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Archive for the ‘Uncategorized’ Category

Falecimento da Irmã do Padre Ildo de Jesus

O Senhor, na Sua benevolência e sabedoria, chamou a Si, para as moradas eternas, a Sra. D. Ilda de Jesus, irmã do decano dos sacerdotes da Diocese de Lamego, o reverendo Pe. Ildo Aníbal de Jesus, pároco de Chavães e de Arcos, na Zona Pastoral de Tabuaço.

O nosso Bispo, D. António Couto, faz saber das suas condolências, da sua comunhão e da sua oração, ao Pe. Ildo e demais familiares, sublinhando a fé que nos une em Igreja, corpo ressuscitado de Jesus Cristo, ao qual somos agregados pelo Batismo. A certeza da Páscoa de Jesus, e n’Ele, da nossa páscoa, faz-nos rezar em atitude de gratidão para com a vida desta nossa irmã, que agora repousa em Deus, na esperança firma da ressurreição. Que o conforto da fé e da palavra de Deus traga paz ao Pe. Ildo, aos seus irmãos, familiares e amigos.

O presbitério de Lamego une-se nos mesmos sentimentos, rezando especialmente pelo Pe. Ildo de Jesus e confiando a sua irmã, Ilda, à bondade misericordiosa de Deus.

A Missa Exequial será celebrada no sábado, 24 de dezembro, pelas 10h00, na Igreja Matriz de Chavães, seguindo-se o sepultamento no cemitério local.

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Editorial Voz de Lamego: Humano, mais humano

O filósofo Nietzsche, na lógica do super-homem, defende o “humano, demasiado humano”, ir além do humano. Josep Maria Esquirol propõe a filosofia da proximidade, “humano, mais humano”, na procura, não de ir além da humanidade, mas ir ao mais profundo.

São João Paulo II, na sua primeira Carta Encíclica, Redemptor Hominis (O Redentor do Homem), acentua a máxima da Gaudium et Spes (22): Jesus Cristo revela o homem ao homem. «Na realidade, só no mistério do Verbo Encarnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem. Adão, de facto, o primeiro homem, era figura do futuro (Rom 5, 14), isto é, de Cristo Senhor. Cristo, que é o novo Adão, na própria revelação do mistério do Pai e do seu Amor, revela também plenamente o homem ao mesmo homem e descobre-lhe a sua vocação sublime». E depois, ainda: «Imagem de Deus invisível (Col 1, 15), Ele é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão a semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Já que n’Ele a natureza humana foi assumida, sem ter sido destruída, por isso mesmo também em nosso benefício, ela foi elevada a uma dignidade sublime. Porque, pela sua Encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos de homem, pensou com uma mente de homem, agiu com uma vontade de homem e amou com um coração de homem. Nascendo da Virgem Maria, Ele tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado». Ele, o Redentor do homem» (RH 8).

É uma perspetiva que parte da fé e nos remete para o Evangelho da Encarnação. Jesus faz-Se um de nós, assume a nossa condição humana, a nossa fragilidade e finitude, mas também nos humaniza. Ele não vem para Se sobrepor ou para aniquilar a humanidade, revelando um caminho alternativo. Não. Ele ajuda-nos a perceber que quanto mais humanos formos mais perto estamos de nos reconhecermos como irmãos.

Diz-nos, por sua vez, Fyodor Dostoevky, “O Homem é um mistério, deve ser desvendado. E se então levar uma vida inteira, não digas que é um desperdício de tempo. Eu estou preocupado com este mistério porque quero ser um ser humano”.

Jesus encarna, assume-nos por inteiro, caminha connosco, ajuda-nos a perceber o caminho para chegar a Deus. Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim (Jo 14, 6-14). Abaixa-Se para nos elevar com Ele, o que passa pela ternura e pela bondade, pelo amor e pelo serviço, pela verdade e pela justiça, pela humildade e inclusão, pela compaixão e pelo perdão, pela caridade fraterna e pela transformação do mundo, para que seja casa de todos e para todos. Não se trata de desumanizar ou superar a humanidade, trata-se de aprofundar o que nos humaniza, nos aproxima uns dos outros, e nos liga a Deus e aos irmãos.

