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Via Sacra na Paróquia de Fornelos, de Cinfães
A Via Sacra é, por definição, uma oração que tem como objectivo meditar na paixão, morte e ressurreição de Cristo. É relembrar o caminho da dor e do sofrimento de Jesus, no percurso de sua Divina missão Redentora, quando demonstrou uma profunda obediência ao Pai eterno e um infinito Amor à humanidade de todas as gerações. É o reviver dos últimos momentos da sua vida na Terra.
Foi nesta linha que no passado dia 12 de Março, na Igreja Paroquial de Fornelos, o grupo de teatro amador “Mant’Art” constituído por pessoas da comunidade paroquial, nomeadamente, pais e catequizandos, levaram a cabo uma encenação teatral que teve como principal objectivo compreender melhor a pessoa de Jesus e o amor que teve por nós ao ponto de ter sido crucificado, sofrendo muito, para que aprendêssemos verdadeiramente o que é amar.
A encenação, que foi realizada com grande rigor e seriedade, mexeu com as emoções de toda a comunidade que, em grande número, assistia, levando muitas pessoas “às lágrimas”, fazendo, assim, com que revivessem na mente e no coração a grandeza do Amor de Deus.
Cumpriu-se portanto o objectivo principal da actividade que era recordar o percurso doloroso de Jesus desde a sua condenação até à sua morte e ressurreição, levando toda a comunidade a fazer uma introspecção relembrando que durante a vida devemos retirar dos nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem ao nosso amor a Deus e aos irmãos.
Assim, a cruz de Cristo simboliza o amor e ensina a olhar para o outro com misericórdia, sobretudo para quem sofre, quem tem necessidade de ajuda, quem espera uma palavra, um gesto. A Cruz convida a que sejamos capazes de sair de nós mesmos para ir ao encontro de quem mais precisa.
Foi então desta forma que a Comunidade Paroquial de Fornelos abriu as portas à semana santa que se aproxima, uma semana de particular intensidade e importância para os seus cristãos, assim como, para os cristãos do mundo inteiro.
Paróquia de Fornelos, Cinfães
Pelo Grupo de Teatro “Mant’Art”, in Voz de Lamego, ano 86/18, n.º 4355, 22 de março de 2016
Falecimento de Emigrantes em França | Nota da Vigararia Geral
(Foto da Rádio Renascença)
Nota da Vigararia Geral
O Senhor Bispo D. António Couto e a inteira Diocese de Lamego, associam-se à dor das famílias atingidas pela perda dos seus entes queridos, falecidos no acidente desta quinta-feira à noite, em Moulins, França, onde perderam a vida mais de uma dezena de emigrantes portugueses que regressavam a Portugal para as festas pascais. Ente as vítimas contam-se alguns emigrantes oriundos dos Concelhos de Cinfães e de Sernancelhe, da Diocese de Lamego.
Rezamos pelos falecidos, que em Tríduo Pascal se identificam com a morte de Cristo, para que com Ele tomem parte na glória da ressurreição.
Às famílias, e às comunidades paroquiais, reafirmamos a certeza da nossa proximidade na oração.
Pe. João Carlos Costa Morgado, Pró – Vigário Geral
HOMILIA DE D. ANTÓNIO COUTO NA CEIA DO SENHOR
DAR A VIDA POR AMOR, PARA SEMPRE, PARA TODOS
- Com esta celebração da Ceia do Senhor, em Quinta-Feira Santa, a Igreja Una e Santa reacende a memória da instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e da Caridade, e dá início ao Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do seu Senhor (o Tríduo Pascal prolonga-se até às Segundas Vésperas de Domingo), que constitui o ponto mais alto do Ano Litúrgico, de onde tudo parte e aonde tudo chega, coração que bate de amor em cada passo dado, em cada gesto esboçado, em cada casa visitada, em cada mesa posta, em cada pedacinho de pão sonhado e partilhado. É assim que Deus nos dá a graça de caminhar durante todo o Ano Litúrgico, dia após dia, Domingo após Domingo, sempre partindo da Páscoa do Senhor, sempre chegando à Páscoa do Senhor.
