PEREGRINAÇÃO – CONVERSÃO | Editorial Voz de Lamego | 10 de maio
A edição da Voz de Lamego apresenta, como habitualmente, uma riqueza de temas, nomeadamente nas variadas reflexões e artigos de opinião, e no desenvolvimento de algumas notícias. Alguns destaques: entrevista com o Pe. Ildo de Jesus, Pároco de Chavães e de Arcos, na Zona Pastoral de Tabuaço e a visita dos seminaristas do 6.º Ano em terras de Tabuaço, o encontro do pré seminário, as obras no Santuário de Fátima, o Fátima Jovem, e as peregrinações, a Visita Pastoral de D. António na Paróquia de Granjal.
O Editorial do Pe. Joaquim Dionísio, Diretor do nosso jornal diocesano, centra-nos na peregrinação como caminho de conversão:
PEREGRINAÇÃO – CONVERSÃO
A peregrinação é entendida como uma iniciativa, pessoal ou colectiva, que os crentes vivem em direcção a um lugar santo por causa de motivações religiosas e dentro de um espírito de fé.
Desde os primeiros séculos, os cristãos colocaram-se em marcha, a caminho, em direcção a lugares de referência para a sua fé: a Terra Santa da Bíblia e de Jesus, os túmulos dos Apóstolos (Roma, Compostela…), os santuários marianos e os lugares onde viveram grandes santos. A sós ou em grupo, o peregrino simboliza a marcha do Povo de Deus para o Pai. Porque “o peregrino tem sempre um objectivo, mesmo se às vezes dele não tem explicitamente consciência. E esse objectivo não é outro senão o encontro com Deus através de Cristo” (Bento XVI).
Por estes dias, muitos se dirigem até à Cova da Iria. As motivações variam (cumprir promessas, acompanhar alguém próximo, experimentar, vencer o desafio, fortalecer a fé, encontrar-se…), mas todas se apoiam na disponibilidade para partir e na vontade de chegar.
No Ano Jubilar em curso está explicito o convite para peregrinar, para encontrar Deus e o próximo, para sair de si e da sua zona de conforto, para abandonar certas práticas e adoptar novos hábitos, para fixar objectivos e avançar segundo as suas forças (MV 14).
Numa palavra, a verdadeira peregrinação rima com conversão. Eis o mais importante e, também, o mais difícil. Porque se não há mudança, apenas ficará o esforço físico.
As famílias, os amigos e as comunidades são testemunhas da mudança protagonizada por muitos peregrinos e dela beneficiam também. E se muitos o conseguem, todos a ela devem aspirar.
A peregrinação pode não ser sempre sinónimo de deslocação no espaço, mas quando Deus é a meta sempre produzirá mudanças na forma de estar e de viver.
Ousemos peregrinar.
in Voz de Lamego, ano 86/23, n.º 4362, 10 de maio de 2016