Jornadas de Formação do Clero – 2.º Dia
O segundo dia da formação do Clero coube ao Pe. Diamantino Alvaíde, recém-doutorado em Teologia Pastoral. Partindo da realidade sociológica da diocese, apresentou-nos desafios pastorais que se impõem neste tempo, neste espaço, contando com as pessoas desta porção do povo de Deus, naquilo que definiu como Pastoral integrada. Continuar-se-á a falar em setores de pastoral, mas na prática há que integrar as pessoas de todas as idades, com as suas circunstâncias, em todos os momentos da vida da comunidade paroquial.
A maioria das paróquias da nossa diocese tem cada vez mais pessoas na terceira e na quarta idade e cada vez menos crianças e jovens. Os jovens seguem para a Universidade e regressam aos fins-de-semana e nas festas ou emigram em busca de melhores condições de vida. Ficam as pessoas mais velhas, com menos escolaridade e menos mobilidade, acentuando-se a pobreza, a ruralidade, o isolamento, com um deficitário acesso aos meios de comunicação social e mais suscetíveis à manipulação moral e social. Em contraponto, rastos de esperança: fraternidade evangélica, consciência que todos dependem de todos, caridade material e espiritual, respeito mútuo, laços mais sólidos e relações mais duradouras. Os idosos são um presente que faz a ponte entre o passado e o futuro.
Cabe-nos viver e anunciar o Evangelho nesta realidade e promover a comunhão, colocando a pessoa ao centro, como fez Jesus. A pessoa é simultaneamente sujeito da pastoral e destinatário da pastoral. Todos são membros ativos da Igreja. Os idosos devem estar envolvidos na vida da comunidade, nas festas da catequese, na festa de Natal, por exemplo.
Imitando Jesus, o contacto pessoal é essencial. Só dessa forma se cria a comunhão. O tempo e as circunstâncias atuais são o lugar teológico da comunhão e da pastoral.
A formação dos pastores deve ter em conta a sua humanização, pois hão de tornar-se, mais que psicólogos, amigos.
No final desta jornada, o Senhor Bispo, D. António Couto, agradeceu aos sacerdotes que orientaram a formação, sublinhando o seu trabalho, e a presença de todos, incentivando à missão.
Pe. Manuel Gonçalves, in Voz de Lamego, ano 87/11, n.º 4396, 24 de janeiro de 2017