Um reparo: resultados eleitorais
Os eleitores foram às urnas de voto e escolheram os responsáveis pelo poder local para os próximos quatro anos. Se a alguns foi renovada a confiança para permanecerem nos cargos, a outros foi dada a possibilidade de concretizar promessas feitas, numa natural rotatividade democrática. E isso aconteceu um pouco por todo o lado.
Na cidade de Lamego, das cinco candidaturas à presidência do Município, apenas três delas foram contempladas com lugares na Vereação: 3 lugares para a lista vencedora, cujo candidato era apoiado pelo PS, dois lugares para a lista do candidato do PPD/PSD e dois para a lista da coligação CDS-PP/PPM.
Tais resultados não deram maioria absoluta ao vencedor, o que deixa antever negociações ou possíveis coligações, senão permanentes pelo menos pontuais, para determinadas decisões e aprovações. Se tal situação aparenta contratempo para quem anseia decidir rápido, a verdade é que a busca de consensos pode beneficiar um leque mais alargado de propostas e de destinatários.
De notar ainda que a abstenção diminuiu entre nós, acompanhando a tendência nacional. Por outro lado, comparando os dados de 2017 com os de 2013, constata-se a diminuição de eleitores inscritos em todos os concelhos, o que quantifica a crescente e sentida desertificação das nossas terras.
A nível nacional muito se falou dos resultados nas grandes cidades, o que pode levar a pensar que o nosso país se resume a meia dúzia de quilómetros quadrados ou que determinados candidatos e munícipes serão mais importantes que outros.
A política, no seu verdadeiro sentido, é a arte de servir o bem comum. Muito longe, por isso, dos jogos, interesses particulares ou influências que, às vezes, a caracterizam de forma imprópria e negativa.
Louvamos todos quantos, nas nossas aldeias, vilas e cidades se disponibilizaram para servir a causa pública e se apresentaram com sugestões e ideias.
JD, in Voz de Lamego, ano 87/45, n.º 4430, 3 de outubro 2017