TESTEMUNHAR A MISERICÓRDIA | EDITORIAL VOZ DE LAMEGO
No dia 20 de novembro de 2016, a Diocese de Lamego viveu um grande DIA, sublinhando várias celebrações no Pontifical da Sé presidido pelo Senhor Bispo, D. António Couto: Encerramento do Jubileu da Misericórdia, Ordenações Diaconais, Dia da Igreja Catedral e 5 anos da nomeação de D. António para a Diocese de Lamego.
A edição da Voz de Lamego desta semana faz eco deste acontecimento celebrativo, bem como a ponte para outras notícias da Igreja e do mundo. O desafio, que o nosso Diretor, Pe. Joaquim Dionísio, assume no Editorial, é viver e testemunhar a misericórdia além do Ano Santo Extraordinário, que decorreu entre 8 de dezembro de 2015 e 20de novembro de 2016…
TESTEMUNHAR A MISERICÓRDIA
A porta santa da basílica de S. Pedro, aberta nos anos jubilares, foi encerrada pelo Papa Francisco neste domingo, no mesmo dia em que também a porta jubilar do Ano da Misericórdia da nossa catedral se fechou, a exemplo do que fora feito no mundo católico na semana anterior.
O encerramento teve menor visibilidade e menos adereços, ao contrário da abertura há quase um ano. E com razão. Afinal, a misericórdia pode e deve continuar aberta. O que fechou foi um determinado acesso físico ao espaço de culto, mas a misericórdia deve continuar a ser experimentada e testemunhada. A cada um caberá manter aberta a porta da misericórdia nos espaços em que vive e junto daqueles com quem convive.
A misericórdia não se encerra.
Afinal, Deus promete “apenas” misericórdia aos misericordiosos. Não promete prémios nem carreiras, prestígio ou destaque, notícias ou tempo de antena… Apenas misericórdia! Mas não será a misericórdia o maior dom a que podemos aspirar para manter vida a esperança?
Ao longo do ano, com maior ou menor visibilidade, quantos gestos, palavras, olhares ou silêncios não protagonizaram misericórdia? E quanta mudança, alegria, proximidade e esperança inundaram o coração de tantos que “andavam perdidos e se encontraram”?
O jubileu que agora finda terá valido a pena se a porta da misericórdia continuar aberta. Um esforço a que todos os baptizados são chamados e que deve ter o exemplo dos que na Igreja mais responsabilidades assumem. Porque se a misericórdia se fecha é o Evangelho que se esconde.
Será importante “pegar” na porta jubilar da misericórdia e instalá-la no coração, de forma a estar disponível e aberta para a vida, para os outros, para o mundo.
in Voz de Lamego, ano 87/52, n.º 4388, 22 de novembro de 2016