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Archive for 27/07/2016

Jornadas Mundiais da Juventude – 2016

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Para os mais atentos e que ouvem dizer que os nossos jovens já estão nas JMJ pode ficar a dúvida: mas que estão eles a fazer na Polónia, se as JMJ só começam dia 26?

E os jovens já foram há mais de uma semana! Pois é! São as pré-jornadas Consideradas um período de preparação, adicional aos retiros e preparações que já cá tiveram, os jovens vão mais cedo para terem oportunidade de conviver com comunidades cristãs com as quais se combinou previamente o seu acolhimento e atividades a realizar, essencialmente religiosas e solidárias, e para poderem trocar experiências de vivência cristã, aprendendo e ensinando, e, em particular no caso das comunidades emigrantes de portugueses, levando muita , muita alegria, daquela boa, falada em português!

Antes da Polónia, a travessia de França permitiu a dois grupos, que foram em datas diferentes, contactarem com as comunidades de Compiégne (o primeiro grupo) e Lyon (o segundo grupo), tendo em ambos os casos sido recebidos pelas comunidades católicas portuguesas com alojamento, refeição, missa e vigília, tudo acompanhado de muito carinho e alegria de parte a parte.

Na Polónia, o acolhimento foi feito na diocese de Katowice, cuja comunidade disponibilizou acolhimento familiar, dando oportunidade aos jovens de contactarem mais de perto com a realidade diária da vida de uma família católica polaca. Além das actividades que cada família levava a cabo com os jovens que tão generosamente recebeu, as atividades comuns incluíam as habituais da diocese (mais intensas no final de semana) e a realização de uma peregrinação a pé a um santuário mariano situado no meio de uma verdejante floresta; houve também tempo para visitar o campo de concentração de Aushswitz, com oração e reflexão.

Algumas actividades foram partilhadas com peregrinos alemães que também se encontram en Katowice. Foi com emoção que os jovens se aperceberam do carinho do povo polaco por Nossa Senhora de Fátima, de quem o Papa polaco João Paulo II era muito devoto.

Esperamos que no regresso alguns destes jovens queiram dar o seu testemunho para os nossos leitores, pois certamente trazem muitas e diferentes experiências para contar.

A abertura oficial das JMJ realizar-se-á com a Santa Missa na terça feira, sendo posteriormente as manhãs ocupadas com catequese, este ano a cargo da nossa diocese ( para o setor português), e as tardes com atividades variadas, que vão desde o acolhimento ao Santo Padre (quarta e quinta), via- -sacra (sexta), vigília (sábado) e, finalmente, a Missa de Envio no domingo, com saída de Cracóvia ao final da tarde.

No regresso, os jovens irão ainda ser recebidos em Paris pela Congregação do Espírito Santo, na sua Casa Mãe. Na Sé, continuamos a rezar pelo bom sucesso desta peregrinação, diariamente, na missa das 6 e meia.

I.M., in Voz de Lamego, ano 86/37, n.º 4373, 26 de julho de 2016

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ESTRADA – CAMINHO | Editorial Voz de Lamego | 26 de julho de 2016

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A edição da Voz de Lamego destaca, como entrada, a abertura do Vale do Varosa, inserida na Rede de Monumentos, e à participação dos jovens da Diocese de Lamego nas JMJ 2016, Mas muitos outros motivos para ler o Jornal da Diocese, com reflexões, artigos de opinião, com notícias da diocese e da região. Destaque para os passeios paroquiais, para a celebração do Crisma em Ervedosa do Douro, para a Visita Pastoral de D. António Couto em Ferreirim e Macieira, na Zona Pastoral de Sernancelhe. Ma iniciemos o nosso caminho pelo Editorial do nosso Diretor, Pe. Joaquim Dionísio:

ESTRADA – CAMINHO

A mais recente revista “Cáritas” traz-nos uma entrevista à escritora portuguesa Lídia Jorge. Numa das respostas, a propósito de uma sua peça de teatro, em que dois jovens assumem protagonismo, a escritora afirma que “os jovens são naturalmente migrantes e nómadas, através de estradas muito largas, mas não conseguem encontrar caminho”.

A afirmação pode aplicar-se a tantos jovens que, apesar da formação adquirida e da informação disponível, nem sempre conseguem ter, profissionalmente, a sua vez nesta sociedade competitiva e veloz.

Mas a afirmação também pode levar-nos a pensar na imensidão de possibilidades (estrada larga) e na realização pessoal (caminho). Isto é, assumir-se migrante e nómada pode não ser suficiente. Porque, mais importante do que a largura da estrada, é encontrar o caminho. E este pode ser mais estreito, apresentar curvas, ser exigente…

A experiência, a observação ou as notícias mostram-nos que, nas estradas largas, transitam pessoas cheias de capacidades, com percursos conseguidos, sem grandes privações, apoiados nas suas opções… Mas não é invisível, em muitos, um certo descontentamento e insatisfação reveladores de algum vazio e causas de uma alegria ausente.

Por outro lado, todos os dias há pessoas que surpreendem pela opção tomada e pelo caminho seguido, demonstrando vontade e decisão. Talvez lhes fosse mais fácil e cómodo continuar na estrada larga, mas sentem que só a escolha do caminho os realizará.

A vida concede oportunidades para repensar a via percorrida, proporcionando meios e ocasiões para reajustes, os tais pormenores que podem fazer a diferença.

E, apesar das ajudas e contributos possíveis, cabe a cada um a responsabilidade de encontrar o caminho no meio da estrada larga.

No final, o importante até nem será a distância que se percorreu, mas a intensidade com que se caminhou.

in Voz de Lamego, ano 86/37, n.º 4373, 26 de julho de 2016