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Archive for 11/09/2016

Sacerdote de Lamego defende tese em pastoral da saúde

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Dia 12 de setembro, na Universidade Católica Portuguesa, na cidade do Porto, pelas 11h00, o Pe. José Fernando Duarte Mendes, pároco da Penajóia, doutorando em bioética, na UCP Porto, defenderá a tese: Lares de Idosos. Perspetiva bioética da Pastoral da Saúde.

Felicitando-o por este momento de formação, no desejo que também desta forma possa melhor servir as comunidades em que está inserido, para maior louvor e glória de Deus Pai.

JUBILEU DA MISERICÓRDIA | VIVER NA HISTÓRIA

PESSOA-1

No seu ensinamento, a Igreja vai explicando ao mundo em geral, e aos cristãos em particular, que a fé cristã tem consequências sociais. Isto é, a partir dos ensinamentos bíblicos e da reflexão dos crentes de todos os tempos é possível estabelecer orientações e critérios de acção. Um esforço que tem sido contínuo, já que o desenvolvimento histórico da humanidade vai trazendo situações novas que precisam ser lidas à luz do Evangelho. Nesse sentido, o ensino social da Igreja é o “evangelho social” do nosso tempo, revelando a potencialidade que tem a fé cristã para iluminar e transformar a realidade social de cada época.

Ter consciência da nossa historicidade é importante, porque é na história, aqui e agora, que a fé se realiza. Somos Povo de Deus a caminho. E é neste percurso, tal como Moisés e o povo hebreu em busca da terra prometida, que as situações aparecem e as respostas são necessárias.

Assim, o cristão é convidado, todos os dias, a incarnar na história, a viver no seu tempo, a dar resposta e testemunho diante das suas circunstâncias, a interpretar os “sinais dos tempos” e a responder com a verdade da fé.

A Igreja tem consciência de que não existe ao lado ou acima da história, tal como bem recordou o Concílio Vaticano II: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração” (GS 1).

A historicidade marca o percurso eclesial, influenciando decisões e determinando opções, porque é impossível viver a fé fora da história. E também ao cristão se pede para não se refugiar num tempo que já passou ou suspirar por uma época ideal que tarda em chegar. O presente exige respostas.

A Doutrina Social da Igreja (DSI) é esse esforço eclesial contínuo para iluminar novas realidades sociais com a luz perene do Evangelho. O próprio nome assim o indica: trata-se de uma doutrina, um ensinamento, que a Igreja promove e difunde com o objectivo de iluminar a realidade e contribuir para a edificação da sociedade conforme aos desígnios do Criador.

Tal como escreveu o Papa João Paulo II, “Efectivamente, para a Igreja, ensinar e difundir a doutrina social pertence à sua missão evangelizadora e faz parte essencial da mensagem cristã, porqaue essa doutrina propõe as suas consequências directas na vida da sociedade e enquadra o trabalho diário e as lutas pela justiça no testemunho de Cristo Salvador” (Centesimus Annus, 5).

O conhecimento do passado e o desejo de um futuro melhor exigem um compromisso com o presente. Também por aqui se promove a misericórdia, dom de Deus que se transforma em dever que o crente é convidado a assumir, aqui e agora.

JD, in Voz de Lamego, ano 86/41, n.º 4377, 6 de setembro de 2016