- «Páscoa» quer dizer «passagem», e põe em cena «passageiros». Com os antigos pastores beduínos semi-nómadas, que preenchem a memória da pré-história de Israel, aprendemos a passar festivamente para um tempo novo, do inverno para a primavera, numa festa nocturna, ao luar, na primeira lua cheia da primavera, que marca o início da transumância ao encontro de novas pastagens. Com os hebreus, no Egipto, conforme o colorido relato do Êxodo que hoje Deus nos deu a graça de ouvir (Êxodo 12,1-14), sedentarizámos e actualizámos a festa da primeira lua cheia da primavera dos antigos pastores semi-nómadas de Israel, e fomos levados, por graça, a passar da escravidão para a liberdade, que é um caminho sempre novo, nunca terminado e sempre a recomeçar, com a cintura apertada, sandálias nos pés, cajado na mão, lume novo aceso no coração. Com Jesus Cristo, fomos, também por graça, levados a passar do pecado para a graça, da soleira da porta para a mesa, da morte para a vida em abundância, da nossa casa para a Casa do Pai. É assim que nós, por graça feitos filhos no Filho, aprendemos a ser estrangeiros e hóspedes, tranquilamente sentados em Casa e à Mesa daquele único Senhor que servimos e que, paradoxalmente, nos serviu primeiro a nós.
- É aí que estamos todos, meus irmãos. Aí, entenda-se, em Casa e à Mesa, hospedados. E é somente aí e daí, que podemos compreender o grande Capítulo 13 do Evangelho de S. João, que Hoje ouvimos nos nossos ouvidos, e que relata em vez da Ceia Primeira um lava-pés. Ceia Primeira, e não Última, porque nós continuamos à Mesa (o que é este Altar?) a celebrar esta Ceia (o que é este Pão e este Vinho?). E a recomendação atenta de S. Paulo, que nos lembra que nós continuamos a comer este Pão e a beber este Vinho sempre novo: «Sempre que comerdes deste Pão e beberdes deste Cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha» (1 Coríntios 11,26). Anunciar a morte do Senhor não é, todavia, entristecer-nos, chorar ou vestir de luto. Não é esta a vocação cristã. É preciso compreender, e é o que S. Paulo nos quer dizer, que anunciar a morte do Senhor é anunciar a Dádiva da Vida por amor, para sempre e para todos!
- Mas é à Mesa que estamos, meus irmãos, nesta tarde e nesta Ceia Primeira de Quinta-Feira Santa, hospedados na Casa do único Senhor da nossa Vida, «Aquele que nos ama» (Apocalipse 1,5), Jesus Cristo. Acomodai-vos e reparai bem em tudo o que Ele faz e diz no Evangelho de hoje (João 13,1-15), porque tudo n’Ele é exemplar e programático para nós. Diz-nos o narrador atento que Jesus «DEPÕE (títhêmi) o manto» a abrir a cena, no v. 4, e «RECEBE (lambánô) o manto» a fechar a cena, no v. 12. DEPOR e RECEBER são, aos nossos olhos encantados, os mesmos verbos com que, no Capítulo 10.º, o Bom Pastor «DEPÕE (títhêmi) a vida» e «RECEBE (lambánô) a vida» (v. 17). Ora, DEPOR a vida e RECEBER a vida são a imensa e penetrante tradução da Cruz. E entre uma e outra coisa, entre «DEPOR o manto» e «RECEBER o manto», «DEPOR a vida» e «RECEBER a vida», no centro geométrico e teológico do lava-pés (v. 8), aí está a advertência solene que Jesus dirige a Pedro e a cada um de nós: «Se não te lavo, Pedro, não tens parte comigo!» (João 13,8).
- «Ter parte com» Cristo é participar no seu supremo serviço de amor até dar a vida para receber a vida. «Ser lavado» e «ter parte com» e «estar puro» é linguagem bíblica de ordenação sacerdotal. Basta ler o texto do Livro dos Números 18,20, juntamente com os Capítulos 29 e 40 do Livro do Êxodo e o Capítulo 8.º do Livro do Levítico, acerca da ordenação sacerdotal de Aarão e dos seus filhos.
