JMJ 2016 | Testemunho | Marta Magno: construir pontes e não muros
No passado dia 17 de Julho, 104 jovens partiram de Lamego em peregrinação rumo a Cracóvia, para marcar presença na Jornada Mundial da Juventude e na pré-jornada. Oriundos de diferentes cidades: de Lamego, de Tarouca, de Vila Real, de Viseu, de Porto Santo (arquipélago da Madeira) e S. Miguel (arquipélago dos Açores), sairam do conforto das suas casas para se encontrarem com o Papa e estarem juntos em oração. Em Cracóvia, a Jornada contou com cerca de 2 milhões de jovens e foi marcada por momentos inesquecíveis de encontro e comunhão com Deus.
Chegados à Polónia no dia 20, fomos amavelmente acolhidos e distribuídos por 3 paróquias. Neste ponto tenho que admitir que nunca pensei ser tão bem acolhida. Foi a minha primeira Jornada e estava com algum receio porque parti sem saber muito bem para onde ia e o que ia encontrar, e assim como eu outros jovens sentiam o mesmo, a verdade é que as pessoas abriram-nos a porta e trataram-nos como se fossemos filhos, netos, irmãos, verdadeiros membros da família. Em conversa uns com os outros, comentámos que o nosso encontro com Deus tinha começado precisamente no interior daquelas casas, com aquelas famílias que agora são também um bocadinho nossas.
A pré-jornada teve momentos muito fortes, como a visita aos campos de concentração e extermínio de Auschwitz. Contou também por isso com momentos de muita oração, pelo mundo e pela paz.
Acabada a pré-jornada, tempo para voltar a pôr a mochila às costas e partir para uma nova cidade mais perto do centro de Cracóvia onde se iria realizar o evento pelo qual tanto esperamos com início no dia 26 de Julho.
É difícil conseguir sintetizar em tão poucas linhas as 2 semanas que foram as mais preenchidas da minha vida, foram preenchidas de tanto! Tanta juventude, tanta vida, tanto amor, tanta fé. E digo mesmo “tanta juventude” porque á semelhança do que nos disse o Papa Francisco, somos muitas vezes “Jovens de Sofá” e “reformamo-nos antes do tempo”.
Vale a pena ler cada palavra que o Papa proferiu aos jovens nos dias da jornada; deixou verdadeiramente um apelo ao nosso coração jovem! Ao de todos, jovens e adultos, porque todos temos um coração jovem em nós e devemos muitas vezes deixá-lo exposto ao mundo e alimentá-lo, não de ódio e rancor, mas de amor e fé.
Acabo com palavras de alguém que consegue juntar multidões de jovens por um Deus misericordioso: “tende a coragem de nos ensinar, de nos ensinar que é mais fácil construir pontes do que levantar muros. Façam, por todo o mundo, uma obra de Misericórdia”.
Marta Magno, in Voz de Lamego, ano 86/39, n.º 4375, 9 de agosto de 2016