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CONVITE À SANTIDADE | Editorial Voz de Lamego | 17 de abril de 2018

CONVITE À SANTIDADE

Numa época marcada pelo provisório, pela perda de sentido e pelo narcisismo, o Papa Francisco convida a humanidade em geral e os cristãos em particular a estarem disponíveis para responder ao chamamento à santidade.

A proposta agora apresentada na Exortação Apostólica “Alegrai-vos e Exultai” não é nova e insere-se na missão eclesial de “promover o desejo da santidade” (177). Um apelo oportuno para responder aos riscos e desafios actuais, nomeadamente “a ansiedade nervosa e violenta que nos dispersa e enfraquece; o negativismo e a tristeza; a acédia cómoda, consumista e egoísta; o individualismo e tantas formas de falsas espiritualidades sem encontro com Deus que reinam no mercado religioso” (111).

Nos caminhos da vida, com ritmos e contextos diferentes, cada um poderá exercitar a vontade de agradar a Deus, deixando-se guiar pelas bem-aventuranças e praticando a caridade. Um percurso que aproxima do Criador e dos outros e não dispensa dos compromissos com a criação.

O itinerário não está isento de dificuldades e insucessos, mas a abertura à transcendência, o assumir humilde dos limites e a determinação perseverante permitirão avançar e crescer. Porque se é verdade que não estamos sós nem desamparados, temos consciência de que “a graça não nos faz improvisadamente super-homens” (50), sendo indispensável o esforço individual. “Aquele que te criou sem ti não te pode salvar sem ti” (St. Agostinho). A santidade dá trabalho!

Como sempre, o Papa escreve de maneira simples (diferente de simplista) um texto pouco extenso, atento ao mundo actual e preocupado com o essencial. Não diz tudo, mas convida todos.

Apesar dos comentários ou resumos que sempre aparecem, importante seria fazer uma leitura integral do texto, deixando-se interpelar pela totalidade e não ficando limitado ao que outros julgaram ser oportuno sublinhar. A comunhão com o Papa também passa pela leitura dos seus textos!

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/20, n.º 4457, 17 de abril de 2018

Placuit Deo – Carta aos Bispos sobre a Salvação Cristã

Foi publicada, na passada quinta-feira, a Carta Apostólica “Placuit Deo”, da Congregação para a Doutrina da Fé, aos Bispos da Igreja Católica sobre alguns aspectos da salvação cristã.  A Carta pretende destacar, na linha da grande tradição da fé e com especial referência ao ensinamento de Papa Francisco, alguns aspectos da salvação cristã que possam ser hoje difíceis de compreender por causa das recentes transformações culturais.

O Texto é dividido em 4 partes com uma introdução e uma conclusão.

Depois da introdução o segundo ponto fala do Impacto das transformações culturais de hoje sobre o significado da Salvação cristã. O mundo contemporâneo questiona, não sem dificuldade, a confissão da fé cristã, que proclama Jesus o único Salvador de todo o homem e da humanidade inteira. A carta procura combater duas tendências que vão crescendo no nosso tempo: um neo-pelagianismo em que o homem, radicalmente autónomo, pretende salvar-se a si mesmo sem reconhecer que ele depende, no mais profundo do seu ser, de Deus e dos outros, bem como um certo neo-gnosticismo, que apresenta uma salvação meramente interior, fechada no subjetivismo. O texto reafirma que a salvação consiste na nossa união com Cristo, que, com a sua Encarnação, vida, morte e ressurreição, gerou uma nova ordem de relações com o Pai e entre os homens.

A tentação do gnosticismo – recordava o Papa Francisco em Florença – “leva a confiar no raciocínio lógico e claro, o qual porém perde a ternura da carne do irmão. O fascínio do gnosticismo é o de “uma fé fechada no subjetivismo, onde interessa unicamente uma determinada experiência ou uma série de raciocínios e conhecimentos que se acredita podem confortar e iluminar, mas onde o objeto em definitiva permanece fechado na iminência da sua própria razão ou dos seus sentimentos”.

Toda a pessoa, a seu modo, procura a felicidade e tenta alcançá-la recorrendo aos meios disponíveis. Com frequência, tal desejo coincide com a esperança da saúde física, às vezes assume a forma de ansiedade por um maior bem-estar económico, mais difusamente expressa-se através da necessidade de uma paz interior e de uma convivência pacífica com o próximo. A salvação plena da pessoa – evidencia o texto -, não consiste nas coisas que o homem poderia obter por si mesmo, como o ter ou o bem-estar material, a ciência ou a técnica, o poder ou a influência sobre os outros, a boa fama ou a auto-realização. “A vocação última de todos os homens é realmente uma só, a divina”.