Esquirol propõe, nesta obra, publicada em Portugal pelas Paulinas Editora, uma filosofia sem luxos e intrinsecamente pobre, “ao serviço da ação e da orientação da vida. Que a reflexão sobre a vida deve intensifica-la. E que a reflexão sobre o mal deve ajudar a combatê-lo. Que uma boa teoria deve ser, em si mesma, gesto e ação”.

O título do livro surge do diálogo ininterrupto com Nietzsche. Mas, contraponto, “ser mais humano não significa ir para lá do humano”. O mais importante não é o que se encontra mais longe, mas o mais profundo. “Uma civilização mais humana leva-nos a fazer do mundo um lar e não a abandonar o lar para dominar o mundo; que uma cultura mais humana não é uma cultura timorata nem niilista, mas aquela que sabe que não existe força intensada que se conjuga com o sentido. Na debilidade, no humano, na vulnerabilidade…, neste demasiado que, na verdade, é um mais, lateja a pulsação da verdade”.

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 92/38, n.º 4669, 10 de agosto de 2022

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Editorial Voz de Lamego: Como combater a solidão? Alugar amigos

A edição de 5 de outubro do jornal I destacava em primeira página: “Alugar amigos para combater a solidão”. Como subtítulo: “A moda começou no Japão e já chegou aos EUA. Avós japonesas andam a assaltar lojas para serem presas”.

As tecnologias aproximaram as pessoas, fizeram com que o mundo parecesse uma aldeia global. Na Carta Encíclica “Caritas in Veritate”, Bento XVI chamava a atenção: “a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos” (19). Na mesma linha, o Papa Francisco tem contraposto a era da globalização à globalização da indiferença. Temos acesso a muitas informações, mas isso já não nos comove. Com efeito, a exposição da violência em excesso, da pobreza, da miséria, da corrupção, dos crimes horrendos, tornou-nos insensíveis. O que nos chocava tornou-se banal, já não mexe connosco.

Esta moda, de alugar amigos, começou no Japão e chegou a Portugal em 2015. E, pelos vistos, está em crescendo nos EUA. Há empresas que alugam amigos. O preço pode ir de 10 a 50 euros por hora. Um amigo, um familiar, um colega… o que precisares, a empresa arranja-te um substituto, um estranho, ao ponto de ajudar a organizar uma festa, permitindo, depois ou na hora, a publicitação de uma vida faustosa e interessante, nas redes sociais, para que os outros possam ver e invejar.

A solidão é um cancro que está espalhado na sociedade atual e que continua em plena expansão. As distâncias foram encurtadas com os meios digitais, mas, por outro lado, verifica-se que estes meios isolaram ainda mais as pessoas. Por um lado, facilitam a comunicação, o trabalho, amenizaram os confinamentos. Se um filho estiver no outro canto do mundo é possível vê-lo, ao vivo e a cores. Um filho, um neto! Esbate-se a saudade! Mas continua a ser uma substituição.

O ser humano precisa do toque como de pão para a boca, precisa de cheirar e sentir o aroma do outro, de abraçar (ser abraçado), beijar ou apertar as mãos. Este contacto que faz-nos humanos, faz-nos sentir vivos e frágeis ao mesmo tempo, necessitados e completos. Por outro, o mundo digital facilita a ausência, o escondimento, a solidão… eu frente a um ecrã, vejo o mundo todo, procuro o que me interessa, descarto e dispenso o que é diferente, o que me desafia ou incomoda. Se trabalho a partir de casa, para quê sair, encontrar-me com amigos, com os colegas de trabalho para beber uns copos?! Mostro aquilo que quero, subtraio, para os outros, a parte de mim que não gosto.

A pandemia suscitou uma enorme solidariedade, ainda que também os medos se tivessem multiplicado. Mostrou muita miséria, material, cultural, espiritual. Suscitou compaixão. Mostrou pessoas e comunidades isoladas, sem meios de comunicação ou acesso a bens de primeira necessidade ou a prestação de cuidados médicos. As pessoas isolaram-se e algumas habituaram-se a viver como ilhas isoladas, tendo acesso ao mundo inteiro, a partir do sofá, da cozinha, do escritório. Multiplicaram-se os esgotamentos, os estados depressivos, a ansiedade, a acomodação. O regresso a alguma normalidade, ao que tudo indica, parece estar complicado. Há pessoas a ameaçar trocar de emprego para ficarem em teletrabalho!!! Há laços que estão a ser destruídos, há contactos que desapareceram, interdependências saudáveis e enriquecedoras que cederam à preguiça, à desconfiança, ao comodismo egoísta.

