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CAMINHADA QUARESMA-PÁSCOA | DOMINGO DA RESSURREIÇÃO
Percorrido um caminho de dor, de paixão e de morte, eis que nos chega a luz gloriosa da vida. Aquela Vida que o passar do tempo não esgota; aquela Vida que o mundo não consegue reter em si; aquela Vida que é apenas aurora e não conhece mais ocaso.
A palavra Ressurreição, que deve ser colocada na Cruz, grita alto a derrota da morte; denuncia o arrombamento do túmulo; prefigura a destruição das trevas; anuncia a vitória da cruz; aponta o caminho da luz; assegura o encontro com a Paz.
DOMINGO DE PÁSCOA |
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Preparação: |
Revestir a cruz com flores brancas e colocá-la na posição vertical, de forma a continuar visível a todos. |
Momentos da Eucaristia: |
– Se houver vigília pascal, a parte branca da cruz deve ser virada para a frente, no momento do Glória.
– Se não houver vigília pascal, no domingo, deve virar-se a parte branca cruz para a frente ao inicio da Eucaristia. |
Gesto: |
– Durante o Glória colar a palavra Ressurreição. |
Pe. Diamantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 87/22, n.º 4407, 11 de abril de 2017
Tragédia em fábrica de pirotecnia na freguesia da Penajóia
Há oito dias atrás, ao final da tarde do dia 4, no alto da freguesia de Penajóia, nas imediações de Avões, concelho de Lamego, um rebentamento ecoou em toda a região. O movimento dos carros de socorro fazia antever algo de muito grave, o que se confirmou rapidamente: um acidente na oficina de pirotecnia. Os meios de comunicação acorreram e rapidamente o país e o mundo se foram inteirando do sucedido: por razões ainda não apuradas, as instalações foram totalmente destruídas, causando a morte às oito pessoas que ali laboravam: o proprietário, uma filha, dois genros, uma sobrinha e três outros funcionários. Os restos mortais das vítimas continuam no Instituto de Medicina Legar do Porto.
A família do proprietário, oriunda da zona de residia na povoação vizinha de Ferreiros, para onde viera aquando da aquisição da oficina de pirotecnia. Entre os funcionários falecidos, um era natural da freguesia vizinha de Barrô.
D. António Couto, bispo de Lamego, endereçou uma mensagem aos familiares das vítimas mortais, a quem visitou na manhã seguinte, acompanhado pelo pároco de Ferreiros, Pe. Joaquim Silvestre.
Também nesse dia, mas mais tarde, passou pelo local e encontrou-se com os familiares enlutados o Presidente da República, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Entretanto, as populações locais já começaram a movimentar-se visando socorrer os familiares das vítimas, nomeadamente através de angariação de verbas, enquanto se aguardam decisões e apoios das seguradoras.
O nosso jornal associa-se à dor dos que mais sentem e choram a perda dos seus entes queridos, disponibilizando-se para divulgar acções e iniciativas que visem auxiliar estas famílias.
JD, in Voz de Lamego, ano 87/22, n.º 4407, 11 de abril de 2017
CRUCIFICADO BELO | Editorial Voz de Lamego | 11 de abril de 2017
Semana Santa, Semana Maior da nossa fé cristã, celebração da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, a edição desta semana da Voz de Lamego dá amplo destaque a este mistério cristão, com textos, notícias e reflexões, sem descurar outras temáticas tais como a Visita Pastoral de D. António em Freigil e São Romão ou o acidente pirotécnico na Penajóia. O Editorial, do Pe. Joaquim Dionísio, Diretor da Voz de Lamego, fixa na beleza da crucifixão, enquanto expressão de entrega, de amor e solidariedade de Jesus pela humanidade. E por aqui começamos a leitura:
CRUCIFICADO BELO
A visão do Senhor crucificado acompanha o cristão na sua peregrinação e contribui, decisivamente, para manter viva a gratidão diante de Deus, ao mesmo tempo que o desinstala e impele a corresponder a tamanho amor.
Porque a cruz, símbolo do sofrimento e da morte, não é, em Jesus Cristo, sinónimo de derrota, de fraqueza ou de abandono do Pai, mas de amor e de solidariedade ímpares pela humanidade. Ao aceitar a cruz, consciente e voluntariamente, Cristo toma-nos consigo, na sua morte e ressurreição, e conduz-nos a ultrapassar os nossos medos e receios para nos abrir à Vida.
Por isso falamos do “bom Deus”. Mas também do “Deus belo”. Porque no sofrimento da cruz, o Crucificado nos mostra a beleza de Deus.
Se tantas vezes falamos na beleza de um gesto, porque não falar da beleza da Paixão? Uma beleza que brota de um íntimo que é amor e de uma vontade vivificadora, capaz de despertar sentimentos de admiração, de grandeza, de nobreza, de perfeição. Muito diferente daquela beleza que, sendo apenas exterior, se obtém com disfarces artificiais. A nossa mãe, mesmo com rugas, será sempre bela, porque nos deu a vida!
O dom que Cristo faz de si mesmo manifesta a Sua glória e esta glória, a beleza luminosa de Deus, deveria falar-nos ao coração. E porque será que não sublinhamos devidamente esta realidade? Sem dúvida porque, para perceber o que é belo, se exige uma abertura interior à beleza. E esta abertura é um dom do Espírito Santo.
Ser cristão não se explica… vive-se. No fundo, trata-se de fazer a experiência de um encontro, de uma certeza de que toda a beleza do mundo se encontra na cruz e que ela nos preenche de uma graça indizível.
E esta graça torna belo.
in Voz de Lamego, ano 87/22, n.º 4407, 11 de abril de 2017