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APRENDER A DESPEDIR-SE | Editorial Voz de Lamego | 21 de fevereiro

APRENDER A DESPEDIR-SE

Na passada quinta-feira, o Papa Francisco, numa  Carta Apostólica, convidou todos os bispos e titulares das dioceses e da Cúria Romana a reflectirem sobre a importância de “aprenderem a despedir-se”. Porque nem sempre é fácil renunciar, quando o próprio se vê como insubstituível ou pensa que sem a sua presença se perderá o ritmo ou a orientação.

“Quem se prepara para apresentar a renúncia precisa de se preparar adequadamente diante de Deus, despir-se dos desejos de poder e da pretensão de ser indispensável. Isto permitirá atravessar com paz e confiança tal momento, que poderia ser doloroso e de conflito”. Não se trata de se ver como inútil, já que cada um poderá elaborar “novo projecto de vida”, marcado pela “austeridade, humildade, oração de intercessão” e com tempo para a leitura e com “disponibilidade para fornecer simples serviços pastorais”.

Aprender a despedir-se, neste caso, não é sinónimo de “saída de cena” para esperar silenciosamente o fim, mas sinal de sabedoria, percebendo que a sua presença e a sua acção, sendo importantes e necessárias, podem concretizar-se de outra forma, respeitando os limites que a idade acentua.

O Papa escreveu para alguns, mas percebemos que os destinatários são todos, já que a tentação de controlar até ao fim, de permanecer diante, desejar ter a última palavra, marcar o ritmo… não é exclusivo do episcopado. Quantas vezes se adiam decisões e passagens do testemunho por falta de confiança nos outros e, sobretudo, no Espírito, protagonizando uma auto-referencialidade que a ninguém favorece.

A Igreja, assembleia convocada, tem lugar para todos e precisa de todos. E não podia ser de outra maneira. E se é salutar ter a companhia do bom senso para discernir, a cada instante, sobre a melhor maneira de a servir, só a humildade ajudará a evitar sentir-se indispensável.

Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/12, n.º 4449, 20 de fevereiro de 2018

Mensagem de D. António Couto para a Semana dos Seminários 2017

 