Admiramo-nos que num restaurante, num almoço ou jantar de família, os membros estejam sozinhos, cada um diante do ecrã do telemóvel, a fazer likes, a ver notícias, a jogar, a instagramar o momento. Antes saía-se para arejar, conviver, para que, em ambiente diferente, a família pudesse dispor de mais tempo de qualidade! Agora sai-se e continua-se a ver o mesmo mundo que via em casa! Estivemos tanto tempo diante de ecrãs que já não conseguimos libertar tempo para estarmos uns com os outros!

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 91/47, n.º 4629, 20 de outubro de 2021

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Entrevista com Miguel Duarte, Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego

Miguel Duarte disse-nos que quando aceitou o desafio para o cargo de Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego tinha como principal missão dar continuidade ao grande projeto que já tinha iniciado há mais de 20 anos.

O seu maior desafio é que a Escola tenha um papel determinante no desenvolvimento do território do Douro, ser um centro de inovação e competitividade na área da Gastronomia. O seu maior propósito é ter uma escola com o propósito de Educar e Formar para a Sustentabilidade o destino Douro, promovendo um consumo sustentável dos recursos endógenos da região.

“Estou há dois anos como diretor da escola, têm sido 2 anos atípicos, entrei com um desejo e ambição enormíssima, mas rapidamente vi tudo isso condicionado pela pandemia. Este é um setor de formação que é muito penalizado com a questão da pandemia porque a transição para o online só pode ser feita em algumas vertentes, pois seria impossível juntar a componente prática e o online”.

Apesar de todo o contributo que o diretor e a Escola de Hotelaria e Turismo do Douro Lamego já deram à região, Miguel Duarte mostra que há vontade para contribuir muito mais, ajudar a resolver problemas da região e valorizá-la.

“Daqui a 10 anos espero ainda estar a trabalhar no setor, se possível, neste território. Com todos os projetos que temos em mãos espero que, num futuro próximo, esses projetos estejam a dar frutos e sejam reconhecidos, não só pelas pessoas que estão envolvidas, mas também para que, quem nos visita, possa desfrutar de um território mais coeso em termos territoriais, mas coeso a nível social e mais sustentável. Uma das minhas metas passa por valorizar esta região, que tem imenso para oferecer”.

Um dos grandes objetivos desta região é que haja um território que trabalhe em rede e, desde que a escola se instalou em Lamego, uma das coisas que tentou promover foi a ligação com o meio, privilegiando bastante a rede de contactos que tem, privilegiando os parceiros.

“O nosso sucesso é também o sucesso dos nossos parceiros. Temos uma ligação muito forte com as câmaras municipais, há uma relação bastante boa com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, desenvolvemos também imensos projetos com a universidade de Trás-os-Montes na área da gastronomia e alimentação e ainda com todas as escolas profissionais do interior”.

A Escola de Hotelaria e Turismo do Douro Lamego conta agora com 270 alunos inscritos, muitos deles oriundos de outras cidades, que acabam por residir em Lamego.

“Muitos dos alunos estão deslocados da residência da família, o que faz com que os docentes tenham a preocupação de dar um acompanhamento mais personalizado aos alunos. Nas residências fazemos muitas sessões de cinema, leitura, teatro e muitas outras atividades. Fazemos isso para que os alunos sintam que têm aqui uma comunidade muito próxima deles”.

Miguel Duarte falou ainda das oportunidades que quer que os alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro Lamego tenham. Grande parte das escolas do nosso setor estão situadas no litoral, havendo apenas três escolas no interior, mas isso não preocupa o diretor.

“O facto de sermos das poucas escolas do interior, faz com que pareça que estamos distantes do mundo global, o que não acontece. Hoje em dia nós conseguimos colocar Lamego e o Douro. É por isso que faço questão que os meus alunos participem em concursos e atividades, sei que, se participarem, são os melhores”.

