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Archive for 29/05/2016

Organização Mundial da Saúde convida: Dia sem tabaco

tabaco

Todos os anos, no dia 31 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convida os países a celebrar o Dia Mundial Sem Tabaco, destacando os riscos à saúde associados com o tabagismo e defendendo políticas públicas eficazes para reduzir o consumo. Este ano foi implementada uma medida de padronização das embalagens de tabaco (proibição de logótipos, cores, imagens de marca ou informações promocionais) tendo em vista a diminuição da atratividade do produto.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS) o fumo do tabaco contém mais de 4 000 compostos químicos entre os quais, 60 são potencialmente causadores de cancro. Além da acetona, o fumo do tabaco contém o monóxido de carbono (presente nos gases de exaustão dos automóveis), DDT (insecticida), metanol (combustível), tolueno (solvente industrial), naftaleno (presente nas “bolas de naftalina”), cádmio (constituinte das baterias dos automóveis), butano (combustível dos isqueiros).

O consumo de tabaco é uma das principais causas de doença e de mortalidade prematura em todo o mundo. De acordo com o relatório “Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015”, apresentado pela DGS uma em cada cinco mortes ocorridas em pessoas com idades entre os 45 e os 64 anos são atribuídas ao tabaco. O consumo do tabaco provoca uma diminuição no nível geral de saúde no ser humano e pode causar doenças tais como cancro em diversas partes do corpo e doenças respiratórias (pneumonia, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), tuberculose e asma). Estão também relacionadas com o uso de tabaco doenças como acidentes cerebrovasculares, cegueira, cataratas, malformações congénitas fetais, diabetes, problemas do funcionamento sexual masculino e feminino, infertilidade e diminuição da função imunitária.

Deixar de fumar trás benefícios imediatos e a médio/longo prazo. Poucas horas após o último cigarro os níveis de oxigénio no sangue aumentam e a capacidade pulmonar melhora, tornando a respiração mais fácil. Gradualmente, ocorre uma diminuição da tosse, melhoria do paladar e olfato, melhoria da saúde oral e aspeto da pele, bem como sensação de maior energia e bem-estar geral. A médio/longo prazo diminui o risco de ocorrência de cancro, doenças cardiovasculares e respiratórias incapacitantes e morte prematura. Tendo em conta o panorama económico atual, ao deixar de fumar irá poupar dinheiro diariamente.

Na mulher grávida ou que quer engravidar, parar de fumar anula os riscos associados ao consumo de tabaco e morte súbita do lactente.

Ao deixar de fumar, haverá ganhos não só para o fumador como para os demais, nomeadamente, ao nível da exposição de outras pessoas ao fumo do tabaco e na adoção do hábito de fumar por crianças e jovens que revêm nos adultos o modelo a seguir.

Deixe de fumar! Liberte-se!

Alunas da ESE Vila Real: Carla Silva, Marcília Carvalho
Enfermeiras da USF Douro Vita: Graça Loureiro, Margarida Feijão, Rosa Moutinho.

in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016

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JUBILEU DA MISERICÓRDIA | PERDOAR AS INJÚRIAS

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A quinta obra de misericórdia convida a perdoar as injúrias, a ultrapassar actos e palavras que ofenderam. No fundo, trata-se de concretizar a promessa feita de cada vez que o Pai Nosso é rezado: “perdoai-nos… assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.

Tal como é pedido o pão para cada dia, também se assume o compromisso de perdoar diariamente. Ou seja, temos tanta necessidade de pão como de perdão: no casal, na família, no trabalho, no grupo, na comunidade… Porque, sem perdão, nenhum amor e nenhuma relação humana são possíveis. Quem nunca falhou? Quem nunca desejou uma nova oportunidade? Quem nunca sentiu a consciência pesada e os remorsos diante de algo menos bom? Quem nunca sentiu a alegria de ser perdoado?

A este propósito, será salutar recordar a parábola evangélica que nos fala de um devedor a quem muito é perdoado, mas que não é capaz de perdoar uma pequena dívida que alguém tem para consigo (Mt 18, 21-35). A compaixão do senhor que perdoa não é imitada por aquele a quem muito se perdoou.

Todos nós estamos retratados na figura deste grande devedor: alegramo-nos com o perdão divino e humano diante das nossas falhas, mas nem sempre protagonizamos igual prática quando somos nós os ofendidos. Nessa altura, somos constantemente invadidos por um desejo natural de vingança quando queremos justiça diante de factos que nos prejudicaram ou fizeram sofrer.

Jesus não cessa de nos ensinar a separar o pecado do pecador, a condenar aquele e a dar novas oportunidades a este, porque o homem é sempre maior que a sua falha. Como tantos outros ensinamentos recebidos, também este é mais fácil de compreender do que praticar.

O perdão não é sinónimo de fraqueza ou ausência de amor-próprio; pelo contrário, demonstra grandeza de alma e muita coragem. O mais fácil seria “pagar na mesma moeda”, relembrar constantemente o sucedido, mostrar-se continuamente ofendido e não sair de um registo de vitimização. Mais difícil será fazer um esforço por perdoar e avançar, mesmo que não se seja capaz de esquecer.

Por outro lado, a experiência mostra como o ódio e a vingança devoram quem deles não se liberta, por causa da inquietação provocada. Quantas pessoas encontramos marcadas por alguém a quem não querem perdoar e que, por causa desse “fardo”, continuam presas a uma situação pouco saudável? Ao contrário, o perdão acalma e traz serenidade, na medida em que liberta de sentimentos vingativos. Pode demorar tempo a chegar, mas nunca será tarde.

Um dia, o apóstolo Pedro quis saber quantas vezes deveria perdoar a um irmão que o ofendesse, adiantando que “sete vezes” lhe parecia suficiente. Jesus provoca-o e desafia-o a ir até “setenta vezes sete”, ou seja, sempre!

Se nos perguntarem quantas vezes queremos ser perdoados, responderemos “sempre”!

E os outros,  quantas vezes o merecem?

JD, in Voz de Lamego, ano 86/25, n.º 4364, 24 de maio de 2016