- Digamos tudo outra vez, seguindo passo por passo este imenso Capítulo 13 do Evangelho de S. João: no v. 4, Jesus DEPÕE o manto, com o mesmo verbo com que, em João 10,17, Jesus DEPÕE a vida; no v. 12, Jesus RECEBE o manto, com o mesmo verbo com que, no mesmo João 10,17, Jesus RECEBE a vida. No v. 4, DEPÕE o manto ou a vida. No v. 12, RECEBE o manto ou a vida. No v. 8, que é o centro geométrico e teológico entre 4 e 12, Jesus lava os pés a Pedro, e diz-lhe: «Se não te lavo, Pedro, não terás parte comigo». Isto é, não participarás da minha vida por amor Dada e Recebida. Compreenda-se então que este Lava-pés não é um simples gesto de humildade por parte de Jesus. Este Lava-pés é a verdadeira ordenação sacerdotal dos discípulos de Jesus!
- Por isso, Jesus diz, num imenso dizer revelatório ainda a retinir nos nossos ouvidos e a ecoar em tudo o que fazemos: «Como Eu vos fiz, fazei vós também!» (João 13,15). Vê-se bem, meus irmãos, que não é tanto o que se faz que conta. Conta muito mais o como se faz. O segredo é dar a vida por amor, para sempre, para todos. Jesus é o único Mestre que ensina a Viver desta maneira. E é assim que fica bem à vista do nosso coração o significado da instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e da Caridade.
- A partir daqui, desta Ceia Primeira e deste Amor novo, celebrados por Jesus com os seus discípulos e connosco pelas 18h00 de Hoje, Quinta-Feira Santa, somos todos levados a percorrer e a reviver, rezar e contemplar as últimas decisivas vinte e quatro horas de Jesus, desde agora até perto das 18h00 de amanhã, Sexta-Feira Santa. O ritmo contemplativo é este:
18h00 = Ceia Primeira!
21h00 = Getsémani
24h00 = Prisão de Jesus
03h00 = Pedro nega e o galo canta
06h00 = Jesus diante de Pilatos
09h00 = Crucifixão de Jesus
12h00 = as trevas em vez da Luz!
15h00 = Morte de Jesus
18h00 = Sepultamento de Jesus
Nestas vinte e quatro horas, acompanhemos Jesus no seu caminho de Amor sem limites. Há muita coisa aqui que contemplar!
- Que o Senhor da nossa vida nos ensine a ser fiéis ao seu dizer e ao seu modo admirável de fazer. Ensina-nos, Senhor, a amar com Tu, a viver como Tu, a dar a vida como Tu.
Lamego, 24 de março de 2016, Quinta-Feira Santa, Homilia na Missa da Ceia Senhor
+ António, vosso bispo e irmão
HOMILIA DE D. ANTÓNIO COUTO NA MISSA CRISMAL
O ÓLEO DA ALEGRIA QUE DEVEMOS DERRAMAR COM ABUNDÂNCIA
1. «O Espírito do Senhor sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres», assim se diz a si mesmo o profeta de Isaías 61,1. «O Espírito do Senhor sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres», repete Jesus na sinagoga de Nazaré (Lucas 4,18), acrescentando um «Hoje» que ainda hoje retine nos nossos ouvidos: «Hoje foi plenificada (peplêrôtai: perf. pass. de plêróô) (passivo divino ou teológico!) esta Escritura nos vossos ouvidos» (Lucas 4,21). Escritura plenificada por Deus, por Deus enchida até ao cimo da letra, até ao Espírito. Escritura a transbordar e a inundar como uma enchurrada a nossa vida! Jesus Cristo não vem depois da Escritura. Rebenta como um bolhão do meio da Escritura. Transborda da Escritura. Banho de água batismal, caudal de óleo crismal a escorrer pela cabeça, pelo rosto, pelas vestes deste povo todo sacerdotal e santo (Êxodo 19,6; Apocalipse 1,4-6).