Todo este esforço, para que os seus alunos se mantenham entre os melhores da sua área, tem dado frutos, tendo mesmo alunos a representar o país, fora de portas.

O aluno da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego, Gonçalo Graça, conquistou recentemente o primeiro lugar da categoria de Cozinheiro Aprendiz no concurso Interescolas 2021.

A prova foi organizada pelas escolas do Turismo de Portugal. Gonçalo Graça, que estuda no curso de Gestão e Produção de Cozinha, garantiu a sua participação nos Encontros Europeus da Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo que se vai realizar na Estónia.

O concurso Interescolas teve lugar no início deste mês de junho, contando com a participação de 12 escolas e perto de 100 alunos que competiram durante três dias na Escola de Vila Real de Santo António, no Algarve. Em prova estiveram 12 categorias ligadas às áreas de formação ministradas nas escolas de hotelaria e turismo do país.

O diretor, Dr. Miguel Duarte, está otimista em relação ao próximo ano letivo e apela a todos os que realmente gostam da área de hotelaria e turismo a juntarem-se à equipa da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego.

As candidaturas à Escola de Hotelaria e Turismo do Douro Lamego estão abertas, até 20 de julho, através de um processo online e gratuito, disponível em escolas.turismodeportugal.pt, para alunos nacionais e estrangeiros.

Cozinha, Pastelaria, Restauração e Bebidas, Hotelaria/Alojamento são alguns dos cursos disponíveis, com uma forte componente ligada ao desenvolvimento pessoal, às soft skills e à preparação dos jovens para uma ação ambiental e socialmente responsável. No último ano, 93% dos candidatos conseguiu colocação no Curso/Escola da sua primeira opção.

No próximo ano letivo, é também reforçada a aposta na capacitação das empresas e formação dos profissionais em novas áreas emergentes do turismo, como o Turismo Literário, Turismo de Luxo, Turismo de Saúde e Bem-Estar, bem como, no segmento da alimentação saudável, com uma nova oferta em Cozinha e Pastelaria Vegetal.

Perante os desafios dos últimos meses, a Escola de Hotelaria e Turismo do Douro Lamego tem vindo a introduzir mudanças significativas na sua organização e metodologia de formação, adequando-as à mudança digital acelerada que pauta o setor. Em 2021/2022, a Escola irá continuar a apostar no processo de transformação digital que consolidará as soluções de ensino à distância, a produção de suportes pedagógicos digitais e de apoio ao estudo.

Para preparar os profissionais do futuro com competências adequadas às exigências do setor do turismo, que acrescentem valor às empresas, que atuem com responsabilidade, ética e sustentabilidade e que assegurem um serviço de qualidade focado nos clientes e no desenvolvimento de experiências únicas, é essencial rever modelos e conteúdos, utilizar a tecnologia e os recursos digitais, mas também, criar projetos colaborativos com outras escolas e outras entidades e, sobretudo, com as comunidades locais e as empresas.

Neste sentido, a EHTDL procura dinamizar conteúdos nas áreas do digital, da sustentabilidade, da gestão, do marketing e vendas, novos conteúdos cognitivos nas áreas da análise de dados, do pensamento crítico e analítico e nas áreas colaborativas, gestão das emoções, da ética, da comunicação e relação social, da flexibilidade e adaptabilidade, da criatividade e autoaprendizagem.

Têm, igualmente, vindo a adicionar novos suportes tecnológicos e digitais, como softwares colaborativos, plataformas educativas e suportes digitais a processos de aprendizagem autónoma, mas também, criado parceiras colaborativas com outras escolas e universidades, empresas e as comunidades locais, ultrapassando as barreiras físicas da escola e estruturando um novo conceito de escola, enquanto comunidade de aprendizagem.