  1. Acabados de sair da celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, mas sem perder de vista a figura tutelar de Maria, eis-nos já outra vez à entrada da Semana dos Seminários que, neste ano da graça de 2017, se celebra de 12 a 19 de novembro, e surge subordinada ao tema «Fazei o que Ele vos disser».
  1. Trata-se de um dizer de Mãe atenta, da Mãe de Jesus que, no decurso das bodas de Caná e numa situação de falta de vinho, que afetaria negativamente o andamento da festa, indica aos serventes (diákonoi), isto é, aos discípulos de ontem e de hoje, a quem devem estar atentos, para quem devem olhar, a quem devem escutar, que ordens devem cumprir. É claro que ela fala para os discípulos, mas aponta para Jesus, em quem devem pôr toda a atenção, porque é Ele que tem a solução para aquele problema e para todos os problemas.
  1. Estava lá a «Mãe de Jesus», a quem Jesus trata por «Mulher», para a vincular à Mulher da esperança, esposa de Deus e mãe dos filhos de Deus, que atravessa em contraluz a Escritura inteira. E estavam lá também «seis talhas», grandes e vazias, que representam o velho judaísmo e os seus rituais de purificação, tudo vazio, à espera do tempo novo da realização da esperança. Mãe e Mulher da esperança, talhas vazias, mas que, por ordem de Jesus, os serventes, os discípulos, encherão de esperança até ao cimo, até transbordar. É delas que, dando cumprimento às ordens novas de Jesus, jorrará o vinho novo e bom, até agora guardado para nós. Tempo novo e pleno do Amor de Deus, que manda agora servir o banquete de carnes suculentas e vinhos deliciosos, já anunciado em Isaías 25,6. É claro que o «chefe-se-mesa», que representa o velho e vazio judaísmo não podia compreender «de onde» vinha este vinho novo. Nem o noivo antigo. A quem se dirige. Só o sabem o Noivo novo, que é Jesus, e os seus discípulos ou serventes.
  1. Aí está então o banquete Novo, Bom e Último do Reino de Deus, com o Vinho Bom e Último, até agora guardado na esperança, e que é agora cuidadosamente servido. É sabido que a tradição judaica descrevia com muito vinho o tempo da vinda do Messias, referindo que, nesse tempo, cada videira teria mil ramos, cada ramo mil cachos, cada cacho mil bagos, cada bago daria 460 litros de vinho! Que saber e sabor é o nosso? Sabemos e saboreamos a Alegria do Banquete nupcial? Servimos para servir este Amor, esta Alegria? Não esqueçamos que é este o «terceiro Dia!» (João 2,1), que agrafa esta Alegria à Alegria nova da Ressurreição ao «terceiro Dia», «sinal» para a Glória e para a Fé (João 2,11). E os serventes são os discípulos, cuja missão é servir esta Alegria.
  1. É para preparar estes serventes ou discípulos que servem os nossos Seminários. E esta semana, de 12 a 19 de novembro, serve para voltarmos os nossos corações para os nossos Seminários, e para pedirmos ao nosso bom Deus, Senhor do banquete e do vinho novo da Alegria, e a Jesus, o Noivo novo, que faz jorrar o vinho novo e bom, e a Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, que olhem para os nossos seminaristas com particular desvelo, e os «arrastem com carinho» (cf. Jeremias 31,3; João 6,44) pela vida fora.
  1. Os nossos seminaristas frequentam, de momento, o Seminário de Lamego e o Seminário Interdiocesano de S. José, sediado em Braga, para possibilitar aos nossos Seminaristas poder frequentar a Faculdade de Teologia da Universidade Católica.
  1. Lembro ainda que estão a decorrer obras no nosso Seminário de Lamego, para podermos também transformar alguns dos seus espaços numa casa aberta e acolhedora, capaz de oferecer aos fiéis leigos da nossa Diocese mais e melhores tempos de formação, convívio e oração.
  1. Enquanto erguemos o nosso coração em oração até este Pai bom misericordioso, levando até ao coração de Deus os nossos seminaristas, peçamos-lhe também, com insistência, por intercessão de Maria, nossa Mãe sempre atenta, que «arraste» outros jovens para os nossos Seminários, para que amanhã não nos faltem os sacerdotes de que necessitamos para servir da melhor maneira o vinho nova da Alegria ao Povo de Deus da nossa Diocese de Lamego e da Igreja inteira.
  1. Peço, então, uma vez mais que, sendo generosos na oração, o sejamos também na dádiva de nós próprios, concretizada no ofertório de Domingo, dia 19, que será destinado, na sua inteireza, para as necessidades dos nossos Seminários que, neste tempo, servem, não apenas os seminaristas, mas também os fiéis leigos. Isto é, servem o Povo de Deus.

 

Que Deus nos abençoe e guarde em cada dia, e faça frutificar o labor dos nossos Seminários.

Lamego, 1 de novembro de 2017, Solenidade de Todos os Santos

+ António, vosso bispo e irmão

DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO

Mensagem conjunto do Papa Francisco e do Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I

A narração da criação oferece-nos uma visão panorâmica do mundo. A Sagrada Escritura revela que, «no princípio», Deus designou a humanidade como cooperadora na guarda e proteção do ambiente natural. Ao início, como lemos no Génesis (2, 5), «ainda não havia arbusto algum pelos campos, nem sequer uma planta germinara ainda, porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para a cultivar». A terra foi-nos confiada como dom sublime e como herança, cuja responsabilidade todos compartilhamos até que, «no fim», todas as coisas no céu e na terra sejam restauradas em Cristo (cf. Ef 1, 10). A dignidade e a prosperidade humanas estão profundamente interligadas com a solicitude por toda a criação.

«No período intermédio», porém, a história do mundo apresenta uma situação muito diferente. Revela-nos um cenário moralmente decadente, onde as nossas atitudes e comportamentos para com a criação ofuscam a vocação de ser cooperadores de Deus. A nossa tendência a romper os delicados e equilibrados ecossistemas do mundo, o desejo insaciável de manipular e controlar os limitados recursos do planeta, a avidez de retirar do mercado lucros ilimitados: tudo isto nos alienou do desígnio original da criação. Deixamos de respeitar a natureza como um dom compartilhado, considerando-a, ao invés, como posse privada. O nosso relacionamento com a natureza já não é para a sustentar, mas para a subjugar a fim de alimentar as nossas estruturas.

