SEMANA DA VIDA – 14 a 21 de Maio de 2017
A Nota Pastoral “A Família e a Vida”, de 1 de Maio de 1994, refere que João Paulo II, aquando do encerramento do Sínodo da Europa, em 1991, propôs que, em todos os países do mundo, a Igreja promovesse a celebração de um Dia ou uma Semana da Vida, todos os anos.
Os Bispos portugueses, em resposta a este apelo, decidiram, em Ano Internacional da Família – 1994 – instituir a Semana da Vida, na terceira semana de Maio, o que aconteceu, pela primeira vez, de 15 a 22 de Maio de 1994, e se tem repetido todos os anos, sob a organização da Comissão Episcopal competente para a área da Família.
Em 25 de Março de 1995, João Paulo II, publicou a Carta Encíclica “Evangelho da Vida – sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana”, tendo explicitado aí o objectivo da celebração da Semana da Vida: “suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos e condições, concentrando a atenção de modo especial na gravidade do aborto e da eutanásia, sem contudo menosprezar os outros momentos e aspectos da vida…». (EV, 85)
A Semana da Vida tem lugar na semana em que ocorre o Dia Internacional da Família – 15 de Maio – e vai do domingo anterior ao domingo seguinte. Neste ano decorrerá, portanto, de 14 a 21 de Maio.
No ano em que a Igreja de Portugal celebra o Centenário das Aparições, em Fátima, também a Semana da Vida estará naturalmente – bem – marcada por esta dimensão e rosto mariano da nossa Fé: Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, tem tudo para ensinar-nos como cuidarmos da Vida que nos é dada e confiada. Toda a vida e a vida toda.
Vivemos, na sociedade portuguesa, algumas dificuldades e tensões, no que diz respeito à Vida: a questão do aborto e a questão da eutanásia, de maneira mais evidente, mas também muitas outras ameaças à qualidade da Vida e à Vida com qualidade.
Esta Semana da Vida quer ser – cada vez mais – um “tempo oportuno” para agradecermos a vida, defendermos a vida, aprendermos a cuidar dela e aprofundar o convite a encontrar em Deus, fonte de toda a Vida, o sentido maior e inalienável e sagrado da vida de cada pessoa, desde a sua conceção até ao momento da morte, neste mundo.
Talvez não seja descabido dizer que, hoje, agora, é cada um de nós, cada uma das nossas comunidades cristãs que tem de assumir a mesma missão de sempre: “fazer brilhar em todo o seu esplendor a vontade salvífica de Deus, uma bênção que revela a extensão da sua ternura a todas as criaturas”.
Partindo, de maneira evidente, da Exortação ‘A Alegria do Amor’ – mas também das Catequeses do Papa Francisco, o Departamento Nacional da Pastoral Familiar propõe dedicar cada dia da semana a uma “idade da vida”, a uma situação concreta familiar. Propõe a meditação dos mistérios do Rosário, que nos fazem entrar em comunhão com Aquele que é a Vida e Vida abundante, para sermos, também nós, seus discípulos, anunciadores e testemunhos dessa Vida.
Cada lugar/comunidade encontrará a melhor maneira de o concretizar, de o pôr em prática, seja convidando alguém – filhos, pais, avós… – para dar um breve testemunho, no início ou final da oração do Terço, seja convidando alguns da comunidade a visitar algumas famílias em situações concretas.
O Departamento Nacional da Pastoral Familiar produziu um guião, já remetido a todas as paróquias da Diocese. Está também disponível no sítio da Comissão Episcopal do Laicado e Família ( http://www.leigos.pt/pdf/guiao-sv2017.pdf ). É um bom ponto de partida, uma “proposta mínima” para permitir toda a criatividade em cada lugar, complementar a outras iniciativas eventualmente já tomadas, neste mês de maio, no âmbito das comemorações do Centenário das Aparições.
Não “estamos autorizados” a passar ao lado desta Semana da Vida, e devemos mesmo empenhar-nos em dar-lhe a adequada relevância.
Desejamos a todos uma boa Semana da Vida!
Pelo Departamento Diocesano da Pastoral Familiar
in Voz de Lamego, ano 87/26, n.º 4411, 9 de maio de 2017