenchidas, tantas vezes com afazeres supérfluos, e vencer o cansaço de um semestre com frequências à porta, sair do conforto da nossa casa, ir ao encontro dos outros e determo-nos nas casas dos doentes, dos mais fragilizados e dos que vivem sós ou em lares, e daqueles a quem lhes foi roubada a esperança.
Também, como tem acontecido já em anos anteriores, quisemos terminar o ano de 2017 com os reclusos do Estabelecimento Prisional de Lamego. Uma greve imprevista obrigou-nos a antecipar este esta obra de misericórdia para o dia 30 de dezembro. O encontrou iniciou-se com a celebração festiva da Eucaristia animada liturgicamente por nós e também pelos reclusos participantes, seguindo-se um tempo de convívio onde não faltaram os doces típicos desta época e canções de Natal.
Para os que participámos nesta aventura de ir ao encontro dos outros, de quem somos próximos, sentimos profundamente que, quando o fazemos com a determinação de levar a mensagem do Amor e da Alegria do Nascimento de Jesus, somos sempre nós que ficamos com o coração mais aquecido.
Acabámos a semana do Natal com uma bênção especial a seis mães grávidas e seus bebés, na Eucaristia da família Paroquial no dia da Festa da Sagrada Família, para que se sintam amadas e protegidas por Jesus Cristo e Sua Mãe, que também deu à luz o seu filho, o mistério da Encarnaçao que celebramos festivamente neste tempo de Natal.
Claresse Reis – Grupo Almacave Jovem,
in Voz de Lamego, ano 88/05, n.º 4442, 2 de janeiro de 2018
Paróquia de Almacave – Peregrinação a Taizé
«Penso que, desde a minha juventude, nunca perdi a intuição de que uma vida em comunidade pode ser um sinal de que Deus é amor. Só Amor. Pouco a pouco, crescia em mim a convicção de que era essencial criar uma comunidade (…) onde a bondade do coração e a simplicidade estivessem no centro de tudo», disse um dia o Irmão Roger, fundador da comunidade de Taizé. Falo de uma pequena aldeia, situada no sudoeste de França, onde todas as semanas se reúnem milhares de pessoas oriundas de mais de 100 países. É uma comunidade ecuménica, que alberga tanto católicos como protestantes e ortodoxos. Porém, todos são convidados a entrar.
É uma grande “colmeia”, cheia de “abelhinhas” dispostas a dar um pouco do seu esforço em prol da comunidade e abertas a acolher a Cristo e aos outros, e a assumir um estilo de vida humilde. Todos dão. Todos recebem. É um perfeito jogo de partilha entre irmãos de culturas e línguas diferentes. Ir a Taizé significa ser convidado a uma procura de comunhão com Deus através de orações comunitárias, de cânticos, do silêncio, da meditação pessoal e da partilha. Também somos convidados à comunhão com os irmãos/monges que vivem em Taizé e fazem desta comunidade a sua casa, e que, por três vezes durante o dia, partilham as suas orações com todas as pessoas da comunidade. Ler mais…
Almacave Jovem Porque não Taizé?
Em pleno Verão, depois dos exames e das frequências nas faculdades, são milhares os jovens portugueses que participam de um modo exuberante nos vários Concertos Alive que proliferam desde o norte ao sul do país. Para alguns, há outras “fugas” que arrastam igualmente muitos deles, durante o mês de Agosto, ao encontro de outras melodias musicais e que, por isso, optam por outros “concertos” a transbordar de alegria e cheios de vida, onde a música é também silêncio, as palavras não fazem barulho e o estar com outros tem a marca da fraternidade e da comunhão ecuménica.
Taizé é esse lugar de eleição.
Porquê esta aventura de peregrinar até Taizé?
Estar em Taizé, durante uma semana, é fazer a experiência de uma vida simples e pobre, partilhada com jovens de todo mundo sem preconceitos étnicos, ideológicos e religiosos, sem alienações e sem a tentação do isolamento que descompromete. Aqui, esquecemos o viver carregado de stresses, as futilidades, as crispações de toda a ordem, e os temores que nos tolhem, hoje mais do que nunca, a serenidade do nosso dia-a-dia. Ir a Taizé é sentir-se acolhido por uma comunidade ecuménica marcada por duas aspirações: avançar numa vida de comunhão com Deus e com os outros, através da oração, da reflexão e do silêncio, e assumir a responsabilidade de se ser hoje no mundo, no nosso país e nas nossas paróquias, fermento de paz, de confiança e de misericórdia. As pessoas que aqui se cruzam connosco, sejam de outros países ou de outras culturas, ou até de diferentes confissões religiosas, conseguem transmitir alegria, tranquilidade, esperança, paz e simplicidade: esta é a única linguagem descodificada, sem tradutores, que se fala em Taizé.
