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Archive for 02/09/2016

De vez em quando… o I.M.I. sobre as casas dos padres

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Chegou ao meu conhecimento de que, há dois ou três dias atrás, uma dedicada funcionária pública, escutando atenta na repartição onde trabalha, que alguns párocos foram notificados para pagarem I. M. I. sobre os imóveis das suas paróquias, assim se dignou comentar:

  • Acho muito bem! Porque é que os padres não hão pagar IMI das casas deles, como toda a gente paga?

Também me foi referido que alguém aí presente, mais conhecedor do assunto, lhe fez ver por A mais B que a sua afirmação não estava certa.

Efetivamente, o que ela chamava “Casas dos Padres” igrejas, residências paroquiais e outros edifícios das paróquias destinadas a dar apoio religioso, social e cultural às pessoas da comunidade, nomeadamente na educação das crianças e dos jovens, ou para cuidarem dos doentes, dos pobres e dos idosos não são dos padres. São da Igreja. São do Povo Cristão. Todas erguidas com as esmolas voluntárias do povo crente, todas sustentadas com os óbolos generosos dos fiéis cristãos, sabe Deus com que sacrifício. Os padres apenas as vão gerindo, sabe Deus com que esforço, com que dificuldades, muitas vezes pondo dinheiro do seu próprio bolso. Sei do que falo. Tanto não são dos padres que, quando eles morrem ou mudam de lugar e de serviço, não as levam com eles, nem as deixam aos seus herdeiros.

Por amor de Deus! Das casas deles, sempre os padres pagaram IMI como toda a gente paga. Ler mais…

Paróquia de Magueija – Bodas de Ouro Sacerdotais

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Foi com grande alegria e entusiasmo que, no passado dia 7 de agosto, a paróquia de Magueija celebrou as bodas de ouro sacerdotais de um filho da terra. Tratou-se do padre José Augusto Alves de Sousa, sacerdote jesuíta que durante muitos anos exerceu na cidade da Beira – Moçambique a sua missionação, tendo regressado a Portugal, julgo que por razões de saúde, há uns anos e estando agora ao serviço dos doentes, como capelão, no Centro Hospitalar da Cova da Beira, na Covilhã.

Quiseram honrar este acontecimento com as suas presenças o senhor D. António Couto, Bispo de Lamego, assim como muitos sacerdotes e outras pessoas. Honrosa foi também a vinda do Manuel, seu irmão que, radicado no Brasil, quis associar-se à efeméride, acompanhado de dois filhos que pela primeira vez visitam Portugal.

Algumas pessoas muito próximas do padre José Augusto, refiro-me principalmente a familiares, que assistiram à sua missa nova no dia 10 de julho de 1966, já não fazem parte desta vida, esperando nós, à luz da Fé, que no Céu louvem ao Senhor pelo dom da sua vocação.

Presidiu à Eucaristia o Reverendíssimo D. António Couto, tendo como ponto alto a sua homilia, na qual, focando uma passagem do evangelho daquele domingo, exortou ao despojamento e à vigilância. Para além disso, teceu considerações sobre a vida e o percurso do padre José Augusto. Os corações de todos quantos tiveram o privilégio de estar presentes na bonita igreja de Santiago de Magueija, escutando palavras simples, mas eloquentes do Pastor que todos amamos, ficaram espiritualmente mais fortes.

Como qualquer festa pressupõe um bom convívio, no final da cerimónia religiosa, familiares e amigos do padre José Augusto e do seu irmão, padre Alberto, que fazia na mesma data sessenta anos de entrada no seminário, foram obsequiados em espaço aprazível do Sardinho, com um bom repasto que se prolongou pela tarde e em que a boa disposição esteve sempre presente com música e até rimas de cariz autobiográfico da autoria do José Augusto.

Saúdo todas as pessoas presentes e felicito a Laurentina que, sendo a mais velha dos irmãos Manuel, Eugénio (já falecido), José Augusto e Alberto, tem-lhes dedicado um grande carinho, a que não será alheio o facto de há cerca de oitenta anos, ainda muito novinha, ter assumido quase o papel de mãe, em resultado do desaparecimento daquela que lhes deu o ser.

Parabéns a todos os que contribuíram com o seu trabalho (e que foi muito!) para o engrandecimento desta comemoração. Desejo que Magueija possa celebrar mais acontecimentos similares de forma tão bela.

Um abraço amigo a todos,

Valentim Pinto Ribeiro, in Voz de Lamego, ano 86/40, n.º 4376, 30 de agosto de 2016