Peregrinação Jubilar da Zona Pastoral de Cinfães ao Santuário da Lapa
Cinfães na Lapa – Peregrinação Jubilar
1. Em busca da Porta Santa partiram manhã cedo no dia 24 de abril.
A Zona Pastoral de Cinfães, em peso, rumara ao Santuário da Lapa. Milhares.
Todos os párocos e todas as paróquias, cada uma com duas ou 3 camionetes cheias, além das viaturas particulares.
Às 10 horas, tudo à «Porta»; padres, acólitos, escuteiros, povo e estandartes ao vento falando da fé. A fé também se vê.
A «Porta Santa» do Santuário estava aberta e à espera o Sr. D. Jacinto que a todos recebeu e deu as boas vindas.
Seguiu-se a oração pelo Papa Francisco, a comunhão com o bispo diocesano e o «sede bem vindos» à multidão apinhada junto à Porta Jubilar.
«Entrai». As portas são para entrar. «A porta da graça está sempre aberta».
2. No altar do recinto, às 11h30 os cânticos convidam à concentração.
O bispo e todo o clero sobem ao altar. No monte da Lapa caiu o silêncio. Tanta gente e não há ruído. Era a missa.
Admirável este povo de Cinfães na hora em que a graça chega e a liturgia se realiza.
O altar é também uma Porta que traz o mistério, dispensa a graça e dá a palavra.
E que mensagem grande no momento certo o Sr. D. Jacinto nos deixou na palavra que nos dirigiu!- «Estais aqui à porta da Porta que todos recebe, por onde todos pudemos entrar e onde Cristo vos olha e espera; desbloqueai a porta do vosso coração para Cristo entrar.»- Fazer isto chega.
3. A alegria continuou no convívio da refeição entre as árvores envolventes.
Houve pão e carne em cada grupo. Não vi peixe, mas vi partilha.
À mesa deste povo há sempre um lugar vago e uma sobra, se alguém chega.
Seguiu-se depois o momento de experimentar a Graça na passagem entre pedras, dentro da igreja atrás do altar.
A Senhora da Lapa ajudou. Todos passaram aquela quase porta bem estreita entre as rochas apertadas. «Se passei estou em graça», dizia-se à boca cheia. Deus lá sabe, mas se calhar até é verdade.
4. Às 15h30, momento Mariano. Belos cânticos, edificantes textos a enquadrar. Viveu-se o terço do rosário na devoção do povo. Foi novo momento de vida interior e novo silêncio na montanha onde a multidão de novo reuniu.
Final feliz. Por Maria a Jesus. Maria é a Porta Mãe que a todos acolhe e recebe.
O Pe. Adriano encerrou, abençoou e mandou em paz para Cinfães o povo que de Cinfães viera.
Foi uma jornada de fé, exemplo visível de pastoral vivida numa iniciativa conjunta e feliz de todo o clero de Cinfães. S. Pedro ajudou com um sol radiante e uma temperatura amena.
A tarde chegou, o povo partiu e no santuário da Lapa, qual Roma em nossa terra, a Porta Santa da Misericórdia ficou ainda aberta.
O Papa Francisco convidou. Há mais gente para entrar.
Adão Sequeira
Peregrinos da Misericórdia
Um espaço! Uma porta… Porta Santa da Misericórdia! Uma multidão de peregrinos à procura da Misericórdia amorosa do Senhor. Homens, mulheres e crianças (várias centenas de pessoas divididas por 24 autocarros e dezenas de carros particulares) que peregrinaram até ao Santuário de Nossa Senhora da Lapa, no passado Domingo, dia 24 de abril.
Chegados ao recinto do Santuário fomos rumando até à porta de entrada da Igreja, para darmos início à celebração que nos introduziria a entrar pela Porta Santa. Aguardava-nos alegre D. Jacinto Botelho, bispo emérito da Diocese de Lamego. Terminada a celebração cada um dos presentes teve a oportunidade de entrar no espaço sagrado, na casa da Mãe de Deus e Mãe nossa, pela Porta da Misericórdia, havendo em simultâneo a oportunidade de cada um se aproximar do Senhor pelo Sacramento da Reconciliação.
Às 11h30 iniciou-se o ponto mais alto da Peregrinação com a celebração da Eucaristia, celebrada ao ar livre no recinto do Santuário, contemplando assim a grandeza da obra criada por Deus.
“É a vós que a Palavra da Misericórdia é dirigida”, afirmava D. Jacinto no início da sua homilia, e continuou, “Fiquei comovido com um tão grande número de peregrinos, vindos da Zona Pastoral de Cinfães para passarem a Porta Santa da divina Misericórdia”. É deveras importante que “a porta física nos leve a uma porta mais santa e mais digna… que é o próprio Jesus Cristo”.
Este ano é uma abundância de Graça que todos somos convidados a viver, pois, “não podemos fazer resistência nem dizer que não ao Amor e à Misericórdia de Deus”, prosseguia o sr. Bispo.
Todos precisamos do perdão de Deus. Mas a Porta do perdão “só se abrirá quando deixarmos entrar a Misericórdia de Deus no nosso coração”, pois, “o nosso coração não pode ter portas blindadas… porque o nosso coração, as nossas casas devem ser escolas onde se ensine, verdadeiramente a Misericórdia e o Amor de Deus”, afirmava.
A todos nós, D. Jacinto, deixou-nos uma interpelação e um convite: “aos pais e educadores das nossas crianças e jovens… vós podeis dizer aos vossos filhos: Faz como eu”. Este convite vem pelo facto de o sr. Bispo ao chegar ao Santuário se deparar com uma mãe que ensinava a sua filha pequenina a rezar dizendo-lhe “Faz como eu”.
O Ano da Misericórdia que estamos a viver é para nos mudarmos, para nos transformar-mos, porque nós cristãos temos de ser capazes de construir a Cidade Nova neste mundo, cidade esta onde não há portas porque tudo está aberto, como diria São João Paulo II “escancarado” ao Amor de Deus.
Finda a Eucaristia houve o tradicional momento de confraternização com a partilha dos farnéis. Um momento sempre belo, onde sobressai sempre a Amizade entre todos.
Para terminar às 15h30, despedimo-nos da Mãe da Lapa com uma oração tão querida e tão bela dedicada a Nossa Senhora. Uma experiência sempre rica para o santo povo de Deus.
A todos os que contribuíram para que esta Peregrinação se realizasse, o nosso grande Bem-haja.
Pe. Fabrício Pinheiro, in Voz de Lamego, ano 86/22, n.º 4360, 26 de abril de 2016