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Semana Santa: seguindo o único Senhor da nossa vida

As celebrações da Semana Santa congregam muitos fiéis e marcam o ritmo das nossas comunidades. Também a Sé foi espaço de encontro para a vivência crente destes dias, sob a presidência do nosso bispo, D. António Couto, e com a presença de D. Jacinto Botelho, nosso bispo emérito, de muitos fiéis leigos, de sacerdotes, diáconos, seminaristas, bem como do Coro da Catedral. Aqui ficam algumas palavras e imagens desses dias.

Seguir o Senhor e Servir os irmãos

O centro da manhã de Quinta-feira Santa é a Missa Crismal, celebração que congrega o presbitério diocesano à volta do seu Bispo, renovando as promessas sacerdotais, e em que é consagrado o Óleo do Crisma e são benzidos os Óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos.

A Eucaristia teve início às 10h e contou com cerca de oitenta sacerdotes. No início da celebração, o responsável pelo Departamento da Pastoral Vocacional, Pe. José Miguel Loureiro, recordou os sacerdotes falecidos ao longo do último ano, bem como os que estão doentes. Depois apresentou aqueles que vivem em 2017 o seu jubileu sacerdotal de 25 anos, Padres Abel Rodrigues da Costa e João Carlos Costa Morgado, e de 50 anos, Padre Artur Fernando Mergulhão. Neste caso, não deixou de evocar a memória de outros dois sacerdotes que, se estivem entre nós, também comemorariam 50 anos de sacerdócio: Padres Sá Couto João Crisóstomo.

Na homilia, D. António Couto falou do Senhor Jesus Cristo vivo que caminha connosco e que nos unge, nos ocupa e nos enche, convidando os sacerdotes a deixarem-se guiar e inspirar por Ele, imitando-o nas suas opções e seguindo-o nas suas preferências. “Jesus Cristo é a única realidade que pode encher os nossos olhos e corações”. E deixou um convite/apelo ao seu presbitério: “Não tenhamos medo de queimar as mãos e o coração”.

No final da celebração, os sacerdotes juntaram-se no Seminário Maior para o habitual almoço, durante o qual os sacerdotes jubilados receberam, da diocese, uma Bênção Apostólica do Papa Francisco e deixaram algumas palavras sobre a sua vocação e missão.

Amou-os até ao fim

A celebração da tarde (17h) voltou a congregar um grande grupo, na Sé, para a Missa Vespertina da Ceia do Senhor, com a qual se inicia o Tríduo Pascal da morte, sepultura e ressurreição do Senhor.

São João dá a chave de tudo o que vivemos: “Amou-os até ao fim”. Desta fonte que é o amor brotam gestos: a reunião para a Ceia, o lava-pés, o pão entregue, o mandamento novo, o sacramento. O tom é de despedida e de últimas recomendações. Não há tempo para floreados; só para deixar claro o essencial, o que é novo, o que distingue os amigos do Senhor, agora e para sempre: “Por isto reconhecereis que sois meus amigos: se vos amardes uns aos outros”.

Com o lava-pés estabelece-se um novo tipo de relação: a entrega, o serviço, a ruptura de barreira de classes. Viver o Evangelho hoje não é inventar nada, é pôr em prática os sinais do serviço. A vida prolonga-se na entrega, não na sua reserva para proveito pessoal.

O Senhor preside a esta ceia e a todas as ceias e nós somos convidados a participar de coração aberto e disponível, abrindo as mãos e assumindo a missão de servos que estão atentos para servir. Estamos à volta da mesa onde não cabe a negação, o não ou a traição. Tudo nos é dado, tal como “cálice da bênção”, que Cristo recebe de Deus e nos oferece depois. E é neste contexto que nos acercamos do lava-pés, algo de novo, em que o amor de Jesus quer unir a nossa vida à d’Ele. E participar na vida de Jesus é dar a vida por todos, por amor e para sempre.

À noite, a partir das 21h30, algumas das ruas da cidade foram percorridas e vários locais de culto visitados pelos participantes na “procissão das sete bandeiras”.

O único Senhor da nossa vida

O facto de ser feriado possibilita a muitos a viagem até às suas terras e o contacto com as suas gentes e as suas tradições. Neste dia, na cidade, também se viram muitos turistas, favorecidos pelo calor que se fazia sentir.

Neste dia não há Eucaristia, mas somos convidados a participar noutras celebrações: o silêncio contemplativo e orante, o jejum, a oração, as devoções tradicionais, sobretudo as que ajudam a meditar o mistério da cruz, elemento central neste dia.

O silêncio favorece a escuta da Palavra, a proclamação da oração universal, a adoração da Cruz e a comunhão.

Ao longo da celebração, D. António Couto foi repetindo a afirmação de que este era o dia da paixão do único Senhor da nossa vida, convidando todos a assumirem-se como discípulos sem medo e testemunhas singulares no hoje que acontece.

À noite viveu-se a habitual procissão do Senhor Morto.

Hora da nova criação

Não é a missa vespertina de todos os sábados! É a Vigília Pascal: vigília de oração, de espera, de cumprimento de promessas. Tudo começa de novo. É a hora da nova criação. É a hora do Homem novo, nascido da água e pelo Espírito.

A novidade da Vigília não é a Eucaristia, mas as realidades que a precedem: o ritual do fogo e o pregão pascal; as leituras que condensam a acção de Deus ao longo da história da salvação com a entoação do hino pascal – o aleluia; o rito da água baptismal que tem sentido depois da proclamação do relato da ressurreição. Mas o que é novo não deve deixar em segundo plano o que é importante: a Eucaristia memorial da morte e ressurreição do Senhor.

O adro da Sé foi o espaço escolhido para o primeiro momento da Vigília Pascal. À volta da fogueira, o nosso bispo benzeu o lume novo e preparou o Círio pascal, dando início à “mãe de todas as vigílias”. E foi já iluminados e guiados pela luz de Cristo que os fiéis entraram no templo e escutaram o Precónio pascal, cantado pelo Cón. Joaquim Assunção. Em seguida, a proclamação da Palavra de Deus, com textos diversos, a recordarem a história da salvação, o amor de Deus que age em favor das suas criaturas.

A homilia seguiu a “avenida das Escrituras” percorrida por todos, onde o sim de Deus e o seu amor para sempre e sem medida espera o sim comprometido de cada um de nós.

Neste dia não houve baptismos, mas a água baptismal foi derramada sobre todos, antecedida da renovação das promessas baptismais.

JD, in Voz de Lamego, ano 87/23, n.º 4408, 18 de abril de 2017

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