Paralelamente, têm vindo a ser introduzidas novas metodologias de educação-formação, com projetos piloto de aprendizagem baseada em projetos, de aprendizagem experiencial e de aprendizagem integrada, onde a formação deixa de estar focada na transmissão de conhecimento para estar focada na geração de competências através da resolução de situações concretas, do envolvimento em projetos reais, na resolução de questões identificadas nas empresas e nas comunidades. Através da concretização de experiências reais, os alunos vão desenvolvimento competências efetivas de pensamento analítico, de tomada de decisão, de liderança e de comunicação, adaptando-se e aprendendo a ser flexíveis, relacionais, focados nas soluções, empreendedores e inovadores.

O novo ano letivo 2021/2022 será focado na capacitação das equipas, em que se pretende enriquecer a Bolsa de Formadores com mais talento, em que será feito um reforço das parcerias nacionais e internacionais com outros níveis de ensino, e um maior investimento em novos meios e recursos digitais e tecnológicos para consolidar a área de inovação da escola.

Os grandes desafios da Escola nos próximos anos:

A EHTDouro Lamego pretende ser uma alavanca no desenvolvimento do território do Douro

  • Apoiar o Douro como um Pólo de Inovação e Competitividade.
  • Ajudar a tornar o Douro como um Território Ambientalmente Sustentável e Socialmente Inclusivo.
  • Apoiar o Douro como um Território em Rede, suportado em parcerias institucionais.

Projeto Centro Enogastronómico do Douro

  • Valorizar o património cultural do Douro através da promoção da Gastronomia enquanto marca distintiva da Região.
  • Preservar e promover a autenticidade dos produtos locais na gastronomia através da sua qualificação.
  • Manter viva a tradição de uma gastronomia que foi criada com os produtos da terra respeitando a lógica da sazonalidade.
  • Contribuir para a preservação da memória culinária do Douro.
  • Dar fôlego aos produtores locais contribuindo para a divulgação dos seus produtos e promovendo o enriquecimento local.
  • Identificar a gastronomia Duriense em função das disponibilidades/necessidades locais e também das festas e tradições.
  • Promover um encontro profícuo e cada vez mais ativo entre a gastronomia local e os vinhos do Douro.

Esperamos, assim, contribuir para a competitividade e qualidade do serviço prestado pelas empresas.

Queremos ser uma escola referência nas boas práticas “Km 0”, uma escola que trabalha em rede alargada com parceiros Institucionais e com os agentes económicos do setor.

Queremos ser uma escola Inclusiva e socialmente responsável e interveniente no seu ambiente territorial e agentes do setor do Turismo.

Seguindo sempre o nosso propósito “Educar e Formar para a Sustentabilidade o destino Douro, promovendo um consumo sustentável dos recursos endógenos da região”.

 in Voz de Lamego, ano 91/32, n.º 4614, 23 de junho de 2021

Concerto de Natal de Avões: Um embrulho de Esperança

No passado fim de semana, a Freguesia de Avões fez de cada visor um palco, na qual a esperança ganhou forma e fora escutada através de ouvidos que falavam ao coração. 

O Concerto de Natal de Avões Online mostrou que somos de pequenos prazeres mas de grandes sonhos, partilhando metade do que temos para sermos inteiros. A nossa aldeia é esperança, toda ela uma forma de fé. Na verdade, quisemos relembrar que a fé se encontra nos caminhos que se fazem para a evitar. Este ano, quisemos levar um pedacinho do dedo de Deus a todas as casas, não obrigando ninguém a acreditar mas a sentir o calor de quem faz parte de algo. Não, Deus não nos quer apontar o dedo! Foi-nos mostrar que na base desse dedo existe uma mão para nos acompanhar, que nos guia no nevoeiro estremunhado. O que move a viver esta aldeia, é a expectativa de um novo dia, de uma Boanova…

Foi, e é, um ano duro, colocando à prova a nossa atitude e humanismo, vivendo um vírus que nos impediu de tanto: partidas sem chegada, despedidas sem lamento, sonhos interrompidos, becos sem saída e, acima de tudo, o distanciamento com os nossos semelhantes. Muito de nós, os que ainda não chegaram e os que já partiram, nunca voltaram a horas para o jantar. Quisemos, assim, que este momento vos fizesse acreditar que ainda há muito por viver e porquê lutar! Somos pequenos grão de areia mas, juntos, somos praia, somos barragem, somos um. Não temamos as encruzilhadas da pandemia porque, com peso e medida, iremos renascer num novo ciclo, onde a troca de olhares será tão cúmplice como um abraço que cumprimenta dois corações atribulados.