As consequências desta visão alternativa do mundo são trágicas e duradouras. O ambiente humano e o ambiente natural estão a deteriorar-se conjuntamente, e esta deterioração do planeta pesa sobre as pessoas mais vulneráveis. O impacto das mudanças climáticas repercute-se, antes de mais nada, sobre aqueles que vivem pobremente em cada ângulo do globo. O dever que temos de usar responsavelmente dos bens da terra implica o reconhecimento e o respeito por cada pessoa e por todas as criaturas vivas. O apelo e o desafio urgentes a cuidar da criação constituem um convite a toda a humanidade para trabalhar por um desenvolvimento sustentável e integral.

Por isso, unidos pela mesma preocupação com a criação de Deus e reconhecendo que a terra é um bem dado em comum, convidamos ardorosamente todas as pessoas de boa vontade a dedicar, no dia 1 de setembro, um tempo de oração pelo ambiente. Nesta ocasião, desejamos elevar uma ação de graças ao benévolo Criador pelo magnífico dom da criação e comprometer-nos a cuidar dele e preservá-lo para o bem das gerações futuras. Sabemos que, no fim de contas, é em vão que nos afadigamos, se o Senhor não estiver ao nosso lado (cf. Sal 126/127), se a oração não estiver no centro das nossas reflexões e celebrações. Na verdade, um dos objetivos da nossa oração é mudar o modo como percebemos o mundo, para mudar a forma como nos relacionamos com o mundo. O fim que nos propomos é ser audazes em abraçar, nos nossos estilos de vida, uma maior simplicidade e solidariedade.

A quantos ocupam uma posição de relevo em âmbito social, económico, político e cultural, dirigimos um apelo urgente a prestar responsavelmente ouvidos ao grito da terra e a cuidar das necessidades de quem está marginalizado, mas sobretudo a responder à súplica de tanta gente e apoiar o consenso global para que seja sanada a criação ferida. Estamos convencidos de que não poderá haver uma solução genuína e duradoura para o desafio da crise ecológica e das mudanças climáticas, sem uma resposta concertada e coletiva, sem uma responsabilidade compartilhada e capaz de prestar contas do seu agir, sem dar prioridade à solidariedade e ao serviço.

 

Do Vaticano e do Fanar, 1 de setembro de 2017.

Papa Francisco e Patriarca Ecuménico Bartolomeu

Mensagem do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude

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«O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas» (Lc 1, 49)

Queridos jovens!

Eis-nos de novo em caminho, depois do nosso encontro maravilhoso em Cracóvia, onde celebramos juntos a XXXI Jornada Mundial da Juventude e o Jubileu dos Jovens, no contexto do Ano Santo da Misericórdia. Deixamo-nos guiar por São João Paulo II e Santa Faustina Kowalska, apóstolos da misericórdia divina, para dar uma resposta concreta aos desafios do nosso tempo. Vivemos uma intensa experiência de fraternidade e alegria, e demos ao mundo um sinal de esperança; as bandeiras e as línguas diferentes não eram motivo de discórdia e divisão, mas ocasião para abrir as portas dos corações, para construir pontes.

No final da JMJ de Cracóvia, indiquei o próximo destino da nossa peregrinação que, com a ajuda de Deus, nos levará ao Panamá em 2019. Neste caminho, acompanhar-nos-á a Virgem Maria, Aquela que todas as gerações chamam bem-aventurada (cf. Lc 1, 48). O novo trecho do nosso itinerário liga-se ao anterior, que estava centrado nas Bem-aventuranças, mas impele-nos a avançar. Na realidade, tenho a peito que vós, jovens, possais caminhar, não só fazendo memória do passado, mas tendo também coragem no presente e esperança no futuro. Estas atitudes, sempre vivas na jovem Mulher de Nazaré, aparecem claramente expressas nos temas escolhidos para as próximas três JMJ. Neste ano (2017), refletiremos sobre a fé de Maria, quando disse no Magnificat: «O Todo-poderoso fez em Mim maravilhas» (Lc 1, 49). O tema do próximo ano (2018) – «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus» (Lc 1, 30) – far-nos-á meditar sobre a caridade, cheia de coragem, com que a Virgem acolheu o anúncio do anjo. A JMJ de 2019 inspirar-se-á nas palavras «Eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38), a resposta de Maria ao anjo, cheia de esperança. Ler mais…

CONSELHO GERAL DA CARITAS PORTUGUESA | Comunicado final

A Diocese de Lamego acolheu, nos dias 31 de março, 1 e 2 de abril de 2017, o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa. Estiveram representadas 18 Cáritas Diocesanas, das vinte que o constituem.

