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Entrevista com o Dr. Miguel Mota, Presidente da ESTGL

Dr. Miguel Mota, presidente da ESTGL, o polo académico de Lamego, conta-nos, um pouco mais sobre o polo universitário. Politécnico, situado bem no centro de Lamego, todos os anos traz novas caras à cidade, caras que, acabam esta fase do seu percurso académico com uma costela lamecense.

No final de mais um ano letivo é hora de analisar o que correu bem e ver o que se pode melhorar, sempre a pensar no melhor para os alunos. Em setembro começa mais um ano, 2021/2022 e o Dr. Miguel Mota conta-nos um pouco de tudo.

1 – Como começou esta caminhada e o que o levou a estar aqui, como presidente da ESTGL?

Foi no ano de 2008 que, como Professor Assistente Convidado, comecei a lecionar unidades curriculares na área de Matemática na ESTGL.

Encarei, à data, essa oportunidade como mais uma experiência profissional que, com toda a sinceridade, pensei ser temporária. A minha paixão pela academia, enquanto estudante, voltou a ser despertada e prendeu-me à ESTGL de corpo e alma, levando-me a fazer o doutoramento em Gestão para prosseguir a carreira de docente do Ensino Superior. Desempenhei, ao longo desta última década, vários cargos na Instituição nomeadamente: Diretor de Curso, Diretor de Departa mento, Coordenador do Empreendedorismo, membro do Conselho Técnico Científico,

Presidente do Conselho Pedagógico e membro do Conselho Académico do IPV. Em outubro de 2019 tomei posse como Presidente da Escola e, já neste ano, como elemento do Conselho Geral do IPV.

2 – Quais as licenciaturas que a ESTGL disponibiliza?

A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego iniciou as suas atividades no ano letivo de 2000/2001 com as licenciaturas de Gestão e Informática e Gestão Turística, Cultural e Patrimonial, sendo a oferta formativa para 2021/2022 assente em três grandes áreas, as tecnologias, a área social e a gestão, compostas por 7 Cursos Técnicos Superiores Profissionais, 6 Licenciaturas e 2 Mestrados. A ESTGL oferece os seguintes CTeSP: Informática Industrial; Intervenção Social e Comunitária; Gestão Comercial e Vendas; Integração de Sistemas e Serviços de Telecomunicações; Assessoria e Comunicação Organizacional; Enoturismo; Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação. Oferecemos, também, as seguintes licenciaturas: Gestão e Informática; Gestão Turística, Cultural e Patrimonial; Engenharia Informática e Telecomunicações; Serviço Social –regime diurno; Serviço Social – regime Pós-Laboral; Secretariado de Administração. Atualmente temos dois mestrados disponíveis o de Gestão de Organizações Sociais e de Gestão do Património Cultural e Desenvolvimento Local. A estreita ligação empresarial permite uma adaptação da oferta formativa às necessidades das organizações e dos negócios, da qual resulta uma constante inovação de programas e de metodologias de ensino ativo e de desenvolvimento profissional. Paralelamente à aprendizagem teórica, nas licenciaturas, desenvolvemos as competências transversais necessárias para um primeiro contacto com o mercado de trabalho ou para que os alunos prossigam os seus estudos.

Nos mestrados, preparamos profissionais especializados, por áreas funcionais vitais na Região. A ESTGL conta, este ano letivo, com cerca de 700 alunos provenientes de todo o território nacional e, também, alunos internacionais.

3 – Quais serão os desafios futuros para a ESTGL?

O principal desafio é o de projetar a ESTGL no território, implementando dinâmicas que permitam transmitir à comunidade que a Instituição é de todos e existe para servir as populações. O trabalho que temos desenvolvido pretende afirmar esta escola como uma escola de ensino politécnico de referência da região do Douro, desde Cinfães até Vila Nova de Foz Côa. Pretende-se que todos os concelhos, deste território sintam a ESTGL como a SUA ESCOLA de Ensino Superior. Na atual sociedade do conhecimento e perante um mercado altamente concorrencial e competitivo, a avaliação e classificação dos estabelecimentos de ensino superior é um imperativo a curto prazo, determinado pela capacidade de captação de estudantes, pela qualidade dos seus cursos, pela internacionalização e pela sua produção científica. A internacionalização é, de facto, uma aposta institucional, com a ligação a organizações e a instituições de ensino superior em Salamanca, em Ávila, em Valladolid, em Vigo, etc. Apesar trabalharmos principalmente com Espanha, neste momento, estamos a alargar e a estabelecer novas parcerias com a Bélgica, Polónia, Suíça e Lituânia.