A tristeza deste ano é uma telha partida num dia de inverno mas o nosso acreditar é um aquecedor que nos irá aconchegar nas noites mais frias. Melhores dias são todos aqueles em que se decide colocar a fé e a esperança, acima das preocupações. O que há de tão ruim neste mundo que prevaleça sobre a bondade infinita da fé no próximo?! O nosso objetivo com este concerto foi desejar que abrissem o coração ao natal e, qualquer que seja a crise na vossa vida, não destruam as flores da esperança para que possam, amanhã, colher os frutos da fé que vos move.

Avões é Lamego e Lamego é a nossa casa, a nossa lareira num dia de Inverno. Somos comunidade, partilhando a chama da Fé e da harmonia. Não vivam o Natal ao invés de serem Natal nas vossas ações e, acreditem, a luz do dar guiará o vosso receber.

No resto de tudo, quando se rega um sonho com fé, Deus abençoa a colheita. 

Um aconchegado Feliz Natal, nas palavras, atos e omissões.

Ricardo da Fonseca, Consultor

Cronista da Voz de Lamego

Festas dos Remédios hoje a votos na RTP1

Procissão do Triunfo – 8 de setembro de 2019

A RTP1 celebra hoje a cultura popular do distrito de Viseu e as Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios são candidatas às 7 Maravilhas da Cultura Popular portuguesa. Vanessa Oliveira e José Carlos Malato conduzem a emissão que dará a conhecer o conjunto de manifestações populares e religiosas que fazem d’“A Romaria de Portugal” uma festa de características únicas em todo o mundo. Durante o programa, o público pode votar nas Festas dos Remédios, através do nº 760 20 77 97, para superar a etapa de hoje do concursoe seguir para as meias-finais.

O ponto alto dos festejos das Festas em Honra de Nossa Senhora dos Remédios é a Majestosa Procissão de Triunfo, na qual os andores são puxados por juntas de bois, segundo uma tradição sancionada, em 1952, pela Sagrada Congregação dos Ritos. Lamego é mesmo o único local do mundo católico onde a imagem da Virgem é transportada por animais.
A maravilha do distrito de Viseu que recolhe a preferência dos portugueses será anunciada no final do programa que a RTP1 transmite a partir de Castro Daire. 

Ricardo Pereira
CM de Lamego – Gabinete de Comunicação
ricardo.pereira@cm-lamego.pt
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Canceladas as celebrações da Semana Santa de Lamego

Em conformidade com as medidas determinadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) para a contenção do surto Coronavírus COVID-19, o Município de Lamego informa que estão suspensas, até ao dia 31 de março, todas as realizações previstas no âmbito das celebrações da Semana Santa de Lamego,  um momento profundo e imponente da Fé religiosa desta cidade, por decisão da Diocese de Lamego e demais entidades organizadoras.
Recomendamos novamente a todos os munícipes que utilizem preferencialmente os contactos telefónicos (254 609 600) e de email (camara@cm-lamego.pt), caso tenham a necessidade de recorrer aos serviços municipais, evitando assim deslocações desnecessárias.  
Apelamos à serenidade e sentido de responsabilidade de todos os Lamecenses. Até ao momento, não foi sinalizado nenhum caso de infeção por COVID-19 neste território.
Estamos em contacto permanente com todas as entidades competentes no sentido de prevenir e controlar a propagação do vírus, o que pode levar à adoção de novas medidas a divulgar oportunamente.  

Gabinete de Comunicação CML

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Editorial Voz de Lamego: dilatar o horizonte familiar

“A minha Mãe e os meus irmãos são estes: os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8, 21). A resposta de Jesus obriga a alargar o horizonte da família além dos laços sanguíneos. Jesus há de repreender os seus discípulos por quererem proibir um homem de expulsar demónios em Seu nome, porque não faziam parte do grupo! Os discípulos querem ter o exclusivo de Jesus. “Não o impeçais… quem não é contra nós, é a nosso favor” (Mc 9, 38-41).

