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Igreja das Chagas reabre | Concerto da Semana Santa
Um grande êxito cultural e de público! Volvidos quase dois anos desde o dia em que a Igreja do Convento das Chagas encerrou as suas portas para a realização de trabalhos de restauro, este monumento datado do século XVI reabriu para acolher o “Concerto da Semana Santa” que a Misericórdia de Lamego ofereceu aos lamecenses com o objetivo de celebrar a reabilitação que valorizou um dos monumentos religiosos mais emblemáticos da região. A convite desta instituição, o público ocupou todos os lugares disponíveis, associando-se a esta efeméride assinalada com a realização de um concerto de música sacra pela Filarmónica de Magueija.
Fundada por ordem de D. António Teles de Menezes, Bispo de Lamego, em 1599, a intervenção que incidiu na Igreja das Chagas abrangeu a recuperação da estrutura de madeira que cobre o edifício e de todo o recheio artístico interior, nomeadamente as esculturas dos santos, a talha dourada dos altares e o mobiliário eclesiástico. Antes desta intervenção, registava-se a ocorrência de muitas infiltrações e a entrada de humidade.
Com o apoio de fundos comunitários, os trabalhos de restauro tiveram o cuidado de conservar as características arquitetónicas originais do edifício e preservar o seu valioso espólio. “Que melhor maneira de marcar a abertura desta bela Igreja, do que com música?!”, questionou António Marques Luís, Provedor da Misericórdia, enaltecendo o apoio da Câmara Municipal de Lamego e da Direção Regional de Cultura do Norte “para hoje podermos voltar a admirar este património”.
Tendo como cenário o belo altar-mor desta igreja secular, a Filarmónica de Magueija executou ao longo de 90 minutos peças sacras de reputados compositores: Bach, Häendel, Albinoni, Barber, Erickson, entre outros. Sob a direção do maestro Gualberto Rocha, os músicos arrancaram no final muitos aplausos e elogios pelas suas interpretações.
Recorde-se que a Santa Casa da Misericórdia de Lamego é um importante parceiro institucional da edição deste ano das celebrações da Semana Santa, um dos momentos de grande vivência comunitária da cidade e de dinâmica cultural.
Santa Casa da Misericórdia de Lamego
in Voz de Lamego, ano 86/19, n.º 4356, 29 de março de 2016
Celebrações da Semana Santa na Sé de Lamego
Por toda a diocese ressoa ainda a alegre notícia da Ressurreição do Senhor, acontecimento central da nossa fé e solenidade devidamente preparada e vivida nas comunidades cristãs desta porção do Povo de Deus. A exemplo do que se passou por essas igrejas paroquiais fora, também a catedral de Lamego, referência para todos os diocesanos e com a presidência de D. António Couto, acolheu muitos fiéis durante as celebrações da última semana. Aqui ficam algumas palavras e imagens.
Quinta-feira Santa
A manhã de 5.ª feira é marcada pela Missa Crismal, celebração que junta o presbitério diocesano em redor do bispo, concretizando e alimentando a comunhão e a unidade. É também neste dia que são benzidos os óleos dos catecúmenos e da unção dos doentes, bem como consagrado o do crisma.
A Eucaristia iniciou-se às 10h, com a presença de cerca de 80 sacerdotes, de D. Jacinto e sob a presidência de D. António Couto. Como já é habitual, a estas horas da manhã não são muitos os fiéis leigos que estão presentes. O canto litúrgico esteve a cargo do Coro da Catedral. No final da celebração, e mantendo a tradição, todo o presbitério foi convidado a almoçar no Seminário Maior.
Na monição inicial lembraram-se os sacerdotes falecidos no último ano: Duarte Martins Vaz, Joaquim Manuel Pinto, Manuel João Nogueira Amaral, Filipe Gonçalves da Fonseca, Mário Ferreira Lages, José Gomes do Nascimento e Cândido António Lemos de Azevedo.
Também nesta celebração se homenagearam os sacerdotes que, em 2016, comemoram 25 anos de ordenação sacerdotal (bodas de prata): Agostinho Ramalho e Fernando Albano Cardoso. Este ano ninguém celebra bodas de ouro sacerdotais.
Neste dia, às 17h, e já com todos os bancos da igreja ocupados, celebrou-se a Missa vespertina da Ceia do Senhor, marcada também pelo lava-pés. Presidiu o nosso bispo, sempre acompanhado por D. Jacinto.
Sexta-feira Santa
Na tarde de 6.ª feira, com a Sé cheia, a celebração iniciou-se às 17h, em silêncio, tal como sugerem as orientações litúrgicas, favorecendo a adoração, a escuta da Palavra e a necessária e oportuna meditação diante de tamanho amor divino.
Após a comunhão, o silêncio voltou a marcar o tempo, sempre com muitos a deterem-se junto do Santíssimo, na capela lateral.
Vigília Pascal
No sábado santo, às 22h, e com alguns bancos desocupados (havia outras celebrações na cidade), D. António deu início à solene vigília pascal, a “mãe de todas as vigílias”. O vento que se fazia sentir dificultou o acender do círio, mas algum tempo depois as velas de todos iluminaram o templo com o “lume novo”.
Para lá das partes da celebração, que fazem um todo harmonioso e conhecido de todos, destaque ainda para o baptismo de um menino (cerca de 8 anos), nesta que era a noite do baptismo dos catecúmenos.
A alegria estava bem presente em todos os participantes, apesar da hora (quase 1h da manhã) a que terminou e diante do relógio que entraria, daí a pouco, em horário de verão.
in Voz de Lamego, ano 86/19, n.º 4356, 29 de março de 2016