Jornadas de Formação do Clero – 1.º Dia
As exigências do tempo presente, os múltiplos desafios impostos à e pela humanidade e a delicada – por ser sagrada – missão que o padre é chamado a desenvolver no meio do mundo requerem, deste, um esforço redobrado e um reforço aturado no que respeita à sua formação. Com esta preocupação, a nossa diocese levou a cabo, nos passados dias 16 e 17 de janeiro, as Jornadas de Formação do Clero.
As intervenções do primeiro dia couberam ao Padre José Alfredo Patrício, Defensor do Vínculo e Promotor de Justiça no Tribunal Interdiocesano Vilarealense e no Tribunal Eclesiástico de Viseu, doutorando em Direito Canónico, em Salamanca.
Feito o acolhimento e rezada a Hora Intermédia, o Pe José Alfredo deu inicio à primeira conferência, intitulada: “O Direito ao serviço da Pastoral”. Desenvolvendo algumas noções essenciais acerca do direito e da justiça, o conferencista mostrou rápida e claramente que a relação entre o Direito e a Pastoral não é, de todo, de conflito ou de afronta, mas de cooperação mútua e necessária, para maior benefício de ambas as partes, e sobretudo para maior bem das almas.
Após um primeiro intervalo, a segunda intervenção teve por título: “Matrimónio: Aspectos pastorais e canónicos”. Iniciando com uma fundamentação teológica assertiva acerca da sacralidade e da sacramentalidade do matrimónio, o Pe José Alfredo debruçou-se imediatamente sobre questões muito práticas acerca da indispensável preparação (remota, próxima e imediata) dos noivos para o Matrimónio; alertou para a importância dos processos seriamente preenchidos e desmitificou o recurso aos tribunais eclesiásticos para a verificação da nulidade matrimonial.
Já na parte da tarde, depois de um almoço bem servido, no Seminário Maior, o tema a explorar foi: “Aspetos jurídico-pastorais da Administração Paroquial”. Sempre com abordagens muito precisas e recurso a situações muito concretas, o Pe José Alfredo versou sobre a configuração jurídica da paróquia; sobre os aspetos jurídicos a considerar na administração dos sacramentos, particularmente no Batismo, e sobre a administração dos bens, sobretudo depois da última revisão da Concordata.
O último tempo foi de debate, de alguma exposição casuística e de muito esclarecimento.
Pe. Dimantino Alvaíde, in Voz de Lamego, ano 87/11, n.º 4396, 24 de janeiro de 2017