Um dos assuntos do dia, nos meios de comunicação social, tem sido o nepotismo governamental. Claro que não é este nem o tempo nem o espaço para discutir a questão (pelo menos politicamente). Têm-se esgrimido argumentos e razões. Parece que mudam as cores, mas as práticas são idênticas, em maior ou menor proporção. Amigos e familiares vão tendo as portas escancaradas para assumirem cargos de responsabilidade, acompanhados por remunerações significativas. É possível que alguns tenham competência e façam um bom trabalho, mas haverá outros que só acedem a esses lugar pela amizade ou pelo parentesco. Não é exclusivo nem deste governo, nem do governo central. Também localmente isso acontece.

Mas cabe-nos perguntar? E como agiríamos nós? Estando num cargo de decisão e tendo que empregar, nomear ou escolher alguém para um lugar, quem escolheríamos? Um familiar? Um amigo? Um estranho? Alguém de quem não gostássemos muito? Optaríamos por uma pessoa da nossa confiança ou a pessoa mais competente para a tarefa a desempenhar?

Num momento de reflexão, a RFM (Rádio do Grupo Renascença), levantava precisamente esta questão. Aproveitando a oportunidade criada por esta polémica, importa interrogar-nos: como é que agimos nos grupos e movimentos eclesiais? “Nós amamos aqueles que são nossos, que são como nós, que se parecem connosco, que pensam como nós. Nós amamos os que nos amam e são bons para nós. Nós amamos aqueles que nos divertem e no lisonjeiam” (Cardeal O’Malley. Ver sugestão de leitura ao lado).

Quando uma pessoa é do nosso grupo, facilmente a elogiamos ou ao trabalho que realiza. Se pertence a outro grupo (eclesial), se não está no meu rol de amigos ou família, o que faz é só para se exibir ou não faz nada de jeito. Por certo, temos pessoas com as quais podemos contar e a quem podemos recorrer, sabendo que não nos vão deixar na mão. Mas seremos suficientemente criativos e despojados para confiarmos noutras pessoas, chamarmos mais gente, desafiarmos aqueles que vêm só esporadicamente?!

O desafio do Mestre da Vida é claro: ide por todo o mundo, fazei discípulos de todas as nações. Amai os vossos inimigos. O desafio do Papa Francisco é perentório: Igreja em saída, cristãos como o Bom Pastor em busca das ovelhas perdidas, preferência pelas periferias (existenciais).

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 89/19, n.º 4505, 9 de abril de 2019

Editorial Voz de Lamego: A Igreja de Francisco

Antes de mais, quero dizer com alegria: o Papa Francisco é o meu Papa. E para enunciar as suas qualidades não preciso de contrapor a outro Papa, canonizando um e diabolizando outro. Creio que os detratores de um são sensivelmente os detratores do outro, ou pelo menos, aqueles que mais pedras colocam no seu caminho, pois a predisposição para se servir da Igreja não desaparece. Quando muito poderiam estar sonolentos, saciados, refastelados, a serem servidos. Outro tempo, algumas mudanças, e, como no tempo de Cristo, os adormecidos começam a acordar, a ver que não têm o lugar seguro, ou que o testemunho os expõe perante as pessoas, perante o mundo, pois a distância na postura não deixa margens para dúvidas.

Eleito uns dias antes (13 de março), o Papa Francisco dava início ao seu pontificado a 19 de março de 2013, há 6 anos, Solenidade de São José, colocando o seu pontificado sob o protetorado do Padroeiro Universal da Igreja.

Os primeiros dias do seu pontificado ficaram marcados pelas suas palavras no início do conclave que viriam a elegê-lo como 266.º Papa da Igreja, defendendo que a Igreja deveria ser Igreja em saída, e não autorreferencial. Uma Igreja lunar que reflete a luz de Cristo e não a luz própria e, como Ele, ir em busca das 99 ovelhas que andam arredias, ir às preferiras (também geográficas, mas sobretudo) existenciais. Prefiro, diria várias vezes o Papa argentino, uma Igreja acidentada por sair que uma Igreja adoentada por ficar!