A sessão de abertura, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lamego e do Bispo da Diocese, tendo o primeiro realçado a ação da Cáritas de Lamego na cooperação com o município e D. António Couto sublinhado que a Cáritas terá de ser, em todas as circunstâncias e contextos, uma referência de esperança para os mais frágeis. Fez questão, ainda, de solicitar a todos os presentes que não se deixe cair no esquecimento as potencialidades das pessoas fragilizadas, na certeza de que todas terão riquezas humanas importantes para minorar a situação de exclusão social em que se encontram. D. António lançou ainda o desafio de que se procure fazer o exercício daquilo a que chamou (des)identidade. Recordando um depoimento do Papa Francisco, enquanto Arcebispo de Buenos Aires, que pedia aos colaboradores da Cáritas da sua diocese para que preocupação de reforçar a sua identidade pessoal e coletiva não ponham em causa a identidade do outro. Ler mais…

CENTENÁRIO DAS APARIÇÕES – algumas datas importantes

epa04975897 The image of Our Lady of Fatima passes by in the celebration of the anniversary of the Apparition of Our Lady of Fatima to the Three Shepherd Children on 12 and 13 October 1917, at the Shrine of Fatima, Portugal, 13 October 2015. EPA/PAULO CUNHA

Não sendo o mais importante, aqui fica a referência a pessoas, acontecimentos e datas que marcaram a história do Santuário de Nossa Senhora de Fátima, passados que estão quase cem anos das Aparições.

28/03/1907 – Nascimento de Lúcia de Jesus Santos;

11/06/1908 – Nascimento de Francisco Marto;

11/03/1910 – Nascimento de Jacinta Marto;

1916 – Aparições do Anjo;

13/05/1917 – Um domingo, primeira Aparição de Nossa Senhora, em Fátima. O acontecimento repete-se nos cinco meses seguintes, sempre na mesma data, excepto em Agosto, que foi no dia 19;

04/04/1919 – Morte de Francisco Marto. Os seus restos mortais serão transladados para a Basílica do Rosário a 13/02/1952;

18/04/1919 – Inaugurada a primeira Capelinha das Aparições que acolherá, um ano depois, a imagem de Nossa Senhora;

20/02/1920 – Morte de Jacinta Marto. Os restos mortais serão depositados na Basílica do Rosário a 01/05/1951;

06/03/1922 – Alguém dinamitou e destruiu a Capelinha das Aparições;

03/05/1922 – O bispo de Leiria inicia o processo de averiguações sobre os acontecimentos de Fátima;

13/10/1922 – Publica-se o primeiro número do jornal Voz de Fátima;

16/05/1926 – Surge a Pia União dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, aprovada pela Santa Sé em 13/03/1941;

13/10/1930 – Treze anos depois, D. José Alves Correia da Silva, bispo de Leiria, declara que “as visões das crianças na Cova da Iria” são dignas de crédito e é permitido oficialmente o culto a Nossa Senhora de Fátima;

18/02/1934 – Aparece a Pia União dos Cruzados de Fátima;

31/10/1942 – Bodas de Prata das Aparições. Pio XII consagra o mundo ao Imaculado Coração de Maria;

25/03/1948 – Depois de ter professado e vivido com as Irmãs Doroteias, a Ir, Lúcia entra no Carmelo de Coimbra, onde permanecerá até morrer;

Dez./1950 – A diocese de Leiria abriu os processos canónicos com vista à beatificação de Jacinta e Francisco;

07/07/1952 – Pio XII faz a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria;

07/10/1953 – Sagração da Basílica do Rosário. A primeira pedra havia sido benzida em 1928;

12/05/1964 – Bênção da Via Sacra e do Calvário Húngaro, nos Valinhos;

21/11/1964 – Paulo VI promete a Rosa de Oiro para o santuário de Fátima;

13/05/1967 – Cinquentenário das Aparições com a presença do Papa Paulo VI;

10/09/1972 – D. Alberto Cosme do Amaral, natural da nossa diocese (Touro, Vila Nova de Paiva), toma posse como bispo da diocese de Leiria;

13/05/1982 – Primeira visita do Papa João Paulo II, que voltará em 1991 e em 2000. Nesta visita inaugurará o Centro Pastoral Paulo VI e o espaço (alpendre) envolvente da Capelinha das Aparições;

13/05/1989 – João Paulo II reconhece a heroicidade das virtudes de Francisco e Jacinta e declara-os veneráveis;

13/05/2000 – Beatificação de Francisco e Jacinta;

Julho/2000 – A Santa Sé torna pública a chamada “terceira parte do segredo de Fátima”;

13/02/2005 – Morte da Ir. Lúcia, com 97 anos;

12/10/2007 – Sagração da Basílica da Santíssima Trindade;

13/02/2008 – Abertura do Processo de Beatificação da Irmã Lúcia;

13/05/2010 – Visita do Papa Bento XVI;

08/05/2016 – Sagrado o novo altar da esplanada, junto às escadas de acesso à Basílica do Rosário;

13/05/2017 – Centenário das Aparições, com a esperada presença do Papa Francisco.