As parcerias internacionais são, sem dúvida, uma exigência a nível académico, mas para nós é fundamental este estabelecimento de parcerias, assim como para os nossos alunos. A ESTGL, relativamente à sua oferta formativa, está a trabalhar, em cooperação com os seus parceiros (públicos e privados), na criação de novas formações em todas as nossas áreas de intervenção.

Na área das tecnologias, analisando o mercado e as necessidades dos nossos parceiros, criamos um novo Mestrado e um CTESP em parceria com a SOFTINSA. Este último vai ter a sua primeira edição já este ano letivo de 2021/2022, sendo uma inovação no que diz respeito às metodologias de ensino e aos apoios aos alunos.

Na área do turismo, a comunidade tem lançado vários desafios à nossa ESTGL que nos têm permitido ajudar a potenciar o desenvolvimento turístico regional através do Nosso Património. Destes de safios destacamos: A Rota das Catedrais (em fase de implementação pela CCDR-n e que inicia em Santiago de Compostela passando por Braga, Porto e a termina na nossa Sé de Lamego), A promoção do Távora-Varosa, O Caminho de Santiago (com duas rotas a passar pelo nosso território) e, por último, destacamos um trabalho, recentemente termina do, a Rota do Românico (cuja apresentação se realizou no dia 12 de julho). As novas for mações nesta área passam por pós-graduações direcionadas para a região do Douro e para o Turismo Gastronómico, sendo esta última um projeto a articular com a Escola de Hotelaria do Douro. A área Social continua a ser uma forte aposta da escola, com a licenciatura em Serviço Social, o CTESP de Intervenção Social e Comunitária, estando a preparar-nos para novas ofertas formativas nas Ciências Sociais e Humanas. Na área da Gestão continuamos a apostar nas formações existentes e a desenvolver novas, nomeadamente, mestrados, licenciaturas cuja lecionação esperamos iniciar no ano letivo 2022-23. Sendo uma região muito assente nos Serviços, será importante criar sinergias neste setor através de formação especializada.

O investimento na Investigação é uma prioridade. O investimento em atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) torna-se cada vez mais importante e essencial em instituições de ensino superior, assumindo-se como um complemento essencial à for mação, promovendo a criação de novos saberes científicos e tecnológicos, com potencial de transferência para a sociedade em geral. A aposta em projetos desenvolvidos por estudantes e docentes é uma premissa fundamental. Paralelamente à atividade letiva, a ESTGL deseja incrementar a organização de eventos de divulgação da escola, entre outros de carácter científico e pedagógico, destinados aos seus estudantes e à comunidade envolvente. Pretendemos, igualmente, continuar a promover iniciativas de índole cultural e o envolvimento da escola em ações culturais e sociais.

4 – Nesta situação pandémica, certamente surgiram novas dificuldades que obrigaram a inovar ou moldar os métodos de ensino. Como se adaptaram?

Efetivamente a situação pandémica obrigou um esforço suplementar por parte de todos, docentes, não docentes e alunos, a quem não podemos deixar de agradecer. A passagem de um regime presencial para o regime não presencial, numa primeira fase, implicou a necessidade de adaptação a novas metodologias de ensino, com recurso às novas tecnologias que muitos não dominavam (docentes e alunos). No entanto, este esforço foi conseguido, apesar das dificuldades. O retorno gradual às atividades letivas presenciais e os planos de contingência foram muito bem-sucedidos dada a colaboração de toda a comunidade.

