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Visita Pastoral de D. António Couto na Paróquia de Alvarenga
A Paróquia de Santa Cruz de Alvarenga recebeu, na primeira semana de Fevereiro, a Visita Pastoral do Senhor Bispo de Lamego, que cumpriu, em quatro dias, o programa que fora estabelecido com o Pároco, Sr. Pe. Jorge Henrique Gomes Saraiva. Nem a meteorologia adversa, com ventos fortes, muita chuva e frio rigoroso, interferiu no programa.
No dia 1, encontrou-se com os vizinhos das capelas e locais de culto mais frequentados: Bustelo, Várzeas, Santo António, Pade e Igreja Paroquial. Ali orou com o povo e manteve com ele interessantes contactos em ameno tom coloquial, lembrando que Deus nos surpreende também hoje no presente. Deus vela, acordado, sobre o tempo e suas mudanças, não muito longe de nós, não no Céu acima das nuvens e atrás das estrelas, mas aqui no Sacrário da nossa Igreja – sublinhou o Sr. D. António, apontando com ambos os braços para o centro do Altar-Mór. Ler mais…
Desumanização e comodidade | Editorial Voz de Lamego | 7.02.2017
Na ordem do dia, a temática da Eutanásia. A Voz de Lamego destaca o tema na primeira página, mas também no interior. No Editorial, o Pe. Joaquim Dionísio reflete sobre esta temática, com os riscos envolvidos, com o seguidismo de alguns face a outros países, introduzindo um assunto para eventualmente ter mais um tempo de antena, acentuando-se a perda de valores e de referências, numa sociedade capaz de matar crianças por nascer e anciãos, muitas vezes por mera questão de comodidade.
DESUMANIZAÇÃO E COMODIDADE
O debate sobre a eutanásia estava prometido e era esperado, atendendo à movimentação dos promotores e à disponibilidade dos políticos para o concretizar. Poderá não avançar tão rapidamente como alguns o desejam, mas o tema vai fazer caminho e, mais tarde ou mais cedo, lá se vai conseguir legislar nesse sentido, com o argumento decisivo de que tal disposição legal não obriga quem pensa de outra forma e defende a opção de quem deseja antecipar a morte.
Os bispos portugueses, defendendo o sim à vida e alertando para a crescente desumanização, têm pedido um debate alargado e sereno com vista à necessária e desejada (in)formação.
A discussão agora iniciada não é uma total surpresa, se atendermos ao seguidismo de alguns face a outros países, à perda de valores e da perspectiva da eternidade, à comodidade observada e à solidão imposta, ao declínio da família e à ausência do apoio familiar, ao medo diante da fragilidade e da perda de atributos físicos, à descida da natalidade e ao abandono dos anciãos…
A eutanásia tende a impor-se disfarçada da veste humanista e apregoa o “morrer com dignidade”. O que agora é olhado como um mal (suspensão dos cuidados médicos, injecção letal, suicídio assistido, ajudar a morrer “com dignidade” doentes incuráveis e anciãos “inúteis”), vai parecer, daqui a algum tempo, algo natural e, até, louvável!
Na introdução ao livro “Contra a eutanásia” (Multinova, 2016), recorda-se que em certos grupos esquimós, quando chegava a fome, os idosos se afastavam voluntariamente e aceitavam morrer de frio, na neve e na solidão, para proporcionar a sobrevivência às crianças. Mas a nossa sociedade, conclui autor, “é capaz de fazer morrer, ao mesmo tempo, as crianças ainda por nascer e os anciãos por razões de comodidade”.
in Voz de Lamego, ano 87/13, n.º 4398, 7 de fevereiro de 2017