JD, in Voz de Lamego, ano 87/10, n.º 4395, 17 de janeiro de 2017

Mensagem do Papa Francisco para o 50.º Dia Mundial da Paz 2017

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MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA A CELEBRAÇÃO DO 50.º DIA MUNDIAL DA PAZ

1 de janeiro de 2017

A não-violência: estilo de uma política para a paz

1. No início deste novo ano, formulo sinceros votos de paz aos povos e nações do mundo inteiro, aos chefes de Estado e de governo, bem como aos responsáveis das Comunidades Religiosas e das várias expressões da sociedade civil. Almejo paz a todo o homem, mulher, menino e menina, e rezo para que a imagem e semelhança de Deus em cada pessoa nos permitam reconhecer-nos mutuamente como dons sagrados com uma dignidade imensa. Sobretudo nas situações de conflito, respeitemos esta «dignidade mais profunda»[1]e façamos da não-violência ativa o nosso estilo de vida.

Esta é a Mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz. Na primeira, o Beato Papa Paulo VI dirigiu-se a todos os povos – e não só aos católicos – com palavras inequívocas: «Finalmente resulta, de forma claríssima, que a paz é a única e verdadeira linha do progresso humano (não as tensões de nacionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras duma falsa ordem civil)». Advertia contra o «perigo de crer que as controvérsias internacionais não se possam resolver pelas vias da razão, isto é, das negociações baseadas no direito, na justiça, na equidade, mas apenas pelas vias dissuasivas e devastadoras». Ao contrário, citando a Pacem in terris do seu antecessor São João XXIII, exaltava «o sentido e o amor da paz baseada na verdade, na justiça, na liberdade, no amor».[2] É impressionante a atualidade destas palavras, não menos importantes e prementes hoje do que há cinquenta anos. Ler mais…

Mensagem de D. António Couto ao Departamento da Família

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DEPARTAMENTO DIOCESANO DA PASTORAL DA FAMÍLIA

  1. Não posso deixar de me congratular com a constituição do Departamento Diocesano da Pastoral da Família, que aparece integrado na Comissão Diocesana do Laicado e Família. Este órgão de participação, comunhão e evangelização faltava na nossa Diocese.
  1. Alegro-me também porque as pessoas que integram este Departamento o fazem com clara determinação e luminoso entusiasmo, e acalentam o projeto belo e o sonho realizável de dar à família e às famílias da nossa Diocese o envolvimento necessário e o lugar eclesial que merecem e a que têm direito.
  1. Apelo, pois, a todos os párocos e agentes de pastoral das 223 paróquias da nossa Diocese que acarinhem este Departamento, acolham com alegria os seus apelos e projetos, e respondam e correspondam às suas solicitações e iniciativas. É de todos sabido que este órgão Diocesano vai precisar de implantação no chão dos nossos Arciprestados, Zonas Pastorais e Paróquias. Renovo, portanto, o meu apelo a que sejamos acolhedores e nos sintamos corresponsáveis e mobilizados para que esta sementinha acabada de nascer possa germinar, crescer, florescer e frutificar no chão da nossa Diocese.
  1. Enquanto esta rede se vai estendendo de paróquia em paróquia, de família em família, de mão em mão, eis já uma bela iniciativa, que temos o dever e a alegria de acolher e de abraçar. Trata-se da Oração pela Vida Nascente, que acontecerá no próximo Domingo, dia 27, às 17h00, na nossa Igreja Catedral. Desde Homero, séc. VIII a.C., que os seres humanos vêm sendo qualificados como «mortais». É chegada a altura, dando seguimento à sugestão de Hannah Arendt (1906-1975), filósofa alemã, de origem judaica, de os começarmos a qualificar como «natais», e de pautarmos por esta música toda a vida humana.
  1. Apoiemos, pois, esta bela iniciativa, que contará também com a Bênção das Grávidas e das figuras tradicionalmente usadas nos presépios.

Lamego, 20 de novembro de 2016, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

+ António, vosso bispo e irmão

in Voz de Lamego, ano 87/52, n.º 4388, 22 de novembro de 2016