Ao contrário do que se poderia esperar, a vida em Taizé não é monótona: as orações comunitárias três vezes ao dia são momentos marcantes no ritmo diário dos jovens ; as reflexões de textos bíblicos por grupos etários são enriquecedoras e orientam para a partilha da vivência da fé, e o trabalho de voluntariado tem sempre a alegria do servir o outro.
Porque precisamos todos os anos deste “concerto alive”, também com canto e música, mais uma vez um grupo de jovens e adultos da Paróquia de Almacave parte no dia 4 de Agosto rumo à Comunidade Ecuménica de Taizé, na Borgonha-França. Regressaremos à nossa Paróquia com a alma cheia de melodias com outras pautas, para sermos semeadores da paz, da simplicidade e misericórdia, e mais comprometidos com a missão de saber falar de Deus, com linguagens novas, aos jovens das nossas paróquias.
SF, in Voz de Lamego, ano 87/38, n.º 4423, 1 de agosto 2017
Saudação do Grupo Almacave Jovem aos novos crismandos
Jovens amigos,
que hoje recebestes o Dom do Espírito Santo
Também nós, grupo Almacave Jovem, ficamos felizes, neste dia em que recebestes o Sacramento da Confirmação. Um dia, recebemos também nós a Força do Espírito que nos faz testemunhas de Jesus ressuscitado. Sexta-feira, à noite, estivemos em vigília convosco, pedindo ao Espírito Santo que a todos nos ilumine com os seus dons. Hoje, mais do que nunca, somos desafiados a ser mais fortes e a não deixar que essa luz que nos habita esmoreça. Vivemos num mundo que gira a alta velocidade, indiferente ao sofrimento de quem passa. Indiferente ao grito desse Amor que chama, que impele, que procura e não encontra. Um Mundo que se vai deixando esmagar pelas trevas. Somos cada vez mais urgentes! Precisamos de despertar desse sono e ir, sem medo, dar tudo – “dar sempre seis”! Que nunca vos passe pela cabeça que o vosso gesto não faz diferença, que as vossas mãos não são necessárias, que a vossa vida não é capaz de marcar outras. “Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (…) Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo.”
Hoje, mais do que nunca, deveis sentir a força desse espírito que nos empurra, que nos corta as amarras e nos leva por caminhos que nunca pensámos percorrer; que nos levanta, mesmo quando pensamos já não ser mais capazes de caminhar. Ele vive em nós! Escutai-O no silêncio e sabei que jamais caminhareis sozinhos. E que por maiores que sejam as tempestades, nunca nada será maior que o Amor que Deus tem por cada um de nós. Que este dia fique tatuado nas vossas vidas como um compromisso de Amor que deve guiar-vos para sempre. Carregai bem alta essa luz que rasga as trevas e senti que nada será capaz de vos separar do Amor de Deus. Ler mais…
GRUPO ALMACAVE JOVEM | CONFERÊNCIA “ONDE ESTÁ DEUS”
Decorreu no passado dia 21 de Abril, no Centro Paroquial de Almacave, a apresentação da Conferência “Onde está Deus? Dor e Sofrimento do ponto de vista da Fé e da Esperança Humana” que congregou centenas de pessoas, ansiosas de ouvir a partilha dos conferencistas envolvidos, dada a sua biografia mas, acima de tudo, pela sua vasta experiência de vida.
A organização deste evento esteve a cargo do Grupo Almacave Jovem que não se poupou a esforços para a sua divulgação através dos mais diversos meios de comunicação.
A abertura foi realizada com uma intervenção de D. António Couto, Bispo de Lamego, que nos salientou que“a dor é para dizer”, nas nossas vidas e na vida dos que nos rodeiam, lembrando mesmo a sua ligação com as vitimas dos incidentes recentemente ocorridos no nosso Concelho ,a quem é necessária a ajuda material mas, mais ainda que se ouçam na sua dor. Ler mais…
Dor e Sofrimento. Onde está Deus?
No passado dia 21 de abril o grupo Almacave Jovem promoveu uma conferência subordinada à temática “Dor e Sofrimento”, no Auditório do Centro Paroquial. Foi um momento de partilha de conhecimentos e experiências em torno de questões importantes, como o conceito de dor total e a abordagem do sofrimento na perspetiva da Igreja e dos cuidados de saúde, apontando os cuidados paliativos como uma das respostas. A European Association for Palliative Care (EAPC) define cuidados paliativos como “cuidados ativos e totais do doente cuja doença não responde à terapêutica curativa, sendo primordial o controlo da dor e outros sintomas, problemas sociais, psicológicos e espirituais. São cuidados interdisciplinares que envolvem o doente, família e a comunidade nos seus objetivos e devem ser prestados onde quer que o doente deseje ser cuidado, seja em casa ou no hospital. Afirmam a vida e assumem a morte como um processo natural e, como tal, não antecipam nem adiam a morte. Procuram preservar a melhor qualidade de vida possível, prevenindo e aliviando o sofrimento evitável, ou seja, reconhecendo e melhorando a experiência da pessoa que sofre.