Nem de Apolo nem de Paulo nem de Pedro, a Igreja de Francisco é a Igreja de Jesus Cristo, o Bom Pastor que toma sobre si o cuidado de todo o rebanho, como servo dos servos de Deus, com a responsabilidade de guiar o caminho de todos, como candeia que vai à frente a iluminar o caminho, e vem atrás para dar ânimo às ovelhas perdidas, desgarradas, desencontradas.

É conhecido o episódio em que Francisco de Assis percebe a voz de Deus: reconstrói a minha Igreja. Francisco de Assis levou a sério esta inspiração. Mais importante que as estruturas e os meios, ainda que importantes, terão de ser as pessoas. Uma Igreja pobre, imitando Cristo, para os pobres.

Como o próprio já o referiu, a simplicidade não significa ingenuidade. O Papa está ciente que audiências gerais com alguns homens poderosos não passam de charme, mas não pode deixar de anunciar a todos o Evangelho de Jesus Cristo: a ternura e a compaixão, o perdão e a justiça, a misericórdia e o amor, o serviço e cuidado sobretudo aos mais frágeis, sem excluir ninguém, optando pelas pontes ao invés dos muros, escolhendo a verdade e a justiça ao invés da hipocrisia e a da acomodação.

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 89/16, n.º 4502, 19 de março de 2019

Editorial da Voz de Lamego: São José, Padroeiro Universal da Igreja

O Santo Padre tem, nos seus aposentos, na Casa de Santa Marta, uma imagem de São José a dormir. Completam-se amanhã, 13 de março, 6 anos da Sua eleição para Papa. O Papa argentino marcou o início do seu pontificado para a solenidade de São José, a 19 de março, que caiu a uma terça-feira, tal como em 2019. Dessa forma, quis assinalar a importância de São José na vida de Jesus e de Maria, e na vida da Igreja.

Na parte inferior do seu brasão episcopal, atualizado para brasão papal, “estão a estrela e a flor de nardo. A estrela, segundo a antiga tradição heráldica, simboliza a Virgem Maria, mãe de Cristo e da Igreja; a flor de nardo indica são José, padroeiro da Igreja universal. Com efeito, na tradição iconográfica hispânica, São José é representado com um ramo de nardo na mão. Colocando estas imagens no seu brasão, o Papa pretendeu expressar a sua devoção particular à Virgem Santíssima e a são José”.

Na imagem que mandou vir da Argentina, São José dorme, sonha, escuta Deus, vigia a Igreja. Quando tem que tomar alguma decisão importante, o Papa coloca um papelinho debaixo da imagem, pedindo a solicitude de São José. E, assim, quando chega a altura de decidir, sabe que está bem orientado.

No Evangelho, São José não aparece muitas vezes. E não conhecemos que palavras poderá ter proferido. Mas não é de estranhar, pois o Evangelho refere-se a Jesus Cristo, fundamentalmente à Sua paixão redentora a desembocar na Páscoa. Ele é o centro e o ponto de onde irradia toda a missão. Os apóstolos surgem ligados a Ele, como os ramos da videira à respetiva cepa. Maria, Sua Mãe, aparece em alguns momentos, sempre referida a Jessu. Tendo-Lhe sobrevivido, acompanhando-O até ao Calvário, permanecendo junto à Cruz, é óbvio que a visibilidade de Maria é mais notória, sendo que também a Sua missão é diferente. Contudo, há dados significativos em relação a São José que importa sublinhar e imitar.

Extrapolando um pouco, quando Jesus fala do Pai, da Sua bondade e da Sua misericórdia, da Sua ternura e do Seu amor, certamente que se inspira no Seu Pai adotivo, São José. Na perda e encontro de Jesus no Templo, Maria dá-nos conta da preocupação comum, sua e do esposo (cf. Lc 2, 41-51). Antes, no quadro do nascimento de Jesus (cf. Mt 1, 18-24), revela-se a sua sensatez: tomando consciência da gravidez de Maria, sem que tivesse convivido com Ela, decide repudiá-la em segredo, evitando difamá-la e açambarcando com a responsabilidade. Mas Deus, através do sonho, desafio-o a fazer mais, a ser cuidador de Maria e Jesus, protegendo-os com o seu nome e com a sua vida.

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 89/15, n.º 4501, 12 de março de 2019