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Movimento da Mensagem de Fátima: Dia de Deserto
O Secretariado Diocesano da Mensagem de Fátima deslocou-se ao Santuário do Senhor dos Enfermos situado no lugar de Macieira – Fornelos, Cinfães, para viver um Dia de Deserto com os seus mensageiros.
Viver em Dia de Deserto no silêncio da montanha serve para robustecer o espírito através da reflexão, oração reconciliação e convívio.
As pessoas foram chegando, vindas dos lugares próximos do Santuário ou de lugares mais distantes como Lamego, zona pastoral de Tarouca, de Cinfães e outras… no fim estavam representadas mais de uma dezena de paróquias, com um bom grupo que encheu o salão da casa de apoio ao Santuário.
Iniciaram-se os trabalhos com a oração da manhã, implorando a Misericórdia de Deus. Apelou-se ao silêncio, que às vezes incomoda, mas que é necessário, sobretudo nestas circunstâncias.
O orientador senhor padre Joaquim Dionísio, mostrou-nos com exemplos e palavras simples, como todos temos limites e precisamos de tomar consciência deles. Somos frágeis, mas sempre amados por Deus que nos anima e conforta; que nos responsabiliza. Deus não nos limita porque nos ama.
E as horas foram passando velozes, mas produtivas; houve tempo para o sacramento Reconciliação que todos aproveitaram .
Depois de um farnel partilhado, iniciaram-se os trabalhos com a recitação do rosário, pedindo a intercessão de Nossa Senhora para todos..
Refletiu-se ainda sobre os dons que cada um recebe, e que só nos servem se os pusermos a render com ajuda da Graça que Deus que nunca falta.
Terminou o dia com dois momentos altos, a celebração da Eucaristia e a Adoração ao Santíssimo Sacramento.
Agradecemos ao grupo coral local que ajudou a dar maior brilho à celebração e a todos quantos estiveram presentes sendo mensageiros ou não, a todos um muito obrigado, que o Senhor dos Enfermos alivie as vossas dores do corpo e do espírito. Um agradecimento especial para o sr. Padre Fabrício Pinheiro pela amabilidade e disponibilidade com que nos recebeu, que a Senhora da Mensagem o ajude no caminhar de cada dia.
O Secretariado Diocesano, in Voz de Lamego, ano 86/34, n.º 4370, 5 de julho de 2016
FRAGILIDADE HUMANA | Editorial Voz de Lamego | 5 de julho de 2016
A edição desta semana da Voz de Lamego abre, a partir da primeira página, com a apresentação do novo livro do Pe. João António, Reitor do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, precisamente sobre este Santuário. Muitos outros temas podem ser encontrados na Voz de Lamego, notícias da diocese e da região, artigos de opinião, textos-reflexões. O Editorial, do Pe. Joaquim Dionísio lembra que o Evangelho nos remete para o dia-a-dia, no compromisso com a pessoa concreta que irrompe na minha e na tua vida.
FRAGILIDADE HUMANA
Trazemos connosco a ideia de que deveríamos ser diferentes, mais puros e mais santos. Mas a verdade é que estamos marcados pelo limite. E é importante compreender e aceitar a presença dos limites, das feridas, das zonas de sombra e promover uma certa reconciliação, porque só existimos enquanto limitados: no tempo, pelo corpo, no amor, pelos outros, pelo medo ou pelos vícios.
Às vezes pensamos que se fossemos diferentes, se tivéssemos outra inteligência, outro poder físico, si tivéssemos tido outra história, talvez outros pais, então sim, poderíamos…
Deus, ao contrário, joga com o que somos agora, neste momento. Intervém sempre na nossa situação concreta: onde reinam a desolação, os medos, as dúvidas paralisantes, as divisões de coração e as divisões entre as pessoas.
O Evangelho é uma escola de realismo que nos diz para nos aceitarmos nos nossos limites. Nós somos, também, as nossas imperfeições. E somos objecto do amor louco e único de Deus que, por sermos assim, vem visitar-nos e habitar-nos. A nossa imperfeição, a fragilidade do nosso carácter e da nossa história não são um impeditivo à acção de Deus em nós que se coloca na nossa história, caminha connosco, e volta a erguer a história a partir de dentro. Não como um mago que tudo conserta, mas um Pai que ama.
A religião tende a alcançar Deus com uma vida irrepreensível (fariseu); a fé é aperceber-se de um Deus que opera e se revela na nossa história ferida (publicano). No fundo, a fé é isto: crer que Deus está em nós.
E percebemos, então, que a nossa dignidade e a nossa grandeza não residem naquilo que fazemos ou naquilo que produzimos, dos aplausos ou do sucesso, mas exclusivamente do facto de que somos amados.
Se não nos sentirmos amados não iremos longe.
in Voz de Lamego, ano 86/34, n.º 4370, 5 de julho de 2016