Cuidados às pessoas na fase final da sua vida, nomeadamente aos moribundos, foram sendo disponibilizados e efetuados desde os tempos mais remotos da História por personalidades individuais ou grupos, sobretudo religiosos. Embora não se possa nem deva retirar o mérito e importância a estes cuidados, que eram sobretudo cuidados de âmbito geral e caritativo, é importante não confundir com o Movimento Moderno dos Cuidados Paliativos, que se reporta aos anos 60, pela mão da Dame Cicely Saunders. Na sua perspetiva mais moderna, estes cuidados combinam cuidados clínicos, formação e investigação e são prestados no seio de uma equipa multidisciplinar constituída por médico, enfermeiro, assistente social, psicólogo, assistente operacional, fisioterapeuta, nutricionista, assistente espiritual, voluntário e outros que seja necessário envolver, de acordo com o plano individual e integral de cuidados. No centro da equipa está o doente e família. ”. Por forma a mitigar o sofrimento, os vários elementos da equipa desenham intervenções holísticas e compassivas que promovam a transição a uma nova circunstância de vida, reduzindo formas evitáveis de sofrimento e ansiedade e promovendo o bem-estar. Os cuidados devem refletir a coordenação, competência, acessibilidade, informação entendível, na quantidade adequada a cada pessoa e um rigoroso controlo sintomático e expressão emocional.
Em Portugal, a história dos cuidados paliativos modernos tem cerca de 25 anos. As primeiras equipas multidisciplinares estavam sediadas no IPO Porto (Professor Ferraz Gonçalves), no Hospital do Fundão (Dr Lourenço Marques) e no Centro de Saúde de Odivelas (Drª Isabel Galriça Neto. Para aceder ao número, localização, contactos e tipologia das equipas (intrahospitalar, comunitária de suporte e internamento) consulte informação em https://www.sns.gov.pt/sns/cuidados-paliativos/unidades-de-cuidados-paliativos/. Existem ainda equipas de cuidados paliativos em hospitais privados. O médico assistente, no hospital ou comunidade, é a pessoa mais bem colocada para facilitar o acesso a cuidados paliativos.
Catarina Simões (enfermeira de cuidados paliativos)
in Voz de Lamego, ano 87/24, n.º 4409, 25 de abril de 2017
A dor e o sofrimento do ponto de vista da fé e da Esperança cristã
«Onde está Deus?»,
A dor e o sofrimento do ponto de vista da fé e da Esperança cristã
A dor e o sofrimento humano, do ponto de vista da fé e da esperança cristã, estará em debate numa conferência organizada pelo Grupo Almacave Jovem da Paróquia de Santa Maria Maior de Almacave. Esta conferência intitulada “Onde está Deus?”, acontecerá no dia 21 de Abril, às 21h30, no Auditório do Centro Social e Paroquial de Almacave, em Lamego.
O Papa Francisco, nas Jornadas Mundiais de Cracóvia questionou os jovens: “Onde está Deus, quando doenças cruéis rompem laços de vida e de afeto? Ou quando as crianças são exploradas, humilhadas, e sofrem – elas também – por causa de graves patologias?”.
Perante amargos acontecimentos que marcam hoje a vida de tantos, são muitas as questões e inquietações existenciais, sob o ponto de vista humano e espiritual, mesmo entre os crentes, para os quais nem sempre a fé e a esperança cristã são uma resposta clara. Como “compreender” o silêncio de Deus, perante situações tão sofridas, como aquelas que têm marcado ultimamente a história da humanidade? Onde está Deus, o seu amor e a sua misericórdia perante os gritos dilacerantes dos injustiçados? Como compreender “ o pensar” de Deus, quando nos deparamos com a possibilidade de uma morte mais suave e menos dolorosa que algumas pessoas optam por ter, a eutanásia, em vez de viveram uma morte mais lenta e sofrida, mas com o alívio do sofrimento e a presença solícita dos seu familiares no acompanhamento da dolorosa doença e no respeito pelo direito da dignidade da vida humana, como um dom dado a cada homem só por Deus?
