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Santo Agostinho, Padroeiro secundário da Diocese | Editorial

Vivemos em ambiente de festa na cidade, mas também na diocese.

O verão traz de volta à região familiares e amigos, espalhados pelo país e pelo mundo. As festas populares potenciam o reencontro, a atualização da história, das raízes e daquilo que vai acontecendo por cá e por lá. As invocações de Nossa Senhora referenciam muitas das festas. Marca inelutável, na cidade e na região, a Romaria de Portugal em honra de Nossa Senhora dos Remédios, com o seu ponto alto na solenidade do próximo dia 8 de setembro.

Hoje, 28 de agosto, a Igreja celebra (também) a memória litúrgica de Santo Agostinho, Padroeiro Secundário da nossa Diocese. Os padroeiros são escolhidos pelo testemunho de vida, devoção de uma pessoa ou de uma comunidade, com o propósito de intercessão junto de Deus e exemplo a seguir. Só assim se justifica serem padroeiros, patronos, pais!

São Sebastião é o Padroeiro (principal) da Diocese de Lamego, que escolheu um segundo Padroeiro, Santo Agostinho, pela relevância da sua reflexão teológica, pelos seus ensinamentos que nos ajudam a acolher melhor o Evangelho, para sermos mais fiéis a Jesus Cristo.

Agostinho de Hipona, nasceu em Tagaste, a 13 de novembro de 354. Foi bispo, escritor, teólogo, filósofo, é (re)conhecido como o Doutor da Graça. É uma das figuras mais importantes da história da Igreja.

Aos 11 anos de idade foi enviado para uma escola, em Madaura, familiarizando-se com a literatura latina, e com as práticas e crenças pagãs. E aos 17 anos, o pai, enviou-o para Cartago, para aí continuar a sua educação na retórica.

Em jovem, juntou-se a uma mulher, de quem teve um filho, Adeodato, vivendo segundo as práticas pagãs. Entretanto, foi para Milão, onde viria a mudar de vida. Santo Ambrósio, Bispo de Milão, de quem Santa Mónica tomava conselhos, teve uma influência decisiva na sua conversão. Nesse tempo, Agostinho mandou a amada de volta para a África e deveria esperar dois anos para contrair casamento legal, mas não esperou, ligando-se a uma segunda concubina.

Durante o Verão de 386, leu um relato da vida de Santo Antão e de Santo Atanásio de Alexandria, deixando-se inspirar por eles. Um dia, enquanto passeava nos seus jardins, ouviu uma voz: “Tolle, lege”; “tolle, lege“, ou seja, “toma e lê”. Abriu a Bíblia ao acaso e leu a passagem de Romanos 13,13-14: nada de comezainas e bebedeiras, nada de devassidão e libertinagens, nada de discórdias e invejas. Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.

Na Vigília Pascal de 387, fez-se batizar, por Santo Ambrósio, juntamente com o filho. Regressou a África. No caminho a mãe morreu e pouco tempo depois o filho. Vendeu o património e distribuiu pelos pobres. Foi ordenado sacerdote em 391 e em 396 eleito bispo coadjutor de Hipona, donde se tornou Bispo pouco tempo depois.

Morreu em 430, pelo dia 28 de agosto.

Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 88/37, n.º 4474, 28 de agosto de 2018