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Archive for 13/09/2017

António Francisco dos Santos | 1948-2017

Morreu o bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos

O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, morreu ontem, dia 11 de setembro, aos 69 anos. Segundo informações publicadas, D. António foi vítima de “um ataque cardíaco fulminante”, na Casa Episcopal, onde residia.

D. António Francisco dos Santos completou 69 anos recentemente, a 29 de Agosto. Estava na diocese do Porto desde Fevereiro de 2014, quando sucedeu a D. Manuel Clemente. Quem o conhecia, destaca a bondade e o seu empenho na denúncia das desigualdades sociais e económicas.

Na sua primeira homilia como bispo do Porto, em 2014, disse: “Os pobres não podem esperar”. Na última, este sábado, em Fátima, defendeu a construção de uma “igreja bela, como uma casa de família”.

De Cinfães ao Porto

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SENTIDO CONVITE | Editorial Voz de Lamego | 12 de setembro

A Edição da Voz de Lamego desta semana foi surpreendida pela morte de D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto, natural de Tendais, Cinfães, da nossa Diocese de Lamego. Quando o Jornal Diocesana já estava bem alinhado, a notícia que deixou abalados aqueles que o conheciam e se se cruzaram com ele, mas o próprio país. Nesta edição, tornou-se um tema importantíssimo. Outro tema: a Festa de Nossa Senhora dos Remédios.

Mas há muitas outras notícias e muitos motivos para ler a Voz de Lamego. Comecemos pelo Editorial, do Pe. Joaquim Dionísio

SENTIDO CONVITE

As gentes de Gosende celebraram, no primeiro domingo de setembro, a festa em honra de Nossa Senhora do Fojo. E foram centenas os que se juntaram naquele descampado do Montemuro para louvar a Deus e honrar Maria, conviver com familiares e amigos, cumprir tradições ou passar pelas tendas dos feirantes, sempre atentos para que nada falte!

No final da Eucaristia campal, e já a caminho da capela, umas senhoras transportavam uma grande panela. E logo se ouviu alguém: “como combinado, o arroz já aqui está, Sr. Padre, e sem atraso!”.

Já na sacristia, o pároco, Pe. Diogo Filipe, informou que o arroz era para distribuir pelas gentes que tinha convidado para o almoço, no salão. E acrescentou que as fêveras já deveriam estar a caminho, encomendadas às diversas tendas de comes e bebes presentes. E rematou: “o Papa instituiu o Dia do Pobre, lá para outubro, mas nós já vamos faze-lo hoje!”

Tal como em Gosende e tal como com este pároco, haverá, noutros lugares e com outros protagonistas, iniciativas semelhantes. Mas aqui o destaque vai também para a data: num dia de festa familiar e comunitária, com visitantes de longe e de perto que rezam, convivem, compram e comem… alguém se lembrou daqueles que, nestes dias, quase não se vêem.

No meio de tanta gente e de tantas coisas, os mais pobres tiveram um lugar à mesa e um prato cheio. Talvez tenham tido, no dia seguinte, pratos mais vazios em suas casas, mas naquele dia fizeram festa e deram mais sentido à festa de quem os acolheu.

No meio de tantos dias “disto e daquilo”, o Dia do Pobre deveria ocupar a primazia e desaparecer rapidamente. Seria sinal de que as pessoas estão primeiro e que a sociedade se mobilizou para o esvaziar.

in Voz de Lamego, ano 87/42, n.º 4427, 12 de setembro 2017