Para debater estas questões e outras também pertinentes, foi convidado, para esta conferência, um conjunto de figuras de várias sensibilidades e áreas do saber, que pela sua experiência profissional e de vida, dessem o seu testemunho, relevando a importância da fé e da esperança cristã perante o sofrimento. Neste âmbito, foram os convidados os seguintes oradores:
-> Catarina Simões, natural de Lamego, enfermeira há vários anos, com especialização em Enfermagem Comunitária. Exerceu, ao longo de 16 anos, a sua atividade clínica no IPO do Porto sempre na área dos cuidados paliativos, inicialmente no serviço de internamento, passando pela equipa intra-hospitalar e na consulta externa de Cuidados Paliativos. Possui um Curso de Especialização em Bioética e Ética Médica (FMUP) e Mestrado em Oncologia (ICBAS-UP). Atualmente é enfermeira responsável pela Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz;
-> Padre José Manuel Pereira de Almeida, médico e especialista de Anatomia Patológica do Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Ordenou-se sacerdote em 1986. Doutorado em Teologia, é o coordenador Nacional da Pastoral da Saúde e Diretor da Comissão da Pastoral Social e Mobilidade Humana. Pároco em Santa Isabel, Diocese de Lisboa e Assistente religioso da Cáritas Portuguesa.
-> Mark Mekelburg, cofundador da Operação Nariz Vermelho, Coordenador da Formação Externa, palha-strante e formador do workshop “À Procura do Seu Palhaço Interior” e da palh-estra “Eu Brinco em Serviço” além de ser o “Dr. P.P.P. Pipoca” nos hospitais. Trabalha como palhaço desde 1979, tendo já realizado centenas de espetáculos e formações para escolas, empresas, comunidades paroquiais e eventos particulares. É casado com uma angolana e pai de dois filhos Afro–Luso–Americanos e vive em Portugal há 26 anos.
Moderará este debate o Sr. Enf. José Manuel Correia, enfermeiro no Centro Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro, Especialista em Enfermagem de Reabilitação e secretário da Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Reabilitação.
De referir, por fim, a colaboração da Caixa de Crédito Agrícola, das Caves da Raposeira, da empresa Kymagem, da Paróquia de Almacave e da Diocese de Lamego que contribuíram generosamente para a concretização desta conferência.
in Voz de Lamego, ano 87/22, n.º 4407, 11 de abril de 2017
Jovens de Almacave em retiro anual
Realizou-se no Seminário de Resende, nos dias 31 de Março, 1 e 2 de Abril o Retiro Anual do Grupo Almacave Jovem, cuja finalidade tem vindo a ser, desde há largos anos, a integração dos adolescentes que se preparam para receber o sacramento da confirmação no grupo de jovens da paróquia de Almacave. Devido à Celebração do Centenário das Aparições de Fátima no presente ano, julgou-se pertinente que, tendo como tema orientador do Retiro -“Estarei sempre contigo”-, Maria estivesse presente e fosse figura central de todas as atividades.
Ao longo de todo o fim-de-semana, os jovens refletiram sobre a importância do “sim” da virgem no projeto de amor de Deus, e foram sendo desafiados a, tal como ela e como os pastorinhos de Fátima, entregar as suas vidas e a dizer “sim”, sem medo. Debruçando-se sobre os mistérios do terço, foram descobrindo a importância da oração, e que as fórmulas tradicionais que, tantas vezes acabamos por repetir de forma mecanizada, podem simplesmente traduzir-se num “Amo-te”. Refletindo sobre os mistérios gozosos, concluíram que, tal como Maria acolheu sem reservas o projeto que Deus tinha para si, também eles eram desafiados a cultivar e deixar florir as sementes que Deus coloca nas suas vidas. Sobre os mistérios dolorosos, foram desafiados, a aceitar as cruzes do caminho, sem medo, e confiantes na promessa dessa vida nova que vem de Deus, que jamais os abandona. Ao abordar os mistérios gloriosos, refletiram sobre as mudanças que o Espírito Santo opera nas nossas vidas, tornando-as mais belas, mais ricas, e permitindo-nos ir mais longe, como o ar que colocamos no interior de um balão vazio e sem utilidade, que lhe permite mudar de forma e alegrar a vida. Relativamente aos mistérios luminosos, os jovens foram desafiados a não deixar nunca esmorecer a chama que acenderam no dia do seu Batismo, e a serem luz uns para os outros.
Este retiro contou com diversos momentos: lúdicos, de silêncio, de oração e de reflexão. Terminou no passado dia 2 de Abril com Eucaristia na Igreja Matriz de Resende, seguindo-se um almoço convívio e uma partilha de testemunhos vividos, na presença dos pais e outros familiares dos jovens participantes. De coração cheio, os jovens partiram com o desafio de dizer “sim” a todos os desafios que Deus vai colocando nas suas vidas, procurando entregar-se totalmente a esse projeto de Amor, tal como Maria, confiando que o seu olhar atento de mãe, encurta as distâncias até Deus e na esperança que o Espírito Santo que irão receber aquando do Sacramento da Confirmação lhes dê força para serem mais e melhores.
Catarina Gonçalves,
Grupo Almacave Jovem, in Voz de Lamego, ano 87/21, n.º 4406, 4 de abril de 2017