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Andreia Gonçalves entrevista Ana Margarida, a caminho da Guiné

“Quando olhar para aqueles rostos, será para mim, o mais próximo que estarei de DEUS”

Ana Margarida, Costa, vive em Tabuaço, é licenciada em direito e, no início do próximo ano, vai desempenhar um novo papel na sua vida, o de voluntária numa escola, na Guiné Bissau. Mia Couto e Pedro Chagas Freitas são dois os escritores que mais admira e desta experiência trará certamente capítulos, também eles, cheios de amor para contar no livro da sua vida.

As motivações de uma jovem que acredita na humanidade, numa entrevista exclusiva à Voz de Lamego.

Entrevistada por: Andreia Gonçalves

Quem é a Ana Margarida?

Sou uma mulher comum, licenciada em direito, e gosto pelas coisas simples da vida. Como estar com os amigos, estar com a família, ler, sentir o vento na cara e fazer valer as minhas convicções para o bem da humanidade.

Desde quando sonha em fazer uma missão humanitária?

Desde os 14 anos, que sonho em fazer voluntariado, mas nunca imaginei para onde seria…. Agora, sei que será em janeiro e para a Guiné. Numa escola que conta com 800 alunos, com idades compreendidas entre os 3 e os 17, e cerca de 40 professores voluntários.

Prometi ao meu avô, que faleceu em 2009, que voltaria a Bissau, onde esteve na Guerra colonial, desta vez, para lhe fazer justiça. E fazer o bem, sem olhar a quem!

Como se processou tudo isto?

Senti, que não podia adiar mais esta minha vontade. Inscrevi-me numa instituição, sem fins lucrativos “PARA ONDE” e aí haveria muitas possibilidades. Eu optei por esta e sinto-me muito feliz com esta minha decisão.

Como recebeu a notícia de que em janeiro, poderia ir ajudar centenas de crianças, na Guiné?

Depois de enviar a minha carta de motivação, passei por outros “testes” e a partir daí sentiram que eu teria perfil para fazer este caminho.

O que acha que vai encontrar nesta missão na Guiné? Quanto tempo vai estar por lá?

A minha missão será de um mês, sei que vou encontrar sorrisos, muitas crianças, o mais próximo que existe do rosto de Deus, para mim.

Depois, não haverá água potável, eletricidade, mas num bairro, com 12 mil habitantes, apreenderei como eles conseguem viver, dia após dia. Afinal haverá sempre um luar para olhar a cada noite.

Vai levar consigo, para além da coragem e da bondade, uma mala cheia de material escolar e roupa que tanta falta faz a estas crianças.  O que mais precisa neste momento, tendo em conta que a viagem está quase aí à porta?

Vou levar uma mala, de 23 kg, com material escolar, e aceito a bondade de todos para a encher. pois aqueças crianças, não têm qualquer apoio e um simples lápis ou caneta valerá muito a pena. para além disso, borracha, marcadores, cadernos, pasta e escova de dentes, etc. Quanto à roupa, t-shirts e calções, roupa interior infantil, o mais leve possível. E assim farei o sol brilhar um pouco mais, quando chegar à Guiné, com ajuda de todos.

in Voz de Lamego, ano 90/01, n.º 4536, 26 de novembro de 2019

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