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Um reparo: as eleições
O período de campanha eleitoral para as eleições autárquicas iniciou-se, oficialmente, ontem, o que nos recorda que estamos a poucos dias de eleger os responsáveis autárquicos dos próximos quatro anos.
Apesar dos debates televisivos não contemplarem meios pequenos como os nossos, os eleitores têm facilidade em conhecer os candidatos, as suas ideias e propostas. Desde há várias semanas que, nas ruas, em locais de passagem, nas caixas de correio, em encontros alargados ou convívios partidários os candidatos se mostram e procuram cativar a atenção dos eleitores.
A diversidade de candidaturas é um sinal da democracia em que vivemos e a serenidade com que todo o processo é encarado mostra maturidade e cultura democráticas. No entanto, em ambientes pequenos como são as nossas aldeias, nem sempre os tempos que se seguem à disputa eleitoral trazem normalidade: a pertença a listas diferentes pode originar e alimentar divisões, com consequências na vida familiar e, até, paroquial!
Lamego tem quatro candidatos, apoiados pelas respectivas listas, a concorrer à presidência da autarquia. Vamos ver como se dividem os votos e como se repartem os mandatos.
No dia um de outubro, à noite, alguns estarão a festejar, outros procurarão perceber o que falhou; uns serão felicitados, outros confortados; uns terão o sorriso próprio dos vencedores, outros o semblante dos vencidos; uns começarão a estabelecer contactos e a agendar iniciativas, outros retomarão as suas ocupações habituais…
Em democracia, os eleitores escolhem livremente e se a glória coroa os vencedores, também a honra é devida aos menos votados. Porque se apresentaram, defenderam um projecto e se disponibilizaram para servir a “coisa pública”.
No imediato, os candidatos aspiram à vitória, mas importa saber que só o serviço que vierem a prestar os tornará verdadeiros vencedores.
JD, in Voz de Lamego, ano 87/43, n.º 4428, 19 de setembro 2017