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Família Franciscana Portuguesa Tau da Misericórdia
Em pleno Ano Jubilar da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco e a celebração dos 800 anos do Perdão de Assis, a Família Franciscana Portuguesa pensou num TAU da Misericórdia com a finalidade de percorrer as Fraternidades Franciscanas em Portugal.
Este símbolo foi entregue solenemente pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, no dia 25 de abril de 2016 no 3.º Capítulo das Esteiras, ocorrido em Alenquer
No dia 21 de julho as Irmãs franciscanas foram buscar o TAU, aos irmãos franciscanos.
E permaneceu no Santuário Nossa Senhora dos Remédios até sábado.
Foi com muita alegria que as Irmãs e seus colaboradores acolheram o TAU, nele está escrito
TU ÉS MISERICÓRDIA!
Ir. Olinda, in Voz de Lamego, ano 86/38, n.º 4374, 2 de agosto de 2016
JUBILEU DA MISERICÓRDIA | OBRA DA RUA
Nesta rápida e incompleta viagem por algumas instituições, ligadas à Igreja, que se dedicam a fazer o bem, não há oportunidade para referir tudo nem para apresentar todos. Mas há algumas que estão por aí, orientadas pela caridade ao próximo e a quem as notícias nem sempre prestam a devida homenagem e gratidão. Neste particular, podemos falar hoje da Obra da Rua, fundada pelo Padre Américo.
Diante das necessidades observadas, a sua acção levou ao aparecimento da Obra da Rua, com o objectivo de preservar e apoiar a instituição familiar pobre de recursos, mediante a visita e o auxílio domiciliário. No que respeita ao problema da habitação apareceu o Património dos Pobres e para os sem família, apareceram as Casas do Gaiato, destinadas a rapazes em risco, e o Calvário, para os doentes incuráveis.
A Obra da Rua adoptou, como instrumento educativo, a vida familiar: “Obra de Rapazes, para Rapazes, pelos Rapazes”. Em Portugal há diversas Casas do Gaiato, bem como em Angola e Moçambique.
Tal com o referido, o fundador foi o Padre Américo (Américo Monteiro de Aguiar) que, apesar de natural da diocese do Porto, é acolhido no Seminário Coimbra, diocese onde foi ordenado Presbítero em 28 de Julho de 1929. Em março de 1932 é encarregado da Sopa dos Pobres, em Coimbra, e dedica-se ao apostolado da caridade, nomeadamente nas miseráveis habitações de algumas famílias. De 1935 a 1939 organiza Colónias de Campo e, em 07 de Janeiro de 1940, institui a Obra da Rua com a fundação da primeira Casa do Gaiato, em Miranda do Corvo. Alguns anos depois, em 1951, institui o Património dos Pobres, para ajudar na resolução do problema habitacional dos pobres. A última realização deste homem preocupado com os outros foi o Calvário, para doentes incuráveis e abandonados.
Faleceu no hospital de St. António, Porto, a 16 de Julho de 1956, em consequência dum acidente de automóvel em S. Martinho do Campo, Valongo, e o seu corpo foi sepultado na capela da Casa do Gaiato de Paço de Sousa.
A Obra da Rua continua a sua missão, sempre bem descrita no pequeno jornal “O Gaiato”, onde se descreve a vida destas casas e não faltam notícias dos muitos que ali são acolhidos e amparados. Ao longo destes anos, quanto bem não foi assim testemunhado? Quantos jovens não tiveram aqui a oportunidade de vida, de formação, de promoção que outros lhes negaram? E como agradecer devidamente a presença e acção de tantos e tantos que, de maneira discreta e educativa, doaram as suas vidas a esta instituição?
Na nossa diocese, inspirado por Padre Américo, quem se não lembra ainda da presença e obra do Cón. Duarte Júnior?
À nossa volta não faltam exemplos de pessoas e instituições que não cessam de protagonizar obras de misericórdia.
JD, in Voz de Lamego, ano 86/38, n.º 4374, 2 de agosto de 2016