2. Povo Santo de Deus, aí está a tua bela e funda identidade: povo batizado, crismado, cristificado. Encharcado em Cristo, de Cristo. Por isso, diz bem São Paulo aos Coríntios: «Vós sois de Cristo (tu és de Cristo), e Cristo é de Deus» (1 Coríntios 3,23). «Porque o Senhor me ungiu», diz o profeta. «Porque o Senhor me ungiu», diz Jesus Cristo. «Porque o Senhor nos ungiu», digamos nós também. Significa isto, antes de mais, que, para nos ungir com o seu óleo perfumado, Deus se aproxima tanto de nós, que toca em nós com a sua mão carinhosa! Exatamente como fazemos nós, ou como Deus faz por nós, quando ungimos com o óleo do crisma os recém-batizados, os crismados, os sacerdotes, os bispos, o corpo da igreja e os altares no dia da sua dedicação; com o óleo dos catecúmenos, aqueles que se preparam e dispõem para o batismo; com o óleo dos enfermos, aqueles que procuram alívio para as suas dores.
3. O Salmo articula bem a comunidade viva com o fruto da oliveira: «Como é bom, como é belo, viverem unidos os irmãos. É como azeite sobre a cabeça, descendo pela barba, a barba de Aarão, descendo sobre as suas vestes» (Salmo 133,1-2). Comunidade bela e forte, unida, oleada, perfumada. Trata-se de azeite de oliveira, perfumado com mirra, cinamomo, cálamo e cássia (Êxodo 30,22-33), a encharcar a cabeça e o cabelo de Aarão, a descer pela barba, e sobre as suas vestes sacerdotais, encharcando o humeral (ʼephod), uma espécie de roquete ou sobrepeliz que desce sobre os ombros, e, descendo sempre, encharca depois o peitoral (hoshen), bolsa quadrada, com 25 cm de lado, aplicada sobre o humeral, cobrindo o peito. O azeite encharca o tecido que está sobre os ombros e sobre o peito do sacerdote. Sobre os ombros, nas duas alças do humeral, traz o sacerdote incrustradas duas pedras de ónix, uma sobre cada ombro, cada uma gravada com seis nomes das doze tribos de Israel (Êxodo 28,1-14). E, sobre o peito, no peitoral, traz o sacerdote doze pedras preciosas diferentes, e em cada uma delas está gravado o nome de uma das doze tribos de Israel (Êxodo 28,15-30), irmanadas, como se fosse uma jóia em unidade harmónica. Extraordinária simbologia! O sacerdote carrega aos ombros (Êxodo 28,12) e leva sobre o coração (Êxodo 28,29) todos e cada um dos filhos de Israel! A releitura por excelência do Livro da Sabedoria diz admiravelmente que «sobre as vestes sacerdotais é transportado o mundo inteiro» (18,24). É assim que se vê bem a missão do sacerdote. Mas vê-se igualmente bem que se trata de um povo todo ungido, todo sacerdotal e aromático. Portanto, todo empenhado no serviço da evangelização, de modo a mudar verdadeiramente a vida e a vivência eclesial como sonhou São João Paulo II (Redemptoris missio, n.º 2).
4. «O Espírito do Senhor sobre mim, porque o Senhor me ungiu para anunciar o evangelho aos pobres». Guardemos connosco, Hoje, amados irmãos no sacerdócio, reunidos em unum prresbyterium, esta unção e esta missão sacerdotal. Unção e missão. Unção para a missão. Torrente que vem de Deus e que envolve, por graça, as nossas mãos, entranhas e coração. Não nos esqueçamos do óleo da alegria que nos deve inundar as entranhas, o coração e a missão (Salmo 45,8; Isaías 61,3; Hebreus 1,9). Não nos esqueçamos também que a missão deste Evangelho do óleo da alegria se destina aos pobres. Quem são os pobres? São aqueles que se sentem tão batidos e abatidos pelas desilusões da vida, que já não têm mais coração para tentar de novo; são aqueles que se sentem tão presos e incapacitados, que consideram a libertação e a liberdade uma miragem cruel; são aqueles que pensam que Deus se esqueceu deles, e que nunca mais terão um dia de alegria; são aqueles que pensam que a sua vida já não vale mais do que saco e cinza e lágrimas, e que por companhia têm o duro farnel do desespero. É a estes que Isaías e Jesus anunciam boas notícias vindas de Deus!
