Contas de Rezar | de um terço do douro para o mundo
EXPOSIÇÃO NO MUSEU DIOCESANO DE LAMEGO
A exposição “Contas de Rezar”, da autoria da Engenheira e Professora Universitária Júlia Lourenço, foi inaugurada no dia 1 de Setembro, pelas 18h no Museu Diocesano de Lamego.
Júlia Lourenço sempre teve uma paixão por terços e a sua coleção começou com uma oferta especial em 1993. Após D. Lucília Lobo, então Presidente da Junta do Pinhão, ter oferecido a Júlia Lourenço uma caixa de prata contendo o terço em filigrana de prata que tinha pertencido ao seu pai (tendo sido este o primeiro presidente da Junta de Freguesia do Pinhão), mal sabia Júlia Lourenço que estava a dar início a uma coleção que atualmente contém mais mil e quinhentos terços, rosários e contas de rezar das mais variadas tradições religiosas. “Na altura é óbvio que não queria aceitar este presente, porque era uma jóia de família, e não fazia sentido. Mas a filha dele insistiu e eu senti-me obrigada a aceitar. A partir do momento em que aceitei o que ela me estava a propor, ficar com aquela jóia de família, achei que tinha de fazer alguma coisa com isso”, explicou Júlia Lourenço.
No início, apenas foi comprando terços católicos semelhantes ao primeiro. Depois a sua coleção foi aumentando através de compras e de diversas doações e ofertas de terços não só católicos mas também hindus, budistas e ortodoxos. Ao longo da sua carreira na Universidade do Minho, a colecionadora visitou vários continentes, tendo adquirido diversos exemplares de valor artístico em países tão distantes como o Nepal ou a China. A propósito disto, Júlia Lourenço cita “Viajar muito, por razões profissionais, abriu outras portas. Acho que foi quando visitei o Nepal que me apercebi que também existem belíssimos contas de rezar budistas. E a partir daí, alarguei a coleção a outras religiões como a religião budista, hindu e também ortodoxa. Acabando por ganhar família um pouco por todo o mundo…”
Sendo assim, a origem destas exposições “Contas de Rezar” tem uma história bastante interessante com mais de 20 anos de diversas vivências da sua vida. A primeira exposição da professora foi uma exposição privada, juntando familiares e amigos, em que puderam observar os mais de 100 terços católicos e cerca de 20 não católicos que foi adquirindo pessoalmente. Após esta exposição privada, em 2012, Júlia Lourenço desejava realizar a sua primeira exposição pública no Pinhão, mas devido a vários condicionalismos a mesma não foi possível. Mas, como se costuma dizer, “Há males que vêm por bem!” e assim aconteceu.
O objetivo de Júlia Lourenço é que a sua coleção chegue aos cinco mil exemplares, de modo a chegar a um record mundial pois “Quem sabe, talvez esta coleção se junte ao restante património português pela qual somos conhecidos lá fora (os Fs de Portugal: Fado, Futebol, Família e Fátima!) ” e com certeza que o seu desejo se concretizará no futuro.
O Museu Diocesano de Lamego conta consigo de terça a domingo das 9h às 13h e das 14h às 18h, venha fazer-nos uma visita!
Letícia Mendonça Branco, Museu Diocesano de Lamego
in Voz de Lamego, ano 87/41, n.º 4426, 5 de setembro 2017