5 – O polo universitário de Lamego está um pouco distante da sede do instituto politécnico de Viseu, considera que se sente mais a academia e que o facto de serem menos alunos permite uma maior proximidade com os mesmos?

Efetivamente a Família ESTGL, como é designada, carateriza-se pela proximidade entre estudantes, estudantes e docentes, estudantes e pessoal não docente. Esta situação facilita muito o processo ensino-aprendizagem pois permite ao estudante o acompanhamento contínuo dos conteúdos lecionados com um contacto direto com o território e as necessidades dos parceiros. No entanto, a proximidade com Viseu tem sido uma constante com o crescente empenho numa Instituição colaborativa e envolvente.

6 – Como são as relações com os restantes polos do instituto politécnico de Viseu?

O Instituto Politécnico de Viseu é composto por cinco unidades orgânicas que se complementam e que estão em plena sintonia.

O trabalho atual passa pela criação de sinergias e de ofertas formativas transversais, com um objetivo comum de afirmar o Instituto (Educação, Formação, Transferência do conhecimento) no Território. A relação entre as escolas do instituto é salutar.

7 – Lamego é uma cidade pequena, considera esse fator benéfico para que haja o espírito de entreajuda entre as várias instituições locais?

A ESTGL, ao localizar-se numa cidade interior, de pequena dimensão, efetivamente beneficia com este facto, pois torna-se dinamizadora do desenvolvimento deste território, em estreita colaboração com os atores regionais. Importa não esquecer que a ESTGL está localizada numa Comunidade Intermunicipal, CIM Douro, que conta com cerca de 200.000 habitantes e mui tas empresas e organizações. Todos, em conjunto, desempenham um papel fundamental na região, pelo que a entreajuda é fundamental para Lamego e o Douro se projetarem e afirmarem cada vez mais o seu Património (material e imaterial) no país e no mundo. Sabemos que os territórios de baixa densidade são persistentes e mais resilientes. A ESTGL, faz parte desta rede de persistência.

8 – Há muitos estudantes que deixam a sua terra para estudar em Lamego e uma integração rápida pode ser crucial para o sucesso académico. De que forma a ESTGL facilita a integração dos alunos?

A integração dos estudantes é fundamental para o sucesso académico. Lamego propicia essa situação, nomeadamente o saber receber próprio da região, a proximidade existente, todas as dinâmicas criadas para acolhimento dos novos estudantes, quer pela Associação de Estudantes, quer pelo projeto Mentores em Ação que está em fase de implementação e que ajuda neste processo de inclusão. A integração numa escola de menor dimensão é facilitada pela proximidade entre alunos, discentes e docentes e discentes e funcionários. Há muita familiaridade.

9 – Chegamos agora ao fim de mais um ano letivo, fazendo uma análise do mesmo, com certeza que há mais pontos positivos do que negativos. O que há a melhorar e o que se pode aprender com o ano transato?

A consciência das nossas limitações é algo fundamental para nos superarmos, ano após ano. O ano transato foi mais um ano marcado pela COVID-19, marcado pelo distanciamento físico que nos levou a pensar que a razão da nossa existência são os nossos alunos e que, independentemente das dificuldades é a eles que temos que chegar, são sempre a nossa prioridade. Assim, a afirmação da ESTGL no território nacional e internacional é algo prioritário para nós trabalharmos. Irmos ao encontro das necessidades do território, dos empregadores, … de forma a conseguirmos que os nossos estudantes tenham possibilidade de um futuro promissor é o nosso objetivo principal.

10 – Gostaria de deixar uma mensagem aos estudantes que estão perto de ingressar no ensino superior? Porque deveriam optar por estudar na ESTGL?

Basta dizer que a Família ESTGL está de braços abertos para vos receber. Efetivamente, possuímos uma diversidade de formações, em estreita relação com a região, permitindo um ensino prático de referência e com níveis de empregabilidade superiores a 85%.

Em Lamego os estudantes encontrarão segurança, convívio, uma receção muito pessoal numa cidade histórica inserida numa região ímpar- Douro. Estamos a trabalhar para são de escola de excelência.

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