5. Caríssimos irmãos no sacerdócio, são estes pobres que deveis carregar aos ombros e no coração. É este mundo hostil ou apenas indiferente ou enlatado, a esvaziar-se de sentido, são estas crianças que ainda sonham, estes jovens desiludidos, estes casais preocupados, estas famílias desconstruídas, estes idosos tantas vezes sós, que devemos transportar sobre as nossas vestes sacerdotais. É a estes irmãos e irmãs concretos que nos devemos entregar ou «super-entregar» (ekdapanêthêsomai), para usar a expressão da Segunda Carta aos Coríntios e do Decreto Presbyterorum ordinis (2 Coríntios 12,15; Presbyterorum ordinis, n.º 15). A nossa vida bela não pode ser vivida assim-assim, de qualquer maneira, ou de uma maneira qualquer. Nas nossas atividades pastorais, devemos, amados irmãos, ter sempre a noção clara de que não somos e não podemos ser simples animadores ou monitores, mas transparência fiel da presença viva e operante do próprio Senhor no meio da comunidade.
6. Neste Ano Jubilar da Misericórdia, não deixemos Deus por mãos alheias e coração alheio. Empenhemo-nos no anúncio do Evangelho, que é «a primeira caridade» para este mundo (Novo millennio ineunte, n.º 50; Evangelii gaudium, n.º 199). E não nos esqueçamos nunca que só «a caridade das obras garante uma força inequívoca à caridade das palavras» (Novo millennio ineunte, n.º 50).
7. Derramemos, pois, com abundância, amados irmãos no sacerdócio e no batismo, este óleo da alegria, que Deus nos confiou.
Senhor Jesus, faz da tua Igreja uma sarça
Ardente de amor diante dos nossos olhos,
Alimenta-lhe o fogo com o teu óleo sagrado que abrasa de amor a terra inteira,
Faz que aquela chama dia a dia nos incendeie e nos chame
E que nós saibamos responder sempre: “Eis-me aqui”.
Dá à tua Igreja ternura e coragem e aragem:
A coragem da ternura e a aragem que nos limpa o coração e o olhar.
Aceita, Senhor, as nossas lágrimas e sorrisos,
E torna-nos próximos e acolhedores de quem está só, triste e sem esperança.
Faz uma fogueira com as nossas maldades,
E mesmo que nos desviemos de Ti,
Quando para Ti voltarmos,
Cobertos de lama e de pó,
Lava com sabão de amor o nosso coração,
Ainda antes de Te pedirmos perdão.
Lamego, 24 de março de 2016, Quinta-Feira Santa, Homilia na Missa Crismal
+ António, vosso bispo e irmão
Solenidade de São José no Seminário Maior de Lamego
Na passada sexta-feira, dia 18 de março, a comunidade do Seminário Maior de Lamego celebrou, embora vespertinamente, a Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria.
Na Eucaristia, presidida pelo nosso bispo, D. António Couto, estiveram presentes os párocos dos seminaristas, os orientadores dos estágios pastorais, algumas irmãs religiosas, assim como os familiares dos mesmos seminaristas.
Na homilia, o nosso bispo referiu-se a São José como a “figura grande da Escritura e da Igreja”, um homem simples, sábio, justo, silencioso e ao mesmo tempo atento à Palavra.
A partir do Evangelho escutado neste dia (relato da perda de Jesus no Templo – Lc. 2, 41-51a), o nosso bispo afirmou que na nossa vida sempre que nos dermos conta que deixamos Jesus para trás, ou seja sempre que não andar na nossa caravana, tenhamos a coragem de voltar e, tal como José e Maria, ir ao seu encontro.
Ainda nesta celebração, o nosso colega Diogo Martinho, do IV ano de Teologia, foi admitido às Sagradas Ordens. D. António Couto deu graças a Deus pelo dom da vida deste nosso amigo, aproveitando para lembrar, não só o nosso Seminário Maior de Lamego, mas também o Seminário Interdiocesano de São José, em Braga. O nosso bispo apontou ainda que tal como São José foi considerado o homem justo, também a nossa vida deve ser pautada por esta justiça de Deus, assim como na nossa vida, a nossa ocupação deve estar voltada para as coisas de Deus, nosso Pai.
Terminada a Eucaristia seguiu-se o jantar, momento de alegria, de convívio e de partilha entre famílias.
Vítor Teixeira Carreira, 5º Ano, in Voz de Lamego, ano 86/18, n.º 4355, 22 de março de 2016