CELEBRAR E DEFENDER | Editorial Voz de Lamego | 3 de abril de 2018
CELEBRAR E DEFENDER
Os cristãos vivem, todos os anos, a alegria de ouvir o relato, “Jesus, crucificado sob Pôncio Pilatos, está vivo”, e celebram a grande festa da Páscoa, fundamento da nossa fé, das nossas práticas, orações e tomadas de posição sobre as grandes questões da vida.
Cristo levantou-se do túmulo onde fora depositado e saiu para inaugurar um mundo novo. A festa da vida que triunfa da morte, do amor que se oferece, livre e gratuitamente, a todos.
Viver a Páscoa é celebrar um amor mais forte que a morte, que vence o ódio e abre a via do perdão, que aprisiona a mentira e o egoísmo e abre caminhos de vida.
Mais do que uma história bela, pois há nela a condenação injusta e a crueldade da crucifixão, é uma história verdadeira, testemunhada por homens e mulheres que acreditaram em Jesus ao ponto de se tornarem Seus discípulos. Uma história verdadeira com origem em Deus e no seu amor pela humanidade. O amor é o segredo: não pode morrer.
O túmulo vazio e aberto convida a entrar e a confiar, apesar das dúvidas e limites, oferecendo novas razões para esperar. Em Jesus, a morte vencida dá um sentido à vida. Com Deus nenhum medo pode ter a última palavra, mesmo se as circunstâncias mostram o contrário. Deus ultrapassa os nossos medos. Somos discípulos da vida mais forte que a morte.
Acreditamos nesta vida que vem de Deus, nesta vida tantas vezes maltratada, ameaçada e nem sempre defendida e promovida (conflitos, interesses, legislação…).
A Ressurreição oferece-nos a contemplação da vida nova. Uma vida que Deus nos confia e que deve ser assumida, tomada em mãos e cuidada.
Celebrar a Ressurreição é também defender a vida, a própria e a dos outros, em todo o tempo e lugar.
Pe. Joaquim Dionísio, in Voz de Lamego, ano 88/18, n.º 4455, 3 de abril de 2018